Eu Queria Que Não Fosse Assim escrita por A Garota Dos Livros, Mais um romance por favor


Capítulo 2
Alec




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Celular filho da ...

– Alo! – digo bravo.

– Alec, onde você ta ? – Jackson diz.

– To em casa!

– Em casa? Já são duas horas!

– O que !? – levanto com um salto – Porque não me acordou seu desgraçado?

– Corre pra cá – ele me ignora – o barrigudo do Jorkins vai passar um trabalho do capeta valendo metade da nota.

Desligo celular e corro para o banho. O filho da mãe do Jackson mora comigo faz pelo menos uns dois anos e não tem a capacidade de me acordar no dia que o gordo do Jorkins vai passar o trabalho mais importe do ultimo ano.

...

Entro na sala pelas portas de trás e me jogo na cadeira atrás de Jackson, lhe dou um tapão na cabeça.

– Desgraçado! – ele resmunga – Escuta lá.

–... Quero resultados – Jorkins diz – montem um pequeno negocio, nem que for para outra pessoa, é um trabalho prático, na verdade será o trabalho final de vocês. Vocês tem o semestre inteiro, no final vão me apresentar o que fizeram e eu vou dar uma nota. Façam em duplas, trios ou sozinhos, se virem. Por hoje é isso, estão dispensados.

– Gordo infeliz! – resmungo saindo da sala.

– Vou dar um belo esfregão naquela careca dele.

Andamos até a cantina onde sentamos numa mesa junto com os outros caras de administração e alguns atletas, iniciamos mais um das nossas conversas totalmente inúteis.

– Alec – ouço uma voz feminina me chamar.

Uma garota de cabelos loiros está parada ao meu lado sorrindo abertamente, usa uma saia curta demais e uma camiseta justa, ela me é familiar.

– Oi... – sorrio, mas não lembro seu nome – Beatrice ?

– Jules – ela corrige – fiquei esperando você me ligar.

– Ah – dou um sorriso aberto – Jules, não ligo nem pra minha mãe.

– Mas você disse que...

– Eu sei.

Ela bufa e eu espero uma série de xingamentos, mas ela apenas vai embora batendo o pé.

– Ah, calouras – Jackson diz e ri junto com os outros caras.

O celular de Jackson toca e sai da mesa para atende-lo, pouco tempo depois ele volta com um sorriso radiante.

– Já temos o trabalho do Jorkins pronto – ele diz – vamos, Alec.

Levanto da mesa e caminho para fora da cantina indo para o estacionamento.

– Diz aí.

– Meu pai acabou de me ligar da imobiliária. O dono de um bar acabou de bater as botas e o cara que vai ficar com o bar é um sobrinho distante dele...

– E aí nós vamos lá comprar do caipira ?

– Eu vou estar lá, você vai comprar.

– Como seu pai sabia do trabalho?

– Não sabia, ele só quer que eu trabalhe.

Dou uma risada alta e entro no Land Cruiser preto enquanto Jackson sobe na shadow 600 vermelha. Saímos em direção ao bar.

...

– Alec Jones – estendo a mão para o caipira herdeiro do bar, ele deve ter a minha idade, só que sua aparência grita ‘’eu sou caipira’’.

– Willian... McGuire – ele aperta minha mão meio inseguro.

O pai de Jackson estava falando dos benefícios de ter um bar para o próprio Jackson enquanto eu conversava com o caipira.

– Então, herdou um belo patrimônio – digo olhando em volta.

– Herdei sim.

– Ótimo negocio – digo – só é meio complicado...

– Complicado ?

– Você sabe, este lugar é conhecido, nem todas as pessoas que o freqüentavam são boas – eu nem conhecia esse lugar – sempre te alguns probleminhas, mas nada que não resolva, não é mesmo!?

– Probleminhas ?

– Ah, brigas de bar, apostas que não são exatamente... legais – dou um longo suspiro teatral – isso aqui consegue ser pior que Vegas, quando quer – digo baixo, mas ele pode ouvir – mas voltando, é um bom negocio, lucros rápidos – dou um belo sorriso.

– É – ele sorri meio inseguro.

...

– Tem certeza que é isso o que vale ? – pergunta o caipira.

– Absoluta.

O caipira assina os papeis enquanto eu sorrio triunfante, o bar vale pelo menos o dobro do que ele está me vendendo. Depois de assinados os papéis ele ainda conversa um pouco comigo, finjo prestar atenção, enquanto todos vamos para fora do bar.

Um Romiseta 1958 clássico para atrás do meu carro e uma garota desce dele, tenho certeza que já a vi antes, mas não lembro onde. Ela é estranha, os cabelos escuros estão bagunçados, os óculos possuem muito grau fazendo seus olhos ficarem grandes, sua calça jeans é de uma lavagem desbotada e a boca do jeans quase cobre seus pés em sapatilhas cor de rosa, ela usa um blusão laranja da faculdade.

– Oi – ela diz, mas quando seus olhos param em mim ela prende a respiração.

– Oi – o caipira, Jackson e o Sr. Miles responde ao mesmo tempo para a garota.

Jackson segura a risada olhando para a menina.

– Sou Kate...

– Ah, você ajudou meu... tio – o caipira diz.

– Sim...

Um silencio se instala por uns minutos.

– Seu tio amava trabalhar nisso, espero que goste também – ela sorri – só queria saber quem ficaria com o bar...

– Eu... hm... vendi.

– Vendeu ? – sua voz sobe duas oitavas.

– Foi bom ver vocês – Sr. Miles diz se despede e vai embora, ignorando a cena.

A garota continua olhando incrédula para o caipira, Jackson aproveita a deixa e ri tudo o que estava segurando, a garota olha para ele e depois entende o motivo da risada: ela mesma. Ela bufa e volta para dentro do carro, saindo em disparada, ou era pra ser em disparada.

O caipira olha tudo meio assustado.

– Vou indo – ele diz indo para o carro.

– Parabéns meu amigo, você conseguiu – Jackson diz quando estávamos sozinhos.

– Foi molezinha.


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