Conto I - Unforgettable Wars escrita por Contos da Grécia Antiga, RC2099


Capítulo 34
Pagando pelos Pecados: Agulha Escarlate!


Notas iniciais do capítulo

Boa noite pessoal, como vão?

Então, como vocês puderam perceber, acabei entrando em um looongo hiato, e os motivos foram diversos. Dentre eles está o principal, que era a falta de um computador. O meu antigo estava tão ruim que nem acessava mais a internet, e por isso eu passei a me dedicar a somente escrever os capítulos, já que postá-los era inviável... Já escrevi mais da metade dos capítulos da fanfic, e, acreditem ou não, quase os perdi de vez!... Acontece que meu HD deu problema e o netbook não iniciava. Claro que eu me desesperei na hora (afinal, imagina só perder um trabalho como esse, que está em progresso desde 2012!). Por sorte eu não perdi meus arquivos, então consegui restaurar tudo que já havia feito e passei para meu novo notebook, que ganhei essa semana... É um alívio finalmente poder voltar a escrever para vocês!

Sem mais delongas, aqui está o Capítulo 34, que irá narrar a primeira metade da batalha na casa de Escorpião. Essa foi uma das lutas que mais gostei de escrever, então espero que apreciem a leitura ao máximo. (:

P.S.: As fichas atualizadas só irão aparecer no fim do Arco do Santuário (onde nos encontramos atualmente), que é lá pelo capítulo 40. Isso irá acontecer pois os erros já foram liquidados, só resta atualizar as informações marcadas como "não apresentado até o momento" (em alguns casos apenas) e "****", que são nomes omitidos propositalmente para não dar spoiler (como o nome dos cavaleiros de Ouro,por exemplo).
As fichas novas continuam nas notas finais, como sempre.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/539223/chapter/34

Cambaleando entre a realidade e o sono, Heitor chegou até a casa de Escorpião. Olhou para baixo para ver se alguém o seguia e avistou uma silhueta muito longe, mas não conseguiu distinguir de quem era. Voltou-se para a casa e deu um pulo.

O dourado estava bem em sua frente, com o pescoço esticado em sua direção. Era alto com cabelos loiros ondulados e enrolados nas pontas que iam até a altura da cintura. Os olhos estavam fechados mas ele não duvidava que eram azuis. Um sorriso inocente e sobrancelhas arqueadas completavam sua aparência jovial. Leão Menor o encarou por um instante, até que ele abriu os olhos e confirmou seu palpite sobre a cor das íris do Santo: eram azuis como o mar.

– E então? – perguntou o cavaleiro com a voz animada e brincalhona. – Vamos entrar? – ele se balançou para frente com as mãos na cintura e esperou uma resposta.

Heitor o encarou mais um pouco, como se tentasse decifrar o que havia por trás daquele rosto tão despreocupado. Por fim, disse:

– Já que está me convidando...

– Ora essa, eu não poderia fazer outra coisa, afinal, se eu não te convidasse seria invasão de domicílio! – disse enquanto se virava para Heitor e piscava com um dos olhos, fazendo um "L" com uma das mãos e apontando o indicador para ele.

Embora aquilo pudesse parecer estranho, Heitor não se espantou. Apenas deu de ombros e sorriu.

– E então... Qual o seu nome? – perguntou quando chegaram ao meio da sala.

– Lélio. – ele fez um sinal de positivo e apontou o polegar para o peito, sorrindo e fechando um dos olhos. Ele parecia mais uma criança do que um adulto. – E o seu?

– Heitor...

Lélio... Era um nome muito familiar. Ele tinha quase certeza de que se conheciam, mas antes que pudesse dizer algo, ele falou:

– Tudo bem, Heitor, então decida o que vai fazer.

– Como assim?

– Ah, é mesmo, eu não contei. Desculpe, estou meio esquecido... – ele riu. – Vocês estão em sei-... – Escorpião se deteve. Lembrou que uma amazona não estava mais entre eles e prolongou a letra "I" da palavra "seis" – ...-inco. Somente quatro podem passar. Alguém deve ficar aqui, lutando comigo, para que os outros continuem. Aquele que ficar não poderá sair até que um de vocês chegue até Efilnaem.

– Quem ficar perde a chance, certo?

– Exato. E aí? Vamos sentar e esperar o próximo? – sorriu.

– Nunca.

– Hã?

– Eu vou te enfrentar. Não vou seguir adiante.

– Mas... por quê? Vai deixar de chegar até a sala do Grande Mestre?

– Vou. Não tenho o menor interesse em continuar... Pra mim a amizade está acima de tudo, e não seria justo com meus amigos se eu esperasse um deles ficar no meu lugar. Eles merecem muito mais do que alguém que foi responsável pela morte de uma pessoa querida e é a culpada pelo sofrimento dos outros... Eu fico. – o tom de voz era firme. Heitor estava realmente decidido quanto ao que ia fazer.

– É uma nobre atitude. – Lélio comentou enquanto colocava uma mão em seu ombro e sorria. – Ainda mais agora que... – ele se deteve.

– Agora que...?

Ele fez uma cara de pensativo por alguns instantes, levando um dedo até os lábios e erguendo o olhar para cima. Demorou um pouco até que dissesse com um sorriso:

– Esqueci.

Aquilo não incomodou o Santo, mas ele realmente queria saber a resposta.

– Que seja, – deu de ombros – então, começamos quando a primeira pessoa entrar pela porta?

– Pra que esperar? Vamos em frente!

– Agora?

– Por quê não? Você não disse que está arrependido de seus pecados? Então deixe-me julgá-lo!

Heitor se calou e obedeceu. Se colocou em uma posição de defesa e esperou pacientemente que Lélio atacasse, mas o mesmo nem se moveu.

Escorpião piscou lentamente e levantou uma sobrancelha, como se duvidasse da capacidade do adversário. Heitor entendeu que ele não faria o primeiro movimento, então tentou atacá-lo.

Bombardeio de Leão Menor! (1)

Lélio apenas o encarou. O olhar penetrante parecia conseguir ler sua alma. Seus olhos ficaram dourados e uma leve brisa atingiu o Santo, imobilizando-o. Logo seus olhos voltaram a cor normal.

Restrição. (2) – sussurrou.

Heitor parou no meio do golpe. Não conseguia reagir. Seu corpo não obedecia seus comandos e ele conseguia sentir a adrenalina correndo em suas veias, o que gerou medo.

– Tsc, tsc... Francamente, Leão Menor... Achou mesmo que a batalha seria simples assim? Hah!

– O que é isso?! Por quê não consigo me mover?!

– Esta é a Restrição. Quando me concentro sou capaz de liberar ondas de energia, que atingem o seu sistema nervoso instantaneamente... Muito parecido com o veneno do escorpião, não? – ele fez uma pausa. – Agora você está anestesiado e não pode me atacar... Mas isso não significa que eu não possa fazê-lo. – riu e fez outra pausa, um pouco mais longa. – Já que está paralisado e parece estar disposto a correr o risco, receba minha técnica principal! Agulha Escarlate! (3)

O dourado concentrou seu cosmo no dedo indicador, que logo assumiu uma forma semelhante a um ferrão, como se de uma hora para a outra uma unha vermelho-escarlate houvesse crescido ali. Ele a apontou para Heitor e disparou um raio enérgico avermelhado em sua direção, atingindo-o bem no peito.

O cavaleiro olhou para baixo e viu um fino orifício. Parecia que uma agulha realmente o havia atingido, mas não sentiu nada. Porém, alguns segundos depois, a dor foi inimaginável. Sangue começou a jorrar do ferimento, que ardia como fogo. O lado bom era que o golpe anterior fora anulado.

– Este é o meu ferrão. – começou a dizer Lélio. – Sei o que está pensando. Seu impacto realmente parece uma simples agulha, mas é muito mais que isso, lhe garanto... Assim como a Restrição, ela ataca o seu sistema nervoso, provocando a perda dos sentidos e do sangue, fazendo com que você chegue à loucura ou até mesmo morra.

Leão Menor se encolheu de dor, tentando parar o sangramento com a mão.

– Eu sei que dói, mas acredite, vai ficar muito pior... Você vai receber mais treze dessas! Isso é, se não morrer até lá... – ele riu sarcasticamente. – Cada uma das agulhas representa uma das estrelas da constelação de Escorpião, ou seja, são extremamente precisas, sendo que posso disparar mais de uma ao mesmo tempo.

Heitor murmurou algo que o dourado não conseguiu entender enquanto tentava se levantar.

– O que disse? – perguntou.

– E-eu disse que... agora compreendo por que seu nome é Lélio... – respondeu enquanto alongava o pescoço.

– Sério? – o cavaleiro parecia surpreso. – Por quê?

– Lélio significa "tagarela" em grego. (4) – riu.

Isso o fez refletir alguns instantes, mas não muito.

– Não entendo a comparação. – ele deu de ombros. – Mas obrigado mesmo assim.

Heitor quase caiu para trás com o agradecimento que acabara de ouvir. Não sabia se ele estava brincando ou não, então resolveu deixar para lá. Mesmo assim continuou pensando de onde o conhecia. Aquela motivação não lhe era estranha...

– Por acaso você está esperando um ônibus? – perguntou Lélio.

– Hã... Não, por quê?

– Ora essa, então não fique parado! Vamos ao combate! – ele abriu um sorriso, exibindo os dentes brancos como pérolas. – Pode atacar!

– Er... Certo... – ele se interrompeu para pensar numa possibilidade de ataque mais eficiente.

Optou pela Patada Selvagem (5). Ergueu os braços e os cruzou, esticando-os para frente e pressionando-os contra o peito, e partiu na direção do oponente com um salto. No ar, descruzou os braços e cerrou os punhos, mirando em Lélio. Com a perna esquerda mais adiantada do que a direita, conseguiu acertar a barriga do dourado antes de desferir o golpe, dando certa vantagem, já que as chances de sucesso se tornaram maiores. Ele voou longe e Heitor o acompanhou, caindo no chão.

A maioria de seus socos não alcançaram o Santo, mas ele conseguiu dano suficiente para revidar a agulhada que recebeu. O que ele não contava era que o dourado conseguiria segurá-lo bem acima de si, mantendo certa distância para evitar maiores ferimentos.

– Você não é ruim... – disse Lélio enquanto se concentrava para libertar uma das mãos sem deixar que Heitor escapasse. – Mas será que resiste a duas agulhas de uma vez? Agulha Escarlate!

Com a mão esquerda livre, precisou de apenas alguns segundos até que seu ferrão crescesse novamente e acertasse Heitor, dessa vez com duas agulhadas seguidas , fazendo-o voar.

Enquanto Heitor era empurrado para trás, Soranin entrou na casa – bem a tempo de vislumbrar sua queda.

– Heitor! – gritou enquanto corria para socorre-lo. – Você está bem?

Ele abriu os olhos mas não respondeu.

Lélio caminhou na direção de ambos e se apresentou para a Santa:

– Boa... hum... Madrugada, amazona! Eu sou Lélio de Escorpião! E você, quem é?

– O-obrigada... pra você também... – respondeu. – Eu sou Soranin de Fênix.

– Legal! – comentou enquanto sorria. – Agora, se me dá licença, tenho assuntos a tratar com seu amigo aí...

– M-mas... – Fênix começou a protestar.

– Pst! Nada de “mas”! A escolha foi dele. – interrompeu o dourado, colocando as mãos em seus ombros e levando-a para longe de Heitor.

O cavaleiro de Bronze segurou seu tornozelo, o que a fez voltar sua atenção para ele. Em seguida se levantou e sussurrou:

– Vá. Nos veremos em breve, quando tudo isso acabar... Chegue até Efilnaem.

– H-Heitor! N-não diga isso! Não vou sair daqui sem você!

– Ah, você vai sim... Lélio?

– Ele... ele está certo. – concordou Escorpião. – Você deve ir agora mesmo. Apenas uma pessoa pode ficar para trás, por livre e espontânea vontade, e me enfrentar, se sacrificando para que todos os outros continuem.

– Mas... por quê você, Heitor?

– Foi uma escolha minha, Soranin. Não vale a pena eu continuar se não posso estar ao lado de quem realmente amo... Desculpe.

– Isso mesmo, ouça seu amigo, querida. – continuou Lélio. – Você precisa sair daqui agora...

Ela ficou quieta por um instante, refletindo, mas logo aceitou a ideia, compreendendo as palavras de seu amigo. Se ajoelhou ao seu lado e colocou uma das mãos em seu ombro.

– Ela ficaria orgulhosa de você, Heitor.

– Obrigado. – ele sussurrou, relutante.

– Tudo bem, Lélio. – Fênix disse enquanto se levantava, olhando para o dourado. – Eu já estou indo...

– Quer que eu te acompanhe até a porta? – ele sorriu.

– Não é necessário. – respondeu enquanto dava as costas e começava a caminhar lentamente. – Não quero atrapalhar a batalha entre vocês... Boa sorte.

Nenhum dos dois agradeceu, apenas esperaram que ela se afastasse um pouco.

– Revanche? – ele o provocou com uma careta.

– Só se for agora. – retrucou Heitor, enquanto se erguia novamente. – Bombardeio de Leão Menor!!

Por sorte, desta vez, o ataque atingiu Lélio – que caiu de costas em uma coluna de sustentação.

– Feliz agora? – caçoou.

– Um pouco... – disse após tossir sangue. – Mas agora você desejará não ter feito isso! Agulha Escarlate!!

Mais uma vez, Heitor não conseguiu se defender. Seu adversário não havia usado a Restrição, mas ele não se movia. Mal conseguia pensar. O sono o abandonou num piscar de olhos e ele já não sentia medo. Estava pronto para se levantar quantas vezes fosse necessário, e assim o fez.

– Isso não vai me impedir! – disse enquanto olhava para os múltiplos pontos espalhados pelo seu corpo. Decidiu não contá-los, pois isso só o deixaria mais ansioso.

– Não custa tentar... – Lélio deu de ombros.

Longos dez minutos se passaram até que o próximo Santo de Bronze chegasse à oitava casa. O combate agora estava mais equilibrado, embora restassem apenas algumas agulhadas.

Ulysses entrou correndo e só conseguiu distinguir um vulto dourado vindo em sua direção, atingindo-o na hora.

Ficou surpreso quando, ao olhar para suas pernas, viu uma pessoa caída em cima de si.

– O que foi isso?! – questionou. – Você é um... Cavaleiro de Ouro?!

– Não sei. – disse Lélio, um pouco confuso, enquanto olhava para sua reluzente amadura – Ao que tudo indica, devo ser sim... – sorriu.

Heitor se aproximou e cumprimentou Ulysses, ajudando-o a ficar de pé.

– Ulysses de Unicórnio, não é? – comentou Escorpião. – Nome legal.

– Hã... Obrigado...?

– De nada.

– Ok... Hum.. Heitor, tem certeza de que não precisa de uma ajudinha aí?

– Não, eu estou bem. Pode ir...

Ele hesitou.

– ...mas, – continuou –, se eu fosse você ia logo. Soranin já passou por aqui.

– O quê?! Ah, não, sem chance! Eu vou alcançá-la! Até mais.

Ulysses se foi e Lélio deixou escapar uma risada.

– O que foi? – perguntou.

– Gosto do seu estilo, cavaleiro... Pronto para outro round?

– Eu nasci pronto! Patada Selvagem!!

Lélio esperou um pouco até decidir usar a Restrição. Seria divertido usá-la bem no meio do ataque do cavaleiro, fazendo-o ficar suspenso no ar.
Restrição!

Uma brisa gelada invadiu a casa e fez com que Heitor sorrisse sarcasticamente. Lélio demorou um pouco demais para compreender que seu golpe não funcionara e foi atirado ao chão.

– O quê? O que aconteceu? – perguntou, tentando tirar o gosto de sangue da boca.

– A Restrição não foi efetiva. – respondeu o Santo de Bronze.

– E porquê não? – ele parecia surpreso.

– Por causa dele. – Heitor respondeu, apontando para uma pessoa que caminhava na direção de ambos. Cisne havia acabado de chegar.

– Heitor, que bom te ver!

– Digo o mesmo, Yerik.

– Então... Este é o guardião da oitava casa? Não me parece grande coisa... – caçoou.

– Hah! – Lélio murmurou enquanto tirava a poeira da armadura. – Para a sua informação, patinho feio, eu sou Lélio de Escorpião, o mais piedoso entre os 88 cavaleiros de Atena!

– E o mais falante também. – Heitor acrescentou com um cochicho.

– O que disse?

E o mais confiante também... – mentiu.

– Pft! Acho bom mesmo.

Heitor fez uma careta para Yerik e ele respirou fundo. Já tinham passado por situações como aquela inúmeras vezes. A única diferença era a presença de Kirsi, que sempre conseguia deixar as coisas ainda mais engraçadas.

– Yerik, escute, não quero que você fique aqui mais nem um segundo. Está me ouvindo?

– M-mas... olhe para você! Está todo machucado! – disse, apontando para os inúmeros buracos no corpo do amigo, que sangravam mais a cada segundo.

– Todos nós estamos... Você precisa continuar.

– Pode esquecer. Não vou deixar você aqui!

– Ah, vai sim. E agora mesmo!

O tom de voz de seu amigo o surpreendeu.

– P-por quê? – gaguejou.

– “Quinze pontos interromperão seu caminho por uma nobre causa... Um merecimento que não conseguiu alcançar...” – recitou.

Yerik compreendeu. Era a profecia de Rimo, o que aparentemente significava que seu amigo deveria ficar para trás.

– Tudo bem, eu vou... Mas antes, quero um bom motivo para isso.

– Você tem que fazer isso por... – ele hesitou por alguns segundos. – Por... – mais uma hesitação. As palavras simplesmente não saiam.

Respirou fundo e finalmente disse:

– ... Por nós três.

Cisne assentiu com a cabeça e lhe lançou um olhar de determinação. Estava na hora de eles amadurecerem e encararem os fatos. Não se despediram pois sabiam que aquele não era o fim. Eles se veriam novamente, e com isso em mente, rapidamente voltaram para suas respectivas realidades.

– Eu ainda não entendi como você bloqueou meu golpe... – murmurou Lélio, ressentido.

– Tecnicamente não fui eu... – Heitor contou.

– Huh? Como assim?

– Como você pode sentir, o frio que até agora a pouco estava aqui pertencia ao meu amigo, o Santo de Cisne. Não é proposital, essa atmosfera gelada simplesmente faz parte dele... Parece que seu ferrão não funciona quando exposto a determinada temperatura.

– Hum... Interessante... Isso não aconteceu quando eu estava no Al-... – o dourado se interrompeu imediatamente.

– O quê?

– Nada não. Deixa pra lá... Voltemos ao combate, sim?

Heitor começou a estranhar a situação. Lélio parava algumas frases pela metade, o que não era típico de alguém tagarela como ele. Mesmo assim decidiu esperar. Tinha a sensação de que logo a resposta viria, e aquilo de fato não era uma simples amnésia por parte do escorpiano.

– Pode atacar, Lélio!

– Acalme-se, ainda faltam algumas agulhadas e uma amazona passar pela casa... Sem pressa.

Ele não respondeu.

Agulha Escarlate!!

Heitor não se moveu, nem mesmo pensou em se defender. Recebeu as agulhas de prontidão, sem hesitar, mas isso não pareceu abalar Lélio.

– Interessante... – disse o dourado. – Algum comentário sobre essa escolha?

– Não. Pode continuar...

Sui entrou na casa de Escorpião e começou a correr bem rápido. Ouvia gritos de dor de duas vozes diferentes, mas não as reconheceu até presenciar a cena da batalha.

– Como quiser... – continuou o Santo de Ouro. – Agulha Escarlate!!

– Heitor, cuidado!! – advertiu Andrômeda ao perceber que ele ia atacá-lo.

Ele a ignorou e novamente não se defendeu.

– Heitor! Por Zeus, você tá legal?

Ao notar a presença de Andrômeda, Lélio se calou. Mal era possível ouvir sua respiração, que anteriormente era ofegante por conta da luta. Ninguém prestou atenção no fato, então continuaram conversando sem interrompimentos.

– Devo estar... Nada demais... – respondeu Heitor.

– Como assim, nada demais? Você está perdendo muito sangue!

– Tudo bem, Sui, eu ficarei bem... Agora vá adiante, por favor... Sua irmã está te esperando...

– Está certo disso? Quer mesmo ficar aqui?

– Nunca tive tanta certeza. É uma dívida que tenho comigo mesmo.

– Ok, não vou atrapalhar então... Melhoras.

– Valeu...

Se apresentou e cumprimentou Lélio ao sair. Ele respondeu com um sorriso forçado e um aceno de cabeça, como quem segura um chapéu, e agradeceu a presença da amazona, que deixou a casa segundos depois. Ela mal saiu e ele e caiu de joelhos no chão, o que assustou Heitor.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

[Legenda:]

(1) Bombardeio de Leão Menor ("Lionet Bomber" no original): é um golpe retirado da obra Saint Seiya (Clássico).

(2) Restrição ("Restriction" no original): é um golpe retirado da obra Saint Seiya (Clássico).

(3) Agulha Escarlate ("Scarlet Needle" no original): é um golpe retirado da obra Saint Seiya (Clássico).

(4) "Lélio significa "tagarela" em grego...": Assim como consta na ficha abaixo, o nome grego Lélio tem tal significado. Escolhi este nome para meu personagem baseado em seu significado, que nada mais é do que uma referência a Milo de Escorpião, o cavaleiro de Escorpião da saga Clássica, que tem fama de tagarela entre os fãs.

(5) Patada Selvagem (“Wild Kick” em inglês): é um golpe criado por mim. É uma forma alternativa do Bombardeio de Leão Menor, mais direta, porém menos efetiva por conta de sua área restrita.
—----

[Nova(s) Ficha(s):]

Lélio Asker

Divindade: Atena
Classificação: Cavaleiro de Ouro
Constelação: Escorpião
Gênero: Masculino
Idade: 22 anos
Significado do nome: “Falante, tagarela”
Aniversário: 23 de Novembro
Signo zoadical: Escorpião
Altura: 1.86
Peso: 71kg
Tipo sanguíneo: AB+
Local de nascimento: Grécia
Local de treinamento: Irlanda
Mestre: Nenhum
Discípulo(s): Feres de Lagarto
Cor, textura e tamanho dos cabelos: Loiros, levemente enrolados nas pontas, medianos
Cor dos olhos: Azul claro
Parentesco: Nenhum
Personalidade: Extrovertido, espontâneo, engraçado, otimista
Habilidades especiais: Telecinese básica
Objeto de valor sentimental: Nenhum
—----

Após lutarem arduamente por longos minutos, a última pessoa finalmente deixou a casa de Escorpião, fazendo com que Lélio cedesse em direção ao chão por motivos desconhecidos. O que terá causado essa instabilidade?

No próximo capítulo a verdade será esclarecida, e um jovem coração chorará, implorando por justiça. Não percam a atualização na sexta feira!

[Por favor, se você está gostando da história, não esqueça de favoritar, comentar, deixar sua opinião, acompanhar para receber as atualizações sobre a fanfic, e recomendar, para que mais fãs de CDZ encontrem a história. Estou aguardando seu review ;)]



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Conto I - Unforgettable Wars" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.