The Mutants - O Dragão Branco escrita por Mano Vieira


Capítulo 7
Capítulo Sete


Notas iniciais do capítulo

E aí galera!
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Eu gostaria de começar essa nota pedindo desculpas para a minha cara leitora Sarah UGQ pela resposta da review! Eu realmente não sei o que aconteceu na hora de responder e por isso ficou daquele jeito :C
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Sábado com um ótimo clima, pena que tudo isso está sendo estragado pela minha dor de cabeça! Desde quinta de noite eu estou assim e remédios não melhoram nada! Mas isso não convém agora, espero que vocês aproveitem a leitura *3*



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Jen parecia estar mais segura de si agora que se conhecia um pouco mais do que antes. Era como se estivesse indo fazer uma prova após passar dias e dias estudando a matéria, ela estava mais confiante em si mesma. Não demorou muito para que toda a sua confiança fosse embora ao ver a matéria no quadro negro. Seu queixo foi até o chão.

May estava séria como um quadro, mas a maioria dos alunos já tinham se acostumado com isso, mesmo a maioria julgando isso como algo estranho. Kentin fez o que sempre fazia durante a aula: se preocupou em copiar tudo o que estava na lousa para que pudesse ficar o resto da aula pensando o que comeria no almoço.

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O local estava cheio e Ken já estava na fila para pegar a comida, já May apenas procurava por duas pessoas cuja aura era magnífica: Kakaroto e Yumo. Não teve que passar muito os olhos pelas pessoas, a presença de ambos eram realmente notáveis: além de altos, eram bonitos feitos deuses, possuíam um corpo em forma — nada magro demais e nada gordo demais —, e atraiam vários olhares, todos abriam alas para eles. May sorriu maliciosamente, deu dois passos lentos para se aproximar deles, mas viu que ainda estava longe. Apressou os passos, começou a correr. O punho se fechou, exalando uma energia visível a olho nu, com a coloração roxa.

O alvo — para sorte de May — sequer imaginava que seria acertado com força na barriga, mas Yumo estava atento. Não gritou avisando Kakaroto, pois não houve tempo que lhe restasse para que fizesse isso, então Yumo simplesmente atacou o rosto de May com um soco, mandando-a para longe deles, jogando o corpo branquelo da garota na fila de pessoas que só queriam comer algo para que a barriga parasse de murmurar.

—Oque foi isso? — Os olhos de Kakaroto estavam enormes, a pele do garoto estava mais branca do que leite.

Alguns alunos estavam gritando, outros estavam olhando com o queixo no chão para os garotos. May se levantava vermelha de raiva, o sangue fervia em suas veias e artérias.

—Acho que devemos contratar guarda-costas, meu caro K! — Comentou Yumo, olhando para a garota que estava, feito um búfalo, vindo para cima deles.

May tentou acertar Yumo, ela precisava fazer o garoto se unir ao chão ou jamais se auto perdoaria — Talvez o que estivesse lhe incomodando tanto assim nem fosse o auto perdão, mas sim o que os irmãos pensariam a respeito dela caso soubessem do ocorrido. O garoto dos cabelos negros se esquivou do soco, dando espaço para que K atacasse. May desviou, tentando acertar um chute em quem quer que esteja mais perto.

Yumo olhou para os lados e viu que os alunos estavam se acumulando aos poucos envolta deles, logo estariam cercados, cheio de espectadores querendo ver quem seria o ganhador de alguma possível aposta sobre o resultado da briga.

“Tenho que terminar isso o mais rápido possível!” pensou ele.

May percebeu que o garoto estava com novas intenções, com uma aura mais pesada também. Talvez o poder dele estivesse mais desperto agora. Ele correu rapidamente para cima dela, acertando-lhe um soco na barriga.

May deixou que o garoto a acertasse, assim ela poderia medir o quão forte ele era. A mão de Yumo era mais pesada do que o normal, fazendo com que da boca de May saísse sangue, alguns alunos ao verem o líquido vermelho no chão gritaram enojados. Yumo sorriu maliciosamente. A barriga de May estava doendo muito, era possível que mais tarde ela ficasse roxa e com a marca do soco.

—É mais doloroso do que parecia ser, não? — Ele perguntou sarcasticamente. May nada disse, mas seus olhos ardiam, o seu corpo estava convertendo cada glóbulo vermelho em raiva. — Tudo isso é graças a minha mutação. Posso alterar o peso das coisas. É por isso que doeu mais do que devia.

May olhou para ele, levantou-se e correu o mais rápido possível em sua direção. Ao estar perto dele, pulou prendendo as pernas em volta de sua cintura, usando as mãos — que ainda exalavam a aura arroxeada — para acertar vários socos no rosto duro do garoto.

Foi neste instante que começou: Os alunos que estavam em volta começaram a bradar, bem alto, coros de provocações e de motivações.

K ainda estava parado, vendo o amigo apanhar, ouvindo os espectadores gritarem e vibrarem com os movimentos dos lutadores.

“Eu também preciso agir” ele se culpava por estar parado ali, mas não queria bater em uma garota, jamais copiaria os atos de quem tanto detestava. Várias e várias vezes, quando criança, ele viu o seu pai espancar a mãe. Odiava esse ato, mas nunca pudera fazer nada a respeito. “Santo pai! O que faço agora?”

Yumo continuava levando os socos na face. May parecia não estar perto de se sentir cansada. Kakaroto teria que usar a sua mutação.

May foi puxada bruscamente para trás, separando-se do corpo de Yumo. Todos observavam atentos, ansiosos para ver o que o garoto faria com ela. Não deu muito tempo para May revidar ou tentar se soltar, já que o maior a abraçou com força e rapidez. A pupila de Yumo quase desapareceu quando ele entendeu o que iria acontecer. Afastou-se o mais rápido possível dos dois.

—Me solte seu inútil! — Rosnou May, esperneando.

—Me desculpe por isso, mas esse é o jeito mais fácil de terminar com isso... — Falou bem baixo, no ouvido da garota.

May sentiu a vibração mudar, algo que poderia ser fatal iria acontecer.

E aconteceu.

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Uma explosão. Todos os alunos gritaram, alguns correram para bem longe dali esperando não serem atingidos pela explosão.

O local ainda estava sendo preenchido pela fumaça, Ken tossia freneticamente. Tudo o que o garoto queria era comer, mas alguns alunos pareciam não querer que o garoto tivesse este prazer imenso.

Assim que a fumaça baixou, os alunos voltaram para ver como estavam os participantes da briga, teriam morrido?

Não! Ali ainda estavam os dois corpos, no meio de um círculo preto no chão branco, Kakaroto ainda estava abraçado com May que tentava se soltar desesperadamente, porém, havia uma coisa de diferente agora: ambos estavam nus.

—Me solta! — Gritou ela — AGORA! Seu pervertido!

K abriu os olhos. May ainda estava li, intacta.

—Mas como? — A surpresa em sua voz era altamente perceptível. — Nenhuma queimadura! Isso é impossível.

Os braços dele afrouxaram e May se afastou dele. Estava nua, com um braço tapava os seios e com o outro a parte baixa. A loura percebia que muitos a olhavam, todos sem reação, os seus olhos estavam querendo lacrimejar. Não lhe restou opção se não correr, sair dali o mais rápido possível.

O que tinha acontecido não foi nada muito complicado: Kakaroto tinha usado a sua mutação para terminar logo com a luta, porém May também usou a sua para se defender no último segundo, quando percebeu que a mutação do garoto poderia matá-la. O resultado foi que ambos os corpos estavam intactos, porém o pano que protegia o corpo não era imune aos poderes deles.

—Vamos K! — Disse Yumo, ajudando o amigo a se por em pé e ficando de frente da grande multidão, impedindo que vissem qualquer coisa que não deviam. Tirou o terno, vinho, do uniforme que era exigido pelo colégio e com ele tapou o bumbum e a parte da frente do colega. — Vamos para o dormitório.

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—Você não vai acreditar! — Disse Kelsey para Jen. – Sua amiga acabou de ficar nua em frente a todo o colégio.

Jen parecia não se importar muito, até por que ainda não tinha entendido o verdadeiro significado de todas essas palavras juntas, mas o seu cérebro ainda estava funcionando, o que fez com que em questão de segundos os seus olhos se arregalassem.

OQUE?

—Isso mesmo, May ficou nua em frente a todo o colégio! — Kelsey disse empolgadíssima.

O queixo de Jen foi até o chão.

MAS POR QUÊ? Como isso aconteceu?

—Parece que ela tentou arrumar briga com dois novatos, ambos muito bonitos e altos, e um deles agarrou-a e explodiu! Quando a fumaça baixou, os dois estavam intactos, só que sem roupas.

Jen se levantou da mesa que ficava perto das flores canteiras do quiosque. Kelsey olhou para ela, sem entender o ato.

Aos poucos, acompanhou com os olhos a garota correr desesperadamente para bem longe dali.

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—MAY! ABRA AGORA ESSA PORTA! — Gritou Jen, ao bater com mais força na porta do dormitório.

Não houve resposta do lado de dentro.

Jen se enfureceu. Mordeu o dedo e usou o sangue que estava vazando pelo ferimento para arrombar a porta.

Não havia ninguém dentro do quarto, porém o chuveiro estava ligado. Jen correu até lá. May estava ali, debaixo do chuveiro totalmente desatenta, se banhando.

—May? — A intenção era chamar a atenção.

A loura virou-se para ela, sem dar muita importância ao fato de a menor estar ali, vendo-a como tinha vindo ao mundo.

Jen esperava que May lhe respondesse, mas vendo que não receberia nenhuma palavra, foi direto ao assunto:

—O que deu em você nesses dias? Odeia o Ken, fica estranha e nem fala mais conosco, agora arruma briga com os dois garotos que você sequer conhece, do nada?

—E no que isso lhe diz respeito?

Aquilo foi como se um míssil passasse pelo coração de Jen. A garota recuou, engrossou a voz e disse:

—Pensei que fossemos amigas!

E deixou May ali, sozinha. A loura vendo que agora tinha tranquilidade novamente voltou a banhar-se.

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A barriga de Ken roncava tão alto, que estava chegando a incomodar Jen, que já estava irritada com May.

Meltran, percebendo que o clima ali não estava nada bem, ficou mais intimidada ainda, tremendo bem mais e gaguejando com mais frequência do que o normal.

—B-bem, e-e-e-

—Você... — Jen ajudou, bufando.

Meltran olhou para a garota, desesperada.

—E-eu g-gostar-ria d-de s-sabe-r a-a m-m-m-utação d-de v-vocês.

— Assim, do nada? — Perguntou Kentin. Ele se sentia totalmente fraco, já que não pudera comer nada.

—É-é q-que eu g-gostaria d-de trabalha-los m-melhor. — Explicou.

Jen deu um passo para frente e relevou:

—Eu posso controlar o sangue, desde que ele esteja no meu campo de visão.

Ken seguiu os passos da amiga:

—O meu poder consiste em separar a porcentagem de dano que irei receber. Eu recebo por cerca de 25% do dano e os outros 75% quem recebe é a pessoa que atacou. — Falou como se isso fosse simples. A mente de May buscou as suas memórias da batalha contra o garoto, exigida pela professora. Somente agora foi entender o que estava acontecendo: ela estava sofrendo a mutação do garoto.

Os três olharam para a loura, que era a única que ainda não tinha se manifestado na conversa.

—M-may?

A garota olhou para os três, não precisou que nenhum deles falasse o que queriam:

—Meu poder permite que eu pegue emprestados os poderes de demônios. — Explicou sem deixar o ar de uma pessoa séria, de um soldado do exército frente ao seu sargento.

Meltran pensou o que poderia fazer agora que conhecia os poderes dos três, Que não eram nada muito bobinhas, as mutações. Caso fossem usadas com uma boa estratégia e mais do que 50% de seu potencial, eles poderiam ser lutadores natos. A professora finalmente viu a solução:

—E-eu j-já sei! V-vocês p-podem tentar despertar o p-poder.

—Isso é uma boa ideia! — Jen ficou animada, tão animada que deu alguns pulinhos onde estava, atraindo a atenção de Ken e May, que a olhavam como se ela fosse algum tipo de idiota.

—Quando falamos nisso, p-parece s-ser algo m-muito f-fácil, m-mas não é. — Meltran iniciou a sua explicação sobre o que eles iriam começar a fazer. May prestava bastante atenção, já que isso poderia fazê-la chamar mais a atenção dos irmãos para si, eles provavelmente ficariam orgulhosos de ver a irmã menor lutando com um potencial elevado. — V-vocês d-devem se com- concentrar e q-quando sentirem que c-conseguiram um acesso ao p-poder, libertem-no.

Os três continuaram atentos, mas era só isso o que Meltran tinham para falar. Então ficaram alguns segundos, uns olhando para outros, esperando pela continuação de atos.

“Meu Deus! Esses garotos são prodígios! Olha como estão se esforçando para se concentrar!” Meltran pensou com toda a sua inocência.

—É só isso? — Perguntou Ken enquanto coçava a cabeça.

Meltran concordou com um aceno de cabeça—totalmente desapontada ao ver que aquilo não era nenhum tipo de concentração— que fez com que os três começassem o processo para se concentrar verdadeiramente.

Ken endireitou a coluna, Jen estabilizou a respiração, May desligou os sentidos, já que nenhum deles era necessário para o que estava fazendo.

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Era como se os três estivessem separados, mas no mesmo local preto e frio. Kentin tinha o seu corpo todo branco e reluzente, assim como as garotas também tinham aonde quer que estejam. O garoto andou para frente, procurando por alguma coisa, mas não conseguia encontrar nada que prestasse ali. Era como se seus pés estivessem cobertos por uma quantia de água fria que ia até as canelas.

Por mais que qualquer um deles andasse, tudo o que encontrariam seria escuridão, água fria até as canelas e rochas negras no meio do nada. Kentin não sabia como lidar com isso, porém pôde perceber que ali ele não sentia fome mesmo sua barriga estando completamente vazia. Jen olhou para cima, procurando ver as estrelas ou até mesmo a lua iluminando alguma coisa, mas não encontrou nada. May olhou para baixo e, após o seu corpo branco reluzente, já na água, ela pôde ver o seu reflexo. Seu rosto, olhando atordoado para onde ela estava olhando.

A loura estranhou, mas seria totalmente inútil e ridículo perguntar o porquê dela estar com esse semblante, já que reflexos não falam. Ao invés disso, ela resolveu fazer algo inédito: May se agachou cada vez mais, até encostar o corpo na água. Fechou os olhos para que a água não invadisse brutalmente os olhos, causando uma sensação estranha, porém, ao sentir o rosto frio, abriu-os. May pôde ver, ah se pôde.

Foi então, que começou a ser puxada com força para baixo.

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Kentin sentia todo o seu poder fluir pelo corpo, então, abriu os olhos. Não estava mais naquele cenário estranho, agora estava na sala branca e de frente para Meltran.

—Eu estou sentindo! — Disse ele. O garoto estava repleto de excitação por ter conseguido, seus olhos estavam brilhando de tanta alegria — eu estou sentindo!

Meltran sorriu inocentemente, o que fez Ken estranhar. A professora, totalmente estranha, tinha o mais belo dos sorrisos. "Talvez as pessoas devessem sorrir mais", pensou ele, "suas belezas se multiplicam quando o fazem."

—Isso, K-kentin, é o s-seu p-poder d-desperto! — Explicou ela.

Kentin olhou para os lados. Jen e May ainda estavam uma de cada lado, sentadas em posição de meditação, assim com Kentin estava antes de ter se levantado.

Foi quando algo o chamou a atenção: Jen e May sussurraram algo.

—“Despertar mutação” — Meltran chamou a atenção de Ken com essa frase. — F-foi algo p-parecido com isso o que e-elas f-falaram. Você t-também disse.

Kentin observou a ambas. Jen continuou normal, mas May começou a brilhar. Uma pulsação roxeada começou a fluir de seu corpo, como normalmente fluía de sua mão.

As duas abriram os olhos e se levantaram, elas sentiam o poder correr por todas as partes do seu corpo. Jen conseguia sentir o trajeto em que o sangue fazia em seu corpo.

Meltran estava feliz ao ver que eles demoraram menos do que o esperado para fazer o que tinham feito. Sentiu-se especial, pois tinha alunos, ou melhor, amigos que eram dedicados nos seus ensinamentos.

—Isso q-que vocês viram, era o interior de vocês mesmo. Algumas seitas e religiões, a-antigamente, pediam para que os seus fiéis tentassem alcançar esse lugar que vocês foram e que fizessem tudo o que fizeram. — Meltran começou a compartilhar um pouco de conhecimento, explicando o que eles tinham feito — aquele que vocês viram e conversaram, es-espero eu, é quem vocês v-verdadeiramente são. Aquele que busca conhecer a si mesmo um pouco m-melhor busca conhecer melhor aquele que está dentro de vocês. A partir do momento em que vocês estiverem em sincronia, usaram melhor a mutação.

“A-Agora e-eu g-g-ostaria de que tentássemos t-treinar um p-pouco c-com os n-nossos p-poderes d-despertos!”


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Eu me senti muito confuso na hroa de escrever essas partes com a Meltran, pois não sabia se eu colocava o gaguejo dela nas frases, ou se simplesmente contava após que ela tinha dito as frases gaguejando. Aí resolvi que seria algo mais "real" colocar nas frases mesmo, espero que vocês não fiquem irritados!
(Gostaria de anunciar que o próximo capítulo já está prontinho, mas as coisas indicam que ele terá 50% de chances de atrasar!)
Um abraço e até o próximo capítulo!
E isso é tudo, pessoal!