–Então onde vamos?

–Calma apressadinho, você já vai descobrir. – a verdade é que eu não fazia ideia de por onde começar, mas resolvo ser clichê. Quem vai em NY e não conhece a estátua da liberdade? Acho que ninguém. Bom o meu plano é o seguinte, eu levo ele na estátua da liberdade e depois tenho outra ideia.

O caminho até o local não demora muito e nós aproveitamos esse tempo para sabermos um pouco mais sobre o outro. Ele é de Los Angeles e se mudou com a família devido ao emprego do pai, é a primeira vez dele na cidade, para a minha felicidade, caso contrário meu plano iria agua a baixo. Ele também se mostrou uma pessoa muito engraçado, principalmente as suas histórias de quando mais novo.

Ao chegarmos a estátua vejo os olhos dele brilharem, pelo visto acertei no primeiro lugar.

–Eu sei que é meio clichê, mas qual lugar melhor para visitar primeiro em Nova York do que a Estátua da Liberdade? – perguntei com um pouco de medo do que ele tinha achado.

–Clichê? Eu não me importo se é clichê. Desde que eu cheguei em NY eu queria vir aqui, mas não tinha vindo ainda. Obrigada! – ele diz me olhando com os olhos brilhando e um sorriso de orelha a orelha.

Ao perceber que ele gostou solto o ar que nem percebi estar prendendo e fico um tempo com ele lá, para logo seguimos caminho para outros pontos turísticos, até mesmo lugares mais visitados somente por moradores.

No final do dia tínhamos idos a vários outros lugares, como a Ponte do Brooklyn, e agora estávamos indo para nossa última parada a Washington Square.

–Você quer um sorvete? – ele pergunta assim que paramos e ele avista um daqueles trailers de sorvete.

–Claro.

–Qual?

–Ninho.

–Certo, espera aqui que eu já volto.

Apenas sorrio em resposta e me sento em um banco ali perto. Não demora e ele aparece com dois sorvetes e se senta ao me lado, me entregando um.

–Sabe, eu adorei passar esse dia com você, foi bastante divertido. – ele diz

–Eu também, é muito legal ficar ao seu lado.

–Fico feliz pelo elogio. – quando ele diz isso tomo consciência do que havia dito e coro, e ele ri – Você foi uma ótima guia turística, ainda assim o que eu mais gostei foi a estátua da liberdade, eu adorei ir lá.

–Eu também acho muito legal o colar, e fico feliz de ter te levado até lá.

–E eu agradecido.

Nós rimos e continuamos conversando sobre o dia, que eu não posso negar foi muito legal, nós nos divertimos muito, eu adorei passar esse dia com ele.

–Fica quieta. – ele diz e mesmo eu não entendo o porquê fico parada – Tem um pouco de sorvete aqui. – ele diz passando as mãos próximo aos meus lábios.

Ele tira as mãos quando termina de limpar, mas não desvia o olhar dos meus lábios e vem se aproximando aos poucos. Eu sei o que está por vir, mas não sei se quero beijá-lo, mas também não consigo me afastar, então quando ele cola nossos lábios, acabo retribuindo o beijo.

Seus lábios são muito diferentes dos de Peeta, não consiga evitar a comparação, o do ex-futuro-novamente-idiota são mais macios, e com ele nossos lábios desde o primeiro momento pareciam terem sido moldados um para o outro, enquanto com o Nate, no primeiro momento, nosso beijo foi desajeitado, não conseguíamos encontrar a posição certa, mas quando encontramos tudo ficou melhor, e estaria mentindo se falasse que ele não beija bem, mas não tão bem quanto Peeta. Por quê que eu estou pensando em Peeta mesmo? Ignoro os meus pensamentos e aproveito o momento, sei que vou me arrepende disso depois, mas mesmo assim me deixo levar.

Quanto o ar nos falta, nós nos separamos e colamos nossas testas, mas ainda não consegui abrir os olhos.

–Devo pedir desculpas? – ele pergunta me fazendo abrir os olhos, encontrando seus lindos olhos azuis me fitando.

–Não. – respiro fundo e me afasto desviando meus olhos dos dele e ouço ele suspirar – Só... Por favor... Não faça isso de novo. – digo olhando para frente – Nós só nos conhecemos a dois dias, não sei se estaria pronta. Caso rolasse alguma coisa entre a gente agora. Talvez mais tarde. – digo e ouço, novamente, ele suspirar.

–Tudo bem. – ele diz e vira meu rosto, me fazendo encará-lo – só me diz que eu não estraguei esse começo de amizade. – ele diz mostrando toda a sua preocupação e arrependimento no olhar e na voz.

Abro um sorriso e lhe digo – Não você não estragou nada, afinal eu retribui, mas vamos manter só a amizade por agora. – ele solta o ar, que estava prendendo, e retribui o sorriso.

–Ainda bem, não queria perder sua amizade, já é um bom começo. E eu reconheço que fui muito precipitado, devemos nos conhecer melhor antes de começarmos algo.

–Fico feliz que entenda. Eu não estou de dando um fora, longe disso. – digo e ele ri acenando positivamente – Mas eu acho que não nos conhecemos o suficiente para começarmos algo mais sério.

–Concordo com você. Que tal fazermos assim, fingimos que esse beijo não existiu, não contamos a ninguém, fica sendo o nosso segredo. Então a gente se conhece melhor e se ver que isso – ele aponta para nós dois – pode dar certo a gente tenta?

–Por mim tudo bem. – digo sorrindo – Onde estávamos mesmo?

E assim nós retomamos nossa conversa sobre o nosso dia. Eu sei que nem eu nem ele esqueceremos de fato esse beijo, mas nos esforçaremos para não ficar pensando nisso a todo momento, nos preocuparmos mais em nos conhecer melhor, não sei da parte dele, mas eu me esforçarei para conhecer o Nathan Ward, quem sabe não dê certo nós dois?

Pouco tempo depois nós já estamos no carro voltando para casa. Eu ligo o som e nós cantamos algumas músicas juntos até chegar à sua casa. Eu sinto como se um peso houvesse sido tirado das minhas costas, ao constatar que o que aconteceu na Washington Square não afetou nossa relação, não quero perder essa amizade com o Nat, ele é um ótimo amigo e pessoa, sei que posso contar com ele a qualquer momento, mesmo nos conhecendo a tão pouco tempo.

Após deixa-lo em casa sigo rumo a minha, e nesse meio tempo me lembro de todas as coisas que havia esquecido quando estava com Nat, e a principal delas é, amanhã tem ensaio com o Peeta lá em casa. Só de imaginá-lo na minha casa já rio, quero só ver como ele vai reagir, porque além de mim, Cato e Prim vão estar presentes, traduzindo: Sem implicâncias, Mellark!

(...)

Atrasado! O Peeta está atrasado, meia hora atrasado, não sei porque ele foi inventar de marcar os ensaios aos domingos. Sabia que ele não apareceria! Estou eu aqui a vinte minutos sentada no sofá da sala esperando, não acredito que me arrumei correndo só por achar que ele já estava chegando, mas esse garoto me paga!

Sou tirada dos meus pensamentos com a campainha tocando. Seja quem for não veio em boa hora e espero que não fique me enchendo o saco se não desconto minha raiva nele. Quando abro a porta quem vejo? Se você disse o Peeta atrasado Mellark, acertou. Eu cruzo os braços e começo a bater um pé no chão, e ele, após me examinar dos pés à cabeça, vendo minha expressão de raiva se encolhe.

–Algo a me dizer? – digo com a voz rude.

–Desculpa? – ele diz cauteloso me entregando uma rosa branca.

–Certo... Mas só por que você trouxe uma flor. – ele respira aliviado quando eu abro passagem.

Ele vai entrando e examinando o ambiente, ele olha para a escada bem no momento que Cato está descendo.

–Mana quem e.... – ele se corta ao ver Peeta lá na sala – Ah... Oi Mellark. – Peeta somente acena com a cabeça – Kat o pes... – ele novamente é interrompido só que dessa vez pela campainha, vou atender a porta me perguntando quem é já que pelo menos eu não estou esperando mais ninguém.

Quando abro a porta quase caio para trás ao encontrar cinco pessoas me olhando. O que esses loucos tão fazendo aqui?

–O que vocês tão fazendo aqui? – eu pergunto.

–Nossa que educação Kat, é assim que você nos recebe? – pergunta Gale, já entrando em minha casa, seguido pelos outros, mas todos param ao chegar na sala, já até sei o motivo, e ele tem nome e sobrenome, Peeta Mellark.

–O que o Peeta tá fazendo aqui? – Finn é o primeiro a se manifestar.

–Caso vocês não se lembrem eu tenho ensaio hoje. – respondo e pela cara que eles fazem, eles tinham esquecido. Mas antes que eu possa dizer qualquer coisa a campainha toca de novo. Qual é? Por acaso hoje é o dia “vamos todos para a casa da Katniss”?

Vou com raiva até a porta, mas logo o meu rosto é tomado por um sorriso ao ver que é Nathan, que me olha um pouco tímido.

–Oi. – ele diz sorrindo de lado.

–Oi.

–Olha eu não estou querendo invadi sua privacidade, mas você tá afim de sair comigo hoje?

Antes de responde eu escuto um grito de Mad: - QUEM É KAT?

–Acho que á deu pra perceber que a casa tá cheia. – digo rindo e ele me acompanha – Vem, entra. – ele entra e eu fecho a porta.

Percebo que ele está um pouco constrangido, então passo o braço em sua cintura, como faço com os meninos, e ponho o seu braço em meus ombros e caminhamos assim para a sala.

Ao chegarmos todos nos olham, e um sorriso malicioso surge no rosto dos meus amigos e meu irmão, enquanto Peeta fecha a cara, esse povo entende tudo errado.

–O Nat. – respondo a pergunta que Madge havia me feito.

–Nat? Desde quando tem essa intimidade? – pergunta Clo.

–Vão caçar alguma coisa para fazer. – digo quando vejo que Nat está começando a corar por causa do comentário.

–Foi exatamente o que a gente veio fazer aqui. – Annie fala pela primeira vez desde que entrou em casa – Viemos chamar vocês para sair.

–A mesma coisa que Nat veio fazer aqui, então respondo aos dois de uma vez. Sinto muito, mas tenho ensaio.

–O Nat veio te chamar para sair? – diz Cato, dando destaque ao Nat.

–Sim, algum problema? – pergunto.

–Não. – ele responde sorrindo.

–Ótimo, mas já que eu tenho compromisso, vocês vão sem mim, ou nem vão sair? – eu digo.

–Nem um, nem outro. – diz Gale e eu o olho confusa – Vamos esperar se ensaio acabar e vamos todos juntos.

–Ok. Então os meninos vão para o quarto com Cato joga vídeo game, ou qualquer merda que vocês queiram fazer, e as meninas vão para o meu quarto fazer o que quiserem, enquanto eu ensaio com Peeta na sala de música, tudo bem? – eles acenam afirmativamente, e logo começam a se dirigir para os locais que eu falei, inclusive Nathan, que me dá um beijo na bochecha antes de sair.

Ficamos só eu e Peeta na sala, já que ele não conhece o caminho para a sala de música, que é uma sala onde tem um piano e alguns outros instrumentos, dentre eles o violão, era uma sala só minha e de meu pai, onde ele me ensinou a amar a música e me ensinou a rocar instrumentos, o local onde eu vou para praticar.

–Vamos? – digo para o Peeta, que acena afirmativamente e eu começo a me dirigir para a sala de música e ele me segue.

No caminho um pensamento passa pela minha cabeça, se só com o Cato aqui ele não poderia fazer gracinhas, se não arrumaria confusão com o meu irmão, imagina com todo mundo aqui! Você está ferrado Mellark!