Green Eyes escrita por Charlotte
Notas iniciais do capítulo
Boa leitura :)
–- Mas o que? Ela disse que duraria até amanhã! – Octavian disse, confuso, ainda que estivesse aliviado.
–- Ah, eu julgo um beijo na chuva muito mais romântico... – a voz da deusa ecoou na cabeça dos dois, que reviraram os olhos.
–- É melhor eu ir.
–- Não! Hã, digo... Fique aqui, por favor...
–- E por que?
–- Vai ficar doente, o caminho é longo, e a chuva não vai cessar tão cedo. Vem, vamos para um lugar coberto.
Rachel puxou Octavian, que protestava. Por fim, percebeu que não adiantaria discutir e apenas seguiu a garota. Os dois entraram na caverna, e uma pedra caiu, tampando a saída. Cheirava a perfume de marca.
–- Ah, Afrodite de novo... O que você quer, hein? O que acha que vai conseguir com essa palhaçada? – Rachel gritou, desapontada.
–- Acho que gritar com ela não vai adiantar muito. Ela é irredutível.
–- Eu tenho cara de quem está ligando? Pare de brincar comigo, estou avisando!
–- NOS DEIXE SAIR, VÊNUS! – Octavian disse, socando a rocha.
–- Ou o que? – a voz da deusa ecoou.
–- Ou eu vou te dar umas bifas, e... – Octavian chegou por trás de Rachel, tapando sua boca.
–- Cala a boca!
–- Mfffgh... – Rachel grunhiu, tentando se soltar, sem sucesso.
–- Ela é uma deusa, sua louca! Acha que simplesmente pode dar umas porradas nela? Você vai ser vaporizada!
–- Como você se importasse... – Rachel disse, quando finalmente parou de se bater e Octavian a soltou.
–- Apenas cale a boca. Já temos problemas demais.
Rachel suspirou e se jogou na cama.
–- Nunca pensei que diria isso, mas... Você tem razão.
–- Sei disso. Hey... – ele disse, se aproximando da cabeceira da cama. – Isso é seu?
–- O que?
–- O Teddy Bear.
–- Bem, agora é...
–- Resolveu me ouvir, e fazer a recepção de profecias direito?
–- Não, é só enfeite mesmo. Sabe que não adianta nada queimar pelúcias né?
–- Óbvio que adianta. Mas por que você tem um ursinho sacrificado para os deuses de enfeite?
–- Me traz boas lembranças... – Rachel disse, pensativa, enquanto observava um Octavian todo encharcado e confuso.
–- O que foi? – Octavian perguntou, vendo que Rachel o encarava.
–- Ah, sim, caham... Desculpe, eu só estava pensando.
–- Em que?
–- Nada não... – Rachel tremeu. – Que frio!
–- Troque de roupa.
–- O que? Aqui? Com você olhando?
–- Não vou olhar! Está louca?
–- Não confio muito.
–- Você fala como se eu quisesse vê-la assim... Também vou trocar de roupa, sorte que minha mochila é impermeável.
–- Ok, vamos fazer assim: eu não olho você e você não me olha. Temos um trato?
–- Temos um trato. Você primeiro.
–- Não, vamos ao mesmo tempo. Assim, estaremos ocupados nos trocando e não olharemos um para o outro.
–- Ótimo.
Os dois se viraram, mas Rachel hesitou. Tirou o vestido mais devagar, e observou Octavian. Seu corpo era muito mais definido do que imaginava. Ficou olhando ele se trocar, e quando se deu por si, ele já estava terminando de ajeitar a toga. Foi correndo ao armário, e...
–- Minhas roupas! Onde estão minhas roupas?
Octavian ia se virar, mas Rachel tacou o travesseiro nele, e se cobriu o mais rápido possível com o edredom.
–- O que houve? – ele disse, cuspindo uma pena.
–- Todas as minhas roupas desapareceram!
Uma risadinha feminina pôde ser ouvida.
–- Ah, aquela...
–- Você não vai ficar assim, vai?
–- Eu...
–- Toma aqui, veste a minha toga. Não vai ficar sem roupa.
–- Por que está fazendo isso?
–- Porque eu não quero te ver desse jeito, indecente. Veste logo! – Octavian jogou a toga para Rachel, que se escondeu atrás do edredom e a vestiu, acanhada.
Ao sair, Octavian deixou o queixo cair. Ela colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha, vermelha como um tomate.
–- Dare, você está... está ... perfeita.
–- O que está dizendo?
–- Eu... Não consigo segurar meus pensamentos... Eles simplesmente saem da minha boca!
–- Então quer dizer que você está pensando que eu estou “perfeita”?
–- Eu, hã... – Octavian engasgou.
–- É-é muita gentileza sua, mas é apenas uma toga. Ainda estamos sob o efeito da bênção de Afrodite, você está delirando.
–- É, talvez eu esteja.
–- É por isso que está concordando com quase tudo o que eu digo, e me elogiando, e porque mesmo todo encharcado continua lindo.
–- Continuo o que?
Rachel tapou a boca com as mãos.
–- Eu disse... lindo?
–- Disse.
–- Ops... Pensamentos escapulindo, você sabe...
–- Então você estava pensando que eu sou lindo? – Octavian repetiu o que Rachel tinha dito, com sarcasmo.
–- Ai meus deuses... Esqueça isso, está me afetando também.
–- Melhor mesmo...
Octavian olhou para o relógio pendurado e arregalou os olhos.
–- Ah deuses, veja que horas são! Estamos presos aqui e eu preciso voltar para o Acampamento... Merda, nem sei por que saí de lá!
–- “Mas que linguajar terrível... Para um garoto como você”. – Rachel debochou.
–- Vá para o Tártaro!
–- Com certeza seria muito mais agradável...
–- Seria muito mais agradável que você calasse a boca. Por que eu fui sair de lá, o que deu em mim afinal?
–- Olha, reclamar não vai adiantar agora, fora que nem se não estivéssemos presos daria pra sair daqui. Olha a chuva que está caindo!
–- Realmente.
–- Então cale a boca você.
–- Só se você calar primeiro.
–- Ah, você é insuportável!
–- Não mais que você.
–- Cale-se!
–- Nunca! A última palavra sempre é minha!
–- Nem sempre. Você está no meu espaço, e quem manda aqui sou eu!
–- “E eu tenho cara de quem está ligando”? – dessa vez Octavian que debochou, deixando Rachel ainda mais irritada.
–- Aaaaah, você me deixa louca!
–- Sei que posso dizer o mesmo. Mas não o farei.
–- Ah é? Então você quer briga? Vamos lá!
–- Qual é o seu problema?
–- Você! Se você não tivesse aparecido, nada disso estaria acontecendo!
–- Ah, então o problema sou eu? Eu vim aqui porque Vênus me obrigou, fui terrivelmente arrumado por culpa dela, encontrei você no meio da chuva e ainda ofereci minha toga para você não ficar nua e passando frio e é assim que me agradece?
Rachel o fitou.
–- Tá desculpa. Tirando a última parte, tudo isso é problema seu.
–- Você é muito mal-agradecida mesmo! – Octavian esbravejou, irritado.
Uma batida na pedra da gruta os fez parar de discutir.
–- Rachel? Está tudo bem? Quem está aí? – Percy disse lá fora.
–- Percy! – Rachel arquejou, desesperada, e começou a empurrar Octavian para o armário.
O garoto começou a golpear a pedra nos cantos, que começou a ceder um pouquinho.
–- Por que eu tenho que me esconder?
–- Não acha um pouco estranho você estar aqui a essa hora, dentro da minha gruta?
–- É, talvez. Mas você... – Rachel o interrompeu, fechando a porta do armário em sua cara. Respirando fundo, caminhou até a rocha e a tocou. Ela se afastou, e Percy apareceu do lado de fora.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Reviews?