Green Eyes escrita por Charlotte


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura :)



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Octavian estava paralisado.

Ela me beijou?

Ainda que fosse um rápido beijo de despedida na bochecha, ele sentia como se tivesse ganhado na loteria. Ficou um bom tempo parado, apenas encarando a Colina Meio-Sangue, lembrando-se dos últimos momentos na companhia daquela ruiva tão teimosa e estressada.

O taxista buzinou.

–- Ah, sim, desculpe. – Octavian se desculpou, entrando no carro.

Passou o caminho inteiro apenas pensando no que tinha acontecido há poucos minutos atrás. Finalmente chegou à colina perto do Acampamento Júpiter, e o taxista estranhou o local onde o garoto ia descer. Sem fazer perguntas, ele pegou seu dinheiro e foi embora.

Octavian desceu o barranco e entrou no túnel com sua tradicional expressão de escárnio. Os guardas estranharam Octavian chegando (pois não o viram saindo), todo sujo e molhado. Mas também não fizeram perguntas, pois a expressão dele estava um pouco mais radiante que o normal, e temiam que ele os dissecasse assim como ele fazia com seus ursinhos.

O áugure tentou passar despercebido pela multidão de campistas (o que era um pouco difícil, vendo o estado em que ele estava), mas alguém agarrou seu braço. Era Percy.

–- Mas o que você está fazendo aqui?

–- Ah, vi você saindo do acampamento. Os romanos convidaram a nós para assistir a um duelo de bigas, muito divertido. Aliás, o que você estava fazendo lá, e como está nesse estado – Percy o fitou. – sem sua toga, nem nada... Espere... A toga que a Rachel estava usando era...

–- NÃO! Hã... Caham... Não, Jackson, não era minha. Eu acabei esquecendo de coloca-la. Mas isso não te interessa.

–- Interessa a partir do momento que em que você estava no meu acampamento com a minha...

–- Sua o que? Namoradinha secreta? Amante? Garanto que Annabeth não ia gostar nada de saber disso.

Percy sacou a espada, e levou Octavian para um canto isolado. Prensando-o na parede, pressionou a lâmina em sua garganta.

–- Cala a boca! Rachel é só minha amiga, e exatamente por isso eu nunca vou deixa-la. Sem falar que é Annabeth quem eu amo e eu não admito que você fale nada sobre ela e nem sobre nenhum dos meus amigos, você me entendeu?

–- Acha que assusta alguém com isso? Sei que o bronze dos graecus não pode ferir a semideuses.

–- É? Mas a minha mão pode!

Percy ia se preparar para socar a cara de Octavian, quando Reyna apareceu.

–- Eu posso saber que diabos estão fazendo aqui? – sua voz era fria e cortante como a lâmina que carregava consigo.

–- Reyna! Esse graecus maldito, maníaco e possessivo, acha que tem autoridade no nosso – a voz de Octavian de um falsete. – acampamento e...

Reyna levantou a mão, mandando-o se calar.

–- Desde que se tornou pretor, ele pode fazer o que bem entender. Além disso, eu continuo sendo a autoridade máxima por aqui, e não admito que arruínem a trégua entre os dois acampamentos por um motivo pessoal.

–- Foi mal, Reyna. Ele conseguiu me tirar do sério.

–-Tudo bem. Eu entendo. Não sei como não fiquei louca ainda...

Percy riu, e Octavian rolou os olhos.

–- Se me dão licença, tenho mais o que fazer. – ele disse, caminhando para longe.

Ótimo. Como se não bastasse isso, os graecus ainda estavam infiltrados no acampamento, especialmente os que Octavian menos gostava. Resolveu ir para seu gabinete, e tentar pensar em qualquer coisa que não fosse a garota dos cabelos rubros fartos.

Enquanto isso...

–- Ah não. Pode sair daí! – Annabeth puxou as cobertas.

–- Annabeth! – Rachel gritou, se escondendo de volta embaixo das cobertas.

–- Rachel Elizabeth Dare. Você vai sair por bem ou prefere que eu te tire daí à força?

–- Eu já disse que não vou! Tenho muito o que fazer hoje.

–- Ah é? Tipo o que? Pintar coisas aleatórias? Fazer de novo todas as atividades do acampamento?

–- Basicamente...

–- Faça-me o favor, né? Vamos sair um pouco! Aproveite que vencemos a guerra, vamos comemorar!

–- Mas eu...

–- Nada de “mas”! Você vai sair daí agora e virá comemorar conosco.

–- E o que exatamente vocês farão?

–- Ora, quando a guerra acabou, os romanos vieram comemorar aqui conosco. Nada mais justo e mais divertido do que fazer o mesmo!

–- Eu não vou para aquele acampamento nem morta!

–- Puxa, Rachel, faz uma forcinha! Qual é o problema com os romanos?

–- Problema nenhum, eu gosto deles, mas...

Annabeth cruzou os braços.

–- O que ele fez?

–- Hã? Do que está falando? – Rachel a fitou, confusa.

–- Você sabe muito bem. Octavian. O que ele fez?

Rachel praguejou mentalmente, esperando que seu rosto não estivesse corado.

–- Ah, eu sei que tem alguma coisa diferente acontecendo entre vocês. Desde ontem, quando pedi a você que lhe mostrasse o acampamento. E logo depois, hoje bem cedinho, você dando um beijo de despedida nele.

Rachel corou violentamente, e deixou-se praguejar em voz alta. Annabeth reprimiu o riso.

–- Ai, meus deuses! Como viu isso?

–- Eu estava procurando meu celular, que tinha caído em algum lugar no barro. Foi quando eu vi vocês. Aliás, que toga era aquela? O que vocês fizeram, huh? – Annabeth franziu o cenho, usando uma entonação sarcástica que lembrava Leo Valdez e suas piadas maliciosas.

–- Está louca, Annie? Não aconteceu nada! Ele veio aqui de madrugada, e estava uma chuva terrível. Quando o convidei para entrar e não ficar lá, na chuva, a pedra da minha gruta nos prendeu lá dentro. Adivinhe: Afrodite.

–- Hum... – Annabeth parecia desconfiada. – E por que ele veio aqui de madrugada?

Rachel corou.

–- E eu vou lá saber?

–- Mas ainda não me respondeu sobre a toga. – ela disse, apontando para Rachel, que se deu conta de que ainda estava com ela.

–- Afrodite nos infernizou! Me acordou no meio da noite, me arrumou, me mandou sair da gruta, permitiu que eu me encharcasse e fosse obrigada a trocar de roupa no mesmo recinto que Octavian! E o pior! Eu estava já sem o vestido, e ao procurar uma roupa no meu armário, não tinha nenhuma. Ele, então, por não querer me ver daquele jeito, ofereceu a toga dele. – Rachel disse, privando Annabeth dos detalhes mais importantes.

Annabeth assobiou.

–- Ela está meio obcecada por vocês dois. Mas, sabe... Eu não tiro a razão dela. Vocês formam um casal muito bonitinho. – ela disse, rindo.

–- COMO É?

–- Calma, só estou brincando! Sei como se sente. Mas relaxe, Rachel, aproveite a festa! Octavian consegue estragar o nosso dia, mas não dessa vez. Ou prefere que eu te leve de toga e tudo?

–- NÃO! Hã, não... Certo, você venceu. – Annabeth olhou para ela como se fosse óbvio. – Me dê um minuto.

–- Obrigada! – Annabeth sorriu e comemorou a vitória em silêncio.

Rachel entrou, e pegou em seu armário (onde suas roupas estavam de volta, graças aos deuses) uma calça menos rasurada de tinta, uma camiseta qualquer e um moletom cinza. Ao sair, se deparou com Annabeth e seu sorriso vitorioso. Suspirou e a acompanhou para mais uma longa viagem.


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Notas finais do capítulo

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