Conto I - Unforgettable Wars escrita por Contos da Grécia Antiga, RC2099


Capítulo 25
Anjos e Demônios: Liberdade aos Irmãos!


Notas iniciais do capítulo

Boa noite, galera!

O guardião do terceiro signo do zodíaco aparece, contando-nos sua triste história enquanto, ao mesmo tempo, nos oferece uma luta excepcional.

Acompanhe a seguir o confronto de Kirsi de Lobo e o cavaleiro dourado de Gêmeos!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/539223/chapter/25

Kirsi terminava de subir os últimos degraus na direção da terceira casa do Zodíaco. Seus pés tremiam e ela estava exausta, suando frio. O motivo dessa fraqueza aparentemente repentina ela sabia, mas não podia contar a ninguém.

Deixando isso de lado, viu que estava praticamente na porta de Gêmeos e entrou sem pensar duas vezes. A casa era enorme. Inúmeros feixes de luz e sombra se espalhavam, formando uma espécie de labirinto que parecia não acabar e se estender por todo o seu interior.

— Que estranho... – comentou consigo mesma. – O cosmo que guarda esse lugar é tanto bom quanto ruim.

Dentro de poucos minutos, já estava do lado de fora.

— Isso foi mais fácil do que eu imaginava. Não tinha ninguém... Bem, vamos para Câncer então!

Porém, ao dar um passo, ela hesitou, incrédula.

— M-mas... Essa é a casa de Gêmeos! Eu podia jurar que havia acabado de passar por ela!

Bem em sua frente, a grande estrutura se erguia mais uma vez. Misteriosamente ela tinha voltado ao começo – talvez houvesse dado meia volta sem perceber, se perdendo em meio às luzes.

— Argh, tanto faz... – murmurou. – Vamos tentar de novo então.

Sem escolha, passou pela casa, recomeçando do zero.

Aquela luz seguida de escuridão começava a incomodar de verdade. Kirsi se sentia um pouco desconfortável e intrigada. A troca de claridade não só afetava seus olhos, mas havia algo a mais. Seus pensamentos mudavam de acordo com o feixe em que estava. Ora eram bons, ora ruins.

Tirando isso – e o fato de que diferentemente das duas outras casas não havia uma escada que levava ao andar de cima – tudo estava bem. Isso é, contando que fosse possível haver luz durante a noite, sendo que a casa não tinha lâmpadas.

Não demorou e ela conseguiu sair. Ficou agradecida por desta vez ter acertado, mas quando levantou o olhar percebeu algo inusitado. Agora haviam duas casas de Gêmeos ao invés de uma.

O fato a fez pensar um pouco e franzir o cenho, encarando as duas, mas ela entendeu tudo.

— Sinto muito, mas essa ilusão não vai funcionar comigo. – disse, convencida. – Quer que eu escolha uma? Pois bem, eu escolho a do meio!

Kirsi correu até o corredor que separava as duas e inicialmente hesitou, desacelerando. Pema dissera que se tentassem alguma coisa diferente de entrar nas casas, teriam consequências – e isso incluía contornar as casas.

Mas esse era um caso à parte. Ela sabia o que estava fazendo e continuou, o que fez com que as casas de Gêmeos tremeluzissem e desaparecessem. Uma outra surgiu. Se encontrava com a entrada bem onde a amazona estava, o que a fez sorrir.

***

No interior da verdadeira casa, o Santo de Ouro logo reparou que alguém adentrava em seu domínio.

— Hum, então alguém conseguiu driblar minha ilusão... Bem, acho que devo me apresentar.

Ele se encontrava no segundo andar, observando a entrada. Uma sombra começou a se aproximar e o guardião pulou por cima da proteção das escadas, caindo apoiado em um joelho e dando de cara com Kirsi, que analisava o lugar.

Ah! – ela deu um pulo ao ver o dourado bem em sua frente.

— Perdão por te assustar. – ele se levantou com um movimento elegante. – Eu sou Pollux, o representante do signo de Gêmeos. Poderia me dizer seu nome?

Kirsi ficou surpresa com a cordialidade do cavaleiro. O cabelo azul-púrpura lhe caía como uma luva, formando um contraste magnífico com sua armadura dourada. Os olhos cor-de-mel eram brilhantes como o sol e a fitavam profundamente. Se sentiu um pouco constrangida, mas enfim conseguiu dizer:

— Kirsi de Lobo, senhor.

— É um belo nome. – ele disse, sorrindo levemente. – Pude ver que passou pela minha ilusão... Você merece o meu respeito. Foi a primeira a conseguir.

— Ah, aquilo? Não foi difícil. – ela deu de ombros, um pouco corada. – Não teria graça se eu passasse de primeira.

— Se você diz... – Pollux virou de costas. Sua capa acompanhou seu giro, oscilando em um movimento quase que hipnótico. – Vamos começar a batalha então. Pode atacar primeiro.

A amazona hesitou. Ao perceber isso, Gêmeos parou de andar e falou por cima do ombro:

— Algum problema?

— N-não posso atacar alguém pelas costas... Não é justo.

— Tudo bem. Então eu ataco primeiro. – ele disse. – Explosão Galática!! (1)

Dezenas de planetas se formaram atrás de Pollux, chocando-se entre si e indo na direção de Kirsi. Ela ficou paralisada com tamanho poder e não conseguiu se defender. Foi lançada com toda a força para trás, caindo de cabeça no chão.

— Q-que adversário poderoso! – sussurrou enquanto tentava se levantar. – E-essa energia é descomunal!

— É a sua vez, Kirsi.

— C-certo... – murmurou enquanto se equilibrava e checava se estava inteira. – Uivo Mortal! (2)

Pollux precisou apenas de um dedo para parar o chute da amazona, que ficou parada no ar.

— O quê?! – ela protestou.

— Precisa de mais do que isso se quiser me vencer. – disse, de olhos fechados.

O ataque de Gêmeos foi lançado novamente e estava mais poderoso do que antes. A garota conseguiu se desviar de alguns planetas, mas acabou sendo atingida pela maioria.

De costas para o chão e sentindo o gosto de seu sangue, Kirsi arquejou, tentando respirar. Estava perdendo feio aquele combate e não podia fazer nada a não ser tentar novamente.

— S-se o Uivo Mortal não deu certo... – ela se interrompeu para tossir um pouco de sangue. – Experimente as minhas Garras do Anoitecer!! (3)

A rajada de prismas disferidos na direção de Pollux não atingiram seu alvo. Ele ficou imóvel o tempo todo e estava claro que não havia feito nenhum esforço. Ao contrário da garota, Gêmeos não suava.

— Impossível!

— Ah, é muito possível. Se não consegue fazer melhor, deixe-me dar o golpe final!

Pollux ergueu seus braços para os lados e os dobrou acima de sua cabeça, sobrepondo as mãos.

— Droga, não vou conseguir me desviar de todos eles. – Kirsi murmurou. – Estou enfraquecendo e ele está ficando mais forte a cada segundo...

— Foi bom batalhar com você, Kirsi, mas creio que seja hora de acabar com isso! – ele colocou os braços para frente, o que significava que as colisões iam começar. – Explosão Galática!! – brandiu.

Kirsi só conseguiu fechar os olhos, cruzando os braços na frente do rosto numa tentativa desesperada de se proteger. Não podia fazer mais nada. Era seu fim.

Mas, repentinamente, todo aquele cosmo parou de ser emanado. Só se ouviu um arquejo reprimido ecoando pela casa, o que fez com que a amazona ficasse confusa.

Olhou ao redor e percebeu que Pollux não havia concluído o golpe. Estava caído de joelhos no chão, curvado e com as mãos na cabeça.

Mas... Por quê? O que havia mudado naquela fração de segundo?

— Pollux... Você está bem? – ela perguntou, com medo, lentamente se aproximando.

— K-Kirsi... – ele sussurrou, como se guardasse todo o ar em seu peito. – S-saia dessa casa... Imediatamente!

— O-o quê? M-mas e quanto ao combate?

— Esqueça... – ele se interrompeu para gritar mais uma vez. – Vá! Agora!

— M-mas p-por quê? – a amazona de Lobo começava a ficar mais assustada.

O Santo gritou mais alto. Realmente deveria estar sofrendo, e por este motivo Kirsi não saiu dali.

Quando Gêmeos parou, ela percebeu que seu cosmo estava mudando. Sua calmaria se transformou em ódio. Agora estava agressivo e muito mais poderoso.

Mesmo hesitante, ela se aproximou e questionou:

— P-Pollux... O que está acontecendo?

O cavaleiro olhou para cima e a viu diante de si. Com uma voz perturbadora disse:

— Pollux? Eu não sou Pollux. – riu. – Meu nome é Castor, e você não vai passar desta casa!

Kirsi recuou alguns passos enquanto ele se erguia. Obviamente não era a mesma pessoa, pois os olhos estavam vermelhos e raivosos.

Ele se pôs de pé e ela confirmou suas suspeitas. "Castor" não só falava diferente, mas também agia. Seu olhar era insano, assim como o sorriso. Sua expressão era sádica.

— O-o que significa isso? – ela ficava mais amedrontada a cada segundo.

— Significa a sua morte!! – gritou Gêmeos. – Outra Dimensão!! (4)

Uma fissura no espaço-tempo se abriu e começou a puxar Kirsi para dentro, como um buraco negro. Ela gritou enquanto tentava se segurar no pilar mais próximo, mas o Santo não se importou – muito pelo contrário, ele se divertia.

— Este é um caminho sem volta, amazona! Uma vez dentro, é impossível sair! Mesmo que sobreviva lá dentro, será destinada a vagar eternamente sem rumo! – gargalhou ele.

A cosmo-energia do Santo estava se intensificando e dentro de pouco tempo Kirsi seria sugada até a rachadura temporal. Ela poderia nunca mais retornar e falharia em sua missão de proteger os amigos.

O vento ficou mais forte e ela foi arrastada até o plano dimensional. Quando tudo parecia estar perdido, o ataque cessou, fechando a fenda e parando o turbilhão. Ela despencou em direção ao solo, batendo a cabeça de novo.

 

 

 

 

 

Demorou um pouco, mas ao se recompor, Kirsi percebeu que Gêmeos estava de bruços onde "Castor" estivera anteriormente. Se arrastou até ele o mais rápido que pode.

— O que foi aquilo?! – ela estava desesperada, mas conseguiu ajudá-lo a se sentar.

— É-é uma longa história... – ele gaguejou pegou fôlego. Seu coração estava acelerado e ele respirava com dificuldade. – Quando menor, eu tinha um irmão gêmeo. Sei que isso é irônico, mas é verdade... Seu nome era Castor e nós éramos muito unidos. Fazíamos tudo juntos, mas um dia, estávamos brincando no jardim de casa e a partir de uma crítica que ele fez sobre determinada atitude minha, eu tive um acesso de raiva. Eu estava dominado pelo ódio, mas quando percebi já era tarde demais... Eu havia matado meu irmão com minhas próprias mãos... Nós não tínhamos pais, sabe, então morávamos num orfanato, do qual eu fui expulso depois que descobriram essa atitude que tomei... Me enviaram para a reabilitação, mas lá disseram que não havia nenhum problema comigo. Não me aceitaram de volta no orfanato, então eu fugi... Algum tempo depois acabei vindo parar aqui, mas isso já é outra história...

Ele parou no meio de seu discurso para respirar fundo e afastar os pensamentos negativos da cabeça.

— Enfim, desde o dia que deixei o orfanato ouço sua voz em minha cabeça todos os dias, tentando me levar para o lado ruim e ceder a ele. Geralmente consigo controlá-lo, mas quando isso não acontece, ele se manifesta e tenta se vingar. Imagino que ele faça isso por raiva, pois é cruel com quem quer que esteja presente além de mim... – Pollux soltou um suspiro amargurado. – A única maneira de me diferenciar dele é a cor que meus olhos adquirem.

Kirsi estava em choque. Não conseguia se mover por mais que se esforçasse. Aquele cavaleiro tinha uma história terrível, e ela melhor do que ninguém sabia o quanto uma perda podia ser dolorosa.

Ao notar que a amazona estava pensativa, ele interveio:

— Coisa de louco, não é? – disse, sorrindo inocentemente.

Ela foi tirada de suas reflexões, mas se viu obrigada a discordar.

— Não, não. Não é isso, é só que...

Kirsi se deteve, mas ele pediu que ela prosseguisse.

— Os Castor e Pollux originais eram bem parecidos... Alternavam um dia de vida e outro de morte entre si. Zeus ficou comovido e os tornou a constelação de Gêmeos, onde não poderiam ser separados nem pela própria morte... Você e seu irmão fazem o mesmo. Quando um está presente o outro não pode se manifestar, porém estão ligados pela mágoa que restou.

— Eu... nunca tinha reparado nisso... Pensei tanto em mim que não questionei suas verdadeiras intenções... Será que ele sofre tanto quanto eu?

Pollux derramou uma lágrima, mas foi amparado por Kirsi, que levantou a cabeça em sua direção e a enxugou.

— Talvez ele queira se libertar e precisa da sua ajuda para isso. Tenho certeza de que ele não faz por mal.

— Kirsi, não quero que você fique mais nem um minuto aqui. – ele se recompôs e a fitou com seus olhos luminosos. – Você está correndo muito perigo... Siga para Câncer, por favor. Eu resolvo isso.

— Não. Eu não vou sair daqui... – disse, convicta. – Lhe respeito como guardião deste local, mas querendo ou não eu irei te ajudar. Deixe-o vir, vou conversar com ele.

A coragem daquela jovem o deixava admirado cada vez mais, mas ele não podia deixar que ela se arriscasse dessa forma. Negou seu pedido imediatamente.

— Pollux, eu conheço os riscos, mas você não pode continuar vivendo assim. Seu irmão também não... Se não fizer isso por ele, faça por mim... Eu imploro... – rebateu. – Se essa voz atormenta a sua consciência, deixe-a ir!

— Eu não tenho escolha, tenho? – sorriu.

— Não. – ela o acompanhou.

— Tudo bem então... – disse, levantando-se. - Se afaste, por favor. Não quero te machucar...

Ela o obedeceu e escondeu-se atrás de uma das pilastras, aguardando a volta de Castor.

— Isso é uma tolice! – a voz de Pollux mudou de tom. – Você deveria ter saído daqui enquanto podia! Agora este lugar será seu túmulo!!

Seu cosmo queimava de uma forma anormal. Era muito maior e mais violento do que qualquer outro que ela já havia sentido na vida. A amazona saiu da área de proteção do pilar e o encarou, olho no olho.

— Castor, pare! – gritou. – Isso não está certo! Seu irmão está sofrendo muito com tudo isso, e você também!

— Não me interessa! Morra amazona! Explosão Galática!! – gargalhou mais uma vez.

O tempo pareceu parar para Kirsi. Aquilo não era normal. O ataque era poderosíssimo, praticamente impossível de se escapar. O cosmo do cavaleiro estava ainda mais assustador do que antes. Estava com medo até mesmo de piscar enquanto estivesse na sua presença de Castor.

Sem reação, não conseguiu se desviar e foi atingida com tudo.

Seria esse o verdadeiro poder que os dourados escondiam dentro de si? Atena dissera que eles não podiam usar toda sua força contra os Santos de Bronze, mas Castor era exceção. Ele não era um cavaleiro, apenas se apossava de um – no caso, do próprio irmão. Teria Pollux um poder tão terrível quanto aquele?

Logo tudo voltou a fluir normalmente. Ela bateu as costas na parede e foi jogada para frente. A dor era terrível, e ela sabia que pelo menos o ombro havia deslocado.

— C-Castor... E-eu... n-não quero... c-combater com você... – agonizou. – P-pare...

— Pff. Pra mim isso não passa de palavras sem significado... Mas, por outro lado, se precisa de um incentivo para lutar contra mim, eu concedo seu desejo!!

Ele abanou a mão pelo ar e uma imagem se formou. Alguém corria pelo mesmo labirinto que Kirsi havia enfrentado, dando voltas e voltas sem achar uma saída. Aquela pessoa era muito familiar, mas mesmo assim ela precisou de mais alguns segundos para reconhecê-la, já que sua visão estava totalmente fora de foco.

— É-é o Y-Yerik? – ela apertou os olhos, tentando enxergar através das sombras da ilusão.

— Ah, então você o conhece? – Gêmeos riu. – Isso é bom, isso é bom... Agora você vai poder presenciar o fim dele!

Ao estalar seus dedos, a estrutura ilusória do lugar onde o cavaleiro de Bronze se encontrava começou a ruir. A casa se desfazia atrás de Yerik, que ao perceber começou a correr, procurando uma saída.

— N-não! P-pare!!

— Vem fazer! Você está tão fraca que nem consegue se levantar! Pode morrer a qualquer momento, e Cisne irá junto! – sua risada se tornava cada vez mais insana.

Ela fez o possível para erguer-se mas não conseguiu. Tentava se levantar mas caía com o próprio peso. Era esse o fim?

Kirsi pensou que Castor poderia ter razão. Ela mal podia se mover.

Não. Ele não estava certo. Ela não podia falhar em sua promessa para com os amigos. Enquanto um deles precisasse de ajuda ou estivesse em perigo, ela ajudaria da forma como pudesse, mesmo que isso significasse sua morte.

Dar a vida por alguém podia até parecer coisa de filme, mas não era assim que ela via. Dane-se se estivesse certa ou não, ela não iria voltar atrás em sua palavra e muito menos fazer com que os outros sofressem em seu lugar. Daria o seu melhor independente da situação, e se Castor realmente havia tentado motivá-la, ela tinha boas notícias para ele, pois havia dado certo.

***

Castor já havia dado as costas à amazona, deixando-a ali para que morresse lenta e dolorosamente, mas sentiu sua cosmo-energia se intensificando gradualmente.

— O quê? – ele se virou em sua direção. – Que cosmo é esse?!

— Eu... não vou... falhar!! – ela gritou, levantando-se, um tanto quanto acabada.

— N-não pode ser! Este é o... Sétimo Sentido!! – exclamou Gêmeos. Uma gota de suor escorreu por seu rosto, que expressava surpresa. – Hah, boa tentativa, mas pra mim tanto faz! Você vai morrer de um jeito ou de outro! Receba o golpe de misericórdia: Explosão Galática!!!

— Isso não vai funcionar comigo! Não vou deixar meus amigos na mão! Eu jurei que voltaria a vê-los!!

Kirsi se concentrou e flexionou os joelhos, usando os braços para fazer rápidos movimentos que simulavam a constelação de Lobo. Conforme os fazia, seu cosmo aumentava e uma aura esverdeada rondava seu corpo, expandindo-se.

— Queime meu cosmo! Exploda e ascenda aos céus!! Lua Nova!!! (5)

As rajadas de cosmo de Kirsi fizeram com que os planetas de Castor explodissem e fossem destruídos ainda mais depressa, causando uma espécie de super-nova.

A colisão foi tão poderosa que pode ser sentida por todos presentes nas doze casas, fazendo com que se assustassem imediatamente. Cavaleiros de Ouro e Bronze compartilharam o susto quando o solo tremeu, bem debaixo de seus pés.

Ambos os oponentes voaram em direções opostas por causa da potência do choque. Gêmeos foi suspenso no ar e caiu de cabeça enquanto a Santa de Lobo batia de costas na parede mais distante, do lado da porta de entrada, virada de cabeça para baixo, indo com tudo na direção do solo e desmaiando.

 

 

 

 

Depois das quedas, nenhum dos dois reagiu por um bom tempo. Minutos se passaram até que Kirsi conseguisse abrir os olhos novamente. Estava pior do que antes, mal respirava e sangrava por todo o corpo. Havia uma poça gigante de sangue onde ela estava, da mesma cor dos olhos de Castor.

A amazona notou que possuía múltiplos ferimentos, mas não conseguia fixar sua visão em um só ponto. Apenas via borrões, e foi então que ela olhou adiante e viu o corpo do cavaleiro de Gêmeos estirado no chão. Sua cabeça doía demais para que pensasse, mas se levantou bruscamente, começando a caminhar na direção do mesmo.

Mas a glória não durou muito. Poucos passos depois ela cedeu, formando outra poça.

Olhou para trás e viu o rastro vermelho que deixara. Isso a abalou, mas não muito. Sua maior preocupação era o Santo, e não ela mesma. Jurou que chegaria até ele, mesmo que tivesse que rastejar.

Lentamente se aproximou e percebeu que ele estava de barriga para baixo. Virou-o para cima e encostou o ouvido em seu peito, tentando ouvir seus batimentos. Graças aos deuses ela podia senti-los. Kirsi levantou as pálpebras de Pollux com delicadeza. Os olhos haviam voltado para a doce cor-de-mel de antes, o que a tranquilizou. Pollux e Castor enfim estavam livres.

Mas será que ela também estava?

Decidiu fazer um último esforço por eles. Usaria seu dom para restaurar as memórias perdidas de ambos.

Aproximou uma das mãos da testa do cavaleiro e canalizou sua energia o máximo que ainda conseguia. Estava com tanta dor que nem se importava com as lembranças ruins que voltavam para si. Focou tanto no Santo de Ouro que somente depois que terminou percebeu o quão exausta estava.

Enquanto pensava nisso, os versos da profecia de Rimo ecoavam em sua mente. Pensou um pouco mais e foi então que compreendeu que precisava sair daquela casa imediatamente.

Tentou se levantar mas não conseguiu, então voltou a arrastar-se na direção da porta de saída com suas últimas forças.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

[Legenda:]

(1) Explosão Galáctica ("Galaxian Explosion" no original): É um golpe retirado da obra Saint Seiya (Clássico).

(2) Uivo Mortal ("Dead Howl" no original): É um golpe retirado da obra Saint Seiya (Clássico).

(3) Garras do Anoitecer ("Nightfall Claws" em inglês): É um golpe criado por mim. Consiste em centenas/milhares de prismas disferidos continuamente na direção do adversário quando Kirsi faz movimentos similares à garras com suas mãos.

(4) Outra Dimensão ("Another Dimension" no original): É um golpe retirado da obra Saint Seiya (Clássico).

(5) Lua Nova ("New Moon" em inglês): É um golpe criado por mim. São rajadas de cosmo que movimentam os prismas disferidos pelo ar, juntando vários dos mesmos em diversos pontos diferentes e fazendo-os colidirem entre si, criando "explosões".
—----

[Novas fichas:]

Pollux Karnezis

Divindade: Atena
Classificação: Cavaleiro de Ouro
Constelação: Gêmeos
Gênero: Masculino
Idade: 25 anos
Significado do nome: “Vinho muito doce”
Aniversário: 21 de Maio
Signo zoadical: Gêmeos
Altura: 1.87
Peso: 76kg
Tipo sanguíneo: AB+
Local de nascimento: Grécia
Local de treinamento: Grécia
Mestre: Nenhum
Discípulo(s): Não apresentados até o momento
Cor, textura e tamanho dos cabelos: Azuis escuros, lisos, compridos
Cor dos olhos: Cor-de-mel
Parentesco: Irmão gêmeo de Castor
Personalidade Polido, melancólico, bondoso, simples
Habilidades especiais: Telecinese básica, capacidades ilusórias
Objeto de valor sentimental: Nenhum


Castor Karnezis

Divindade: Nenhuma
Classificação: Nenhuma
Constelação: Gêmeos
Gênero: Masculino
Idade: 7 anos
Significado do nome: “Castor”
Aniversário: 21 de Maio
Signo zoadical: Gêmeos
Altura: 1.29
Peso: 23kg
Tipo sanguíneo: AB+
Local de nascimento: Grécia
Local de treinamento: Grécia
Mestre: Nenhum
Discípulo(s): Nenhum
Cor, textura e tamanho dos cabelos: Azuis escuros, lisos, curtos
Cor dos olhos: Vermelho
Parentesco: Irmão gêmeo de Pollux
Personalidade Alegre, divertido, simpático, entusiasmado
Habilidades especiais: Nenhuma
Objeto de valor sentimental: Nenhum
—----

Será que Pollux realmente vai sobreviver? Ele realmente estará livre das maldições de Castor, agora que Kirsi o derrotou? E o que será que acontecerá com ela? Seus amigos se aproximam, mas o que será que houve com Yerik, que quase foi soterrado pela ilusão da casa de Gêmeos? Palpites sobre o que vai acontecer a seguir? Não perca a continuação na semana que vem!

[Se você está gostando da fanfic, favorite, comente, acompanhe e/ou recomende! Estamos aguardando ansiosamente o seu review!]



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Conto I - Unforgettable Wars" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.