Reflexo (livro 1 ) escrita por Estefanie Priscila


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

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Passou-se 1, 2, 3, 4... Uma semana desde que estava na casa da Srt.Nicha. Ela conversava comigo e me dizia tudo que estava descobrindo. Eu a ajudava a arrumar a casa e cuidar da loja. Nas horas vagas saia para dar umas espiadas e lia o diário. Taylor não ficava muito na casa. E eu não o via ha dias desde que ele viera me ver no jardim. A raiva foi ficando amena e cuidei para que ela não me sufocasse. Recebi uma carta de Matt e do meu pai. Obviamente eu estava ‘‘numa apresentação na Escócia’’. Matt havia mandado um poema para mim ler e boas broncas. Eu o amava...eu acho, mas la no fundo cogitava a ideia que talvez seja porque ele tenha sido o único amigo que tenho tido em todos os anos da minha vida. Ele era uma cara genial. Era lindo e confiante. Cheio de alto estima, sempre estava ao meu dispor fosse o que fosse. Foi inevitável, me apaixonei por aqueles olhos verdes intensos, mas às vezes meu coração se distanciava e me fazia questionar se isso não seria porque não conheci outra pessoa.

Escrevi algumas coisas em um caderno e fui até a loja de mantimentos mais próxima. As pessoas não me reconheciam e fiquei muito grata por isso. Elas estavam acostumadas a me ver de maquiagem e cabelo arrumado junto ao um enorme vestido luxuoso. E agora vestia calças largas e blusas compridas e às vezes chapéu. Comprei broas, pão francês, geleia de morango e suco de uva e voltei pra casa da Srt.Nicha.

Passaram-se mais quatro dias e nada de Taylor. Nada sobre rebeldes. Até eu ver uma coisa que mudou o rumo das coisas. Pelo menos pra mim.

12 de agosto de 2011

Ownn como eu estou feliz!! Hoje é o dia em que Daniele aprende coisas comigo. Coisas de futuras rainhas!! Seu sorriso é tão doce que toda vez que o vejo sinto que talvez seja a ultima vez. Tento não chorar toda vez que ela me pergunta sobre quando eu ficar velhinha ou quando se casar e escolher o vestido que irei usar como madrinha. Matheus diz a mim todos os dias que as coisas ficaram bem, mas não acredito. Pois sei que não. Hoje é o dia que irei encontrar pela primeira vez um rebelde as escondidas. Como uma rebelde e não como a rainha. Estudei tudo sobre eles e como ser um deles e acredito que isso tenha que bastar ou caso contrario não voltarei viva. Matheus não sabe disse, pois sei que soubesse ele não aprovaria. Daniele já é grande e seus 15 anos já transparecem em seu rosto doce. Caso algo me aconteça ainda hoje e alguém encontrar esse diário a deriva entregue a minha filha e diga a ela que nada me importa mais que ela. Que o que eu sinto por ela é imensamente grande e jamais um segundo sequer quis deixá-la.

14 de agosto de 2011

O encontro foi meio deserto. Havia apenas um líder que estava nos recrutando. Ele às vezes me lançava olhares furtivos e eu virava o rosto no mesmo instante. Eles fizeram perguntas e testes. Alguns bem complicados. Tentei parecer controlada e não muito amigável. Não queria criar uma amizade verdadeira ali. Ouvi-os fazendo planos sobre atacar o palácio e pegar uma coroa. Um garoto me pegou vigiando e me dedou para um líder. Me levou para um canto e me deu bofetadas por estar espiando o que não é da minha conta. Tentou tocar em mim, mas lutamos e no final acabei levando uma surra e uma ultima chance de continuar. Vivia sendo vigiada e tive que ficar alerta aos boatos e murmúrios. Já tinham a data da invasão e do dia em que matariam todos nós. Preparei todo um plano na minha cabeça e Nicha me ajudou, e como eu agradeço por tudo o que ela faz por mim e por minha filha. Mandei avisos pra ela e então uma amiga levou Daniele para conhecer outro reino e escondeu a coroa no lugar que deveria estar...

Comecei a chorar incontrolavelmente sobre o colchão e tentei apagar os soluços. Lágrimas inundaram o meu rosto e minha roupa. Fechei o diário sem conseguir continuar e o coloquei em baixo do colchão. Depois de alguns minutos vi olhos me encarando da porta. Levantei-me furiosa e peguei Taylor pelo pescoço, o coloquei contra a parede. Ele ficou surpreso e me olhou com indiferença.

—Pra quem você trabalha?

Ele não responde. Minha voz soa grossa dessa vez.

—Pra quem você trabalha?

Aperto-o contra a parede e ele começa a ficar vermelho. Alguns segundos depois faz sinal para que eu o solte. Empurro a porta com pé esquerdo e ela se fechou num baque.

—Responda agora ou eu o sufoco até vê-lo morrer!

Quando meus dedos se movimentaram perto de sua veia ele abre a boca.

—Porque quer saber?

—Responda agora!

—Esta bem, mas me solte então não poderei respirar – fala sarcástico.

Eu o solto e ele cai no chão com um estrondo.

—Trabalho para o governo, para o palácio – seus olhos encontram os meus e vejo se perguntando quem eu era.

—Mentira! Diga-me a verdade ou eu juro que o mato sem pensar duas vezes!

—Quem é você?!

—Responda – minha voz sai entre lágrimas.

Meu sangue ferve e o coração drena eletricidade por todas as minhas veias. Aquilo faz com que cada parte do meu corpo ardesse em chamas. Sinto algo queimar intensamente no meu pulso e grito de dor caindo no chão.

Taylor se levanta e me olhou assustado questionando se deveria ajudar ou não. Ele se aproxima com cuidado e sinto meus olhos se fechando devagar e depois não vejo nada, apenas sinto seus braços fortes me carregarem para algum lugar.

                                           ***

O quarto cheirava a creme de pêssego e vejo Taylor de braços cruzados olhando para a janela.

Questiono o porquê ele me ajudou. Levanto-me cuidadosamente da cama e vejo que estou em seu quarto. Nicha não estava por perto imagino que ela não saiba de nada, ainda. Ele me vê movimentando e começa a andar em minha direção, entretanto recua logo depois.

Sinto um leve arder no meu pulso e vou verificar. Encontro um ponto negro. Como uma tatuagem e pergunto-me o que isto estava fazendo ali e como surgiu.

—O que você fez comigo?

Ele me observa com um enorme vazio.

—Nada, na verdade você fez a mim e não o contrario. Apenas te ajudei.

—Com o que?

—Você começou a ter febre então te trouxe pra ca e lhe dei medicamentos, apenas isso.

—Quanto tempo?

—4 horas.

Sento-me na cama e encaro o chão.

—Porque fez isso?

—Na verdade não sei.

Cravo meus olhos nos dele e vejo uma faísca surgir deles.

—Sua avó sabe disso?

—Não, e eu ficaria grato em saber quem é você.

—Sou Es... – antes de eu terminar ele me interrompe.

—Não, quem é você de verdade – ele se aproxima e senta cuidadosamente ao meu lado – quem é a bela jovem louca que agora esta sentada da minha cama?


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Notas finais do capítulo

continua



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