Reflexo (livro 1 ) escrita por Estefanie Priscila


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

continuação



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Peguei o pouco que eu tinha e fui pra Princy, outro reino, ou melhor, ooo reino, pois era o lugar onde conviviam os guardiões. A viagem também foi de avião mesmo que uma parte tenha sido de carro. Fiquei em silencio e não chorei mais ou reclamei nada. Fiquei calada pensando em tudo. Quando chegamos à cidade ela não era muito diferente de onde nasci. Só que tanto homens como mulheres usavam calças e não pareciam pegar a formalidade de usar vestidos e eu agradeci por isso. Ali de certa forma acreditei que eu poderia ser eu. Quando conheci onde iríamos ficar fiquei feliz, pois parecia como as escolas nos Estados Unidos. Não como um castelo cheio de empregados andando e você usando um vestido de peso enorme, acho que na verdade o vestido me arrastava ao invés de eu arrastá-lo. Lucas me levou ao meu quarto. Era pequeno possuindo uma cama e um pequeno guarda-roupa e um banheiro. Coloquei minha mala sobe a cama e me sentei.

—Obrigado – disse e dei um meio sorriso e encarei seus olhos.

—Por nada Dany – ele passou os dedos pelo meu rosto e então reparei como seu rosto parecido feito a pincel. Os cílios eram grandes e os olhos chamavam uma atenção especial. Os lábios eram um pouco finos e possuíam uma cor rosada. Era branco, mas não como eu, era mais moreno – vai ficar bem?

—Sim – coloquei minha cabeça sobre seu ombro por um instante e deixei ficar ali por alguns segundos – como posso um dia te agradecer por tudo que faz por mim?

—Uhm acho que...

Não pense bobagem disse mentalmente

Ele virou se de uma vez e me deu um selinho e depois de afastou e eu comecei a rir.

—Como você conseguiu?

—Vim praticando toda a viagem – disse sorrindo.

—Agora vou ter que ensiná-la trancar a mente pois assim também tenho o direito de trancar a minha – ele disse brincando com os meus dedos.

—Ok – ri diante de sua expressão.

—Leu minha mente toda a viagem?

—Ouu – dei lhe um tapa no ombro – não sou tão atrevida assim.

—Mas leu?

—Na verdade fiz algo que acho que não vai gostar – disse.

Ele se virou pra mim.

—Tive que ver as lembranças – seus olhos me encararam firmes.

—E o que você viu?

—Vi que tem como voltar as memórias que perdi, pois você pode fazer isso.

—Não vou fazer – disse ele.

—Por quê?!

Ele se levantou e antes de sair disse.

—Porque certas coisas não devem ser vividas duas vezes – e então fechou a porta e saiu.

No dia seguinte treinava na pequena academia da escola. Ou melhor, lar dos GD que eu chamava de escola. Fiz esteira por meia hora e depois fui levantar peso na perna enquanto pensava. A porta se abriu e um senhor entrou. Seus olhos me inspecionaram por alguns minutos.

—Dany certo?

Assenti e parei de levantar peso, peguei a garrafinha no chão e dei alguns goles.

—Quem é o senhor?

—Sou Adam o tio de Lucas e o guardião mais velho e talvez sábio – eu sorri diante do sorriso simples de Adam – não fique zangada com Lucas, ele tende a ser um pouco – reparei em seu cabelo grisalho e em suas rugas – antecipado, tenha paciência com ele esta bem?

—Sim senhor. Se o senhor me permite perguntar, de quem ao Lucas se refere quando fala que perdeu aos que amavam?

Ele se sentou a minha frente onde se levantava peso no braço. E me olhou bem nos olhos e eu vi de quem havia tirado olhos dourados.

—Ele é um dos recentes mais velhos – sem entender ele se especificou – ele veio e seus parentes e irmãos morreram, ele é o mais novo de nos, mas o mais velho comparados aos que nasceram quando ele nasceu, pois todos morreram mas não ele.

—Pode ter algo haver com a visão?

—Talvez minha cara, eu realmente não sei te responder isso é parte do mistério que nos persegue – assenti e dei mais um gole na garrafa.

—Ele realmente me viu crescer, quero dizer ele realmente me viu nascer?

—Sim, ele foi ao castelo e trabalhou la cuidado de sua proteção.

Assenti novamente e brinquei com a garrafa vendo o liquido bater contra o plástico.

—Obrigada – disse e me levantei.

Caminhei pelos arredores e reparei como tudo ali era livre. Fui até a biblioteca e encontrei uma menina quase da minha idade ali mexendo nos livros.

—Ola licença poderia me dizer se tem A maldição do Tigre aqui?

Ela sorriu. Seus olhos eram castanhos claros e seu cabelo era negro. Pele branca e usava um casaco e uma calça jeans acompanhado de botas.

—Sim tem – ela percorreu algumas das prateleiras e pegou o primeiro da saga.

—Quer o primeiro?

—Sim, você já leu?

—Sim já – ela sorriu novamente – gostei bastante, mesmo que o final não tenha me alegrado, mas não vou dar spoiler – ela riu de novo – então quem é você?

—Dany – disse e vi seu sorriso desaparecer como se nunca tivesse existido, ela me olhou e por alguns segundos tive medo do que fosse que havia visto em seus olhos – e você?

—Sou Amanda Clyter, uma guardiã – ela se aproximou de mim e me inspecionou – é diferente do que imaginei que seria – ela virou-se para a prateleira e eu para ir embora, senti a tensão no ar mesmo sem saber o porquê – se afaste dele, acho que ele já sofreu demais – parei e me virei para ela que agora continha em mãos um livros marrom.

—Lucas?

—Claro de quem mais ia falar, todos sabemos como ele sofreu por sua causa, não complique as coisas tentando reunir sentimentos que se perderam, não fará bem a nenhum dos dois.

—É amiga dele?

—Quase isso – disse ela e enfim virei as costas e a deixei ali.

Fui a cozinha e encontrei algumas mulheres fazendo o que achava ser o almoço. Uma menina chinesa se aproximou de mim e brincou com meu cabelo.

—É tão lindo seu cabelo, é natural?

—É sim – sorri

A menina devia ter na faixa de uns oito ou nove anos. Tinha olhos puxados e cabelo curto. Era branca e possuía uma cor de olho de um azul como o de Taylor e uma parte de mim quase desabou diante da lembrança, mas a segurei.

—O seu também é lindo – disse brincando com uma mecha de seu cabelo – como se chama princesa?

—Sou Nathaly, mas pode me chamar de Naty e obrigado pela princesa apesar que não sou uma, mas serei um dia – ela sorriu e vi ali em seus olhos um brilho especial – um dia casarei com um príncipe e serei uma princesa – ela deu um giro e eu ri – esta com fome?

—Sim.

—Já volto – disse ela e saiu.

Sentei-me na mesa de madeira. Essa parte da cozinha era pequena. Vi alguns empregados cozinhando. Vi cortarem nabos, cebolas, beterrabas e isso me deu água na boca. Fazia alguns dias que não comia de verdade. Estava faminta. Naty voltou com um prato contendo um sanduíche natural e um copo de suco de uva. Ela colocou o sobre a mesa e sentou-se na cadeira a minha frente.

—Então Naty o que faz aqui na cozinha? – perguntei e dei uma mordida no sanduíche que por sinal estava ótimo.

—Ajudo a minha mãe, ela é velhinha – então ela olhou para os lados e cochichou – é meio lerdinha sabe – ri diante aquilo.

—Sou nada Nathaly – uma senhora de cabelo grisalho prendido num coque se aproximou. Ela usava avental e sorria – ola querida – sorri para ela – venha, preciso que me ajude a picar as cebolas.

—Tchau – disse Naty e saiu junto a quem pensei ser sua mãe.

Terminei de comer e fui dar uma treinada com a raiz. Havia uma piscina do lado de fora da escola. Ninguém nadava então apenas treinei mexer com a água. E eu consegui diante de certos movimentos fazê-la movimentar e passei toda a tarde mexendo com ela. Eu consegui fazê-la flutuar e evaporar e lembrei que tinha feito chover não muito tempo atrás. Eu tinha dom para água, sorri diante da descoberta que não havia pensado.

—Relaxe os ombros e tudo ficara bem – uma voz feminina veio de trás de mim, segui o conselho.

Uma garota de cabelos ruivos e olhos cor esmeralda impressionantes parou diante de mim.

—Sou Keila e você é Dani certo?

—Sim – disse.

Ela sorriu e se aproximou então com alguns movimentos fez com que toda a água da piscina evaporasse e virasse chuva por cima de nossas cabeças.

—Posso te ensinar com isso – disse ela rindo e fechando os olhos, fiz o mesmo para sentir a chuva.

—Vou ensiná-la com a água Dani e você vera como é a melhor parte de ser um reflexo – girei de olhos fechados e senti a chuva caindo sobre meus olhos e meus braços – Bem vinda – então abri os olhos e vi que ela não estava nem um pouco molhada e ela riu diante da minha descoberta – isso é um dos privilégios que irei ensiná-la agora, pois o usaremos hoje à noite.

De alguma forma simples me senti segura em confiar naquela garota de olhos enormes e cabelo de fogo. Num instante eu estava molhada e no outro eu estava limpa.

—Como você faz isso nos outros?! – perguntei balançando as mãos no ar.

Ela começou a dar gargalhada e eu também diante da situação estranha.

—Ira descobrir agora.

Então começamos.


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Notas finais do capítulo

cont.



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