Stacheldrahtfresse, so nennt man dich
Hast nicht den Mut und birgst dich nicht
Sie wollen Tränen sehen
~Heida! Heida!~
Stacheldrahtfresse, mit voller Wucht
Schläge Jahr um Jahr, du willst die Flucht
Besteigst dein schwarzes Ross
Reitest heimwärts in dein Schloss [...]

–Desliga essa merda de som!

Da janela vizinha apareceu um alemão apenas com uma toalha enrolada na cintura; mostrou o dedo do meio a ela e ainda aumentou o volume. A morena estava irritada; tinha tido o dia anterior muito estressante e queria dormir até mais tarde, o que não conseguiu, já que o inferno do seu vizinho a tinha acordado com aquela música. Fechou a janela com força e disparou até o banheiro para terminar logo de acordar e dar uma bronca daquelas no albino, sinceramente o Gilbert tinha passado dos limites; onde já se viu não respeitar nem mesmo o sono dos outros?

[...](Gehst du mit mir
Darf ich bei dir sein)
Ich werd der Ritter sein
(Stehst du zu mir, lass mich nicht allein)
Und du darfst Opfer sein
(Gehst du mit mir
Darf ich bei dir sein)
Im Schloss bei Kerzenschein
(Stehst du zu mir, lass mich nicht allein)
Diese Welt wird meine sein [...]

.x.

[...] Stacheldrahtfresse – Realität
Ihm nicht gefällt was ihn erspäht espiou
Doch zum bösen Spiel macht gute Miene
Schließt sich zu Haus an die Heldmaschine
Gehst du mit mir
Darf ich bei dir sein...
Der Himmel klar, die Augen weit
So verlor er Raum und Zeit
Die Lanz' fest in des Ritters Hand
Und niemand hat ihn je gekannt
So verbringt er Nacht für Nacht
Vom Kampf des Drachen Kopf gebracht
Die Mägde ihm zu Füßen lagen
Biegten sich um seinen Kragen [...]

Cantava a plenos pulmões enquanto lavava a louça do café da manhã; sorte de seu irmão que não estava em casa, tinha saído para fazer as compras do mês, caso contrário o som teria se espatifado em sua cabeça. Ludwig costumava demorar no supermercado porque sempre convidava o seu italiano para lhe ajudar, o que resultava em o dobro de compras que fora prevista, mas fazer o que? Cabeça de apaixonado funciona esquisitamente mesmo.

A música que tocava agora era outra, mas o volume continuava o mesmo. Assim que terminou de limpar tudo pegou um guardanapo para enxugar as mãos, foi quando a campainha tocou, e lá foi ele até a sala; resmungou até girar a maçaneta.

[...] Feuchte Lippen zart
Körper sanft und hart
Gib mir deinen Schweiß
Denn das ist der Preis
Komm mit zu mir (Komm mit zu mir)
Ich bleib' bei dir (Ich bleib' bei dir)
Komm mit zu mir (Komm mit zu mir)
Ich bleib' bei dir.
Gib mir dein Fleisch!
Dein Fleisch [...]

–O que eu disse sobre desligar o som? – lá estava ela, de mãos na cintura e os olhos pareciam que iriam lhe fulminar a qualquer segundo – Não sabes que os vizinhos também gostam de tirar algumas horas a mais para dormir mais? Estou cansada e tu me vens com essa. Acaso queres morrer? – levantou uma frigideira, ele gelou.

–Oh, desculpe-me, eu não pude ouvir, o som estava alto demais, sabe…

Sua cabeça latejou, e nem ao menos soube como estava deitado no sofá com a maldita frigideira do lado. Elizabeta entrou na sala sem cerimônias e foi até o som, desligou-o e o fitou.

–Espero que desta vez tenhas entendido. Da próxima vai ser este som e não a minha frigideira.

Levantou-se, mesmo um pouco tonto, e a alcançou; prensou-a na porta e a olhou nos olhos. Roubou-lhe um beijo e assim que a soltou sorriu.

–Entendido. – curvou-se como um cavalheiro.

Sem entender nada Elizabeta saiu correndo para sua casa, os dedos nos lábios; não conseguia disfarçar o sorriso.