Capitulo 04
—Vamos! — gritava Inuyasha assustando Miroku e Sango, em frente à fogueira.
—Fale mais baixo Inuyasha. — dizia Sango, apontando para Kirara, quem olhasse com atenção perceberia que deitado junto com a gata youkai se encontrava uma bola de pêlos bem menor, a qual o hanyou reconheceu como Shippou. Sango olhava-o com compaixão. — Ele só conseguiu dormir agora...
— Miroku, Sango. Nós não temos tempo para isso. — dizia mais baixo — Eu acho que Kagome não morreu.
O olhar cansado dos dois era algo que Inuyasha não esperava, Sango fechava os olhos, somente então pode ver as olheiras que cobriam seus olhos e o quanto eles pareciam inchados, Miroku olhava exausto para o seu rosto animado.
—Inuyasha, já faz um mês... A Kagome... — dizia em pausas como se assim o garoto a sua frente pudesse entender de uma vez — Ela morreu, você sabe disso mais que ninguém... Você mesmo a procurou...
—Não Miroku! Eu senti o cheiro de Kagome!Não estava perto da água. — dizia vendo o monge refletir sobre o que ouvia. Se pudesse convencê-lo... — O cheiro vinha da floresta, Miroku. E estava junto do cheiro de lobos.
A última parte surpreendia a ambos. Cheiro de lobos?
—Kouga?Mas, poderia ser o cheiro de outros clãs de lobos... — indagava Sango.
—Não. Eu tenho certeza que o cheiro era do bando do Kouga.
Miroku e Sango se entreolharam em silêncio, Inuyasha podia ver uma nova esperança surgir em seus olhares, como se já pudessem ver Kagome a sua frente, ele também podia ver, podia ver o sorriso dela nesse exato momento...
—E quanto a Naraku? — perguntava o monge sério. Fazendo Inuyasha se lembrar do outro cheiro desagradável que sentira, de longe mais desagradável que de qualquer lobo.
—Eu senti o cheiro de Naraku nas redondezas... — dizia fracamente — Não dei muita atenção, tinha o cheiro de Kagome...
—Será que o Naraku tem algo haver com isso? — perguntava Sango. Enquanto a idéia de que Kagome estivesse nos braços do seu repugnante inimigo se formava na cabeça de Inuyasha.
—Se Naraku tiver algo haver com o desaparecimento de Kagome eu não ficaria satisfeito nem se o picasse ate transformá-lo em poeira. — dizia fechando os punhos com força olhando-os em seguida — Vamos!
—Sim. — disseram ambos enquanto Kirara punha com a boca o pequeno Youkai dorminhoco em suas costas,aparado por Sango que com pressa puxava ambos, Shippou e Miroku para sua montaria, ainda via Inuyasha correndo a frente.
—Ela esta viva Miroku. — dizia a exterminadora — Eu desejo realmente que isso seja verdade.
—Eu também, Sango, eu também.
***
“Se encontrar o cara de cachorro, digo, o Inuyasha, Kouga não diga nada a ele, me prometa!”
— Kagome... — dizia o lobo, se sentindo abandonado e isolado, se fosse um pouco mais malicioso teria dito que Kagome havia aceitado se casar com ele, a levaria ate sua caverna e juntos juntariam os fragmentos das jóias, mesmo se ela se lembrasse mais tarde — Ela podia ter se apaixonado por mim... Daí teríamos alguns filhos... Ahhh! — suspirava deixando-se cair na grama— Eu não devia ser um cara tão legal...
E ele não era. Ainda se lembrava de saquear vilas humanas por puro prazer, de matá-los e tratá-los como o lixo que acreditava serem. A principio havia proibido o ataque às vilas apenas por capricho, para impressionar Kagome, mas com o tempo tudo havia mudado. O rosto dela sempre lhe vinha a sua mente quando topava com um humano, a voz dela repreensiva. E se sentia mais idiota. Havia sido domesticado?
—Arghhh!!Maldito Cara de Cachorro!!
—Kouga!! — seria sua imaginação?Estava acontecendo de novo, a voz de Kagome —Kouga!! — o lobo sequer se levantou, continuou deitado ouvindo a voz se aproximar— AHHHH!!
Se levantou num salto. Aquele sem duvida era um grito da garota.
—K-kagome!! — ele se levantava, surpreso, com rapidez entrou na floresta, sendo seguido por seus companheiros. Chegou numa clareira em alguns instantes, não encontrando nada ao seu redor exceto um cheiro conhecido. — Naraku...? — Sentiu seus pelos se arrepiarem somente ao pensar na possibilidade. —Kagome levada por Naraku...?Não, não pode ser, ela estava com aquele cara de cachorro, não é?
Mas aquele grito. Não, tinha que ser sua imaginação pregando peças novamente, tinha que ser.
—Kouga! — gritava Junta — O que nós vamos fazer?
Kouga sentiu o vento mudar de direção lavando o seu rosto com ele, precisava refletir, pensar sobre isso, porém logo que sentiu o cheiro desagradável que a brisa trazia percebeu que seria impossível.
—Droga. Eu queria ir embora e não ver esse feioso! — disse gritando, mas tinha que ter certeza se Kagome não estava com ele... Afinal o cheiro dela mesmo disfarçado pelo o de lobos vinha da mesma direção.
“Se encontrar o cara de cachorro, digo, o Inuyasha, Kouga não diga nada a ele, me prometa!”
Não, não poderia dizer nada com relação a Kagome, ela mesma havia pedido. Seja o que for não diria, o lobo agora tinha certeza que se ouvira a voz de Kagome era por que ele havia sido escolhido, se ela estava em perigo não cabia ao hanyou encontrá-la e sim a ele. É claro que tudo viria a baixo se ela estivesse ao seu lado, ele provavelmente vinha se vingar por ter ficado com Kagome por tanto tempo. Bem neste caso, pensava Kouga, eu estou com a consciência tranqüila, teria ficado ainda mais se pudesse.
—Esse cara é muito lerdo! — reclamava já sem paciência, correndo, sendo seguido por seus companheiros.
