Reflexo (livro 1 ) escrita por Estefanie Priscila
Notas iniciais do capítulo
cont.
Abro uma porta procurando o banheiro e encontro um escritório enorme. Vasto por enormes estantes com livros e documentos. Olho ao redor e não vejo ninguém. Entro e fecho a porta. Tentarei ser breve penso. Passo a mão pelos livros e me encanto. Vejo uma porta próxima a uma lata de lixo. Ouço uma voz masculina e reconheço que é de Taylor. Congelo-me na hora. Fico olhando a porta imaginando ela abrindo e ele me vendo ali futricando o que não é da minha conta.
Aproximo-me mais e olho pelo canto da porta aberta. Ele caminha de um lado pro outro com o telefone na mão.
—Não senhor – da uma pausa e volta a repetir não senhor – talvez... Eu devesse eu mesma ir até la e pega-la, não parece que ela sabe ser algo além de uma princesa idiota – reprimo a raiva dentro de mim sabendo de quem ele esta falando – olha tenho uma ideia, depois te ligo esta bem. Preciso desligar.
Então ele olha instantaneamente pelo vão da porta e corro para o lado e ando silenciosamente e rápido até a porta. Fecho ela e encontro um gato a espreita. Sem querer dou um grito e cubro a mão com a boca e volto-me para a cozinha.
Encontro Nicha e pergunto onde fica o banheiro. Ela aponto para uma porta ao lado quase do meu quarto. Agradeço e vou tomar um banho. Lavo o cabelo e esfrego bem a bucha por todo o meu corpo. Tinha cascas de batata e terra até nos meus ouvidos.
Jantamos mas não conversamos muito. A sopa foi deliciosa. Ajudei a Srt.Nicha a arrumar a mesa e lavar os pratos. Taylor não apareceu. Ela me pegou vigiando a porta e falou.
—Ele não vem, saiu para o trabalho.
—Uhm...– digo – Srt.Nicha a senhora sabe em que ele trabalha?
—Com o governo, nunca o viu no castelo?
Balanço a cabeça em negativa.
—Sorte nossa, fiquei mais calma quando vi que ele não te reconheceu e nem começou a fazer perguntas, mas peço que tenha cuidado. Taylor tende a ser crucial e curioso. Ele te pega numa mentira e você nem viu – ela se vira pra mim – é serio tenha cuidado com ele.
—O ouvi ao telefone, foi sem querer –falo logo – mas ouvi, e não gostei do que ouvi.
—O que ele dizia?
—Falava com um homem que ele chamava de senhor e depois falou sobre pegar uma princesa idiota e imagino que seja a mim. Quero dizer, a outra princesa próxima esta a léguas daqui. Não entendo porque ele quer me pegar. Estou desconfiada que seu neto seja parte dos rebeldes Srt.Nicha.
A senhora move os olhos para a parede e parece pensar e depois volta a lavar os pratos.
—Venho vendo seu comportamento e ele vem agindo estranho ultimamente pode ser sim que ele participe, mas ai fica o porquê.
—Os rebeldes mataram a minha mãe e traíram o reino. E vim até a senhora para saber mais deles. Sei que minha mãe contava tudo a senhora....
—São grupos grandes. Sabia que faziam apenas bagunça, mas quando mataram sua mãe mudei de consentimento. Pois ela acreditava que poderia impor um acordo, mas não entendo o resto. Não se encaixa. Pelo o que ela me dizia estava tudo indo bem. E então aconteceu. Não parece certo, tem algo errado que ainda não consegui ver, mas verei em breve.
—Obrigada.
Ela sorri.
***
De noite espio e entro na sala das estantes. Procuro algo que chame minha atenção e acho escondido por trás de alguns livros empoeirados um livro de capa dura. Abro e vejo que é um diário. Folheio as paginas e reconheço aquela caligrafia. Meu coração se aperta e minha respiração fica ofegante. Respiro e inspiro para não agarrar o pescoço de Taylor e lhe arrancar a garganta. O diário era da minha mãe.
Li o diário mas não encontrei nada que me fosse útil. Ofeguei de frustração e envolvi o diário debaixo do colchão anotando mentalmente que eu deveria pega-lo e envolve-lo na roupa antes que fosse embora. Demorei um pouco a dormir então levantei da cama mais frustrada e caminhei de pijama pela casa. Estava tudo em silêncio. Segui o corredor e fui para o jardim. Ele tinha um balanço coberto por flores e folhas. Dei uma limpada e me sentei. Fiquei admirando o céu por alguns instantes. Imaginando o que Matt tava pensando a esse momento e suspirei um pouco alto demais. Eu obviamente ouviria muitas broncas.
—Às vezes faço o mesmo, fico admirando as estrelas.
Taylor senta-se ao meu lado e sinto todo meu sangue ferver em pura adrenalina em instantes. Mas me recupero e me afasto para ele se sentar melhor.
Seu cabelo agora esta preso por uma toca preta e ele veste uma roupa casual. Seus olhos ficam vagando por um tempo pelo céu depois se direcionam pra mim como um fogo cruzado. Mexo no cabelo e volto a olhar ao redor e enfim pergunto.
—Sua avó nunca me falou de você também se quer saber.
Ele se vira pra mim com aqueles intensos olhos.
—Anh sim, eu peço a ela que não conte a ninguém – ele mexe impacientemente as mãos e começa a brincar com seus dedos e depois para.
—Por quê? Se me permite perguntar – encaro seus olhos e penso por um instante que me perderia neles por alguns segundos.
—Anh é complicado, posso dizer que meu trabalho é perigoso e não quero que as pessoas saibam quem são meus parentes – ele vira-se pra mim devagar e foca seus belos olhos nos meus lábios.
—Em que trabalha?
Ele volta a mexer com os dedos. Depois levanta, meu da um beijo na testa e se afasta.
—Boa noite Ester – e sai sem dizer mais nada. Fico parada ali durante uns minutos e depois volto a minha cama e caio num sono profundo.
Acordo com uma batida na porta. Sonolenta gaguejo alguma coisa e a porta se abre. Nicha levanta a mão e aponta para o outro quarto.
—Ele ainda esta dormindo, esta na hora de voltar não acha?
Nego com a cabeça e levanto meio tonta e sussurro.
—Na verdade vou ficar por mais alguns dias, vamos dizer que a princesa foi dar um passeio ou foi resolver algum assunto importante.
Ela pisca pra mim e sai da porta e depois volta na mesma rapidez.
—O café logo estará pronto, te espero daqui 15 minutos.
Assinto com a cabeça e procuro uma roupa e depois vou tomar um banho quente.
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continua ;)