Green Eyes escrita por Charlotte


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura :)



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–- Mas o que? Ela disse que duraria até amanhã! – Octavian disse, confuso, ainda que estivesse aliviado.

–- Ah, eu julgo um beijo na chuva muito mais romântico... – a voz da deusa ecoou na cabeça dos dois, que reviraram os olhos.

–- É melhor eu ir.

–- Não! Hã, digo... Fique aqui, por favor...

–- E por que?

–- Vai ficar doente, o caminho é longo, e a chuva não vai cessar tão cedo. Vem, vamos para um lugar coberto.

Rachel puxou Octavian, que protestava. Por fim, percebeu que não adiantaria discutir e apenas seguiu a garota. Os dois entraram na caverna, e uma pedra caiu, tampando a saída. Cheirava a perfume de marca.

–- Ah, Afrodite de novo... O que você quer, hein? O que acha que vai conseguir com essa palhaçada? – Rachel gritou, desapontada.

–- Acho que gritar com ela não vai adiantar muito. Ela é irredutível.

–- Eu tenho cara de quem está ligando? Pare de brincar comigo, estou avisando!

–- NOS DEIXE SAIR, VÊNUS! – Octavian disse, socando a rocha.

–- Ou o que? – a voz da deusa ecoou.

–- Ou eu vou te dar umas bifas, e... – Octavian chegou por trás de Rachel, tapando sua boca.

–- Cala a boca!

–- Mfffgh... – Rachel grunhiu, tentando se soltar, sem sucesso.

–- Ela é uma deusa, sua louca! Acha que simplesmente pode dar umas porradas nela? Você vai ser vaporizada!

–- Como você se importasse... – Rachel disse, quando finalmente parou de se bater e Octavian a soltou.

–- Apenas cale a boca. Já temos problemas demais.

Rachel suspirou e se jogou na cama.

–- Nunca pensei que diria isso, mas... Você tem razão.

–- Sei disso. Hey... – ele disse, se aproximando da cabeceira da cama. – Isso é seu?

–- O que?

–- O Teddy Bear.

–- Bem, agora é...

–- Resolveu me ouvir, e fazer a recepção de profecias direito?

–- Não, é só enfeite mesmo. Sabe que não adianta nada queimar pelúcias né?

–- Óbvio que adianta. Mas por que você tem um ursinho sacrificado para os deuses de enfeite?

–- Me traz boas lembranças... – Rachel disse, pensativa, enquanto observava um Octavian todo encharcado e confuso.

–- O que foi? – Octavian perguntou, vendo que Rachel o encarava.

–- Ah, sim, caham... Desculpe, eu só estava pensando.

–- Em que?

–- Nada não... – Rachel tremeu. – Que frio!

–- Troque de roupa.

–- O que? Aqui? Com você olhando?

–- Não vou olhar! Está louca?

–- Não confio muito.

–- Você fala como se eu quisesse vê-la assim... Também vou trocar de roupa, sorte que minha mochila é impermeável.

–- Ok, vamos fazer assim: eu não olho você e você não me olha. Temos um trato?

–- Temos um trato. Você primeiro.

–- Não, vamos ao mesmo tempo. Assim, estaremos ocupados nos trocando e não olharemos um para o outro.

–- Ótimo.

Os dois se viraram, mas Rachel hesitou. Tirou o vestido mais devagar, e observou Octavian. Seu corpo era muito mais definido do que imaginava. Ficou olhando ele se trocar, e quando se deu por si, ele já estava terminando de ajeitar a toga. Foi correndo ao armário, e...

–- Minhas roupas! Onde estão minhas roupas?

Octavian ia se virar, mas Rachel tacou o travesseiro nele, e se cobriu o mais rápido possível com o edredom.

–- O que houve? – ele disse, cuspindo uma pena.

–- Todas as minhas roupas desapareceram!

Uma risadinha feminina pôde ser ouvida.

–- Ah, aquela...

–- Você não vai ficar assim, vai?

–- Eu...

–- Toma aqui, veste a minha toga. Não vai ficar sem roupa.

–- Por que está fazendo isso?

–- Porque eu não quero te ver desse jeito, indecente. Veste logo! – Octavian jogou a toga para Rachel, que se escondeu atrás do edredom e a vestiu, acanhada.

Ao sair, Octavian deixou o queixo cair. Ela colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha, vermelha como um tomate.

–- Dare, você está... está ... perfeita.

–- O que está dizendo?

–- Eu... Não consigo segurar meus pensamentos... Eles simplesmente saem da minha boca!

–- Então quer dizer que você está pensando que eu estou “perfeita”?

–- Eu, hã... – Octavian engasgou.

–- É-é muita gentileza sua, mas é apenas uma toga. Ainda estamos sob o efeito da bênção de Afrodite, você está delirando.

–- É, talvez eu esteja.

–- É por isso que está concordando com quase tudo o que eu digo, e me elogiando, e porque mesmo todo encharcado continua lindo.

–- Continuo o que?

Rachel tapou a boca com as mãos.

–- Eu disse... lindo?

–- Disse.

–- Ops... Pensamentos escapulindo, você sabe...

–- Então você estava pensando que eu sou lindo? – Octavian repetiu o que Rachel tinha dito, com sarcasmo.

–- Ai meus deuses... Esqueça isso, está me afetando também.

–- Melhor mesmo...

Octavian olhou para o relógio pendurado e arregalou os olhos.

–- Ah deuses, veja que horas são! Estamos presos aqui e eu preciso voltar para o Acampamento... Merda, nem sei por que saí de lá!

–- “Mas que linguajar terrível... Para um garoto como você”. – Rachel debochou.

–- Vá para o Tártaro!

–- Com certeza seria muito mais agradável...

–- Seria muito mais agradável que você calasse a boca. Por que eu fui sair de lá, o que deu em mim afinal?

–- Olha, reclamar não vai adiantar agora, fora que nem se não estivéssemos presos daria pra sair daqui. Olha a chuva que está caindo!

–- Realmente.

–- Então cale a boca você.

–- Só se você calar primeiro.

–- Ah, você é insuportável!

–- Não mais que você.

–- Cale-se!

–- Nunca! A última palavra sempre é minha!

–- Nem sempre. Você está no meu espaço, e quem manda aqui sou eu!

–- “E eu tenho cara de quem está ligando”? – dessa vez Octavian que debochou, deixando Rachel ainda mais irritada.

–- Aaaaah, você me deixa louca!

–- Sei que posso dizer o mesmo. Mas não o farei.

–- Ah é? Então você quer briga? Vamos lá!

–- Qual é o seu problema?

–- Você! Se você não tivesse aparecido, nada disso estaria acontecendo!

–- Ah, então o problema sou eu? Eu vim aqui porque Vênus me obrigou, fui terrivelmente arrumado por culpa dela, encontrei você no meio da chuva e ainda ofereci minha toga para você não ficar nua e passando frio e é assim que me agradece?

Rachel o fitou.

–- Tá desculpa. Tirando a última parte, tudo isso é problema seu.

–- Você é muito mal-agradecida mesmo! – Octavian esbravejou, irritado.

Uma batida na pedra da gruta os fez parar de discutir.

–- Rachel? Está tudo bem? Quem está aí? – Percy disse lá fora.

–- Percy! – Rachel arquejou, desesperada, e começou a empurrar Octavian para o armário.

O garoto começou a golpear a pedra nos cantos, que começou a ceder um pouquinho.

–- Por que eu tenho que me esconder?

–- Não acha um pouco estranho você estar aqui a essa hora, dentro da minha gruta?

–- É, talvez. Mas você... – Rachel o interrompeu, fechando a porta do armário em sua cara. Respirando fundo, caminhou até a rocha e a tocou. Ela se afastou, e Percy apareceu do lado de fora.


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Notas finais do capítulo

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