Harry Potter e o Senhor da morte escrita por Leid Jeh


Capítulo 19
O amuleto de Merlin


Notas iniciais do capítulo

A fic começa com um trecho um pouco modificado do filme : Filme - Elizabeth: a era de ouro. Trecho original: "...Quando a tempestade irrompe, cada um age conforme sua natureza. Alguns ficam mudos de pavor. Alguns fogem. Alguns se escondem. E alguns abrem as asas como águias e alçam vôo..." Boa leitura!



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Quando a tempestade irrompe, cada um age conforme sua natureza. Alguns ficam mudos de pavor. Alguns simplesmente fogem. Alguns se escondem por detrás de cortinas negras sustentando suas mascaras. E outros abrem as asas como águias e alçam vôo.

Draco olhava pela janela com os olhos rasos de água. A muito a neve havia cessado, e seu coração provavelmente ainda estava nela. O céu manteve sua tonalidade cinza, como um aviso. Draco fechou os olhos e lembrou-se da noite da aparição daquele terrível animal. Lá na cabana, ele recordou-se do quanto estava amedrontado, e o medo o levou a querer fugir, alegando que aquele odor o afetara.

– Meu medo, - pensou; quase nos matou.

Draco cerrou os punhos e olhou para seu próprio reflexo na janela. Ele fora um covarde, e naquele momento na cabana esteve prestes a abandonar todos. Sentiu envergonhado e lembrou-se dela. Ela havia dado a vida por ele, mesmo com medo não hesitou em fazer o que achava certo. Ele também não hesitaria, não mais. Por ela, em memória dela. Uma mão amigável tocou-lhe o ombro. Do reflexo pôde ver olhos verdes por detrás dos óculos redondos o fitando. Antes, o garoto celebridade, aquele que chamava sempre a atenção de todos. O escolhido. Agora, simplesmente seu amigo. Nada precisou ser dito, o toque já afirmara que ele estaria ali, caso Draco precisasse.

Aquele dia se seguiu pesaroso como um dos piores em Hogwarts. Todos estavam muito tristes com a grande perda. O salão comunal foi inteiramente decorado com as cores preto e amarelo, em homenagem a Lufana corajosa que deu a sua vida, em prol de outra.

— A morte dela não será em vão! – Disse Harry, - Aquele desgraçado irá pagar caro, por todas que cometeu!

— Sim! – Disse Hermione, - Nós não deixaremos barato! Mas acredito que todo esse luto não seria o que Ana iria querer!

— Concordo com Hermione!- Disse Luna, que até agora se manteve perdida em seus devaneios, - Ana era extremamente alegre, toda essa tristeza acabaria com ela!

— O que faremos? – Perguntou Rony, - Digo, amanhã é natal!

— Eu sinto muito Rony, - Disse Harry, - Mas esse ano não haverá comemorações! Não enquanto tudo isso acabar!

O almoço fora servido e todos comeram em silencio. Estavam cansados e amedrontados. Depois de tudo que havia acontecido no dia anterior, perceberam o quão grande era a batalha que se aproximava. Todos ali presentes foram marcados por perdas. Perderam pessoas queridas na primeira guerra e perderiam mais nessa. Esse era o motivo de seus medos, estariam eles preparados para perder mais? Mas afinal, quem realmente está preparado? Minerva os fitava da mesa dos professores. Ela tinha um ar cansado, mas sustentava um olhar amável para eles. Apesar dos acontecimentos ela não deixou de enfeitar um pouco o castelo. Tudo estava acontecendo muito rápido e o ar natalino talvez confortasse um pouco.

Harry seguiu para o seu dormitório, sentado em sua cama perdeu-se em lembranças fazendo carinho em Orheni. Não pretendia dormir tão cedo, mas naquele momento ele queria ficar um pouco só.

— HARRY abra, venha ver! – gritou Hermione eufórica batendo na porta.

Harry levantou-se desanimado e abriu à porta, Hermione tinha um estranho brilho nos olhos. Puxou-o pelo braço o arrastando pelas escadas.

— Mione o que aconteceu?

— Você verá Harry!

Hermione o levou até uma sala, onde antes, os seis sempre se encontravam para conversar. Harry não conseguia compreender a animação da amiga, em tempos como esse, sua euforia não fazia sentido. Hermione abriu a porta, pela fresta Harry pôde ver Draco, Rony e Luna, sentados em poltronas rindo de algo que ele não conseguiu entender, até que a porta fosse totalmente aberta, permitindo a visualização de antigos conhecidos. Perto da lareira Neville e Gina riam da piada contada por Jorge. Sentados perto da janela Cho Chang e Dino Thomas conversavam sobre algo banal. Ernesto Macmillan e Hannah Abbott apreciavam um delicioso suco de abobora sentados no carpete. Por um momento Harry não acreditou no que via.

— O que fazem aqui? Quando chegaram? – Perguntou Harry confuso.

— Como assim, o que fazemos aqui? – Respondeu Neville, - Viemos ajudar, viemos para a guerra! Chegamos agora a pouco!

Harry correu de encontro aos amigos, abraços e lagrimas se tornaram comuns naquele momento.

— Mas como? – Questionou Harry.

Dino Thomas retirou do bolso uma velha moeda e mostrou a Harry, logo todos ali presentes fizeram a mesma coisa.

— Hermione nos chamou! – Disse.

— Bom, - Disse Hermione, - Precisamos mais do que nunca de pessoas experientes, pessoas que já vivenciaram o que é estar em uma guerra. Então me lembrei das moedas usadas na armada, talvez desse certo. E deu!

— Armada de Dumbledore de volta! – Disse Luna.

Harry acomodou-se um tempo no sofá daquela sala, apenas ouvindo as piadas de Jorge, e as conversas tão comuns que fizeram tanta falta. Pensou que talvez não voltasse a vê-los, mas agora ele sabia que todos eles lutariam quantas vezes fosse preciso por Hogwarts.

— E então? – Disse Neville, - Onde está esse tal amuleto?

Então Harry lembrou-se, estavam tão cansados e abatidos pela morte de Ana, que nem se deram conta que estavam com as quatro partes do amuleto.

— Três das partes do amuleto estão com a diretora, - Disse Hermione, - Vamos até lá, não podemos perder mais tempo!

E seguiram rumo à sala da diretora, passando pela estatua e chegando até uma grande porta de madeira, onde bateram e logo foram recebidos. Minerva já os esperava, dando espaço para que todos se achegassem na sala. Harry retirou do bolso, o ultimo pedaço que haviam achado e encaixou com as outras partes que jaziam na mesa. Por um instante nada aconteceu, mas depois uma forte luz que iluminou toda a sala emanou do amuleto, unindo todos os fragmentos em um só. A luminosidade foi engolida rapidamente pelo mesmo, deixando na mesa um amuleto completo como se nunca tivesse sido quebrado. Harry o pegou admirando sua beleza, Draco segurou forte sua marca, ela nunca tinha doído tanto quanto naquela noite. Minerva segurava o peito ansiosa pelo que poderia acontecer. Mas nada aconteceu. Eles se sentaram em frente ao amuleto e esperaram que algo acontecesse, mas ele continuou intacto imóvel.

— Eu não entendo! – Disse Harry, pegando novamente o amuleto. Esfregou levemente o artefato e viu seu reflexo nele. Algo misterioso vibrou com intensidade no bolso de seu casaco. Ele abriu e de lá retirou uma pena. A velha pena que ganhou de presente de Rita Skeeter tempos atrás, já esquecida a muito naquele casaco. Segurou-a forte, na esperança de entender o que fazer.

– E se...? – Pensou.

Colocou o amuleto na mesa, e junto dele a pena mágica. O amuleto brilhou com uma intensidade maior, e a pena vibrou com vigor, mas, mais nada aconteceu. Todos estavam visivelmente decepcionados e não sabiam mais o que fazer. Hermione Retirou do bolso as folhas que havia retirado do livro do destino e releu-as, olhou para fênix que a olhava curiosa, como se esperasse algo dela.

"Nada poderia ser mais poderoso e imponente do que uma fênix. Aquele que possuísse algo com o interior de uma..."

– Interior! – Pensou, - O interior da pena mágica de Rita, era repleto de magia de fênix!

— Harry, quebre-a! – Disse Hermione.

— O que? Mas por quê? – Questionou.

— Quebre-a logo! É o interior dela que é mágico e não seu exterior quebre-a em cima do amuleto!

Então todos entenderam, e perceberam que a lógica de Hermione era realmente brilhante. Harry pegou a pena e a analisou por um momento, como se hesitasse em quebrá-la. – Hermione nunca erra! – Pensou, - E subitamente a quebrou.

O que aconteceu depois eles nunca haviam presenciado. A magia era tão forte, que pequenos cristais que enfeitavam a mesa se quebraram. Um forte vento atingiu a sala, abrindo janelas, derrubando cadeiras, assustando a todos. Uma luz intensa que saia do amuleto quase cegou a todos. E havia um barulho que não pôde ser distinguido, como uma melodia doce e tranquilizadora O vento cessou, dando lugar a um enorme campo energético, como um portal.

­ — Entra logo Harry! – Disse Jorge.

Harry parou em frente ao portal amedrontado. Olhou para trás e buscou os olhos da Diretora que o encorajou acenando com a cabeça.

—Tome cuidado, Harry! – Disse Hermione.

Harry respondeu com um sorriso, chegando mais perto. Notou que os ponteiros do relógio de parede da sala da diretora batiam alto, e cada vez mais lento. O tempo estava parando, e antes que pudesse dizer ou perguntar algo, fora bruscamente sugado para dentro do portal.


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