Green Eyes escrita por Charlotte


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Hello sweeties! Me empolguei muito hoje, espero que tenham paciência para ler, hahaha! Beijos a todos e boa leitura :)



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No outro dia, de manhã, Annabeth acordou bem mais cedo que os outros para levar o que pesquisara na noite passada à Quíron. Entrou às pressas na Casa Grande, e bateu energicamente na porta. O centauro abriu, sem entender, mas permitiu que ela entrasse.

–- Annabeth, o que houve? Você está muito agitada!

–- Quíron, eu quero que marque uma reunião com os deuses agora mesmo, e exijo a presença de Apolo, de Afrodite e de minha mãe.

Quíron a fitou com incredulidade.

–- Acredito que seja realmente urgente para que você faça essa exigência... – ele disse. – Sente-se, e explique o que houve.

Annabeth acariciou a cabeça de Seymour, a cabeça de um guepardo empalhada, e sentou-se.

–- Eu pesquisei algumas coisas ontem à noite sobre a castidade dos oráculos.

Quíron arqueou as sobrancelhas.

–- E para quê?

–- Então. Eu e Reyna fizemos uma parceria para ajudar Octavian e Rachel a ficarem juntos. Podemos perceber a veracidade do sentimento de ambos, e não achamos justo este ser reprimido por causa de regras estúpidas. Tenho certeza de que Afrodite estará ao meu lado.

–- Mas vocês estão tentando mudar regras milenares?

–- Coletei informações o suficiente para provar que se os dois ficarem juntos, não desobedecerão a nenhuma regra. Não queremos exatamente mudar as regras, apenas mostrar que não há fundamento em puni-los por amar. Veja. – Annabeth pegou seu bloquinho, repleto de anotações, e estendeu para Quíron.

O centauro leu com atenção, e assentiu com a cabeça. Depois de alguns minutos, ele fitou Annabeth com um sorriso nos lábios.

–- Realmente, é brilhante, Annabeth. Mas o problema será convencê-los disso. Além disso, acredito que Zeus não ache necessário marcar um conselho apenas para discutir sobre isso.

–- O Conselho também se reúne para discutir leis e regras sem fundamento, eu presumo.

Quíron deu de ombros.

–- Talvez. Bem, eu posso tentar.

Annabeth sorriu.

–- Obrigada, Quíron! – e saiu como um furacão da sala, em direção à gruta de Rachel.

–- Dis... ponha. – ele iniciou a frase, mas a garota já tinha fechado a porta.

Annabeth correu até a gruta, e deu batidas rítmicas na pedra. Rachel atendeu, com os cabelos emaranhados e os olhos inchados.

–- Qual é o seu problema para acordar a essa hora da manhã? – a ruiva resmungou.

–- Não o problema, mas a solução para ele. Descobri uma pequena brecha na regra sobre castidade dos oráculos. Pesquisei ontem a noite.

Rachel arqueou as sobrancelhas.

–- Entre.

Annabeth entrou e se sentou a cama, espalhando suas anotações.

–- Sei que não está em condições de ler agora, por isso vou ditar para você. Veja. – ela apontou para um papel que continha o trecho principal. – Aqui diz que era preciso que a sacerdotisa, no caso, a que recebe o espírito de Delfos, fosse pura, virgem e mantivesse uma vida sadia, pois só assim seria possível receber a inspiração divina sem sofrer consequências. “O espírito da Pítia deveria estar disponível, calmo e sereno para que a possessão pelo Deus não fosse rejeitada. Se isso acontecesse, estaria ela sob risco de morte.” – Annabeth disse. – Mas você já beijou. Já beijou outro Oráculo, inclusive.

Rachel corou.

–- Não precisa me lembrar disso.

–- Enfim. Acredito que na categoria “pura”, a garota deveria ser uma definitiva virgem, até da boca. Intocada. O que não é o caso. Se fosse assim, o espírito não deveria aceitar você. Mas ele o fez. E se ele próprio quebrou uma de suas regras, não pode punir você.

–- Entendi. Mas você acha que vai funcionar?

–- Apolo é o deus das profecias. Ele julgará se o que eu estou dizendo é ou não é correto, e não há outra pessoa para mudar as coisas senão ele. Afrodite com certeza está do nosso lado, você sabe que não existe pessoa que queira mais isso do que ela. Também tem a minha mãe, que com certeza vai ponderar sobre o assunto. Com isso, ainda podemos convencer aos outros, e chegar a um veredicto final. Pedirei a Percy, quando ele melhorar da ressaca, para falar com o pai dele também. Quanto mais deuses na causa, melhor!

Rachel riu.

–- Annabeth, você é um gênio!

A loira riu e corou.

–- Apenas fiz a minha parte. Aí é com você.

–- Mas como você pode fazer isso sem saber se ele realmente gosta de mim?

Annabeth arqueou uma das sobrancelhas.

–- Fala sério, Rachel! Isso é óbvio! Não tomaria nenhuma decisão sem ter certeza, não é? Principalmente uma coisa que envolverá os deuses.

Rachel deu de ombros.

–- Eu ainda duvido.

–- Já eu, não tenho o menor resquício de dúvida. Eu só preciso da confirmação de Quíron sobre o Conselho, e pronto.

–- Você é maluca!

–- Ainda não, ainda não! – Annabeth riu. – Bem, preciso ir. Fique alerta, eu vou te informando sobre as coisas.

–- Hum, ok. Obrigada por tudo, Annie... – Rachel a abraçou.

–- Nah, amigo é pra essas coisas. Vai dar tudo certo.

–- Até mais.

–- Até! – Annabeth deu um último aceno e sumiu por entre as árvores do bosque.

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Relutante, Zeus acabou concordando em reunir o Conselho. Às 18 horas em ponto, todos os deuses estavam sentados em seus respectivos tronos. Annabeth estava com uma roupa um pouco mais formal, e levou todas suas anotações, além do laptop de Dédalo. Junto com ela, estava Reyna, que tinha acabado de receber a notícia e também estava com sua toga mais formal. As duas entraram, hesitantes, na sala dos tronos, onde deuses gigantes as observavam com cautela e uma certa arrogância.

–- Senhor Júpiter... – Reyna fez uma reverência ao senhor dos deuses, e logo depois, a todos deuses lá presentes.

Annabeth fez o mesmo, ainda que estivesse receosa.

–- Bem... – a voz retumbante de Zeus ecoou. – O que traz vocês aqui?

Annabeth deu um passo à frente.

–- Primeiramente obrigada por reunir o Conselho, Senhor. Os oráculos dos dois acampamentos nutrem um forte sentimento um pelo outro, porém uma das regras sobre os oráculos é não namorar, casar ou ter filhos. Mas ontem eu fiz uma pesquisa sobre o voto de castidade do receptor do espírito de Delfos, e encontrei algumas contradições.

Apolo se endireitou em seu trono, e a observou com cautela.

–- Desculpe, querida, que tipo de “contradição”?

Annabeth expôs seu bloco de anotações.

–- Pois bem, senhor Apolo. Procurando sobre o assunto, encontrei que, para a pessoa receber o Oráculo, era preciso que esta fosse pura, virgem e mantivesse uma vida sadia, pois só assim seria possível receber a inspiração divina sem sofrer consequências. O espírito da Pítia deveria estar disponível, calmo e sereno para que a possessão pelo Deus não fosse rejeitada. Se isso acontecesse, estaria ela sob risco de morte. – Annabeth disse. – O senhor estava presente quando o espírito de Delfos escolheu Rachel.

–- Sim, correto! – Apolo bateu palminhas extasiadas. – Mas e daí?

–- Então. Acredito que a sacerdotisa, no caso, a garota que recebeu o espírito devesse ser completamente intocada. Além de virgem e sadia, não poderia ter tido qualquer vínculo afeto-amoroso com qualquer um, ou Delfos não aceitaria o corpo, e ela correria risco de morte. Mas com Rachel, que já havia tido esse vínculo algumas vezes, o senhor viu, ele aceitou de bom grado, inclusive já revelando a profecia passada. E, se o próprio espírito desconsiderou sua principal regra, se os dois resolverem oficializar seu relacionamento, não deverão ser punidos.

Atena fitou Annabeth, com os olhos cinzentos brilhando. Pareceu ponderar a situação.

–- Acreditamos que um amor assim não deve ser privado por regras mal especificadas. – Reyna se manifestou. – E gostaríamos de pedir ao senhor, Senhor Júpiter, que levantasse a questão no Conselho, para que, se acontecer de novo, novos oráculos não sejam privados de seu sentimento.

Afrodite bateu palminhas excitadas em seu trono, enxugando lágrimas dos olhos.

–- Pois bem, então. Manifeste-se quem é a favor da reformulação das regras de castidade dos oráculos, e justifique.

Afrodite foi a primeira a levantar a mão, seguida por Apolo, Ártemis, Hermes, Atena, Hefesto, Deméter, Poseidon, e por incrível que pareça, Dionisio.

–- Eu voto completamente a favor! – Afrodite disse. – Ah, por favor, eles não são lindos juntos?

–- Ainda que tenha os meus motivos, acredito no amor verdadeiro e voto a favor. – Ártemis disse. – Meninas, se vocês já não estivessem comprometidas, eu as convidaria para a Caçada. Seria maravilhoso ter mentes brilhantes como a de vocês.

–- Ártemis, não destrua meus OTPs com sua proposta indecorosa!

A deusa da caça revirou os olhos.

–- Tenho a mesma opinião de Ártemis. Voto a favor. – Hermes disse.

–- Também acredito no amor verdadeiro e não acho justo privá-lo dessa forma. Voto a favor. – Deméter se manifestou.

–- Foi realmente interessante a brecha encontrada nessa regra, e, apesar de eu ainda achar que, se os dois se relacionassem, estariam desrespeitando as regras, também acredito no amor verdadeiro. – Atena disse. – Portanto, voto a favor.

Annabeth lançou um olhar agradecido.

–- Apesar de tudo, concordo com Atena. Voto a favor. – Poseidon disse, e Atena o fitou, com um fantasma de sorriso passando por seus lábios.

–- Não entendo sobre o amor, mas sei que, para que fosse necessário convocar um Conselho, realmente deve ser muito poderoso. Voto a favor. – Hefesto disse, descontraído. - Olá, nora!

Reyna corou, e deu um aceno tímido.

–- Sei como dói amar e não poder demonstrar por causa de regras milenares estúpidas. E não pense que fiz isso por vocês, heróis, Annie Bell.

–- É Annabeth. – Atena disse, claramente ofendida.

–- Tá, tá, tanto faz. Sou a favor. – Dionisio encostou de volta em seu trono, emburrado.

–- Hum, realmente muito inteligente o seu ponto de vista, mocinha. Por mim, tudo bem. É uma droga amar e não poder viver isso, como Dionisio disse. Eu mesmo sou privado de paquerar as garotinhas da Caçada porque minha mana mais nova fica possessa...

–- Elas não são garotinhas. Abdicaram a companhia dos homens, e isso inclui você, seu estúpido! E quantas vezes devo repetir que somos gêmeos?

–- Calma, mana. Só estou brincando! – Apolo sorriu, e ergueu as mãos em um sinal de rendição.

–- E não me chame de mana!

Apolo revirou os olhos.

–- Bem... – Zeus disse. – Pelo visto todos estão a favor, exceto Hera e Ares. Temos uma maioria considerável, portanto, as regras mudarão, e seus amigos poderão se relacionar livremente sem ser punidos. E assim está decidido.

Annabeth e Reyna sorriram e agradeceram.

–- Agora saiam daqui, antes que eu mude de ideia. – Zeus disse, e se retirou.

–- Obrigada, senhor, obrigada! – Annabeth disse, sorrindo.

Reyna caminhou para a saída, e esperou por Annabeth, que viu sua mãe indo ao seu encontro. Atena ficou no tamanho humano, e andou até Annabeth. Os olhos cinzentos das duas brilhavam intensamente.

–- Mãe...

Atena sorriu.

–- Estou muito orgulhosa de você, minha filha. Parabéns pela conquista. – a deusa deu mais uma olhada na garota, e desapareceu.

Annabeth fitou o chão e sorriu. Para uma deusa, aquilo fora uma vitória e tanto. A loira caminhou até Reyna, e as duas voltaram cada qual para seu acampamento, dar a notícia aos verdadeiros interessados em tudo aquilo.


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Notas finais do capítulo

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