Green Eyes escrita por Charlotte


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura :)



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No meio do caminho, Octavian não aguentava mais. Seus pés suplicavam por uma pausa, e sua roupa já estava encharcada. Praguejava enquanto tirava pedaços de pelúcia molhados do meio de sua roupa, e orava aos deuses para que achasse um abrigo apenas para se secar e comer alguma coisa.

Pegara dois ônibus e um trem, até que finalmente, depois de pagar um táxi, chegou à Colina Meio Sangue. Era agora ou nunca. Entraria pelo bosque, e iria até a gruta de Rachel.

–- Eu disse que te guiaria... – Octavian ouviu Vênus atrás dele, e quase (por muito, muito pouco) não rolou o barranco abaixo.

–- Então... Foi você! Eu fiz tudo isso, me arrisquei e me molhei inteiro por sua culpa! Porque você se infiltrou em minha mente, me fazendo entrar nesse lugar imundo!

Vênus abriu a mão, e Octavian sentiu uma brisa perfumada o rodeando. Suas roupas se secaram em um átimo, e seus cabelos se pentearam automaticamente. Estava extremamente bem arrumado, e chegava até a ficar um pouco bonito. Ainda que continuasse chovendo, ele não podia se molhar.

–- O que você fez?

–- Ah, minha bênção. Dura um dia. Então você vai ficar assim até amanhã nesse mesmo horário. A não ser que, sei lá, eu resolva anular, o que eu não farei.

–- Ah, não. Não, não, não, não! Não pode ser! Como eu vou aparecer no Senatus agora? E com a Rachel? Ela vai achar que eu me arrumei todo pra ela! Argh! Desfaça... Isso... Agora!

–- Infelizmente, ou felizmente, não é possível. Terá que esperar até amanhã, querido. Agora vá. Já que está aqui, vá encontra-la. Afinal foi pra isso que você veio, não?

–- Não. Você me trouxe aqui.

–- Digamos que você precisasse de um empurrãozinho. Agora vá, criança. Não se preocupe com as dríades, eu já avisei todos que estão na patrulha para deixarem você entrar. Vá, vá, vá! – ela disse, dando leves tapinhas em seu ombro.

Octavian olhou a colina. Já que estava lá, não adiantaria voltar atrás. Precisaria encarar a situação. Respirou fundo, e desceu.

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Rachel ouvia a chuva caindo, e por algum motivo, não conseguia dormir. Levantou-se de sua cama, e respirou fundo.

–- Olá!

Rachel gritou. Passou a mão levemente pelos cabelos, um pouco acanhada pela terrível aparência que provavelmente estaria, principalmente quando a deusa do amor está em sua frente.

–- Caham... olá, Afrodite.

–- Ah, que amor, me reconheceu!

–- Impossível não reconhecer... – Rachel disse, como se fosse um pouco óbvio. – Mas o que você faz aqui... – a menina franziu o cenho, olhando para o relógio. – A essa hora?

–- Só vim dar uma ajudinha, afinal não é todo dia que se tem um encontro, não?

–- Hã? Encontro?

–- Ops! Bem, vamos nos apressar! Assim que a transformação for completa, vá para o bosque. Boa sorte! – a deusa jogou um tipo de pozinho rosa em cima de Rachel, e desapareceu.

Rachel tentou chamar Afrodite, mas ela já tinha ido embora. Quando olhou para si mesma, quase deu um grito. Foi em direção ao espelho, cambaleando, e quase não acreditou no que viu. Seus cabelos estavam incrivelmente arrumados, sem nenhum vestígio de tinta. Suas olheiras sumiram. Em seu rosto, uma maquiagem leve e delicada realçava seus olhos, e trajava um vestido florido e sapatilhas. Nem parecia a mesma pessoa, estava horrivelmente bem arrumada!

–- O que é isso?

–- Apenas vá para o bosque! – a voz de Afrodite ecoou por toda a caverna, e Rachel, involuntariamente, obedeceu.

A noite estava bonita e quente, o que provavelmente era obra da deusa, levando em conta que garoava há minutos atrás. Era desesperador. Rachel tentava se desarrumar, borrando a cara e puxando os cabelos, mas nada parecia adiantar. Tapou os olhos, e foi andando sem rumo de costas, até que bateu em alguém, que gritou junto com ela.

Octavian e Rachel se viraram, encontrando os rostos. Os dois ficaram bastante vermelhos e ambos embasbacados pela aparência do outro.

–- O que você está fazendo aqui? – Octavian perguntou.

–- Faço da sua pergunta a minha! Você não tinha voltado?

–- Tinha, m-mas... Você está...

–- Estou...?

–- Você está de vestido...

–- P-pois é... Estou. E você, está todo arrumado... está...lindo.

–- Lindo? – Octavian corou.

–- É... Não! Ai, meus deuses, o que está acontecendo comigo? – Rachel tapou o rosto com as mãos de novo, tentando desesperadamente achar um buraco onde pudesse enterrar sua cara. – Pare de me olhar! Eu estou horrenda!

–- Você está maravilhosa, graecus.

–- Como é?

–- E-e-eu... Er...

–- Então foi por isso que Afrodite apareceu aqui!

–- Vênus? Sim! Ela me fez vir até aqui e depois me arrumou todo. Não pense que eu fiz de propósito. Eu nunca me arrumaria pra você, e muito menos viria aqui a essa hora da noite só pra isso...

–- Claro. E eu nunca me arrumaria dessa forma só pra você. Mas você não faz ideia de como eu quero te beijar agora.

–- Você quer o quê? – Octavian arregalou os olhos, com o rosto extremamente vermelho.

–- Eu não sei... O seu perfume, sua aparência... você... Eu não entendo. Eu apenas... preciso beijar você.

Octavian pôs a mão na testa de Rachel.

–- Sem febre. O que está dizendo, graecus?

–- Eu não sei! Eu te odeio, o que está fazendo comigo?

–- O que você está fazendo comigo?

Os dois se encararam em silêncio, e foram se aproximando aos poucos, mas Rachel piscou os olhos duas vezes. Os dois se afastaram.

–- Ah meus deuses, o que eu estava prestes a fazer?

–- Argh, não acredito nisso, eu estava prestes a beijar você!

A chuva voltara a cair muito mais forte, e desta vez os dois podiam se molhar. O penteado de Rachel se desfez todo, e seu cabelo começou a grudar no rosto. Sua roupa ficou encharcada em poucos minutos, e a maquiagem começou a borrar todo o seu rosto. Não aconteceu muito diferente com Octavian. Sua roupa também se encharcou, e o cabelo, antes tão bem arrumado, voltou ao liso escorrido de sempre (ainda mais escorrido agora por estar molhado).

–- Era só o que me faltava... – Rachel olhou desapontada para o céu.


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Notas finais do capítulo

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