Antônimos escrita por Belune


Capítulo 4
Capítulo quatro


Notas iniciais do capítulo

Quem é vivo sempre aparece!
Voltei pessoal ♥
Primeiramente peço desculpas pela imensa demora, mas tive alguns problemas familiares que me deixaram bem abalada, tive um bloqueio do tamanho do dia inteiro, a faculdade ficou fazendo greve, e quando voltava era um Deus nos acuda. O último ano foi uma loucura, e o trabalho também não ajudava muito. Mas agora está mais sossegado, estou com tempo para escrever, e pretendo postar com frequência, okay?
Relembrado: Fiz uma enquete no capítulo passado e vocês pediram para que as narrações fossem feitas em primeira pessoa. Sempre estará o nome do narrador no início do capítulo, e caso troque no decorrer do mesmo será avisado.
Este capítulo será narrado pela Sakura.
Boa leitura



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Capítulo 4 – Apartamento 71

 

Sakura

Eu olhava de Ino para Sasuke, que era eu, algo que era muito estranho. A sensação era de estar olhando para um reflexo de mim mesma, mas logo eu me dava conta de que a situação não era tão simples assim, afinal, eu estava mais alta, mais pesada, os cabelos estavam curtos e eu recendia perfume masculino. Eu estava no corpo esbelto e gosto de Sasuke, e não fazia a mínima ideia de como eu sairia dele.

— Então, vocês transaram ou não? – Ino parecia estar furiosa, qual era o problema dela?

— Não, nós não transamos, Ino! – Respondi rispidamente, o que fez com que a minha voz, atual, saísse mais grossa e fria que o normal.

— Se vocês não transaram, o que você está fazendo na casa dela Sasuke? – Ela me lançou um olhar fuzilante.

— Infelizmente nós somos vizinhos, eu não sei se você lembra disso. – Novamente fui ríspida, ela estava me tirando do sério. – Sakura teve problemas com o chuveiro e pediu a minha ajuda.

— Por que será que eu não acredito em você? – Ino fitou-me desconfiada.

— Amiga, eu estou achando que você ainda não superou o Uchiha, eu sei que ele é um deus grego, mas supera.

— O que? – Ino e eu ficamos boquiabertas.

— Sasuke, obrigada pela ajuda com o chuveiro, você foi muito gentil e amável. Agora eu preciso conversar com a minha amiga – ele foi me empurrando para fora do meu apartamento e puxando Ino para dentro, logo fechou a porta.

Suspirei pesadamente, eu estava odiando isso com todas as minhas forças. Atravessei o largo corredor que separava as nossas portas e adentrei no apartamento dele, que estava um tanto bagunçado.

— Bem, se vou habitar este local, por um curto período de tempo, ele precisa estar organizado e limpo – resmunguei para mim mesma.

Fui até a cozinha, que estranhamente estava organizada, talvez ele não a usasse. Vasculhei alguns armários até encontrar um saco de lixo, em seguida direcionei-me até a área de serviço e me deparei com alguns produtos e itens necessários para uma limpeza. Então comecei.

 

(...)

 

Fitei o horário na caixa da TV a cabo, duas horas e meia haviam se passado desde que eu começara a limpeza. Coloquei o último porta-retratos em seu devido lugar, e por fim joguei-me no sofá. Ouvi meu estomago roncar, lembrei-me que não havia comido nada o dia inteiro.

Contra a minha vontade levantei-me e fui até a cozinha, na dispensa não havia muita coisa e na geladeira muito menos. Peguei o primeiro lámem que vi e pus-me a fazê-lo.

Levou um pouco mais de três minutos, porém não demorou. Esperei esfriar um pouco, e então comi tudo, mas não foi o bastante. Abri a geladeira novamente, só tinha ovos e tomates, ótimo, dava uma omelete.

Achei uma frigideira nova escondida no armário, lavei-a, sequei-a e comecei a preparar o alimento. Levou mais tempo que o Lámem, porém a omelete ficara enorme e saborosa. Despejei-a num prato e a ataquei com voracidade, pois ainda estava com fome. Novamente comi tudo, não havia sobrado uma migalha sequer, desta vez eu deveria ficar satisfeita.

Arrumei toda a bagunça que havia feito e de repente senti um vazio tomar conta do meu estomago novamente, eu ainda estava com fome.

— Sasuke seu maldito, por que você tem que comer feito um porco? – Indaguei irritadiça para mim mesma.

 

(...)

 

Estava sentada na cama, a minha volta havia algumas guloseimas como bolos, sonhos, pães, que eu tinha comprado com dinheiro que achei na carteira do Uchiha. A minha frente estava o notebook de Sasuke, que por mais incrível que pareça, não possuía senha. Eu estava com sorte.

Abri a página principal do google e comecei a minha pesquisa: troca de corpos; foi a primeira coisa que digitei. Não apareceram muitos resultados relevantes, até que encontrei um blog que falava sobre “transmigração de almas”, bingo!

A origem era um tanto complexa, e tinha vertentes em inúmeras religiões, o que dificultava um pouco a compreensão total do assunto. Mas agora eu tinha certeza que esta troca de almas realmente poderia acontecer, e até era conceituada, eu só precisava descobrir como desfazê-la.

Comecei a refazer mentalmente os meus passos dos meus últimos três dias. Não havia feito nada fora da rotina, estudei durante as madrugadas, fui à faculdade, briguei com o Uchiha e ...

— Droga, os biscoitos da sorte!

Levantei-me num pulo e sai correndo do apartamento. Apertei inúmeras vezes o botão do elevador até que ele se abrisse para mim, adentrei-o e apertei o botão do sexto andar.

Alguns segundos se passaram até que ele deu um leve soco, parou e as portas abriram. Na pressa de sair acabei tropeçando, e por pouco não caí.

Recuperei a postura e avistei o apartamento 71, o apartamento da senhora Chiyo. Caminhei até a porta, engoli seco e dei três batidas rápidas, aguardei alguns instantes, porém não tive resposta. Bati novamente, e dessa vez um “estou indo” ressoou lá dentro.

Respirei fundo, estava ansiosa e ao mesmo tempo com medo, afinal, aquela velha senhora provou ser realmente perigosa.

A porta se abriu, senti meu coração acelerar ainda mais, logo a velhinha surgiu na porta, ela me observou por alguns instantes, e para o meu alívio ela sorriu.

— Eu estava esperando você – ela soltou uma risada alta. – Aonde está aquele moleque insolente?

Olhei-a boquiaberta. – Como é que a senhora sabe?

— Oras, fui eu quem fez vocês trocarem – ela gargalhou enquanto eu me mantinha pasma. – Entre menina, vamos conversar na minha sala.

Fiquei um pouco receosa, mas ao vê-la mirar-me com seu olhar intenso adentrei rapidamente no local.

O apartamento possuía as mesmas dimensões do meu, logo não era pequeno, e diferente do que eu pensei que seria, o ambiente era hostil e agradável.

— Estava esperando um apartamento velho, empoeirado, com caldeirões e vassouras, não é mesmo? – Ela zombou de mim, que lhe sorri encabulada. – Sente-se no sofá menina, vou buscar algo para comermos.

Fiz o que ela mandou e aguardei. Chiyo não demorou muito para voltar e trouxe consigo alguns pedaços de bolo de chocolate, e só então eu me dei conta que meu estomago estava, novamente, dando sinal de vida. Céus, Sasuke tinha um buraco negro dentro dele.

— Então suas almas trocaram de corpos – falou divertidamente. – Como estão se saindo?

— Isto foi artimanha sua, não foi? – Disse com um pedaço de bolo na boca.

— Não totalmente – ela mordeu um pedaço do bolo e eu arquei uma sobrancelha. – Eu só dei uma ajudinha.

— Os biscoitos .... – Murmurei.

— Sim, os biscoitos. Eles estavam enfeitiçados, o que induziu a trocam, mas ela não aconteceria se vocês não estivessem predestinados.

— Predestinados?

— Você lembra da frase que estava nos biscoitos?

— Sua alma gêmea pode ser o oposto de vocês. – Só então eu me toquei. – Você está brincando, eu não posso ser a alma gêmea daquele brutamontes!

— Se você não fosse, o feitiço não teria dado certo.

— Certo, e como eu faço para acabar com essa palhaçada?

— Há três coisas que vocês precisam descobrir no outro: a amizade, a cumplicidade e o amor. Só quando aprenderem sobre estes três pontos é que vocês voltarão para os seus corpos.

— Você só pode estar de brincadeira – eu estava perplexa. – Não tem como eu amar o Uchiha.

— Eu acho bom que você descubra uma forma de fazer isso acontecer, afinal, se a troca permanecer por mais de trinta dias, ela será irreversível.

Arregalei meus olhos, e acabei derrubando o pequeno pedaço de bolo que restava em minha mão. Ela não poderia estar falando sério. Um mês.... Um único mês, nós estávamos ferrados.

 

Em um único mês a sua vida inteira pode mudar, você só não sabe se a mudança será para melhor, ou para pior. 


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Notas finais do capítulo

No próximo capítulo teremos o ponto de vista do Sasuke e o que aconteceu com ele e a Ino no apê haha
transmigração da alma é algo bem complexo gente, eu também me perdi tentando entender, se alguém entender do assunto e quiser me dar umas aulas, eu aceito ♥
Não esqueçam de deixar seus pareceres sobre o capítulo ^^
Kissus da Xoco :*