Quando as cortinas finalmente se abrem, enquanto enxugo pelas milionésima vez o suor das minhas mãos frias na saia do vestido, sinto meu coração parar, para logo depois voltar a bater louco e furiosamente, o auditório estava lotado! Sinto meu estomago revirar me fazendo crer que colocaria tudo o que comi para fora a qualquer segundo.

Encaro todas as pessoas ali presentes com um nó na garganta, agradecia mentalmente por não estar usando colar, se não esse poderia me sufocar. Eu não vou conseguir! Vejo meus amigos com minha família, os olhares de todos me passam apoio e encorajamento, mas isso não é suficiente para desfazer o nó em minha garganta.

Estava a ponto de jogar tudo para o ar e sair correndo quando o encontro. Peeta parece que havia previsto que eu tentaria desistir, então estava na primeira fileira da plateia, não me pergunte como ele conseguiu lugar, já que o auditório está lotado. No momento que nossos olhos se encontram é como se o mundo e as pessoas não existissem mais, a única coisa que me importa são seus olhos azuis que me transmitem orgulho e confiança, assim como seu sorriso digno de comercial de pasta de dente, como se estivesse só nos dois no nosso mundo particular.

Nesse momento eu sinto uma nova onde de confiança me tomar, enquanto escuto os primeiros acordes da música, meus olhos não saem dos dele de jeito nenhum, eles me fazem ter confiança para cantar os primeiros acordes, ainda timidamente. Tenho medo de que quando eu olhar para o publico como um todo eu ainda trave, mas olhando para Peeta nada me importa, ainda mais vendo o brilho de orgulho crescer cada vez mais nos seus olhos, e seu sorriso se abri mais ainda, se possível.

Somente quando minha voz perde toda a timidez, e os olhos de Peeta não tem como reluzirem mais, assim como seu sorriso, que eu acho impossível ficar maior, eu consigo coragem para olhar para todas aquelas pessoas, a maioria me olha impressionada, alguns orgulhosos, e vejo até lagrimas nos olhos de algumas mulheres, o que me faz ter um pequena vontade de rir, já que achava um exagero, mas me controlo, me focando em termina a música.

Nem eu mesma havia percebido, mas de certa forma a musica lembra um pouco a mim e a Peeta, não sei em que Cinna estava pensando quando a escolheu, mas se encaixou perfeitamente no momento.

Quando finalmente o ultimo acorde é soado as cortinas se fecham e eu sinto meu sorriso crescendo no rosto. Eu consegui!

Eu posso ter começado timidamente, mas à medida que eu via o quanto as pessoas gostavam eu comecei a me soltar, comecei a ter mais confiança em mim mesma, principalmente quando vi o olhar dos meus amigos e família, não podiam estar mais orgulhosos. Estava com medo de errar a letra ou o tom, mas essa preocupação não podia ser mais insignificante, e isso é comprovado pelo sons das palmas, por mais que eu não veja, o som é nítido, e isso me faz aumentar ainda mais meu sorriso.

Sou pega de surpresa quando um par de braços me tira do chão me girando. Peeta. Ele tinha o sorriso mais lindo no rosto, com seus olhos mostrando claramente o quando ele estava orgulhoso de mim, isso fez com que pequenas lagrimas brotassem no canto de meus olhos, eu ainda não acreditava que tinha conseguido, parecia um sonho.

Antes que eu possa dizer qualquer coisa Peeta cola seus lábios nos meus em um beijo apaixonado, que me tira mais uma vez de orbita, como sempre. Mas o som de palmas atrás de nós nos atrapalha, ao nos separamos vejo que todas as pessoas que estão participando do musical estão ali, nos olhando com grandes sorrisos enquanto batem palmas, o que me deixa levemente corada, já devia ter me acostumado, mas parece impossível.

–Você conseguiu, meu amor. – Peeta diz atraindo minha atenção para ele novamente.

–Eu consegui! – sussurro ainda descrente.

–Eu falei que você conseguiria! – ele diz enquanto seus braços apertam minha cintura em um abraço protetor. Por mim não sairia dali nunca mais, é o meu lugar preferido no mundo.

–Eu sei! – é tudo que eu digo antes de colar nossos lábios novamente.

–Já chega pombinhos! – diz Cinna nos separando. Por que ele sempre faz isso? – Parabéns Katniss! - ele diz enquanto me da um abraço e eu sussurro um ‘obrigada’ – Agora vai pro camarinho se trocar, você ainda tem mais duas apresentações. – ele diz me empurrando e só da tempo de mandar um beijo no ar para Peeta que me retribui com um de seus grandes sorrisos, antes de ele sumir da minha vista.

Cinna me deixa no camarinho e logo volta para os bastidores, dizendo algo sobre um minuto com ele longe e o palco pega fogo, o que me faz rir enquanto entro indo em busca da segunda roupa, à do dueto.

Dessa vez acho que não demorei tanto, já que o cabelo já estava pronto, só faltava pegar a roupa, os acessórios e o sapato, que já estavam devidamente separados, e retocar a maquiagem, o que não durou mais do que vinte minutos, isso é um recorde para mim.

Quando pronta volto o mais rápido possível para trás do palco, afinal seria a próxima, de novo, e também queria ver a apresentação do Peeta, que era a última antes do dueto. Para minha felicidade, a sorte está a meu favor e consigo chegar a tempo de ver o final da apresentação do menino que era antes do Peeta, acho que seu nome era Charlie.

Poucos minutos depois Cinna anuncia a apresentação do meu loiro lindo e eu vejo ele subindo e arrancando suspiros das meninas, tanto das que estão atrás das cortinas comigo, essas recebem meu olhar assassino, tanto das que estão na plateia. Não posso negar o meu loiro está realmente deslumbrante, mas ele ainda é só meu! Vadias oferecidas!

Só saio da minha bolha de ciúmes quando algo me chama a atenção. Todas as pessoas que estavam tocando os instrumentos descem do palco, enquanto alguém da produção coloca um banquinho no centro. Fico completamente confusa, afinal a apresentação de Peeta necessita da banda! É então que volto meu olhar para ele e o vejo ajeitar um violão no corpo enquanto se senta no banquinho para logo depois conferir se o instrumento está afinado. O que esse louco está fazendo? Nada disso fazia parte da apresentação, pelo menos não nos ensaios.

Assim que nossos olhares se encontram faço uma pergunta muda sobre o que ele está fazendo, e ele me responde com um sorriso mais que brilhante, fazendo minhas pernas ficarem bambas e por alguns segundos eu esqueço onde estou, pouco tempo antes de ouvir sua voz grossa no microfone.

–Bom... Oi. – ele diz abrindo um sorriso que faz as vadias da plateia suspirarem de novo, eu estou me controlando para não arrancar os cabelos delas! Cabelos nada! Aplique! – Eu tinha preparado uma musica para essa apresentação, mas devido a alguns fatos eu resolvi apresentar outra. Uma musica que eu dedico para a pessoa que me fez mudar, conhecer o amor, que me fez ser quem sou e me mostrou que as coisas mais bonitas da vida não são grandes nem gananciosas, são pequenas e simples. Nada precisa ser grande se tiver a pessoa amada ao seu lado. Espero que goste, amor. – essa ultima parte ele diz olhando pra mim, e mesmo completamente confusa abro um sorriso para ele, ainda não acreditando no que ele está fazendo.

Nem mesmo a mais nova onda de suspiros que passa pelo local destruí a minha felicidade pela declaração, não faço a menor ideia do que ele está fazendo, mas já estou amando.

Logo após ele começa a tocar os primeiros acordes, os quais logo reconheço, não acredito que Peeta está cantando essa musica pra mim! Estou morrendo de vontade de mandar um foda-se para tudo e me jogar em seus braços, mas minhas pernas parecem incapazes de se moverem, o que me faz ficar onde estou com os olhos marejados quando sua linda voz começa a cantar

Yeah
Yeah

I'm not superman
I can't take your hand
And fly you anywhere
You want to go (yeah)

I can't read your mind
Like a billboard sign
And tell you everything
You want to hear

But I'll be your hero

Cause I, I can be everything you need
If you're the one for me
Like gravity
I'll be unstoppable

I got believe in destiny
Or maybe an ordinary guy
With heart a soul
But if you're the one for me
I'll be your hero

Oooh

I'll be your hero

Yeah

I'll be your hero

So incredible
Some kind of miracle
When it's meant to be
I'll become a hero
So I'll wait, wait
Wait, wait for you

I'll be your hero

Cause I, I can be everything you need
If you're the one for me
Like gravity I'll be unstoppable

I got believe in destiny
Or maybe an ordinary guy
With heart a soul
But if you're the one for me
I'll be your hero

Yeah

I'll be your hero

Yeah

I'll be your hero

Hero

Nesse momento já haviam grossas lagrimas escorrendo pelos meus olhos, era impressionante como Peeta conseguia me ler por dentro, sabia exatamente o que dizer e quando dizer, e eu amava isso nele, é uma capacidade que só ele tinha. Durante toda a música seus olhos não desgrudaram dos meus, como polos opostos de um imã, eu consegui ver claramente a sua preocupação quando a primeira lagrima escapou de meus olhos, mal sabe ele que todo esse choro é de alegria.

Quando ele finalmente tocou o ultimo acorde vi que ele se preparava para vim ao meu encontro, mas fui mais rápida correndo para o palco e pulei em seu colo, no exato momento que a ultima fresta da cortina foi fechada, mas não me importava com plateia ou quem quer que estivesse ali, a minha única preocupação era meus lábios sobre os de Peeta, enquanto minhas lagrimas ainda escorriam, deixando o beijo salgado.

Quando finalmente nos separamos ainda deixamos nossas testas coladas.

–Você gostou? – ele perguntou e eu finalmente abri os olhos encontrando os olhos dele que exalavam preocupação.

–Não... – respondi com um sorriso nos lábios, vendo o desespero crescer nele – Eu amei. –foi tudo que eu disse antes dele colar nossos lábios novamente.

–Por Deus! Como vocês conseguem? – disse alguém de forma exasperada, o que nós fez separar rindo – Não cansam não? – perguntou Cinna. Por que sempre ele?

–Cansar de que? – Peeta é quem pergunta.

–De ficarem se agarrando. – ele diz como se fosse obvio, enquanto revira os olhos, o que nos faz rir, bem a cara de Cinna.

–É impossível cansar dos lábios dela, já sou viciado neles. – ele diz com o olhar variando entre meus olhos e meus lábios, enquanto eu faço o mesmo.

–Faço de suas minhas palavras. – já estávamos tão perto que quando eu falei nossos lábios raspavam um no outro.

–Já chega! – Cinna disse aumentando algumas oitavas quando Peeta tinha avançado para me beijar – Nós ainda temos um musical para concluir! E aliás! Vocês são os próximos! Andem! – ele diz enquanto nos manda de volta para o palco, o qual nem percebi que tinha saído.

–Aliás você está linda, como sempre. –Peeta disse no meu ouvido, me fazendo arrepiar.

–Não me provoca. – sussurro de volta em seu ouvido e vejo quando ele também se arrepiar o que faz um sorriso nascer em meus lábios.

–Por quê? – ele diz apertando sua mão que estava em volta da minha cintura.

Desde quando o palco ficou tão longe?

–Peeta! – advirto olhando em seus olhos que brilham de diversão.

–Meu nome! – ele diz com um sorriso travesso.

–Ah, por favor! Em seus lugares! Rápido! – a voz de Cinna se faz presente, mas não o vejo.

Uso esse momento como brecha para sair correndo, do jeito que posso, por causa do salto, para longe de Peeta, ou seja, o outro lado do palco, já ficando em minha posição, enquanto sinto o olhar do loiro queimar sobre mim, mas não o olho.

–Katniss? – ele chama e eu finalmente o olho, ele também já está em posição.

–Sim.

–Juntos?

–Juntos. – é tudo que eu digo antes de sentir a cortina se abrir mais uma vez, mas dessa vez eu não estou nervosa, tenho Peeta do meu lado, e sei que ele não me deixará falhar.