Iced and Feverish escrita por RedLily


Capítulo 6
Capítulo 6 - Garoto de artimanhas


Notas iniciais do capítulo

HEEEEEY
Depois de muuuuuuuuito tempo, eu voltei.
Eu quase desisti dessa fanfic, olhem só. Mas eu voltei, mesmo com leitores fantasmas, mesmo com poucos comentários, mas uma animação monstruosa.
Obrigada Lady K e JSchiatti, sem vocês nada disso seria possível. ❤️💜💛



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Meus olhos se abriram.

Mostrando-me um pequeno feixe da imagem do recinto: o meu familiar quarto.
Fazia força para tentar abri-los totalmente, e eu consegui depois de algum tempo. Mas não estava pronta para o que estava por vir, era inimaginável. Ele. Ali. Na minha frente, como se fosse algo banal.

— Xiu! — ele tapou minha boca, percebendo que eu ia gritar. — Eu não vou te machucar, tá bem? Que muchacha nerviosa, dios mio. — ele suspirou, mas não fez menção de tirar a mão de minha boca, de modo que meus dentes fizeram o trabalho. — Ai! É assim que se agradece à alguém que salvou sua vida? — seu rosto se contorceu em dor, ele massageou a mão.

Eu me encolhi, as costas grudadas à cabeceira.

— Quem... raios... Quem é você? — ainda estava zonza de sono, quase caindo. Vi pela janela que ainda era noite, mas parecia faltar pouco para os primeiros raios de sol.

— Jesse. Jesse Ruárez. — agora ele estava em pé, olhava para mim como se eu fosse algum tipo de anomalia genética ambulante. Ainda prefiro assim do que sentado na minha cama. — Eles... Queriam te levar. Até ele. — ele mexia em alguns de meus pertences, e eu contive o impulso de impedi-lo de tocar meu urso de pelúcia, de vestido roxo e pelagem preta. — Eu não permiti. Eles chegaram perto demais de conseguir te levar. — percebi pelo sotaque muito forte que ele era espanhol, mas fiquei um tanto receosa em perguntar.
Não precisei. Ele percebeu o que pensava pela expressão que fiz.

— Espanhol, isso mesmo. — ele soltou um suspiro longo. — Americanos e suas manias. — ele passou os dedos pelo vestido de Julieta.

— N-não... Mexa nela.

— Ela tem um nome? — seus olhos verdes luminosos eram divertidos enquanto olhava pra mim.

— Julieta.

— Nome bonito, uh? — ele tirou os dedos de minha pelúcia (felizmente).

— Por que me salvou? — o vi engolir em seco.

— Não é o momento certo... pra isso. — ele continuou mexendo em algumas de minhas coisas, vi quando passou os dedos pelo meu rosto, numa foto antiga, como se tivesse reconhecimento e admiração pingando deles. Não soube como lidar com isso.

— E quando acha que será o momento certo? — senti meias em meus pés, provavelmente ele as colocou, não lembro de estar de meias. Principalmente porque estava de salto na festa. Como ele soube que eu só durmo de meias?

— Não sei. — ele continuou analisando meus pertences, mexendo na minha caixa de jóias. Se tivesse a aberto, não responderia por mim. Quem ele pensa que é pra mexer nas minhas coisas?

— Não acha que eu preciso saber porque um estranho me salvou? Ou porque ele fala como se me conhecesse e mexe nas minhas coisas como se fosse algo banal? — eu estava em pé agora, cambaleante. Senti algo ardendo em meus olhos, como se minhas pupilas estivessem queimando, mas ignorei.

— Calma, não precisa ficar com raiva, Kate. — ele sabe o meu nome? Como ele sabe o meu nome? E como... Como sabe que estou com raiva se a maioria das pessoas quase nunca identifica? Dizem que tenho a raiva contida, que a escondo com sarcasmo... — Vamos, deite-se novamente, mi hermosa. — meus olhos se arregalaram levemente com o apelido.

— Como sabe meu nome? — ele estava perto demais agora. — Ou sabe que estou com raiva?

— Digamos... Que eu te conheça faz muito tempo. E por isso saiba que seus olhos ficam negros quando tem sentimentos ruins.

— Não tem sentido. Eu nunca tinha te visto. Como podemos nos conhecer se eu nunca te vi?

— Quando duas almas se entrelaçam pelo destino os olhos não conseguem ver, hermosa. — ele disse aquelas palavras como se fosse uma piada interna. Impedi minha mão de lhe deixar marcas na bochecha levemente corada.

— N-não... Toque em mim. — senti sua mão em meu pescoço, estava suja de sangue quando a retirou de lá. Era gélida, gelo sobre minha pele quente. Provocou um arrepio incontrolável.

— Está machucada. Vou cuidar de você, mas quero que descanse enquanto o faço. — não entendi o porquê se sua preocupação comigo. — Somnus. — ele sussurrou, e no instante seguinte eu estava em seus braços, a teia dos sonhos me envolvendo em um casulo.

***

Quando eu acordei, ele não estava mais lá.

O quarto não tinha nenhum resquício dele. Mas de algum modo eu sentia que ele era real. Mesmo que fosse lindo como um raio de sol inédito. De alguma maneira, eu não me surpreenderia se ele não fosse real. Era essa a impressão que se tinha ao olhar para ele, de qualquer modo.

Pus as mãos em meu pescoço de forma quase automática. Ele fez um curativo. Ele cuidou de mim e olhou para mim como se me conhecesse desde que nasci. Eu não entendo.
Como alguém que nunca vi pode ter tanta certeza de que me conhece? É algo tão surreal que mal consigo raciocinar. Tento lembrar de onde o conheço, mas minha cabeça dói, uma dor lancinante me atinge e eu levanto como se quisesse seguir seus rastros.

Mas eu não podia esperar que veria aquilo ao olhar para a parede. Elas não estavam lá antes, foi coo se meu olhr tivesse desencadeado a mensagem.

"Essa não é a última nem a única vez que nos veremos, sei que lhe devo explicações. Não era o momento. Mas você vai saber, na hora certa.
Até mais, mi hermosa.
Un cordial saludo,
Jesse."

As letras brilharam em tom lilás, como se fossem estrelas ordenadas em uma mensagem, uma constelação de letras. Era como se saltassem da parede, como se de algum modo sempre tivessem estado ali. Era hipnotizante, as pequenas estrelas se mexiam, seguindo o fluxo como se estivessem em um rio, como se estivessem em veias humanas. Lilás e dourado. Lindo e mágico. Uma magia pulsante, batente como um coração.

Mas no instante seguinte, desapareceram.

Estiquei minhas mãos em busca de saber como era seu toque, mas não havia nenhum resquício.
A parede voltara a ser o que sempre foi: plana e vazia. Nada de nuances diferentes.

Ainda não havia entendido tudo aquilo, mas segui até a sala.

Não imaginam qual foi a minha surpresa ao ver Jane lá.

— KAAATE! — ela pulou em mim, dando-me um abraço caloroso. — Eu fiquei tão preocupada com você... Por onde andou?

— Ah... Eu não me lembro muito bem... — omiti. Esconder coisas de Jane não era uma coisa legal, e eu me sentia mal fazendo isso. Mas acho que qualquer um, até mesmo ela, me mandaria pra um manicômio se soubesse como foram as últimas 24 horas. — Como entrou aqui?

— Você pôs a chave na minha bolsa, não lembra? — olhou para mim como se fosse uma coisa óbvia. — Pensei que foi uma surpresa sua, já que eu acho que tem uma cópia reserva.

— Deve ter sido isso, então.

Jesse... Sabia que ele era um garoto de artimanhas.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? 'u' Supestições sobre o meu Jesse?
Red xx



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