Conto I - Unforgettable Wars escrita por Contos da Grécia Antiga, RC2099


Capítulo 42
Entre o Céu e a Terra: Hiero e Hedi!


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Como vão? ♥

Acabei fazendo uma pausa aqui na fic pra organizar algumas coisas, desculpem pelo sumiço (a pág no face tá parada há alguns dias também, mas logo mais continuarei colocando os links dos caps. Quando ela alcançar o mesmo número de caps que aqui, as coisas ficarão melhores)... Bem, então, vamos lá. Aqui começam as batalhas entre os Basiliscos de Hermes e os Santos de Atena. Só para ressaltar, Hermes usa seu corpo verdadeiro, e não um receptáculo. Sua aparência é a mesma do Hermes das ilustrações do Sacred Saga (se você não conhece, aqui está a imagem http://static.zerochan.net/Hermes.(Saint.Seiya).full.631673.jpg ), como os demais deuses não apresentados na obra original. Achei que seria melhor fazer isso para o leitor ter uma noção do personagem. :3

Sem mais delongas, aqui vamos nós, embarcando em mais uma nova aventura! o/



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Algumas horas depois os Santos de Bronze acordaram, revigorados. O remédio de Anabelle realmente era eficiente. Estavam um pouco sonolentos, mas também agitados com o que estava por vir. Almoçaram e perceberam que todos estavam de bom humor – ao menos se comparados ao dia anterior. Ainda durante a refeição, a mensageira de Hermes chegou, trazendo consigo as armaduras de Hidra, Dragão, Lince, Raposa, Golfinho e Camaleão em suas Pandora's Box. Anabelle devia ser mesmo muito forte para conseguir carregar seis armaduras de Bronze sozinha.

— Bom dia! – cumprimentou. – Aqui estão elas... Se sentem melhor?

— Muito. – concordaram, entreolhando-se.

— Ótimo... A hora está chegando, então se eu fosse vocês já ia me aquecendo... Assim que terminarem de comer, levarei todos ao encontro dos cavaleiros de Ouro para quem pediram ajuda.

Todos assentiram e assim fizeram, sem pressa.

***

Pema, Niyati e Calisto estavam de pé, conversando, quando todos chegaram. O cavaleiro estava enfaixado em vários pontos do corpo, mas sorria como nunca. Niyati expressava tranquilidade, ao contrário de sua meia-irmã, que parecia esgotada.

— Boa tarde. – saudou o Santo.

— É bom vê-los novamente. – Pema sorriu.

— Concordo. – Niyati finalizou.

Anabelle explicou a eles a divisão de grupos e eles seguiram como o planejado, separando-se e aguardando as instruções.

***

Calisto seguiu com Aristides, Relinde, Ulysses, Soranin e Jhesebel para o Portão Principal. Chegando lá, questionou:

— O que querem que eu faça exatamente?

— Tem algum modo de você selar essa entrada? – perguntou Soranin. – Assim ninguém mais poderá entrar ou sair, e a batalha também vai se limitar nessa área.

— Hum... Tive uma ideia... – ele fez uma pausa. – Esta é uma de minhas técnicas secretas, então não saiam espalhando por aí, tudo bem? – o dourado arqueou uma sobrancelha e virou-se na direção do portão. – Vinha de Rosas! (1)

Uma enorme parede de rosas se ergueu, preenchendo todo o espaço interno com um emaranhado de espinhos e flores vermelhas. Todos ficaram maravilhados. Era tanto belo quanto mortal.

— Não precisam se preocupar. – acrescentou. – Elas não tem veneno. Esbarrar não fará mal, embora os cortes possam ser profundos... Vou selar a saída da vila mais próxima também, para que a luta não interfira na dos outros dois grupos, tudo bem?

— Ok. – eles disseram.

Peixes foi impecável com a sua tarefa. Em pouco menos de dez minutos tinha bloqueado todas as saídas e entradas daquele lugar, incluindo becos e esquinas que desembocavam em outras vilas. Agora, com um menor espaço, mas mesmo assim o suficiente, eles poderiam dar o melhor de si.

— Obrigada, Calisto. – Soranin agradeceu.

— Você foi de grande ajuda.

— Concordo com Jhesebel. – disse Ulysses. – Ficou ótimo.

— Ficamos todos gratos pelo trabalho duro. – Aristides se juntou a eles.

— Nada mal mesmo... – Relinde admitiu, com a mão no queixo.

— Imagina, não foi nada. – ele se sentiu envergonhado pelos elogios. – Mas se me permitem, tenho que retornar para as doze casas... Boa sorte em seu confronto.

Eles agradeceram mais uma vez e ele pulou o bloqueio que tinha feito, passando por cima do mesmo e voltando para o lado de seus companheiros dourados.

O restante se dividiu para cobrir uma área maior, esperando pela vinda do Basilisco.

***

Pema acompanhou Heitor, Linus, Athos e Yerik até a base de Star Hill. Como não havia uma ronda, foi fácil se aproximar.

— Desculpem por fazê-los vir até aqui. – ela passou a mão no rosto. – É que eu estou tão cansada que não conseguiria teleportar quatro pessoas do lugar em que estávamos.

— Nós é que temos que pedir desculpas por exigirmos tanto de você, Pema. – disse Yerik.

— Você tem tido muito trabalho com as armaduras e acho que virou a noite consertando-as para que estivéssemos aqui... No fim das contas os culpados por todo o seu esforço somos nós... – Heitor concordou.

— Realmente, você parece cansada, senhorita Pema... – Linus expressou cumplicidade. – É melhor voltar pra casa assim que terminar.

— A-acho que você está certa... Irei fazer isso sim. Obrigada pela preocupação.

— Obrigado por tudo. – Athos finalizou. – De verdade.

A amazona de Ouro sorriu e então fechou os olhos, concentrando-se em deslocar os corpos para o pico da enorme montanha.

Com um pouco de dificuldade, conseguiu. Suor lhe escorria pelo rosto e ela achou melhor seguir o conselho de Linus e voltar para casa – porém a pé, já que suas forças estavam se esvaindo.

***

Niyati perguntou para Meiying se havia um lugar onde ela se sentisse mais calma e conseguiria se concentrar melhor. Ela escolheu o Cemitério, por sua calmaria – mesmo que tudo estivesse vazio. Sentia-se melhor ali, e de certa forma ele estava relacionado com o Submundo.

Quando chegaram, a amazona de Bronze questionou:

— Como podemos fazer isso sem correr riscos?

— É o mesmo princípio que Dante de Câncer usa para levar as almas de seus adversários para o Yomotsu. Eu irei guiar a sua alma até o Meikai e manter ela lá até que vocês terminem... É um tipo de projeção astral (2). Seu corpo ficará vazio e eu impedirei que outro espírito tome posse dele ou que ele seja atacado... Fiz algo parecido com seu amigo Ulysses, usando uma ilusão... Você é boa com meditação, não é mesmo?

— Sim. – confirmou.

— Assim é mais fácil. Não precisarei forçar seu corpo a permanecer nesse estado, você mesma se encarregará disso. Quando você começar a meditar eu irei começar com a projeção e cuidarei de seu corpo enquanto fico no mesmo estado, porém consciente... Quando quiser voltar basta chamar por mim que atenderei na hora, mas não fique seriamente machucada. Isso pode comprometer o seu espírito e posso acabar não conseguindo trazê-la de volta... O mesmo vale se você morrer lá.

Ela engoliu seco, mas compreendeu. Entrou na posição da Flor-de-Lótus (3) e logo sua mente estava vazia, em meditação profunda.



Santuário de Hermes...

— Eles estão prontos e posicionados. – Anabelle disse para um homem de cabelos verdes que se encontrava sentado de lado em um trono dourado. Suas pernas estavam sobrepostas em um dos braços do móvel, demonstrando que ele estava bem à vontade. – Devo dar a autorização agora?

O homem abriu um sorriso torto que realçou suas covinhas. Seus olhos eram cor-de-mel e ele não usava camisa, apenas uma armadura prateada com detalhes dourados que cobria parte dos ombros e peito, assim como a cintura, pernas e braços. Seu capacete era alado, assim como suas botas, e em sua mão direita ele segurava um caduceu.

— Você já sabe a resposta. – sorriu.

— O exército de Atena não é testado há tempos, mas acho que dá pro gasto. Será uma boa experiência para todos, e talvez aqueles três aprendam alguma coisa... – ela fez uma pausa e riu. – Enfim, era só isso mesmo. Irei comunicá-los agora mesmo.

 

— Boa viajem. – respondeu, agradecido.

A peçonha sorriu, deixando-o sozinho uma vez mais.

Hermes levou uma das mãos ao seu capacete, que também tinha pequenas asas, puxando a aba um pouco para baixo. Sua franja rebelde e repicada encobria parte de seus olhos, deixando o sorriso perolado em evidência.

— Isso vai ser interessante...



Monte Star Hill, Santuário de Atena...

 

O topo de Star Hill era realmente impresionante. Podia ser só uma base de pedras escuras e irregulares, mas mesmo assim era lindo de se ver. Linus arriscou olhar para baixo e se arrepiou instantaneamente. Mal dava pra ver o Santuário dali, e parecia que eles estavam no mesmo nível das nuvens, como se pudessem tocá-las.

— E agora? – questionou Athos, arfando por conta do ar rarefeito.

— Acho que só nos resta esperar. – Yerik respondeu, sentando-se e observando o horizonte, onde o Sol nascia. Ele estava um pouco melancólico, mas sorria. Heitor o acompanhou ao notar que estava tudo bem.

 

 

Cinco minutos depois, um estrondo seguido de um abalo os fez perder o equilíbrio. Algo havia atingido o solo logo atrás deles.

Viraram-se e tossiram por conta da poeira, mas assim que a mesma se dissipou, revelou a imagem de um homem alto e loiro com olhos azuis, que mais se assemelhava a um anjo. Seus cabelos eram brilhantes, assim como seu olhar, e ele aparentava muita calma pra alguém que havia acabado de “cair do céu”. Seu corpo de pele clara e lisa, sem nenhuma imperfeição sequer, estava revestido por uma formosa armadura dourada com detalhes prateados, mas ele não usava um elmo ou algo do tipo, apenas uma espécie de tiara com uma pluma vermelha posicionada no meio, um pouco inclinada para trás. Lembrava um pouco um cocar, como aqueles que alguns indígenas das Américas usavam, mas estava claro que não era isso. Anabelle dissera que as peçonhas utilizavam algo dourado na cabeça e os ofídios uma pena vermelha, então ele era um homem – embora aparentasse ser tão bonito e frágil quanto uma mulher.

Ele sorriu, mostrando os dentes perfeitamente alinhados e brancos, e se apresentou, erguendo-se com elegância:

— Eu sou Hiero de Aour, o globo dourado. Muito prazer. – sua voz era aveludada e orgulhosa.

— Ahn... er... o prazer é... todo nosso? – Athos ficou um pouco confuso com a cordialidade do ofídio.

— Hum... Senhor Hiero, desculpe a pergunta mas você disse que era o “globo dourado”... O que isso significa? – Linus perguntou.

— Anabelle certamente mencionou isso à vocês, mas acho que não compreenderam muito bem... O caduceu de Hermes é dividido em três partes: a serpente da direita, Od, a serpente da esquerda, Ob, e o globo dourado, que se chama Aour. Aour é a luz equilibrada, e eu sou o ofídio que a representa.

— Entendi.

Hiero fez uma pausa e arqueou uma sobrancelha.

— Não vão se apresentar?

— Ah, foi mal... Eu sou Heitor de Leão Menor e esses são Linus de Lince, Yerik de Cisne e Athos de Golfinho.

— Só quatro? Que pena... Vai ser fácil demais. – sorriu.



Ao mesmo tempo, em uma das vilas do Santuário...

Enquanto isso, lá em baixo, Soranin andava pelas ruas, procurando sinais do tal Basilisco. Ela podia ver Aristides ao longe, entrando em um dos becos para verificar a situação, e enquanto a observava, sentiu o vento atrás de si se movimentar e uma onda de adrenalina percorreu seu corpo ao ver a amazona de Raposa virar abruptamente em sua direção e correr o mais rápido possível. Aristides a agarrou, empurrando-a para o lado e recebendo o impacto em seu lugar. Ambas foram ao chão, imediatamente.

Bem em sua frente um homem com vívidos olhos verdes e cabelos pretos como a noite se erguia. Sua armadura dourada com detalhes prateados e a pena rubra do lado esquerdo da cabeça caracterizava-o como um ofídio de Hermes.

— Quem é você? – Soranin perguntou.

— Dez, nove, oito... – sussurrou.

Ele não respondeu mais nada. Parecia estar esperando alguma coisa, e de fato estava. Quando a contagem chegou no cinco, Jhesebel, Ulysses e Relinde se juntaram à eles.

— Responda! – ela continuou, raivosa.

Mentalmente o basilisco zerou a contagem. Logo disse:

— Agora.

Aristides caiu novamente e arquejou de dor. Sentia que sua pele queimava como se segurasse uma barra de aço aquecida sobre ela. Relinde foi até ela e tentou levantá-la, pegando-a pelo braço. Notou dois pequenos buracos em sua nuca e ficou surpreso:

— O que diabos é isso?!

O Basilisco arrumou o curto e repicado cabelo negro, afastando-o dos olhos. A pele, um pouco pálida, o deixava levemente assustador.

— Desculpem por isso, mas eu não podia me apresentar antes de dar as boas vindas... Eu sou Hedi de Ob, a serpente da esquerda. Domino o plano material do mundo dos humanos, a Terra, e represento a vida fatal... – ele fez uma pausa. – E vocês? Quem são?

— Aquela que você tentou acertar é Soranin de Fênix e a que recebeu o ataque em seu lugar é Aristides de Raposa... Eu sou Ulysses de Unicórnio e esta ao meu lado é Jhesebel de Camaleão... O cara ali atrás é Relinde de Hidra.

Relinde estava afastado dos demais por estar furioso. Não era por Hedi ter ferido Aristides, – tá, era por isso também. Só ele podia fazer isso. – mas sim por ter tido a capacidade de atacar alguém pelas costas dessa forma... Não que ele nunca tivesse feito isso antes, – já fizera sim, e muitas vezes – mas em sua atual concepção era errado e cruel demais, ainda mais se aplicado em uma mulher – não que ele ligasse... Aquele cara deveria ter honra, mas tudo o que ele via era arrogância.

— Eu já sabia. – Hedi admitiu. – Os Basiliscos sabem de tudo... Só perguntei por questão de educação mesmo...

— Insolente!

Relinde tentou avançar sobre ele, mas acabou contido por Ulysses e Jhesebel.

— Ei, ei, ei, calma aí, rapaz. – o ofídio riu – Isso foi só a minha calorosa recepção... Esta quantidade de veneno é inofensiva, apenas arde um pouco.

— V-veneno?! – Aristides se surpreendeu.

— Ah é, eu não mencionei... Cada um dos três Basiliscos que representa o caduceu de Hermes tem uma habilidade específica. Como puderam perceber, a minha é o veneno, assim como uma cobra... Eu peguei leve desta vez, mas não o farei novamente, isso eu garanto.

Ele esperou algum comentário, mas como não obteve, os desafiou:

— E então, vamos lutar? – sua expressão era assustadora.


Doze Casas, Casa de Áries...


— Calydio, eles ficarão bem? – Meanlife perguntou.

— Eles são muito fortes, eu posso sentir. Confio minha vida à cada um deles.

Neste instante, Calisto e Pema retornaram.

— Mestra! – cumprimentou Rimo. – Nossa, você parece cansada... Venha cá, sente-se um pouco.

— N-não, eu estou bem... Posso continuar restaurando as armaduras de Prata que estão aqui.

— Você veio até aqui à pé por não conseguir usar a telecinese! Te acompanhei em todo a trajeto para garantir sua segurança, – o Santo de Peixes disse. – então por favor, confie em seu discípulo e em nós.

— Pema... – Calydio disse, colocando a mão em seu ombro e sorrindo. – Durante todos esses anos você tem guardado a primeira casa e cuidado de todos nós... Por favor, deixe que agora eu faça o mesmo, assim como todos seus companheiros.

— Você tem tempo para fazer tudo isso depois. Agora, descanse. – Pollux sugeriu.

— C-certo... Mas eu não vou dormir, apenas tirar um cochilo.

— Eu digo o mesmo todas as noites, mas sempre acabo capotando... – Lélio riu.

— Nós te diremos o resultado das batalhas quando acordar. – Kanophe acrescentou.

— Durma bem... – Kyros disse.

— E não deixe que os percevejos te piquem. – Icarus completou.

— Se algum deles morrer, eu te digo na hora. – Dante caçoou e fez uma pausa ao ver que todos o encaravam. – ... Ei, é brincadeira, tá?

— Obrigado por sempre estar aqui para nós, Pema. – Abati finalizou.

Rimo acompanhou-a escada acima e vigiou até que ela dormisse – o que não demorou muito. Ele queria poder lutar junto aos seus amigos, mas ao mesmo tempo sabia que não deveria pedir isso à Pema. O que ela menos precisava agora era de mais uma preocupação.




Monte Star Hill...

 

— Como assim “fácil demais”? – questionou Athos. – Não nos subestime!

— Heh... Tudo bem. Deixarei que vocês me ataquem primeiro então.

Hiero cruzou os braços e fechou os olhos, expressando um leve sorriso, sem preocupação, mas ninguém se moveu, apenas se entreolharam, hesitantes.

— Não vão fazer nada? – ele abriu um dos olhos.

Não custava tentar. Um a um, todos foram ao seu encontro, utilizando golpes primários para medir a força do adversário antes de evoluírem a luta para um outro nível.

Hiero nem se moveu. Uma espécie de cúpula de cristal se formou ao seu redor, protegendo-o dos ataques, que foram absorvidos e expelidos de volta.

— Mas o quê?! – Heitor gritou em meio ao impacto.

Todos foram jogados para trás e caíram no chão, machucados. A cúpula desapareceu com formosidade. Hiero nem mesmo suava – ao contrário dos outros.

— Eu disse que seria fácil demais.

— Que poder incrível! É maior que o de um cavaleiro de Ouro! – Yerik comentou.

— T-tá de brincadeira, né? – Athos franziu o cenho.

— Não, ele não está. – o ofídio disse, aproximando-se. – Vejo que alguns de vocês já despertaram o Sétimo Sentido... Mas mesmo assim não passam de míseras gotículas de água em um imenso oceano... Isso que vocês acabaram de ver foi minha habilidade especial como Basilisco de Hermes. Eu posso gerar campos de força ao meu redor, sem nenhum esforço.

— Incrível... – Linus murmurou.

— Achou isso incrível? Hah, foi somente a força de vocês sendo refletida... O verdadeiro ataque vem agora!




Vilas do Santuário...

 

— Pensei que os Basiliscos fossem guerreiros justos! – protestou Soranin.

— Sou justo quando me convém ser. Cinco contra um talvez não seja pra vocês, mas pra mim não faz diferença... Se eu fosse vocês, atacaria logo. Não vou esperar para sempre nem dar esta oportunidade de novo.

— Já que insiste... Galope do Unicórnio! (4)— brandiu Ulysses.

Chicote Estelar! (5)

Pássaro Mitológico! (6)

Salto das Profundezas! (7)

Tanto o chute do cavaleiro de Unicórnio quanto o chicote de Jhesebel, o fogo gerado por Soranin e o salto de Aristides foram desferidos separadamente, pois seria muito arriscado atacar todos ao mesmo tempo, além de atrapalhar na execução individual. Relinde foi o único a não atacar, e enquanto todos ainda davam continuidade a seus golpes, próximos de atingir o alvo, o ofídio se pronunciou:

— Posso ver todos os seus movimentos. Nem preciso me esforçar para desviar deles... Ou melhor, nem preciso. Acreditem, eles não são nada... Com ou sem Sétimo Sentido, vocês são fracos demais.

— Você fala demais! – Relinde esbravejou.

Para a surpresa de todos, ele havia esperado que todos se aproximassem para partir pra cima de Hedi com um soco simples e sem cosmo. Passou em meio aos golpes em seu caminho e adiantou-se, atingindo o Basilisco primeiro, que o sentiu mas não se moveu.

Ninguém concluiu sua ação. Pararam no meio do percurso, deixando o ataque incompleto. Hedi levantou o pescoço, moderando consideravelmente o impacto do soco do Santo de Hidra – que ao invés de atingir o alvo, que era o nariz, atingiu a bochecha. Mesmo cerrando os dentes foi o suficiente para fazê-lo cortar seus lábios.

Seu olhar era sanguinário. Ele não acreditava que aquele moleque pudesse ter tamanha ousadia... Abriu um sorriso sádico e deu uma leve gargalhada.

O coração de Relinde começou a arder em chamas depois disso. Aquele cara provocava uma sensação que muitos julgariam terrível, mas isso de certa forma o satisfazia. Lutar com alguém forte era uma das coisas que ele mais gostava. Ter conseguido tocá-lo – e mais ainda, fazê-lo sangrar— era gratificante.

— Então você também tem veneno, é? O que acha de experimentar um pouco do meu? – ameaçou.

Hedi levou a língua ao sangue que escorria pelo lado de sua boca, sentindo seu gosto doce.

— Será um prazer! – retrucou.




Doze Casas, Casa de Áries...


— Começou. – Efilnaem disse para Calydio. – Agora não há mais volta.

— Eu tenho fé neles... – ele fez uma pausa e se virou para Anabelle. – Hermes disse algo à respeito?

— Não exatamente...

— Entendo.

— Mean-... Efilnaem... – a peçonha se corrigiu. – Você prefere ser chamada assim, não é?

— Embora não seja meu verdadeiro nome, sim... Isso me faz lembrar quem sou e o caminho que escolhi.

— Tudo bem então... Você não é uma pessoa de muitas palavras, não é mesmo?

— Pode-se dizer que sim... Eu... Eu só não quero fazer com que as pessoas se apeguem à mim.

— Como assim?

— A vida dos Santos é muito incerta. Eles vem e vão muito rápido, e o que eu menos quero é fazer alguém sofrer... Eu considero muitas pessoas daqui, como vocês, mas o silêncio as vezes pode ser a melhor opção... Eu e meu irmão éramos muito ligados, e por mais que eu tente esconder, sinto falta dele... Mas ele está errado, e eu preciso mostrar isso a ele. Essa é a única forma.

— Ah sim, compreendo.

— Falando nele, Efilnaem, devemos nos preocupar? – questionou o garoto.

— Sabe, Calydio, nem todas as coisas que vemos é real. Muitas vezes elas nem estão lá, ou melhor dizendo, não tem como estar.

— Acho que captei a mensagem. – riu. – De qualquer forma, saberemos quando a hora chegar.

— Melhor ter cuidado, Calydio. Se o seu exército inteiro for como esses daqui, vocês terão problemas. – Anabelle apontou na direção dos cavaleiros de Ouro e riu, assim como Efilnaem fez em seguida.

Ele se virou, não entendendo o significado da frase, e reparou que todos os dez dourados que estavam na sala dormiam, amontoados uns nos outros ou largados por aí. Até mesmo Fieke o fazia – porém sentada e distante dos outros, encarando uma das paredes.

— Pois é... – sorriu por fim. – Acho que nós não temos jeito mesmo...


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Notas finais do capítulo

[Legenda:]

(1) Vinha de Rosas ("Rose Vine" no original): É um golpe retirado da obra Saint Seiya - Episódio G. Aqui no contexto da batalha se trata de uma variação, que não é nem ofensiva nem defensiva. Calisto apenas preencheu todas as saídas e entradas da vila para que caso o inimigo tentasse fugir, não conseguisse.

(2) Projeção astral, em poucas palavras, é descrito como um fenômeno, caracterizado por quando uma pessoa "sai de seu corpo" e fica consciente, podendo vagar como um "espírito" e explorar o mundo enquanto seu corpo permanece adormecido/em transe. As principais de se conseguir uma projeção é por meio do sono, por uma intensa meditação (como é o caso de Meiying), experiências de quase-morte e etc. Como o corpo fica debilitado e completamente desprotegido enquanto a "alma" o deixa, deve se tomar medidas para que algo/alguém não o danifique ou invada na ausência do "proprietário", vide que, caso algum desses ocorra, ele poderá ficar preso para sempre no plano astral.

(3) Flor-de-Lótus é uma tradicional posição indiana de ioga (muitas vezes utilizada em meditações) que consiste em cruzar as pernas, apoiar os cotovelos nos joelhos e deixar os antebraços inclinados para os lados e relaxados (ou mesmo deixando as mãos unidas e apoiadas nas pernas), fechando os olhos e se concentrando o máximo possível.

(4) Galope do Unicórnio (“Unicorn Gallop” no original): é um golpe retirado da obra Saint Seiya (Clássico).

(5) Chicote Estelar ("Stellar Whip" em inglês): é um golpe criado por mim. Basicamente é uma variação do golpe original da obra Saint Seiya (Clássico) "Chicote do Camaleão" (Whip Chameleon, no original). A única diferença é que nesta versão o chicote pode se alongar até certo comprimento ou se reprimir.

(6) Pássaro Mitológico ("Mythological Bird" em inglês): É um golpe criado por mim. Soranin cria uma fênix feita de fogo e unindo suas mãos a direciona ao adversário. É o mesmo conceito do Ave Fênix usado por Ikki (Clássico), porém menos concentrado e preciso, atingindo uma área maior mas não causando tanto dano.

(7) Salto das Profundezas ("Depths's Jump" em inglês): é um golpe criado por mim. Consiste em um impulso para o alto (uma espécie de pulo). Quando atinge o ápice, Aristides mira no alvo usando as pernas e se joga em sua direção com toda a velocidade.
—----

Entonces pessoal, quais foram suas primeiras impressões sobre os primeiros Basiliscos de Hermes (e do próprio Hermes também)?... Por ser só uma palhinha das lutas, bem no começo mesmo, não tivemos muita ação, mas logo isso irá mudar (:

Ah, e no próximo capítulo uma pessoa que não aparece na fanfic faz um tempo voltará a surgir! Acho que vocês já sabem de quem estou falando, mas enfim, o combate seguinte será contra o terceiro e último Basilisco de Hermes, e muitas emoções os aguardam (preparem o coração, hahaha xD)... Não deixem e curtir a página no facebook ( https://www.facebook.com/Contos-da-Gr%C3%A9cia-Antiga-Saint-Seiya-Fanfiction-547618938667258/?ref=aymt_homepage_panel ) e deixar sua opinião nos comentários, dizendo o que você espera desse arco! o/

Tenham todos uma ótima semana!



[Por favor, se você está gostando da história, não esqueça de favoritar, comentar, deixar sua opinião, acompanhar para receber as atualizações sobre a fanfic, e recomendar, para que mais fãs de CDZ encontrem a história. Estou aguardando seu review ;)]



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