Como é Difícil Conseguir um Café. escrita por Juu Seikou


Capítulo 1
Como é Difícil Conseguir um Café.


Notas iniciais do capítulo

Minha única comédia até o momento. Espero que se gostem.
Só não me deixem falando sozinho, sim? Comente! Pelo menos uma letra. Que seja só um "J".
Valeu!

P.S.: Não esqueçam de imaginar as cenas.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/540898/chapter/1

Segundo as histórias de meu avô, havia um velho, em São Pedro das Águas, chamado Brends, que gostava muito de tomar café na Pá da Ria com Café, que ficava na Rua Brunks.

O velho morava na Rua Bronks e, para ir à padaria, ele seguia pela Rua Bronks, virava na Brenks, Brinks, Branks, Brunks.

Um dia, provavelmente o mais difícil de sobreviver, Brends estava com vontade de tomar café na Pá da Ria com Café. Ele pegou sua boina azul e saiu, com sua blusa laranja, calça verde, com bolinhas brancas, e sua bengala de mármore.

Segui pela rua com dificuldade de levar sua bengala. Arrastou-se até a esquina e entrou na Rua Brenks. Então, ele vê um homem ziguezagueando e cantando alegremente e resolve falar com ele:

– Bom dia, meu jovem! Posso saber o motivo de tal alegria?

– O quê? Como vai a locomotiva da minha tinha? Minha tia não tem locomotiva! – assustou-se, embriagadamente, o homem.

– Eu quis dizer: por que canta tão alegremente?

– Mas por que você quer saber o que se passa na minha mente?

– Hã? Mas… O quê? Não quero saber o que se passa na sua mente (mas aposto que é bosta)!!!

– Uma semente na encosta? Não estou vendo nenhuma encosta!

Desistindo, o velho passou pelo homem e foi tomar o seu rumo, mas:

– Ô velho! Onde vai? – perguntou o bêbado.

– Não lhe interessa!

– Posso ir com você? Adoro festas!

– Eu não estou indo a uma festa! – esbravejou.

– Está com pressa? Por quê? A vida é bela!

– Oh, Deus! – por sorte, o homem não o ouvira, mas notou como Brends andava encolhido.

– Por que você tá encolhidinho, assim, parecendo um bolo numa gaveta?

– Eu… E-eu ando assim. – mentiu, pois só estava andando assim, porque estava, agora, com medo do bêbado.

Contudo, o homem entendeu: “Você está mangando de mim?”

– Não! Claro que não tô mangandocê! Só perguntei por que você tá que nem cocô pisado.

– Hunf! – resmungou, para si mesmo, Brends, o que não adiantou muito, pois o homem o ouviu. – É como falar com uma porta! Nossa Senhora!

– Oba! – animou-se o estranho. – Então me dá um pedaço. Adoro torta de amora!

– Nossa Senhora do Morro! – resmungou de novo.

– Aaaaa! Então a torta é do cachorro!

Por sorte do velho, um cachorro passava por perto e o bêbado o seguiu, pedindo a tal torta de amora.

O ex-capitão Brends seguiu seu rumo até a outra esquina, que dava para a Rua Brinks. Com isso, sua filha vinha em sua direção. Estava justamente vindo da Pá da Ria com Café (tinha acabado de passar por lá), para mostrar o novo visual punk, que tinha feito na semana passada, a seu pai:

– Pai! Pai! Olha só o meu novo visual! – gritou, animadíssima.

Porém, o velho não a reconheceu e, nem lhe dirigindo um olhar sequer, atravessou a rua, virando, enfim, na Rua Brinks. Andou um pouco, deixando a filha desamparadamente confusa. Mais uma vez, ele atravessou a rua, mas, no meio dela, uma carro estava vindo em sua direção!

Ele apoiou a bengala, tranquilamente, na direção do carro e, então: PIMBA!

Sabe quando o carro bate num poste e fica todo amassado? Pois aconteceu o mesmo!

Assustado, o motorista saiu do carro e disse:

– Orthmo… O Quê afoecertf?

– O quê? O que foi?

– Rfoesiu que ustoê ez ofoeis conseguiu stifa fnoesasz piturf?

– Olha… Não estou te entendendo!

– Mesentendendo orphuis eunfão, estiueirá oue afgbar o meu opinafpharro!

– Eu hein? Tchau! – e saiu andando.

– Efpinafauí! Bzflhoia só peffesnossoife estrago! Huifpoinusiontis acontecer! Volte! Ptoiulf! Aptiu f neusihu esueushofpinuif do caramba! Olhfamsenp o meu pstafro!…

Provavelmente, o homem tinha algum problema na fala, mas Brends disse ao meu avô, que disse a meu pai, que disse pra mim, que direi a você, que não fazia a menor ideia de qual!

Ele terminou de atravessar a rua e seguiu nela até a esquina Brinks-Branks. Foi seguindo, achando que as loucuras haviam se acabado, mas em vão, pois um louco chegou e foi logo lhe apertando a mão, sem dizer palavra.

– Ei, ei, ei! Você nem sabe quem sou eu e já vai apertando a minha mão? – assustou-se Brends.

– Claro que conheço! Você não é o Capitão da ponta da rua Bronks?

– Sou sim! Mas… Quem é você?

– Eu sou Jouco, não se lembra? Você vem me visitar toda semana!

– Jouco… Jouco… Já ouvi o seu nome antes… - então, lembrou-se que, toda quinta-feira, ao lado de sua casa, encontravam-se um mendigo infernal e um louco muito estranho, um era o Capitão e o outro era o Jouco. – Ah! Vá caçar minhocas! Não sou aquele mendigo com que você se encontra às quintas-feiras!

– Aaaaaaaaaaaaaaaa. – então, o louco, em sua loucura repentina, pensou ser um passarinho e disse. – Que calor, quero voar!

Ele tomou distância, virou para uma das casas dali e saiu correndo. De repente, começou a cavá-lo! Cavou até as mãos ficarem raladas, então parou, levantou e disse:

– Opa, não sou um passarinho, sou um cachorro!

E começou a dar risadas classificadas maléficas.

Achando que havia sido esquecido pelo louco, Brends continuou a andar, mas o outro o seguiu, dizendo, repetidamente:

– Uoeiaoeiuoieaoieuuoeiaoieu…

Foram seguindo assim até o final da Rua Branks e, então, o doido se distraiu com uma pomba e ficou para trás. Depressa, o velho virou na Rua Brunks, a Rua da Pá da Ria com Café.

Na frente de Brends, um grupo de, mais ou menos, oito garotos, estava parado, conversando, tapando a calçada inteira. Tentando passar (e sem querer), o senhor apoiou a bengala em cima do pé de um dos garotos, que gritou:

– Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaiiiiiiii!!!!!!!!!!!!!!!

– Oh! Me desculpe! Caramba!

– Ô tio! Isso dói muito!

– Sim, eu sei que dói, é mármore. Mas eu não sou seu tio coisa nenhuma! Sou um senhor de i-da-de.

– Mas eu também sou de idade. – respondeu o menino, sentando-se na guia da calçada.

– A bengala te afetou a cabeça, é? Como você é de idade?

– Ora, todo mundo é de idade! Todo mundo tem uma idade!

– Há. Há. Há. Eu quis dizer que sou de idade avançada.

– O quê? Você? Você nem está na idade em que se gosta de aparelhos eletrônicos superavançados! Aposto que nem sabe o que é um Xbox 360 Slim!

– Oh, Deus! Eu queria dizer que tenho mais anos de vida, sou mais velho.

– Aaaaa. – disse um dos amigos do acidentado. – Ô vovô. – chamou, ao que Brends fez uma careta. – Olha só o que eu consigo fazer.

E começou a fazer “ondinhas” com a barriga.

– Para com isso! – disse o primeiro menino. – Senhor. – referiu-se a Brends. – E a ambulância? – perguntou, sentando-se na guia da calçada. – O meu pé tá latejando.

– Bom… Eu não tenho nenhum telefone aqui, então, a não ser que vocês tenham, não vai dar pra ligar a ambulância alguma.

Porém, os garotos também não tinham. Depois de pensar um pouco, o velho disse:

– Já sei! Vou até a padaria Pá da Ria com Café. Lá deve ter algum telefone.

– O.K. Mas volta logo com essa ambulância!

– Pode deixar!

Ele seguiu pela Rua Brunks, até chegar ao destino.

Lá, sentou-se numa mesa e chamou a garçonete:

– Por favor!

– O que o senhor vai querer?

– O de sempre. – pediu assim, pois ia lá quase toda semana. Gostava muito do café deles e, por isso, achava que todos já sabiam o que ele ia pedir: um café.

Porém, ela não entendeu e perguntou:

– O senhor vai querer uma torta de frango?

– Não, quero um café.

– Só um café? Não vai querer um brigadeiro… Alguma coisa?

– Só um café!

– Tudo bem. Mas o senhor não quer? Eu trago uma coxinha!

– Não.

– Empadinha?

– Não!

– Empadona?

– Não!!

– Churros?

– Menos ainda.

– Rissole?

– Olha bem pra minha cara!!!

– Croissant?

– Vai, vai, vai! – disse, perdendo a paciência. – Vai trabalhar, anda!!!

Ela foi e voltou com um café, uma empadinha, uma empadona, um churros, um rissole e um croissant.

O velho gritou e esbravejou, xingou a garçonete, o estabelecimento, o dono do lugar, pegou um táxi e voltou para sua casa.

No meio do caminho, passou pelos meninos, abriu a janela e fez uma careta, mostrando a língua. Então, continuou seu caminho até sua casa, onde, em pleno meio-dia, decidiu que não devia ter saído da cama e voltou a dormir, até o dia seguinte.

FIM


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Deixe sua opinião aí em baixo, sim?
Ou só um "J"!
Até mais!