O ódio corroeu minhas veias e qualquer parte de mim que estava consciente. Encarei os olhos vazios de Lucas a minha frente. Seu rosto, ele estava confuso. Era pra ele ter tirado parte de minhas memorias, certo? Mas ele as fez voltar. Sua expressão... ele havia tentado tirar de mim novamente. Não liguei se ele era mais forte que eu, só sei que terminei de me levantar e o peguei pelo pescoço e coloquei contra a árvore.

–Como se atreve seu grande idiota?

Seus olhos ficam arregalados. Eu o joguei no chão e ele caiu com um baque. Seu olhar estava assustado.

–Estou cansada de ser manipulada. Quer brincar com memorias deixe-me brincar com a suas – o olhei firme – como surgi vocês vão surgir e persegui-lo – ele colocou a mão sobre a cabeça – como me torturaram vocês irão tortura-lo – seus gritos foram ficando afiados como laminas – igual ao meu poder limitado que me puseram faço de vocês ilimitadas – seus gritos foram aumentado e pessoas foram se reunindo – me manipularam, me fizeram do novo brinquedo de vocês agora faço o novo líder – e o grito de todos foram inalcançáveis. Foram tão altos que todos os pássaros voaram – eu estou pronta, estou certa que de posso vence-lo agora.

–Dany pare – uma voz familiar veio por trás de mim – pare com isso, irá mata-lo – virei me para trás e la estava ela, minha mãe usando um vestido longo branco que voava e batia em suas canelas – não deixe que eles mexam com o que há de bom em você, pare – ela se aproximou.

–Mas mãe eu...

–Shh apenas pare, você não pode deixar que as memorias sejam elas quais forem tomarem o que você é e o que será – ela acariciou meu rosto e encarei aqueles olhos – pare! pare agora ou então ira mata-lo!

Quando me virei vi Matt no chão ele gritava e passava as mãos pela cabeça.

Comecei a chorar. Lágrimas perigosas desciam pela minha face. Me ajoelhei e vi Matt. Sua dor era evidente. Aquela miragem dele e vi o que Lucas se referia a eu não estar pronta. As memorias me fazem mal porque elas trazem magoa, deixando um mundo de gelo. Eu precisava cortar o fio que me ligava ao fogo e deixar que os dois fossem metade de mim em partes iguais. Precisava me aceitar sem comparações. Me aceitar como eu sou e aceitar que o amor te faz forte como te faz fraco, ele te enche como te esvazia mas em mim ele sufocava.

–Chega! – disse e os gritos se calaram e a miragem de Matt foi sumindo aos poucos como a de minha mãe, cai de joelhos no chão e Keila veio correndo me abraçar – desculpe, desculpe – comecei a chorar e olhei pra Lucas que se sentou e me olhou com uma expressão que não consegui entender – me ajude a levantar – disse e ela o fez. Encarei todos ali – de hoje adiante não me importo se vocês acham que estou pronta ou não, mas me importo que tirem de mim o que quero e o que preciso, vocês vem me dando regras desde que descobri sobre o que era, e agora direi a vocês que elas estão quebradas, não aceito que tirem mais nenhuma memoria de mim ou coloquem algo, a partir de agora não serei o recruta de vocês sou o líder e quero que me tratem como tal, porque daqui a diante irei lidera-los e creio que já desconfiavam disso então como líder de vocês – todos se ajoelharam diante de mim inclusive Keila que estava ao meu lado – como sua líder declaro que iremos usar o que tivermos e iremos vencer porque esse é o nosso destino, como é o meu lidera-los – o olhar seguinte de todos foram de respeito. Vi ao longe Klaus de joelho ele me olhava com respeito que eu merecia e me senti confiante, finalmente eu estava pronta e em breve iria derrota-lo aquele que me ajudou a colocar no mundo. Pois de algum modo ou outro decidimos como fazer com que sentimos. E eu decidi que aquele amor deveria ser usado com fervor. Como a adrenalina que percorre a minha veia quando luto. Como minha mente vaga quando durmo. E quando mexo com a água, como todo o meu corpo entra em colapso com todo o poder que tenho dentro de mim.

–Temos algumas semanas antes que iremos a guerra guardiões então comecemos – disse e levantei as mãos, fiz algumas coisas e a água da pequena bacia do rio flutuou e percorreu todos nos como uma aliança – faço uma aliança entre nossas raízes - todos levantaram o pulso – diante da rainha Sylva e diante de nós coloco nossa aliança e declaro todos como o que vocês pensavam que não fosse possível – sorri diante de tudo aquilo – bem vindo ao estagio 2 meus guardiões – e a seguir não sei como descrever mas foi belo, cores e poder muito poder nos contagiou nos enchendo de energia, nossos pulsos adquiriram uma cor de fogo e mudou de formas até que saiu do pulso como uma mancha de tinta e subiu pelo braço e se fixou em minhas costas e depois voltou a se mover e então fez algumas curvas e la estava ele em meu braço novamente só que agora como uma bracelete, suas curvas fizeram alguns riscos e aquilo era a minha raiz. Ouvi as palmas e os gritos de brava e os olhei, olhei meus guardiões e sorri. Virei-me para Lucas que agora se aproximava. Antes que dissesse algo coloquei meu dedo sobre seus lábios – esta perdoado – ele assentiu e se virou e saiu – Keila prepare um avião para amanha de manha, pois teremos uma discussão antiga a resolver.

–Sim – ela me abraçou e sorriu – já irei organizar.

E la estava eu a garota que teve uma bagunça enorme jogada em sua vida sendo o que foi destinada a ser. Organizei todo um procedimento. Organizei nosso exercito. Iria aprender mais, claro. Mas com tudo aquilo que girou em minha cabeça eu agora sabia como ensina-los. Sabia onde estava meu coração e amanha de manha iria busca-lo e senti como foi um erro deixa-lo. Como fui fraca diante da pequena definição de amor que aprendi a ver. Eu o amava e não estava disposta a desistir dele.

–Dany venha aqui –Adam me abraçou – estou orgulhoso de você minha filha – ele me beijou na testa – não tenho palavras para descrever tal ato de bravura que surgiu aqui em seu coração – ele sorriu.

–Obrigado senhor - o abracei novamente – creio que agora temos que nos dividir e começar porque temos uma guerra a frente – ele abaixou a cabeça e saiu.

Há um tempo acreditei que tudo tinha uma definição não muito longa. E para as pessoas me entenderem tinha que saber todos os detalhes. Mas bastava a pessoa ser ela mesma que de algum modo iria me conhecer. Conhecer quem eu sou e o que gosto. Como posso ser líder e tanta outras coisas. Como o medo pode me machucar ao invés da dor de verdade.

–--

Fazendo movimentos diferentes consegui driblar a água varias vezes. E então como tudo em meu coração liberei aquela água para o céu e então fiz a chuva. Aquela que te limpa e te purifica, aquela te toca e te carrega se for muito pequeno. Me tornei qualquer coisa que pudesse ser manuseado por água.

–Dany – me virei e olhei para Klaus.

–Sim – Ele fez alguns movimentos e mexeu com a água que agora fazia possas no chão – temia um dia saber que ao invés apenas de ensinar tivesse que aprender mais, mas agora sinto que será uma honra ensina-la – ele sorriu e se aproximou e me cumprimentou pegando em minha mão – é um enorme prazer princesa que você seja a minha líder – ele sorriu.

–É um prazer também companheiro Klaus – ele me deu um pequeno abraço e se afastou.

–Agora siga-me por favor.

Eu o segui por entre algumas árvores e subimos para a parte maior do rio. Isso demoramos em media 15 minutos para chegar. A postura de Klaus era firme e comecei a imagina-lo cuidado de Keila e não pude me conter.

–Você a ama?

–Quem? – ele disse mas continuou andando.

–Sua esposa?

–Claro que a amo – disse ele e ficamos em silêncio até chegarmos ao rio.

O rio era enorme e continha muito mata ao seu redor. Não tinha barcos por ali ou fazendas. Apenas a escola acredito.

–Tem uma lenda de uma mulher chamada Julieta que sabia drenar todo um rio, diz a lenda que ela colocava tudo que sabia em algo que pudesse segurar e então pronto. Não havia mais água no rio, apenas peixes pulando – disse ele e virou se pra mim, reparei que sua camiseta estava com um botão solto e mostrava os músculos de seu peito – então iremos começar hoje com você saber levantar cada vez mais água e saber manuseá-la sempre ao seu favor e – ele encostou na água e a levou ao alto como uma bola de futebol e ela voou e acertou a árvore – mas tem algo que aprendi a algumas décadas que dependendo da vitória que deva ter a sabedoria deve ser usada ao invés da força – ele faz outra bola de água e a mexe com as mãos e vejo virarem gotinhas que logo são como flechas e então ele as dispara e elas param diante do meu rosto – evaporamos, mas também petrificamos minha cara – e nós dois sorrimos. Não tem outro modo de dizer isso mas meio que dei um gritinho por dentro de felicidade. Eu era poderosa!! Comecei a rir diante daquele pensamento. Daquela definição de mim.