Green Eyes escrita por Charlotte


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Hello sweeties! Penúltimo capítulo :c
Beijos a todos e boa leitura :)



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Os dois caminharam até a cafeteria, que estava cheia. A atendente se virou para eles, revelando o maravilhoso rosto de Afrodite.

–- Olá, docinho! – ela saudou, e o queixo de Rachel caiu.

–- Afrodite? O que está fazendo aqui?

–- E eu ia perder uma ocasião como essa? – ela sussurrou para Rachel. Octavian fora pegar uma mesa, e não percebeu quem era a atendente.

–- Como assim?

–- Tsc Tsc... – ela negou com a cabeça. – Spoilers...

Rachel a encarou com os olhos semicerrados e pegou os cafés. Afrodite debruçou no balcão e deu um aceno para Octavian. Ele apenas a fitou, confuso, mas ignorou.

–- É melhor sairmos. Temos companhia.

–- Vênus?

Ela assentiu.

Os dois saíram com seus cafés, e foram se sentar no banco da praça em frente ao museu.

Depois de um bom tempo em um silêncio constrangedor, Octavian se manifestou.

–- Reyna me contou sobre... Você sabe.

Rachel corou, mas torceu para que ele não tivesse notado.

–- Sim, Annabeth também comentou comigo. – ela tirou uma mecha do rosto. – O que você achou da mudança?

–- Acho interessante. Não sei.

–- Eu achei ótimo. Já não era sem tempo! Amar e não poder demonstrar... É horrível.

Octavian ficou escarlate, mas não de vergonha.

–- Então você já tem alguém em mente? – ele disse, endireitando-se.

–- Bem... já. O problema é que eu não sei se ele realmente gosta de mim como eu gosto dele, sabe? Ai eu fico com medo de assumir...

–- Hm...

–- Nós nos encontramos direto nesses últimos dias... E ele, apesar de ser todo comprometido com o serviço dele no acampamento, é uma das pessoas mais maravilhosas que já conheci.

Octavian engoliu o café, que já não parecia tão bom assim.

–- Bom pra você. – ele disse, tentando disfarçar sua fúria.

Afinal, ela não gostava dele, Octavian pensava. E já tinha outro cara. Do acampamento dela...

–- É uma pena que às vezes ele seja tão lerdo quanto Percy. – ela disse, o encarando ferozmente.

Pelo menos não é o Jackson, Octavian pensou, um pouco mais aliviado.

–- Deve ser um desses universitários malucos da faculdade de Artes... – Octavian disse, em tom de deboche, muito embora seu coração estivesse se despedaçando.

–- Não, não é. Mas é tão idiota quanto! Agora eu tomei coragem pra tentar demonstrar o que eu sinto, mas acho que ele não nota, sabe? – ela disse, com os dentes cerrados.

–- Rachel, você está com algum problema? Está tentando me dizer alguma coisa?

–- Descubra sozinho! – ela jogou a embalagem de café no lixo ao lado, e saiu pisando duro.

–- Rachel! – Octavian correu até ela, que se virou abruptamente. Sua expressão era de raiva.

–- Acho que é melhor desistir dele. Tive a mais pura confirmação que ele não dá a mínima para mim, e muito menos para o que eu sinto.

Octavian refletiu por alguns segundos, e arregalou os olhos.

–- Rachel...?

Rachel parou de andar e suspirou.

–- Por que Hades eu só gosto de gente idiota? – ela praguejou, e continuou andando, com raiva. Ela tinha acabado de se declarar, indiretamente, e ele nem ligou. Rachel sempre suspeitou que estava fazendo a maior besteira de sua vida ao gostar de Octavian, e se achou uma grande idiota por achar que ele poderia ter mudado.

Uma lágrima ameaçou cair de seus olhos já marejados, mas ela a reprimiu. Passou o punho no nariz, até que alguém agarrou seu braço.

–- O que você quer?

–- Que você explique o que acabou de acontecer.

–- Deixa quieto. A propósito, não me procura mais não.

–- Dare, qual é a merda do seu problema? – ele disse, furioso, e ela arregalou os olhos, em choque.

–- Como é?

–-Você não passa de uma graecus imunda mesmo, eu nunca devia ter dado importância pra você! Depois de tudo o que passamos, você faz isso?! – ele disse, irritado.

Rachel deu um tapa forte no rosto de Octavian.

–- Você é um idiota! Eu estou há uma hora tentando deixar a vergonha de lado, e falar tudo o que eu sinto por você, mas você não se importa com ninguém que não seja você mesmo!

Ele a fitou, incrédulo, massageando o rosto, onde Rachel tinha dado o tapa.

–- Eu devia saber... Eu nunca devia ter acreditado que você podia mudar. No fundo vai ser sempre o mesmo romano estúpido e arrogante! – Rachel cuspiu as palavras em Octavian.

–- Ah, cala essa boca! – Octavian disse, irritado, e a puxou para um beijo.

Era curiosa a simetria apresentada e vinda dos dois. O beijo entre eles representava mais que amor. Um amor acumulado há pouquíssimo tempo, mas nem um pouco frio. As mãos de Octavian queriam segurá-la, inteiramente, ao mesmo tempo. E apesar de ela estar nos braços dele, ele ainda não acreditava nisso, e temia que aquele sonho acabasse de novo, de modo não resolvido, como tinha acontecido tantas vezes e lhe causara agonia e frustração.

E o tempo, a duração do beijo, era o fator mais insignificante.

O que eles queriam eram apagar aquele “fogo” dentro de si, que acendera permanentemente desde o primeiro dia em que um pôs os olhos no outro.

Rachel queria decorar como se sentia totalmente presa à ele. Queria lembrar o cheiro e a textura do pescoço dele. Ela segurava seu rosto entre suas mãos e dava o máximo de si naquele beijo. Nessa hora, nenhum sentia mágoa de ninguém; só o que demonstravam eram as coisas boas que sentiam, a pureza apaixonada, a inocência. Ela o abraçava implorando o calor de seu corpo. As mãos e os braços de Octavian agarravam sua cintura, seu rosto, suas mãos. Lembravam-se do quanto esperavam por isso, o quanto sonharam com cenas e ocasiões diversas em que algo assim pudesse acontecer.

A única desvantagem foi a respiração. Os dois desencostaram os lábios, ofegantes e atônitos. Octavian ainda não sabia de onde tinha vindo a coragem para tomar a iniciativa e beijá-la, mas apesar de tudo, não se arrependeu em nenhum segundo.

Rachel parecia a ponto de explodir. Ela o fitou e deu outro tapa forte no rosto.

–- Oy! – Octavian exclamou, irritado.

–- Isso foi por você ter sido um grande idiota, lerdo e estúpido, além de ter me beijado no meio da praça sem a minha permissão.

–- Você gostou... – ele disse, sorrindo sarcasticamente.

–- Eu te odeio. – ela riu e o puxou para outro beijo.

Ele não esperava por isso. A embalagem vazia do frapuccino caiu de suas mãos, e ele arregalou os olhos. Por fim, acabou cedendo, e retribuindo com todo o fervor e paixão que sentia.

–- Ca-ham... – alguém limpou a garganta atrás deles, e eles se soltaram imediatamente. Mas era apenas uma pessoa gripada.

Rachel começou a rir, e ele logo a acompanhou.

–- Ah, que lindo, que lindo... – Afrodite surgiu, batendo palminhas excitadas. Os dois reviraram os olhos. – Um plano digno, se querem saber. Annabeth aprendeu direitinho com minha filha!

–- Perdão?

–- Ou você acha que tudo isso, todas as coincidências, foram apenas coincidências? Foi tudo premeditado, sweetheart!

Rachel corou e encarou Octavian, que estava um pouco apreensivo.

–- Sei que estou segurando vela, e vou deixá-los a sós... – ela acenou a mão para Octavian e lhe deu uma piscadela. – Não me decepcione. Até mais, queridinhos!

Octavian sentiu algo pesando em seu bolso, e sabia exatamente o que era, e enquanto via a figura da deusa se desfazer em uma névoa perfumada, tomava coragem para fazer o pedido.


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Notas finais do capítulo

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