– Você sabe orar o Pai Nosso?

É, Meredith tem um jeito bastante interessante de estragar tudo. Primrose se voltou para Elizabeth e, segurando sua espada com força, nem esperou o sinal e avançou contra a menina, que revidou, chocando sua espada contra a de Primrose, e depois deu uma cotovelada nela, fazendo-a cair no chão. Primrose segura sua barriga e encara Elizabeth.

– Cotovelada não vale!

– Agora vale tudo! – Elizabeth gritou, quase espadeando (seria esfaqueando, mas ela tá com uma espada então...) Primrose, que virou-se para o lado na hora e revidou com sua espada. Meredith e o resto assistiam a tudo atônitos. Ela vivia com Primrose a bastante tempo e nunca se lembrava de ela lutar com espadas. Mas de repente Elizabeth joga a espada dela pra longe. O pior é que acabou caindo na cara do Soma, que desmaiou XD

– Qual o problema desse povo, oxi ¬¬'

– Não estraga a luta, Maya! Deixa eu ouvir. – Disse Biel olhando intensamente a Primrose que recuava cada vez mais. – De acordo com meus cálculos, se Primrose distrair Elizabeth a tempo e pular 3,56 metros de distância do ponto de tangência dessa área, com o raio circunscrito e talvez a medida de Pi com o diâmetro 23... talvez ela consiga alcançar a espada dela. – Meredith faz uma cara “@-@”

– Boiei...

– Ainda não tô entendendo nada aqui... – Murmurou Serena.

De volta a luta, Primrose parou por um momento, e Elizabeth apontou a espada para ela, mirando diretamente no coração. Ela vai matar a Primrose, é o que todos pensam. Será que Primrose conseguiria se safar dessa? De repente, Elizabeth joga a espada e...

...

...

Chocou com outra espada!!

Primrose segurou a espada que tinha nas mãos com força, e Elizabeth se perguntou como ela conseguira aquela espada. Aí era que estava a questão. Primrose sempre guardava uma espada detrás das costas, para autoproteção, e aquilo veio a calhar quando ela quase morreu com o ataque daquela loira histérica. Meredith veio ajudar Primrose, que caiu no chão desmaiada com tanta pressão.

– Primrose! Primrose!! – Meredith chamava, mesmo sabendo que Primrose não iria responder. Meredith encarou a sua melhor amiga/irmã com pena. Será que ela tinha morrido?

– Ei, estamos numa batalha.

– Fica na sua, cabelo toinoinoim ¬¬'

– Me chamo do que?! – Elizabeth faz uma cara BEM brava e de repente ataca Meredith, mas a mesma pega a espada de Primrose e habilmente manuseia-a. Meredith não poupa esforços para derrubar a espada de Elizabeth e prensar ela contra a parede, a espada contra sua garganta. – Fuja, e não olhe para trás. – Elizabeth concorda, e quando Primrose solta ela, a mina sai cambaleando dali.

De repente Primrose acorda.

– Ahn, o que... Meredith, o que você tá fazendo com a minha espada? – Perguntou, grogue.

– Eu derrotei a mina do cabelo toinoinoim. – Respondeu Meredith.

– A mina do que?!

– Depois eu explico. – Ela olha para o Soma desmaiado no chão. – Meu Deus, o que aconteceu com ele? – Ela pergunta, apontando a espada para Soma, mas a espada voa da mão dela e, quando o Soma estava acordando, atinge a cara dele e ele volta a desmaiar. – Ops.

*Algum tempinho depois...*

– Desculpa pela... espadada que eu te dei. – Meredith se desculpou com Soma assim que o mesmo recuperou a consciência. – Não foi por querer.

– Ela não faz más coisas, más coisas... acontecem com ela. – Primrose tentou explicar, Meredith cora e diz.

– Não me ajuda não, Prim.

– Eu não estou bravo, a culpa foi daquela menina que propôs um duelo. – Soma diz, emburrado e com um galo enorme no meio da testa. – Argh, isso ainda está doendo.

– Por falar em duelo, Dith, como você derrotou aquela garota? – Primrose questionou.

– Eu te falei que meu pai era um espadachim e que ele tinha me ensinado um pouco. Somente sete anos de treino. – Aquilo com certeza era muito mais tempo do que o treino de Elizabeth, pensa Primrose. – Ei, Soma, já que eu e as meninas estamos aqui, que tal uma festa do pijama?

– Parece uma ótima ideia.

– Ok, vou chamar as meninas.

*Todas as crianças em um círculo depois...*

Lá estavam Biel, Ciel, Didier, Maya, Rowan, Serena, Primrose, Meredith e Soma em um círculo no quarto de Soma. De acordo com o que estava rolando, eles estavam fazendo um jogo de verdade ou desafio. Como Ciel e Soma eram do século XIX (eu acho porque sei lá né...) eles tiveram que explicar como o jogo era. Ciel quase que não aceita, mas Primrose persuadiu ele porque o poder feminino é grande.

– Primrose, verdade ou desafio? – Rowan pergunta.

– Verdade. – Primrose responde confiante.

– Qual foi o seu maior mico? – Rowan sorriu de um modo discreto.

– Desafio, desafio! – Primrose tentou consertar o maior erro de sua vida.

– Eu te desafio a responder essa pergunta. – Que esperteza, pensa Primrose.

– Tá, mas vocês têm que prometer que não vão rir.

– Prometemos.

– Tá, foi assim...

“No apartamento do meu condomínio tinha um clubinho onde íamos fazer umas reuniões e tal, e Meredith já era minha irmã naquela época, mas ela e o pai dela estavam viajando. Aí eu fui pra uma dessas reuniões para crianças e era muito incrível, porém eu não era uma pessoa social então não conversava com ninguém.

Aí eles iam fazer uma caça ao tesouro, tinha até mapa e tudo. Enquanto eles estavam explicando as regras e rada rada rada, eu estava do lado de um gordo comendo um Big Mac com queijo, e eu nem pedi pra estar ali, apesar de eu estar gostando de tudo aquilo. E aí... eu peidei.

Sério, eu peidei ali no meio de umas 50 crianças, véi. Aí todo mundo ficou encarando o gordo com o Big Mac, porque gordo só faz gordisse, né? Mano, eu corei muito, fiquei vermelha de vergonha, os tios do clube estavam tentando não rir, e aí eu disse: “Quiii fooooi? Porquee tá todu munduuu olhanuuu praa miiim?? Nuuum fuiii euu nauum.” O problema era que NINGUEM tava olhando pra mim, e todo mundo começou a rir e me chamar de peidorreira. Sério, nunca mais voltei lá...”

Todo mundo estava rindo da cara de Primrose, até mesmo Ciel, que era tão composto e sério, mas ela sabia como abrir esse lado “infantil” dele. Primrose corou e girou a garrafa, que acabou caindo nela e Rowan. HORA DO TROCO! Primrose gritou internamente. Rowan engoliu em seco.

– Rowan, verdade ou desafio.

– Verdade.

– De qual menino daqui você gosta?

– Desafio. – Ela muda.

– Vai no menino que você gosta e dá um beijo nele.

– Faz isso comigo naum... – Primrose semicerrou os olhos. – Tá. – Assim ela se levanta, corre pro Didier e beija ele na bochecha.

– Na boca. – Disse Primrose, sorrindo.

– Você disse um beijo, e tá feito. – Rowan volta e senta corando e tão vermelha quanto um pimentão. Ela gira a garrafa e acaba parando em Soma. Ela dá um sorriso. – Soma, vai no armário e vista uma roupa feminina. – Meredith dá para ele um vestido feminino. Soma se troca por alguns minutos e depois ele volta com um vestido roxo que era, bem, muito pequeno para ele. – Tá perfeito.

Todo mundo começa a rir, aí a porta abre. Agni entrou, carregando uma bandeja, mas ele vê seu mestre com um vestido roxo curto e titubeia.

– Ahn, e-eu, ah... Eu acho que eu vou esperar aqui fora. – E ele saiu cambaleando pra fora. Todo mundo começou a rir de novo e Soma corou que nem um pimentão. Soma tirou o vestido, voltando com seu pijama, e girou a garrafa que acabou parando em Meredith.

– Meredith, verdade ou desafio?

– Qualquer um.

– Então vou variar. Se essa casa estivesse em chamas e você só pudesse salvar uma pessoa de todos nós, quem seria essa pessoa? – Propôs Soma. Meredith torceu o nariz.

– Eu? Ninguém. Saia correndo e deixava todo mundo arder no inferno.

– Nossa, quanta delicadeza ¬¬'

– T-Tudo bem então e.e – Responde Soma. Meredith gira a garrafa que acaba em Didier, que continuava em um choque por causa do beijo de Rowan.

– Filho, acorda pra vida. – Didier desperta do transe com Meredith chamando ele. – Verdade ou desafio.

– Acho que vou com desafio.

– Vá e fale para o Sebastian que você tá afim dele. – Didier corou.

– Eu vô fazer o que?!