Harry Potter e o Senhor da morte escrita por Leid Jeh


Capítulo 20
Utopia


Notas iniciais do capítulo

Mais um capitulo para voces, e esse promete emoçoes! Boa leitura ;)



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–Era frio e escuro.

Harry sentiu sendo sugado e não pôde definir onde estava. Era frio e escuro, e o vento lhe causava calafrios. Não conseguia enxergar um palmo a sua frente tudo estava envolvido em um manto de plena negritude.

Lumus!

E da sua varinha emergiu um ponto de luz. Mas nada pôde ser visto, ele estava em um vácuo total, e a luz de sua varinha só lhe mostrava mais escuridão. O lugar era extremamente gelado e o vento parecia-lhe cortante, mas a suor já lhe corria pelo rosto.

— Olá, tem alguém ai?

Mas ninguém respondeu; apenas o eco de sua própria voz ressoou. O desespero tomou-lhe conta, Harry passou os dedos em seus cabelos desgrenhados, não conseguia ver a passagem de volta e não havia ninguém ali. Estava só. Foi então que uma conhecida voz cortou o silencio.

“Continue Harry meu filho, siga seu coração, é nele que se encontra a luz!”

A voz de Dumbledore era calma e doce, e parecia melodia aos ouvidos de Harry. Foi então que ele fechou os olhos. Não precisaria deles, não naquele momento. Respirou fundo e deixou que seu coração o guiasse pelo caminho certo em meio ao breu. Caminhou por longos minutos em linha reta, e parecia que aquele lugar não tinha fim, até que tateou uma porta. Harry abriu os olhos, e a apalpou temendo ser apenas uma criação de sua mente. Procurou a maçaneta e a girou. A porta se abriu lentamente fazendo com que Harry tapasse os olhos não acostumados com a luz. Um vento gélido passava pelo lugar, tudo parecia calmo e quieto. A escuridão fora engolida pela luz intensa e Harry logo pôde sentir gotículas de água no ar. Abriu os olhos com dificuldades acostumando sua visão aos poucos. Harry surpreendeu-se com o que viu. Um grande mar jazia a sua frente, suas ondas imponentes quebravam-se e molhavam os pés do garoto. Ao retornar ao mar as águas deixavam graciosas conchinhas na areia clara quase branca, tão fina como veludo. Harry deu uma boa olhada no local, pareceu-lhe deserto acompanhado apenas pela imensidão salina. Era fim de tarde, o pôr-do-sol quase não podia ser visto atrás de grossas nuvens. Harry caminhava preguiçoso pela areia cabisbaixo cansado numa vã tentativa de ouvir novamente aquela voz. Alheio ao sol que se despedia, andou por horas, sem descanso. Só parou quando não mais avistou sua sombra. Uma fina garoa começara a molhar de leve seu rosto e uma brisa gostosa o atingiu fazendo olhar para trás onde surgira um monte. A garoa havia se transformado em uma fria chuva não impedindo que uma imensa chama crescesse no monte. A chama era de um vermelho intenso e ficava cada vez maior à medida que Harry se aproximava dela. Seu calor era aconchegante e grossas faíscas foram formadas. De repente a chama tomou a forma de uma enorme fênix e dela surgiu um homem. De longe Harry distinguiu uma túnica prateada que balançava forte com a força do vento. Atrás do homem, outros foram aos poucos surgindo. Harry correu desesperadamente de encontro ao fenômeno que estava a ocorrer, e bruscamente parou. Um mar de olhos azuis o encarou. Então Harry viu o que a muito desejava ver. Dumbledore estava em pé grandioso no monte. Havia surgido das cinzas como uma fênix, ou talvez de uma fênix. Mais tarde Harry juraria que não veria coisa mais bonita do que havia presenciado. Atrás do senhor da morte, o menino reconheceu muitos rostos. Alastor Moody segurava o ombro esquerdo de Dumbledore, admirando o lugar. Logo atrás Tonks e Lupin encontravam-se de mãos dadas. Do lado direito de Dumbledore Harry reconheceu a velha capa preta. Severo Snape estava serio o encarando como se esperasse que o menino fizesse algo que não fosse estar parado boquiaberto. Dobby acenava feliz para o amigo, seus grandes olhos estavam marejados e ele quase não se agüentava de excitação. Fred acabara de sair das chamas, estava intacto com a orelha que antes lhe faltava, como se nunca tivesse existido guerra alguma.

Talvez tudo que ocorreu antes tivesse sido um grande pesadelo, e o agora é a realidade! – Pensou Harry.

Foi então que outra pessoa surgiu. Alguém que por algum motivo, Harry não esperava. Talvez pelo estranho costume de sempre perder tudo no fim. Harry abriu e fechou os olhos sem acreditar e uma lagrima cortou-lhe a face. Ao longe Sirius sorria para o afilhado. Seus cabelos negros caíam em forma de cachos sobre os ombros com uma espécie de elegância e displicência. Os olhos brincalhões levemente acinzentados piscavam para o garoto. Harry afundou o rosto nas mãos e chorou como uma criança que perdera ou ganhara algo. Braços fortes logo o acolheram em um abraço aconchegante e tão sonhando. Sirius o apertava forte como se dessa forma nunca mais o perdesse. O momento foi de muitas emoções, o que estava acontecendo ali era surreal. Harry deu um abraço forte e desesperado em Dumbledore, não havia palavras que pudesse descrever aquele momento.

— Então Harry meu filho, como estão às coisas? – Perguntou Dumbledore dando leves tapinhas no ombro de Harry.

— Nada bem professor! Onde exatamente nós estamos?

— Hum... - Disse Dumbledore dando uma boa olhadela no lugar. — Eu não sei talvez esse seja o céu!

— Duvido muito que seja Alvo! – Disse Severo, — Afinal eu estou nele!

— Concordo com Snape! – Disse Sirius rindo da situação!

— É um lugar bonito, - Continuou Dumbledore pensativo, — Indiscutivelmente bonito! Lembra-me quando eu...

— Hã, me desculpe Senhor! – Interrompeu Harry, — Mas como vamos sair daqui?

— A sim, quase me esqueci! – Respondeu.

O silencio que se seguiu era quase constrangedor, Dumbledore apenas contemplava o céu, com o olhar sereno e calmo e por quase 10 minutos nada aconteceu. De repente o silencio fora quebrado por um piado. Ao longe uma ave vermelha voava manchando o céu de fogo. Fawkes deu uma volta e mergulhou em direção a massa de pessoas que se encontravam próximos a Dumbledore. Por um momento Harry não entendeu o que aquela ave fazia ali, e como havia chegado, mas quando Dumbledore ergueu os braços segurando a longa calda de Fawkes ele de súbito entendeu. Houve uma enorme labareda e todos desapareceram. Mais tarde Harry não saberia explicar a sensação daquele desaparato. Não era algo comum como os outros, e havia um calor que emanava da fênix envolvendo todos. Antes de chegarem à sala da Professora Minerva, ela pôde ser vista ao longe, da mesma forma que estava quando Harry fora sugado pelo portal. O tempo ainda estava parado. No momento em que seus pés tocaram o chão da sala, tudo voltou ao normal, e o bater do relógio já não estava tão alto, nem tão lento como antes. O susto foi coletivo. Minerva quase desmaiou e precisou ser amparada deitada em uma poltrona. Todos mantinham no rosto uma expressão de terror com euforia, Jorge correu para os braços do irmão que chorava muito dizendo o quanto sentira falta de todos.

— Isso é o que eu chamo de uma entrada triunfal! – Disse Rony, também abraçando Fred.

Uma garrafa de vinho fora rapidamente conjurada. O momento era tenso, com uma guerra se aproximando, mas aquela noite pedia uma comemoração. Estavam todos acomodados na sala, agora novamente de Dumbledore. Não quiseram fazer aparições e discursos essa noite para os outros alunos. Estavam todos exaustos e ainda muito emocionados com tudo que havia acontecido. Beberam quase a noite inteira, riram e se abraçaram, amanha seria um novo dia.


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