Caminhos sem Volta escrita por Kat0203


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Little Kat's, aqui está mais um capítulo para vocês. Se estiverem gostando, favoritem e recomendem. Agradeço desde já.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/540612/chapter/11

Deu vontade de esquecer todos os meus problemas quando abri a porta e vi Katheryn, com seus cabelos castanhos e seus olhos verdes, com um pote de sorvete de chocolate nas mãos. Peguei o pote e perguntei a Katheryn:

—Já disse hoje que eu te amo?

—Acho que sim. - Respondeu ela pegando o pote, entrando e sentando-se no sofá. Katheryn é do tipo de pessoa que adora moda e coisas relacionadas a roupa. Todo dia ela está com uma roupa nova que ninguém nunca havia visto ela vestir. Hoje ela estava com uma blusa branca sem manga de uma banda que ela gosta, short jeans e tênis. Aquela roupa era melhor que uma outra que ela havia usado em uma festa do colégio em que ela parecia uma galinha cor-de-rosa. - Onde está Amanda?

—Na cozinha. - Falei.

—Ah tá. OI AMANDA! - Gritou Katheryn.

—OI KATHERYN! - Respondeu Amanda da cozinha.

—Espero não estar atrapalhando nada. - Quando me virei, vi que era Andrew.

—Não, não está não. - Falei. - Onde está Kate?

—Bem, minha mãe chegou mais cedo em casa. Quando contei a ela que ia vir aqui com Kate ela disse "Por que Amanda não vem pra cá? Eu estava pensando em fazer uma torta de maça". - Ele tinha tentado imitar a voz da mãe dele, o que me fez rir. - Então a pergunta é: Amanda pode ir lá em casa brincar com Kate?

—Claro. AMANDA! - Chamei. Ela veio correndo. - Mudança de planos, você vai pra casa do Andrew brincar com Kate e comer torta de maça.

—Eba, adoro torta de maça. - Disse ela.

—E a minha é muito boa. - Disse uma mulher com cabelos loiros com apenas alguns fios grisalhos e olhos castanhos. Ela usava um vestido e parecia ter quarenta e poucos anos.

—Clem essa é a minha mãe, Amélia James. - Apresentou Andrew.

—Oi prazer em conhecê-la, você deve ser Clementine. - Disse ela estendendo a mão e eu a apertei. - O Andrew fala muito de você.

—Mãe não exagera. - Pediu Andrew.

—Não estou exagerando. Você fala mesmo muito dela. Todo dia é Clem pra lá, Clem pra cá. Não é mesmo Kate?

Havia uma garotinha de cabelos escuros e olhos da mesma segurando a mão da mãe. Ela concordou com a cabeça. Dei um olhar de "bom saber" para Andrew.

Amanda apareceu ao meu lado.

—Essa é minha irmã, Amanda. - Falei.

—Oh, olá Amanda. - Cumprimentou Amélia. - Esta aqui é Kate.

Kate e Amanda trocaram um sorriso.

—Bom, é melhor irmos. Se não a torta irá sair tarde. - Disse Amélia. - Vamos meninas. Se comportem vocês ok?

—Tudo bem. - Respondemos eu e Andrew juntos enquanto Amélia entrava em sua casa com as crianças.

—Entra ai. - Falei a Andrew. Ele riu. Quando fechei a porta e olhei para o sofá, Katheryn não estava lá. - Só um minuto. - Sai andando apressadamente para a cozinha, onde Katheryn estava com uma tigela de sorvete nas mãos e uma colher na boca.

Quando ela me viu tentou parecer assustada.

—Eu posso explicar. - Disse ela tirando a colher da boca, rindo.

—Você pode se explicar depois que eu perguntar para o Andrew se ele quer sorvete. - Falei.

—Ah tá. ANDREW! - Chamou Katheryn.

—Me chamaram? - Perguntou Andrew ao meu lado.

—Andrew, essa é Katheryn e Katheryn esse é Andrew.

Eles deram um aperto de mão.

—Mas e ai, você...quer um pouco? - Ofereceu ela erguendo a tigela de sorvete para Andrew.

—Claro, eu gosto bastante de sorvete de chocolate. - Respondeu Andrew.

—Eu boto um pouco pra você. - Me ofereci.

—Eu vou esperar vocês lá na sala. - Disse Katheryn se retirando da cozinha.

—Sua mãe parece ser uma pessoa legal. - Falei enquanto tirava o sorvete de Andrew.

—É, ela é legal. - Respondeu ele meio desanimado.

—O que foi? - Perguntei.

—Nada, é que... - ele suspirou. - eu não falo de você TODO dia. Só quando minha mãe pergunta como foi o meu dia.

—Deixa eu adivinhar, ela faz essa pergunta todos os dias?

Ele riu.

—Sim, tipo isso.

Entreguei a tigela de sorvete a ele.

—Então, o que vamos fazer? - Perguntou ele.

—Eu tenho uma ideia, mas não sei se Katheryn vai gostar. - Falei.

—E qual é a ideia?

—Eu estava pensando em irmos ao parque passear um pouco. Mas a Katheryn não gosta de ir muito lá. Ela tem vergonha.

—Por que ela tem vergonha? - Perguntou Andrew.

—Katheryn gosta de um garoto que mora em frente ao parque. Ela descreve ele como "o garoto mais bonito do mundo". - Respondi. - Eu sempre discordo porque eu nunca o vi.

Andrew riu.

—Então, o que estamos esperando? Vamos contar a Katheryn a sua ideia.

Quando contei a Katheryn sobre a ideia, pela primeira vez em anos ela respondeu:

—Beleza, vamos nessa.

—Você não vai discordar como em todas as vezes que digo isso? - Perguntei.

—Não vou perder um passeio com a minha melhor amiga e o amigo dela só por causa de um garoto lindo que mora em frente ao parque. - Respondeu ela.

—Então vamos, só deixa eu pegar o meu celular que deixei no meu quarto. - Falei, subindo as escadas.

Peguei meu celular e desci correndo para me juntar a Katheryn e Andrew, que já tinham aberto a porta e estavam do lado de fora conversando.

—Vamos? - Perguntei, trancando a porta.

—Vamos. - Responderam eles, juntos.

Quando chegamos ao parque, Katheryn parecia estar apreensiva porque não parava de olhar de um lado pro outro para ver se havia algum sinal do garoto que ela gosta.

Enquanto Katheryn andava de cabeça baixa, mas atenta a qualquer coisa, eu conversava com Andrew sobre coisas aleatórias. Segundo ele, reggae era o estilo de música que ele mais gosta, sua comida favorita é qualquer uma que envolvesse frango e sua cor favorita é verde por causa de seus olhos.

—Ai meu Deus, Clem! - Disse Katheryn, quase gritando. - Ele está ali! - Ela indicou um garoto que parecia ser mais velho que a gente com cabelos escuros e pele morena sentado embaixo de uma árvore lendo um livro. Na minha opinião, ele não era o garoto mais bonito do mundo mas como a própria Katheryn disse "O amor é cego". - Ai meu Deus, o que eu faço Clem?

—Vai falar com ele. - Respondi. - Ele parece ser legal igual o livro que ele está lendo.

—Você sabe qual é o livro que ele está lendo? - Perguntou Katheryn.

—Claro que sei, foi um dos melhores que eu já li. - Respondi. - Olha, você vai lá e fala sobre o livro. O nome é "Vênus", se ele te perguntar qual é o seu personagem favorito diz que é a Kara e a sua parte favorita é a parte em que o George beija a Kara.

—Tudo bem. Vou fazer isso. - Ela respirou fundo e andou até onde o garoto estava e sentou-se ao lado dele. Eu e Andrew começamos a rir.

—Por que estamos rindo? - Perguntou Andrew.

—Sei lá. - Respondi, o que fez a gente rir mais ainda. - Vamos sentar em um banco e observar discretamente os dois.

Sentamos em um banco o mais longe possível da árvore em que Katheryn estava e ficamos observando os dois conversando. Eu e Andrew não falamos nada enquanto isso.

Depois de mais ou menos uns quinze minutos, Katheryn e o garoto se levantaram. Katheryn veio na nossa direção com um sorriso de orelha a orelha.

—Ele me convidou para ir na casa dele. - Disse ela.

—Que ótimo Katheryn. - Falei.

—Mas e vocês? - Perguntou ela.

—A gente vai ficar aqui mais um pouco. - Disse Andrew.

—Ok então. Me desejem sorte. - Disse ela, se virando e andando até o garoto.

Eu e Andrew ficamos sem olhar um para o outro por alguns instantes.

—Quer passear? - Perguntou Andrew.

—Não sei, você quer? - Andrew riu.

—Se você quiser eu quero.

—Então vamos passear ué. - Falei rindo.

Nos levantamos e demos umas três voltas no parque inteiro antes de desviarmos nosso caminho e voltar para a minha casa. Chegando lá, jogamos videogame até dizer chega.

—A gente se vê amanhã? - Perguntei, quando Andrew estava indo embora.

—Com certeza! - Respondeu ele.

Quando abri a porta, Amanda estava do lado de fora com um embrulho pequeno.

—Oi Clem. - Cumprimentou ela sorridente. - Eu trouxe um pedaço da torta de maça. Ela é MUITO boa.

—Deixe em cima da mesa, daqui a pouco eu como. - Falei.

—Tudo bem. - Ela entrou e foi para a cozinha.

—Até amanhã Andrew.

—Até amanhã Clem.

Fiquei observando Andrew ir para casa antes de fechar a porta.

* * *

A primavera havia chegado e como sempre, veio fria.

Eram 05:00 horas da manhã. Eu tinha acabado de acordar de um pesadelo que tive com meu pais do qual eu estava sendo afogada dentro do carro deles e ai eu vejo eles sendo mortos no acidente. Eu odeio esse pesadelo mais do que qualquer um dos outros que já tive.

Minha rotina é sempre a mesma. Acordo 05:00, fico na cama por mais meia hora, vou acordar Amanda, tomo banho, como meu cereal, levo Amanda até minha tia, arrumo minha mochila e saio para acompanhar Andrew até o colégio. Chegando lá, encontramos Lara e Amy e vamos para primeira aula.

Na hora do recreio foi diferente. Sentamos junto com Emilly no pátio, como fazemos todos os dias, e começamos a conversar. Foi quando Thalia e suas amiguinhas chegaram perto da gente e jogaram água em nós.

—Ops, foi sem querer. - Disse Thalia.

—Chega Thalia! - Me exaltei. - Deixe a gente em paz! Senão...

—Senão o que? Vai pedir pro seu namoradinho te defender? - Ela e suas amigas começaram a rir.

—Não Thalia, dessa vez eu vim preparada. LARA AGORA!

Lara pegou uma garrafa com suco de morango e jogou nas roupas caras de Thalia. Logo em seguida, Amy jogou água em Clary e Jessie.

—Vocês ganharam dessa vez suas suckers. Mas terá uma revanche. - Thalia saiu andando, indo para o banheiro. Começamos a rir e as pessoas em volta começaram a nos aplaudir.

—Boa ideia Clem. - Disse Emilly.

—A ideia foi de Andrew. - Falei. - E que ideia genial!

—Era essa ou a da maionese e nem queira saber como era a da maionese. - Disse Lara.

O sinal tocou e subimos para as duas últimas aulas.

Quando chegou a hora de ir embora estava chovendo.

—Alguém trouxe um guarda-chuva? - Perguntou Amy.

Ninguém respondeu.

—Acho que vamos ter que ir na chuva mesmo. - Disse Lara rindo.

Saímos na chuva. Lara e Amy foram para um lado e eu e Andrew para o outro.

—Espera, Clem. - Pediu Andrew, fazendo eu parar no meu meio da chuva.

—Se eu ficar resfriada a culpa vai ser sua. - Falei rindo.

—Eu quero te contar uma coisa.

—Acho melhor você contar quando chegarmos em casa.

—Mas aqui é o momento perfeito pra contar. - Ele suspirou. - Eu...eu gosto de você.

Fiquei em silêncio por um tempo antes de dizer alguma coisa.

—Desde quando você sente alguma coisa por mim?

—Desde do primeiro dia que eu te vi. - Respondeu ele. - Mas só fui ter certeza um pouco depois disso.

—Andrew, eu realmente não sei o que dizer.

Ele se aproximou de mim e me deu um beijo na bochecha.

—Agora a gente pode ir embora. Vem. - Andrew pegou a minha mão mas eu não me movi. - Clem, o que foi?

Fiz a primeira coisa que veio em minha cabeça; abracei Andrew bem forte. Meu coração estava acelerado. Larguei Andrew e fiquei cara a cara com ele. Estávamos quase nos beijando quando, por algum motivo, recuei.

—Eu sou tão feio assim? - Perguntou ele, o que me fez rir.

—Eu não disse que você era feio. - Um trovão. - Vamos, antes que a gente pegue um resfriado.

E começamos a andar de mãos dadas.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Caminhos sem Volta" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.