Iced and Feverish escrita por RedLily


Capítulo 5
Capítulo 5 - A festa de máscaras


Notas iniciais do capítulo

HEEEY!
Bem, eu sei que eu demorei muito pra postar essa belezinha.
Mas eu estive em semana de provas e um pouco ocupada, e o capítulo (apesar de eu ter tentado ser objetiva) ficou grande.
Mas enfim... Sem mais delongas:
Boa leitura e até as notas finais! ❤️



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Naquela noite eu dormi muito bem.

Incrivelmente bem. Foi como se tivesse passado três ou mais dias em claro.

E eu estava cansada. Terrivelmente cansada. Mas quando acordei, me senti infinitamente melhor. Foi como uma massagem relaxante após um dia cansativo.

E talvez, realmente fosse.

A campainha tocou e meus olhos abriram automaticamente. O que gerou uma dor lancinante, já que o quarto estava sendo totalmente invadido por aquela luz solar de esbranquiçar a vista de tão forte.

Levantei, e com a visão ligeiramente embaçada e os olhos doloridos, segui até a sala, a passos lentos.

Mas a pessoa que estava lá fora não parecia ter paciência alguma. A campainha soou mais três vezes, até eu — incrivelmente irritada — abrir a porta num solavanco e dar de cara com o vento.

Só podiam estar de sacanagem.

Então eu olhei para o tapete de entrada, me deparando com uma grande caixa vermelha.

Era de veludo e tinha padrões de galhos dourados sobre a tampa. Era linda. Hesitante eu peguei a caixa. Ainda sem entender muito bem porque uma pessoa me daria aquela coisinha maravilhosa.

Quero dizer, uou, aquela caixa devia ter custado muito caro. Tipo, muito caro mesmo.

E dentro dela?

Bem, depois de sentar no sofá diante da caixa e olhá-la com curiosidade e devoção, eu a abri.

E vi um lindo vestido envolto por embrulho dourado. Era casual e leve, a bainha era composta por um único tecido vermelho opaco, e depois por vários tecidos transparentes vermelhos sobrepostos, da mesma coloração. As pontas eram encaracoladas e davam um efeito ainda mais romântico no vestido.

Já a parte de cima de um tecido transparente, bordado por padrões arredondados e flores, que cobriam os seios. Em cima do vestido, encontrei uma máscara de veludo bordada por padrões românticos, como os detalhes do vestido, em dourado.

Era simplesmente... Perfeito.

No fundo da caixa percebi um envelope creme.

"Vista-o e fique ainda mais sexy esta noite. xx"

Incrédula olhei para o papel que tirara do envelope. Okay, só podia ser Jane e suas zoeiras que me deixavam constrangida.

Na frente da porta eu percebi uma sacola preta, de um tecido que se assemelhava ao de um guarda-chuva.

Ponderei se aquilo estava ali em algum momento. E cheguei à conclusão de que não.

E a segunda conclusão que cheguei foi a de que eu jamais havia visto aquela sacola em toda a minha vida.

Eu a abri. Dentro dela se encontravam dois sapatos escarpin, vermelhos e "glitterizados" como diria um de meus personagens favoritos.

O glitter era dourado e coloração do sapato era a mesma do do vestido, o salto era prata. Combinava perfeitamente. Jane pensou em tudo, caramba!

Eu pus as roupas em cima da cama, e logo já estava tomando um longo gole de café e comendo um sanduíche que eu mesma fiz.

Me perguntava onde meus pais estavam.

Em cima da bancada que dividia a sala da cozinha, encontrei um papel azul claro dobrado cuidadosamente sobre a base de madeira.

"Querida, tive de sair com seu pai, resolver algumas coisas importantes.

Quando eu chegar eu te explico com mais detalhes, agora nós estamos com pressa para sair de casa.

Se cuide, cuide da casa e não deixe nenhum estranho entrar, certo?

Te amo xx Boa festa meu anjo."

E ela realmente achava que eu deixaria alguém entrar.

Acho que provavelmente ela pensava que eu leria aquilo, abriria a porta e gritaria: "HEY MEUS PAIS SAÍRAM, FESTA COM BEBIDA LIBERADA ATÉ A MEIA-NOITE".

Quando fui ver estava rindo.

Não porque estava achando irônico o modo como ela adivinhou o quê passava pela minha cabeça (ou não), mas pelo motivo de ela pensar que eu sou idiota o suficiente para deixar pessoas que nunca vi na vida entrarem aqui.

Então, eu acabei de comer e logo estava vendo televisão, enrolada num edredom e com um enorme pote de pipoca ao meu lado.

Canal de notícias, mais notícias, esportes e finalmente algum filme que se passava num colegial, pelo que vi.

"Quem é ele?" A possível protagonista perguntava à uma garota ao lado dela, que diferente da mesma, não usava óculos e nem tinha aparelho. Apontava para um garoto de jaqueta preta, gato porém com cara de marrento.

Por que que em todos os filmes e livros eles sempre descrevem as nerds como as cara-de-espinha, que usam aparelho e óculos?

Cara, isso chega a ser irritante. Tipo, claro que podem existir nerds gatas.

"Ele? É Jack Grey. Mantenha distância. Não é flor que se cheire. As pessoas costumam comentar que ele nunca fala com ninguém daqui por ser um dos caras mais ricos da cidade. Um esnobe." Ela revirou os olhos. "Apenas não chegue perto dele e nem se dirija à ele, certo? O cara é um babaca, não vale à pena Chloe."

O sinal tocou e as garotas se levantaram. O filme decorreu e acabou meio-dia.

O cara perigoso fica com a nerd que tirou o aparelho, os óculos e simplesmente fez as espinhas sumirem.

E fim. Sempre o mesmo clichê.

Eu liguei para o Senpai, um ótimo restaurante de comida japonesa, e pedi um yakisoba de legumes.

Desliguei a televisão, e fui para meu quarto, pegando mais um livro da estante e começando a lê-lo...

E quando acabei, eram 8 horas. E eu havia combinado combinado de encontrar Jane às 9 horas.

Com uma fome tremenda eu me levantei e pedi alguma coisa para alimentar o dinossauro que habitava o meu estômago, seguindo imediatamente para o banheiro.

Tomei um longo banho gelado, saí e logo já estava pronta.

O celular marcava 9:10 da noite quando saí de casa, assim que cheguei na casa de Jane eu o conferi novamente: 9:15.

Não me pergunte como eu cheguei tão rápido.

Acho que o medo de levar mais uma bronca de Jane me fez correr feito uma louca.

Eu toquei a campainha, e ela abriu em menos de 3 segundos, como se estivesse atrás da porta.

— Demorou, hein? Já chega atrasada na escola, e agora até na hora de ir nas festas. Que feio, Kate. — ela deu uma risadinha. — Mas enfim, hoje quem dirige é... Sim, não é o motorista de ônibus, sou eu! — ela estendeu as chaves, as balançando e sorrindo boba e ironicamente.

Cara, aquilo havia me deixado com medo. Imaginar Jane na direção me apavorou. Mas eu não podia reclamar, eu havia chegado atrasada.

— É que eu demorei um pouco no banho, sabe? E acho que você já devia ter se acostumado com meus atrasos. Eu não sou britânica querida. Definitivamente, não. — eu pisquei, marota. — E... Bem, eu só espero que você não dirija como eu estou pensando. Porque sinceramente... Acho que não sobreviverei até a festa.

— MAS VOCÊ NÃO PODE MORRER, SÉRIO, VOCÊ TÁ MUITO CAT, E CHEIROSA! E VAI PEGAR UM MONTE DE BADBOYS NA BIG PARTY. — ela me sacudiu um pouco pelos ombros.

— Hmmm... Valeu? — eu dei uma risadinha. — você tá bem mais linda que eu. E eu não vou pegar ninguém... Eu acho. — inevitavelmente um sorriso malicioso invadiu meu rosto. — E sério, eu amei esse vestido e os sapatos, como adivinhou que vermelho é uma das minhas cores preferidas?

Jane usava um vestido verde-esmeralda, brilhante e com meia-luas do mesmo tecido estilo escama de peixe. Seu cabelo castanho solto e os olhos contornados por rímel e lápis preto, como os meus, deixaram-na ainda mais bonita. Sério mesmo, Jane poderia ser modelo mesmo sem maquiagem, com aquele "tubinho" verde e com os olhos já bonitos ainda mais destacados então... Woah.

Tinha a leve sensação de que seria super ofuscada. Ela também usava brilho labial transparente, diferente do meu batom de um vermelho do mesmo tom do vestido.

Ela olhou-me, confusa.

— Mas Jane... Eu não escolhi o seu vestido. Você tá bem? — ela pôs a mão direita sobre minha testa, para verificar se estava febril.

— Eu estou, mas... Se não foi você, quem foi que me enviou o vestido? — olhei para ela mais confusa ainda, afastando sua mão de minha testa gentilmente.

Até porque, quem me enviou tanto as roupas quanto os sapatos, parecia saber muito sobre mim.

E eu nunca fui exatamente uma pessoa muito sociável. Lily, minha última melhor amiga se mudou, nós perdemos contato e eu acabei ficando mais isolada.

Desde então eu nunca tive exatamente uma amiga.

Jane é a única excessão.

E mesmo assim, não me lembro de dizer nada sobre cores favoritas e coisa do gênero.

— Bem, eu não sei. Mas eu sei que se demorarmos mais vai ser complicado chegar na festa a tempo. — ela pegou uma bolsa preta de mão feita de seda de cima de uma mesinha do lado da porta. — Vamos?

— Okay. — ela passou pela minha frente, abrindo a porta da garagem.

Sua garagem era bem mais organizada do que a minha, as paredes eram pintadas de branco e haviam muitas ferramentas encaixotas e afins.

Nós entramos no Pajero Dakar prateado. Jane fechou a porta, se virando e olhando para mim.

Ela parecia querer me matar com o olhar, e os olhares raivosos de Jane sempre são amedrontadores.

— Jane, eu sei que foi estranho essa coisa do vestido, e sei que você também é muito insistente. Mas hoje é dia de se divertir, então... Esquece isso, tá bem? — agora ela havia acabado de colocar o sinto.

— Tá... — suspirei, exasperada. Seria difícil esquecer isso, mas estava disposta a tentar. Afinal de contas, eu tinha de aproveitar a noite.

— Você sabe onde fica Boulevard Street? — Kate me perguntou, dando ignição no carro. — Epa, preciso abastecer.

— Na verdade... Não muito bem, mas eu tenho um aplicativo de GPS que eu baixei. Acho que isso pode nos ajudar. — Coloquei o cinto. — Aliás, belo carro.

— Valeu. — ela tirou o carro da garagem.

Nós fomos conversando até o posto, quando ela abasteceu e seguimos até a festa. O aplicativo foi uma mão na roda, mas mesmo assim conseguimos nos perder.

— Agora vire à direita e continue seguindo em frente. — indiquei para Jane, que estava super estressada. — Número 76... 77... 78! Aqui, chegamos! YEAH!

— Finalmente!

Paramos em frente à uma casa linda.

Casa não, mansão.

Sempre imaginei Alec como um riquinho mimadinho. Mas tenho de admitir que isso ultrapassava minhas expectativas.

O portão enorme estava aberto, e mesmo tendo 20 minutos desde o começo da festa, o lugar estava praticamente lotado.

Isso porque era só a parte da frente.

A área de entrada era um local aberto, um lance de escadas de mármore.

Jane estacionou o carro em frente à casa de algum vizinho dele, milagrosamente vazia. Ela pôs sua máscara verde-prateada da mesma cor do vestido, e eu a minha. Adentramos o local.

— Que... Perfeito! — ela comentou quando acabamos de subir as escadas.

— Muito. — disse, mas continuando a andar. De frente para a escada tinha uma larga e grossa porta que parecia ser de magno, fechada. O que entendi ser a entra da casa de Alec.

Haviam duas entradas para a festa: a esquerda e a direita. Luzes neon em todo o lugar.

— Vamos pela esquerda mesmo. — respondi a pergunta oculta que estava no olhar de Jane.

Aquele caminho era tão encantador quanto o outro, uma passarela de telhado transparente nos conduziu até um balcão, onde um barman servia animadamente cada convidado.

— Vai querer alguma coisa? — Jane apontou para o balcão.

— Na verdade eu quero alguma batida de morango, coquetel ou algo do tipo. Sem álcool, claro. E, Jane, não quero uma motorista bêbada, certo? — disse, quase gritando por conta da música incrivelmente alta e pisquei. Sentando numa mesa ali perto.

— Sim, Madame. — ela disse ironicamente se sentando em um dos bancos altos na frente do balcão.

O local estava escuro e cheio de gente, todas mascaradas, e mais luzes neon fortíssimas piscando incessantemente.

Olhei para o celular, numa tentativa nula de me distrair com algum jogo. Passaram-se alguns minutos até que Jane voltou.

— Você já viu o barman? Meu Deus, ele é um gato! — se sentou no meu lado, colocando as bebidas na mesa. — E eu consegui o telefone dele. — ela deu um sorrisinho malicioso, mostrando um pequeno pedaço de papel.

— Você não perde tempo mesmo, hein? — eu ri, no exato momento em que passaram dois garotos realmente atraentes na nossa frente.

O da direita usava uma camiseta branca e tinha um sorriso de cegar, seus dentes pareciam pérolas enfileiradas. O segundo usava uma camisa xadrez de botões e tinha um sorriso tão lindo quanto o do outro.

Ambos eram morenos, sendo que o primeiro parecia ter os olhos amendoados, enquanto o segundo um azul um pouco incomum, meio que violeta.

Eles conversavam animadamente, até pararem na frente de nossas mesas de repente.

No momento eu já me via hipnotizada, tentando captar mais daqueles olhos no escuro do salão em meio à todas aquelas luzes loucas.

— Então... — ele maneou a cabeça para o lado de um modo encantador, sorrindo. — As senhoritas necessitam de mais alguma companhia? — ele voltou o olhar para nós.

Cara, aquele sorriso, meu Deus, aquele sorriso era capaz de causar uma guerra mundial.

— Sintam-se à vontade. Veremos se são capazes de... — ela sorriu maliciosamente. — Nos entreter.

E eu corei. Sem acreditar no que podia sair da boca de Jane mesmo quando não se tem nada a dizer.

Tentando fugir um pouco do fato de que um momento eu teria de me pronunciar, bebi mais um pouco do coquetel de morango.

— Espero conseguir entretê-las. — o dos olhos amendoados sorriu. Seus olhos eram de um claro que mais parecia dourado, mas era quase brilhante, reluzente. Encantador. O efeito da máscara marrom os envolvendo também fazia os olhos reluzirem mais um pouco, percebi. — Ou melhor, nós esperamos. — ele estendeu a mão. — Meu nome é Scott.

Hesitante, mesmo que não muito, Jane apertou a mão do cara. Dando deixa para eu apertá-la, muito mais hesitante que Jane.

— E eu sou Matt. — o segundo garoto, dos olhos violeta e máscara preta, sorriu, estendendo sua mão. Eu a apertei, um pouco menos hesitante.

E sem saber o porquê disso. Ele estendeu sua mão para Jane, que a apertou, confiante.

E então, a conversa se desenrolou.

Nos apresentamos e acabamos descobrindo que tínhamos muitas coisas em comum.

Parecia que Jane e Scott se conheciam há anos, eles tiraram algumas fotos fazendo caretas de repente.

Matt cheirava a lavanda, coisa que eu descobri um pouco depois, na pista de dança.

— E como você e Jane se conheceram? — me indagou, enquanto dançávamos alguma música eletrônica.

— Bem, nós nos conhecemos em uma biblioteca, do campus. Não faz muito tempo. — eu sorri de lado. — Mas sinto que a conheço faz tempo, sabe?

— Sei exatamente como é. — ele sorriu. — Acho que estou sentindo o mesmo em relação à você. — vi que suas bochechas, mesmo no escuro, pareciam ter corado. E aquilo simplesmente preencheu meu coração. Matt era tão inteligente e tímido, que mesmo nesse pouco tempo em que o conheci, era mais que perceptível.

— Quer beber algo? — Matt se ofereceu.

— Hm... Na verdade eu gostaria de alguma batida de pêssego.

— Okay, eu já volto. — ele seguiu até o balcão. Parecia um príncipe ao andar, e eu sorri com tal pensamento.

Procurava por Jane, ou mesmo por Scott, mas não os achava de jeito nenhum.

Talvez eles estivessem fazendo coisinhas, se é que me entende.

Foi aí que eu vi algum rastro preto.

Um rastro não, era como um vulto. Ou um gato preto como carvão em extrema velocidade.

Ele atravessou o chão, e seguiu para uma parede de gesso, envolta por plantas trepadeiras. Mesmo sem saber porque, eu o segui.

Passando por debaixo do arco de gesso que ligava as duas paredes envoltas por folhas e me deparando com um jardim encantador.

Rosas, muitas rosas, vermelhas, cremes e alaranjadas enfeitavam aquela área. Também haviam orquídeas em alguns cantos e um mosaico no centro do jardim, entre a grama.

E não era um jardim pequeno.

Parecia ter um labirinto ali, entre os arbustos.

Mas antes daquele espaço, tinham alguns bancos e pequenas mesas. De ferro, e madeira, eles combinavam com tudo do jardim.

Vi algo brilhando em dourado no canto esquerdo, e hipnotizada o segui.

Sem saber o quê viria a seguir.

Fui empurrada brutalmente por alguém, alguém forte e bem mais pesado que eu.

Que logo percebi ser Scott.

Ele me pressionava contra a parede de gesso cor de creme, e eu tentava me livrar dele, sem sucesso.

— Venha comigo, Kate. — ele disse, numa voz inumana. E quando olhei em seus olhos, vi o exato momento em que as íris douradas e hipnotizantes se tornaram vermelhas.

Vermelho escarlate.

E não, eu não sou louca, acredite se quiser. No momento era essa a opção mais plausível.

— NÃO! ME SOLTE! — eu empurrava ele, mas era mais forte do que qualquer pessoa que já havia visto. Posso ter conhecido Scott em pouco tempo. Mas de uma coisa eu tenho certeza: aquele não era Scott. Não era.

— É a última vez que eu digo: Venha comigo. Eu estou mandando. Você tem muita sorte de eu ter recebido ordens que proíbem que eu te machuque. — seus olhos agora pareciam mais ferozes. O escarlate ardia, queimava e incendiava a íris. E aquilo parecia o consumir.

— EU NÃO VOU! ENTENDA: EU. NÃO. VOU. À LUGAR NENHUM. NEM COM VOCÊ, NEM COM NINGUÉM. ME SOLTE, AGORA!

Ele agarrou meus pulsos, tão forte que senti minha circulação ser rompida de forma bruta.

— Voc... — mas ele não pôde concluir o que quer que fosse falar. Porque no instante seguinte, ele foi interrompido.

— Você escutou o que ela disse, solte-a. Agora. Ou eu não vou hesitar em matá-lo, seu gilipollas.* — a voz masculina e harmoniosa, com um forte sotaque do que parecia ser espanhol.

Olhei para onde vinha a tal voz, que percebi ser de um cara.

Ou melhor, de um deus grego. Porque meu bem...

Seus olhos brilhavam feito duas esmeraldas, o cabelo ruivo encaracolado caía em cascatas, quase na altura do ombro, só que mais curto.

Era pálido, muito pálido, mas suas bochechas pareciam coradas. E ele tinha um efeito surreal, não sabia bem o porquê.

Todo vestido de preto, pelo que percebi, de relance. Não que fosse um problema, preto realçava ainda mais sua beleza.

Ele olhava desafiadoramente para o suposto Scott, e carregava certa petulância e sarcasmo.

Era irônico, e parecia ser aquele tipo de pessoa que poderia fazer piada com tudo.

No mesmo instante em que Scott percebeu sua presença, ele simplesmente desapareceu, deixando o que pareciam pequenas partículas prateadas, como fumaça.

Um registro temporário de que um dia esteve ali.

E no mesmo instante em que havia ido, eu caí. Fraca devido ao esforço que fazia para me livrar dele.

Minha vista foi ficando gradualmente turva, mas ainda pude ver um vulto dos cabelos de chama vindo até mim.

E então, tudo ficou preto.


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Notas finais do capítulo

*gilipollas: babaca (em espanhol).
Espero que tenham gostado! ❤️ Lembrando que comentários são super bem-vindos e que responderei todos.
Também não me importo com o tamanho dos comentários, okay?
Té mais



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