The Mutants - O Dragão Branco escrita por Mano Vieira


Capítulo 20
Capítuo Vinte


Notas iniciais do capítulo

Ok, não rolou postar na semana passada, mas aqui está! Ah e feliz ano novo õ/
boa leitura



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Trícia atirava sem dó. Era incrível: a munição acabava, mas não havia tempo para respirar!, ela colocava outra no lugar e voltava a atirar.

Era complicado entender como Abyss ainda estava em pé. Ela já havia engolido uma esfera de energia, levado golpes amedrontadores de May no modo berserker, havia levado um tiro de uma rpg e agora estava sendo massacrada com uma saraiva só que no lugar de pedras eram balas enormes.

—Uau, ela é resistente mesmo! — Comentou Ian, observando a cena. — Há quanto tempo vocês estão lutando conta isso? Já capturaram o dragão?

—Há bastante tempo. — Respondeu Teny.

—Ainda não vimos o dragão. — contribuiu Jen.

—A Trícia vai ficar possessa de raiva quando souber disso! —Comentou Ian com um sorriso simpático no rosto.

Era cômico pois ele estava calmo e deixava Jen e Teny calmos também, como se não houvesse uma briga feia atrás deles, ou como se ele fizesse as crianças esquecerem de que qualquer erro poderia resultar numa grande guerra que provavelmente destruiria uma boa parte do planeta.

—Onde está o gordinho que andava com vocês? — Ian perguntou. —E, afinal, como vocês chamam? Acho eu não tive a oportunidade de conhecer vocês, mas creio que você é a Jen.

—O Kentin? Ele foi para lá com a May... — Jen apontou e viu que ele corria desengonçadamente na direção deles. —E sim, eu sou a Jen.

—Eu sou Teny — Apresentou-se o irmão do dragão.

—Eu sou Ian, prazer! —Ele disse e logo se voltou para a garota. — Belos amigos que você tem, hein, Jen! Eles se negaram até o último instante a vir pra cá sem você. Trícia ficou muito irritada e teve de forçá-los. — Ele parou por um tempo e logo em seguida olhou para o garoto — já de você eles não falaram nada, meus pêsames.

—É que eles acabaram de me conhecer... —Explicou Teny revirando os olhos.

Kentin chegou até eles, soando e mal conseguia respirar ou falar devido à fadiga. Isso arrancou um sorriso de Jen. Kentin conseguia ser engraçado e desastrado até nessas horas!, pensou a garota.

—Tenho uma ótima ideia! — Disse o maior — talvez não seja tão bom pra você, Ken— avaliou melhor — vamos procurar o dragão! Vocês três vão atrás e eu fico aqui cuidando da May, ok? Trícia vai ficar uma fera se descobrir que vocês não o têm.

—Mas... Nós... Não... Sabemos onde... Procurar...! —... Protestou Kentin em meio a arfadas. Logo ele melhoraria, era certeza, mas ele sabia que então a fome viria e tudo poderia ir por água a baixo.

—Tão loucos? –Teny atraiu a atenção de todos para ele, que estava com um sorriso malicioso estampado em seu rosto— eu sou o irmão dele, e óbvio que eu sei como chegar até lá!

COLÉGIO THE MUTANTS

—Não acredito que nós conseguimos! – Disse Cacau, empolgada com o mapa em mãos.

—Não cante sua vitória antes do tempo, Cacau! — Repreendeu Rachel enquanto passava as costas das mãos na testa para enxugar o suor. — Ainda precisamos acha-la enquanto dorme e dar um fim nesse assunto. Temos de ser bastante discretas.

Cacau riu com malicia enquanto e sentava melhor na cama da amiga.

—Você fala como se não soubesse que eu sou uma stalker-barra-pesada. —Disse com desdém — E falando nisso, lembra-se daquele gato que eu disse que achei na biblioteca?

—O do cabelo cumprido? —Rachel fez uma consulta rápida em sua mente para lembrar-se de algum detalhe marcante do rapaz e começou a despir-se para por uma roupa limpa.

—Esse mesmo! Eu achei o dormitório dele! — Disse empolgada — e entrei quando não tinha ninguém.

—Ele não tranca? Ele pensa que está onde? — A ruiva murmurou indignada terminando de vestir uma camiseta leve que usava como pijama.

—É óbvio que ele tranca, Chel — Cacau revirou os olhos — Só precisei de um software qualquer para destrancar a porta, nada muito complicado ou novo.

—E o que você viu no quarto? — Rachel sentou-se ao lado da amiga.

—Peguei algumas cuecas dele, espero que ele não se importe. Ah e ele calça quarenta e três! E têm muitos prendedores de cabelo também. E não vi nada relacionado a nenhuma outra garota, talvez ele seja solteiro.

—Ou gay — sugeriu Chel.

—Isso seria ruim, parcialmente, saber que jamais vou poder provar os lábios de um anjo desses — Cacau disse desapontada — mas bom, já que adoro gays! Sempre quis ter um amigo gay. Ele poderia me maquiar...

—Ele não me parece um cara que saiba maquiar garotas — Rachel pensou sobre o assunto.

+++

—Você acredita em honra? —Louis perguntou calmamente enquanto retirava o casaco social do uniforme.

—Honra tipo, orgulho? —K indagou enquanto coçava a cabeça. Ele não gostou da pergunta e sequer quis imaginar o rumo que ela os levaria.

O louro assentiu com a cabeça.

—Sim, mas por quê? — K não queria saber a resposta, mas a pergunta era necessária.

—Vai ter que luta para defendê-la então. — Louis DeFiore estava com um sorriso maléfico pintado em seu belo rosto. K sabia que uma pergunta essas vindo do outro não poderia ser coisa boa e realmente não era. Louis entendeu antes mesmo de Kakaroto demonstrar, que ele não havia entendido ainda o que iria acontecer: — Eu espalhei pelo colégio que haveria uma briga aqui. A multidão deve estar chegando. E se você quiser manter sua honra em pé, é melhor vencer essa briga.

Kakaroto ficou chocado e irado ao mesmo tempo. Ele seria humilhado pela segunda vez. Além de pervertido, seria agora o fracassado. Tudo isso devido a sua busca de aperfeiçoamento! Será que ele deveria manter os poderes nos estágios atuais e viver só de suas lutas corporais?

Não houve tempo para pensar mais sobre o assunto ou falar para Louis que estava tudo acabado: a multidão já estava ali, olhos curiosos para saber quem seria o vencedor. K foi desperto por um soco em seu peito, que o empurrou para trás. Deu-se por si e avançou, tentando acertar um soco no queixo do louro, mas falhou.

A multidão vibrou.

K pensou em só desviar até que algum inspetor chegasse e parasse a briga, mas era como se Louis pudesse ler o que estava escrito em sua mente. O louro não seria induzido a isso. Os golpes estavam cada vez mais frequentes, tornando-se cada vez mais difícil de desviar ou bloquear. Foi na tentativa de um chute que K conseguiu agarrar a perna de Louis e lançá-lo em direção à grade da quadra. O louro bateu com a cara na grade e a segurou para não escorregar até o chão.

A multidão vibrou e a partir daí foi que se separou em torcidas especializadas.

Louis voltou-se para K com um belo sorriso em seu rosto, mas para K era assustador: isso não era um bom sinal.

O crepúsculo mantinha o local num tom alaranjado, mas isso não atrapalhou a visão de ninguém: todos puderam ver uma “vibração” reluzente ir em direção a K, que desviou assustado. Os ouvidos zuniam e seu coração estava acelerado. A vibração deixou um rasto de calor por onde passara.

Kakaroto compreendeu: Louis o forçaria a usar a mutação, mas isso era a última opção de sua lista. “Não quero ser taxado de pervertido de novo” pensou K. “Preciso dar um jeito de acabar logo com isso”.

Outra vez, aquela vibração passou de raspão, queimando o caminho por qual passara. K estava desviando, mas ele sabia que chegaria uma hora em que isso seria impossível. E onde estavam os inspetores que estavam demorando pra chegar? K não via alternativa senão atacar Louis pra valer. “Maldito seja!” praguejou em sua mente, tirando um sorriso diabólico das profundezas de Louis, que parecia ouvir todos os pensamentos do maior.

K fechou o punho e partiu para cima, decidido a nocautear Louis com poucos movimentos para acabar logo com a festa. Louis era rápido como ninguém, se esgueirava feito uma cobra e usava os golpes do rival a seu favor. Todas as possibilidades que K tinha estavam convergindo para ter que, finalmente, usar o poder. Praguejou mentalmente e foi quando começou a analisar Louis — esperando por uma abertura para prendê-lo e estourar— que percebeu que o outro também fazia o mesmo, mas procurava por aberturas.

Quando K encontrou o que buscava não desperdiçou a chance que estava tendo: agarrou o louro, prendendo-o pelo pescoço. A multidão gritou, outros riram. K simplesmente desconfiou da facilidade que tinha sido o movimento, mas não havia tempo pra reavaliações.

Toda a energia foi dispersa igualmente por todo seu corpo. Louis sentiu como se, de repente, um fluxo muito maior e sangue estivesse passeando pelas veias do rival. K aliviou o corpo tenso, e em seguida veio o brilho e o barulho da explosão, tudo muito rápido para K perceber que seus braços estavam queimando.

A multidão havia ficado quieta e todos estavam com os braços na frente dos olhos, os ouvidos zunindo devido a barulho.

E lá estava: Uma elipse luminosa que começava a e desfazer, revelando Louis intacto e com seu famoso sorriso malicioso, já fora dela Kakaroto estava tapando as partes importantes de um homem com as mãos.

E tudo se repetiu para K: estava nu em frente o colégio novamente. As pessoas riram muito e ele se irritou, ou melhor, ele se decepcionou. Virou de costas para todos, indo atrás da saída do pátio cercado a céu aberto, quando Louis jogou a jaqueta do colégio em sua cabeça.

—Tape suas vergonhas, Kakaroto. — Disse ele, sério — Te encontro no meu quarto.

VULCÃO DO DRAGÃO.

O calor proporcionado pela lava do vulcão já estava cessando. Teny havia, com muito esforço, endurecido as lavas, revelando uma escadaria que levava a uma caverna dentro da boca do vulcão.

—O chão deve estar muito quente, melhor esperarmos um pouco — Sugerira May, e lá estavam eles: esperando.

A luta contra Abyss havia terminado há pouco tempo. A cuca, ao perceber que havia sido liberado o caminho para o dragão, desviou de Trícia e foi com sede na direção das crianças. Por sorte Fernando apareceu trajando luvas de boxe nas mãos e nocauteou-a com um soco em cima da cabeça.

Trícia e Fernando estavam ajudando a cuidar de May agora, enquanto os três esperavam o caminho esfriar. A atenção deles foi capturada quando uma silhueta humana surgiu, subindo as escadas graciosamente. As crianças se assustaram quando viram que o homem estava descalço e seus pés não pareciam queimar. Ele era alto, magro, porém bem definido. O cabelo ia até os ombros e eram tão alvos quanto à neve. Os olhos possuíam uma coloração escarlate hipnotizante. Ele estava seminu e coçava a cabeça com desdém.

—Quem são esses, Teny? —Sua voz grossa e irritadiça chamou a atenção dos três adultos que cuidava da loura — E que destruição é essa toda? Por que você não consegue ficar quieto? Vai atrair gente indesejada para cá.

—Eles estão te procurando... — Teny baixou a cabeça, não suportando ver o irmão irritado. Ele sabia que não era boa coisa enfrentar o irmão quando este estava enfurecido.

—Quem são vocês? O que querem comigo?

Kentin não sabia o que falar. Jen muito menos. Talvez May falasse por eles, caso estivesse consciente. Mas quem quebrou o silêncio foi Trícia.

—Você é o tão aclamado Selo 01? —Perguntou com certo tom de dúvida— o Dragão Branco?

—Em carne e osso.

—Precisamos da sua colaboração. —Revelou ela, chegando mais próximo dele — Você está sendo caçado.

Ele sorriu.

—Agora você já pode me falar algo que eu não saiba.

Trícia procurou um modo simples de explicar para o garoto o que é que estava acontecendo, mas não havia se preparado para isso. Ela esperava ver um lagarto enorme, repleto por escamas brancas, cuspindo fogo em tudo e todos. Não somente um garoto trajando fiapos de roupas nas pares íntimas com cabelo branco e irritadiço com o irmão por trazer visitas sem anunciar antes.

—Estão planejando começar uma guerra, mas você é um dos que tem o poder pra impedir que isso aconteça, por isso estão te caçando. Nós o detemos por um tempo, mas precisamos que você nos siga para um lugar seguro.

—Uma guerra? Lugar seguro?— O Dragão pareceu refletir sobre o assunto por segundos, mas não era como se estivesse de fato fazendo isso. —Por que vocês falam como se vocês não estivessem me caçando também?

—Eles querem extinguir a humanidade — Trícia pareceu se desesperar. — querem que o mundo seja dominado apenas por mutantes como nós! Isso é errado!

Errado? — Ele gargalhou. Trícia se desesperou ao perceber que sua voz indicava que sua transformação estava para acontecer. —Eles estão certos. Querem destruir os humanos? Pois bem, eu os ajudarei. Eu detesto os humanos, eu detesto o meu pai, que me enviou para cá como se eu fosse lixo.

Duas asas rasgaram as costas do Dragão. Trícia se impressionou. Era como se estivesse vislumbrando um anjo. Algumas penas caíam de encontro ao chão como flocos de neve de tão brancas que eram. O corpo do rapaz começou a borbulhar. Todos entenderam: ele estava se transformando.

—É GUERRA QUE ELES QUEREM? – sua voz estava modificada por completo. Grossa como um trovão muito alto, capaz de estremecer a terra — É GUERRA QUE ELES TERÃO ENTÃO. TEREI PRAZER EM DESTRUIR CADA SER REPUGNANTE QUE NOS TRATA COMO SE FOSSEMOS ABERRAÇÕES. A ESPÉCIE HUMANA EVOLUIU. — Sua transformação estava completa: um Dragão enorme que devia ter seus trinta metros de altura, o corpo todo protegido por penas brancas. Garras afiadas e grandes, olhos vermelhos e vivos. Saía uma fumaça espessa de suas narinas. Trícia virou-se rapidamente para Ian, que entendeu o recado e jogou uma arma específica pra ela. — AQUELES QUE NÃO PASSARAM PELA SELEÇÃO NATURAL TEM QUE MORRER.

Trícia mirou e atirou o dardo tranquilizante, mas era ridículo—até ela havia percebido isso.

Quando a barriga do dragão começou a ficar vermelha, Teny se levantou desesperado.

— Ele vai cuspir. Temos que sair daqui agora! — Gritou enquanto começava a correr.

—Você vem com a gente! — Trícia gritou de volta para ele. Todos levantaram e começaram a correr o mais rápido que podiam: Teny dava pequenos impulsos com fogo em seus pés. Trícia havia deixado à arma para trás, podia comprar outra pela internet depois. Kentin corria desengonçadamente seguindo Jen. Ian ia com May no colo, seguido por Fernando.

O dragão já estava abrindo a boca, se preparando para soltar o fogo.

Não vai dar tempo!” Pensou Teny consigo.

O jipe estava um pouco distante, mas isso não era nada quando se estava em uma situação de vida ou morte. Todos saltaram para dentro dela, Ian apressou-se e ligou-a o mais rápido possível. Teny virou para trás e, assim que Ian deu a partida no jipe, ajudou com o impulso soltando uma forte rajada de fogo.

Eles se distanciaram o bastante para não serem queimados, mas viram o clarão e sentiram o calor causado pelo fogo que o Dragão soltou.

—Para onde vamos agora? — Perguntou Jen assim que viu que estavam longe do vulcão.

—Vamos para o colégio, May vai precisar de muito mais do que os primeiros socorros — Respondeu Ian.

+++

As estalagmites atingidas pelo fogo estavam da cor de carvão, outras haviam derretido com tamanho calor, mas o que chamou atenção do dragão— já em sua forma humana— era ao grande crocodilo jogado ao chão. Ela não havia sido queimada. Abyss estava viva.


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Notas finais do capítulo

E aí galera, bem, os próximos capítulos (dois, até o fim da história) sairão juntos! Já estou trabalhando em cima deles. Obrigado por você que leu até aqui!
Um abraço e até os próximos caps!
Isso é tudo, pessoal!



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