Antônimos escrita por Belune


Capítulo 5
Capítulo cinco


Notas iniciais do capítulo

Olá goxtosos ♥ Eu posso até demorar um pouquinho, mas eu sempre volto ^^
Assim que eu terminar Fuja, Bolt (que faltam apenas dois capítulos), eu passo a atualizar aqui com mais frequência.
Queria agradecer a todos os que favoritaram a história e que deixaram um comentário de incentivo, muito obrigada ♥
Bem, hoje temos um capítulo narrado pelo Sasuke.
Espero que gostem, façam uma boa leitura ♥



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Capítulo 5 — Conexão

 

Sasuke

 

Assim que empurrei Sakura para fora, virei-me para encarar a fera que me fitava irada. Seu olhar me pedia explicações. Eu estava lascado, talvez devesse ter deixado aqui para me ajudar-me, mas ela era eu, então não sei se Ino a escutaria.

Céus! Pensa Sasuke, pensa! O que a Sakura faria no seu lugar? Talvez ela tocasse o foda-se e jogasse tanto eu, quanto a loira apartamento afora. Ou implicasse comigo, como sempre e fosse rude, enquanto diria a Ino que não falasse mais besteiras, pois estava a irritando.

Droga Sakura, por que você tem que ser tão complicada?

— Então... — Mirei a Yamanaka que estava cada vez mais zangada, engoli seco. — Sabe, eu ainda estou esperando uma explicação a respeito da presença do Uchiha gostoso no seu humilde apartamento...

Fitei-a com uma sobrancelha arqueada, era assim que me chamavam na minha ausência?

— Como já foi dito, o Uchiha gostoso veio aqui para arrumar o meu chuveiro, só isso. — Menti, mas menti muito mal, que talvez, nem mesmo Naruto caísse em tal mentira deslavada.

— Sei, e não poderia chamar qualquer outra pessoa?

— Por que chamar outra pessoa se o Uchiha gostoso é meu vizinho? — Dei de ombros. Eu realmente havia gostado do meu apelido. — Enquanto ele trocava o chuveiro, eu contemplava a vista maravilhosa.

A loira riu divertida e eu segui para a cozinha.

— Acho que estou te influenciando de forma muito negativa. — Disse ao me seguir.

Olhei para o local por alguns instantes, era tão diferente da minha. Não era tão organizada, de fato, mas tinha coisas que eu não imaginava para que serviam. Suspirei e rumei até a geladeira, certamente Sakura deveria ter mais coisas para comer que eu.

Abri a porta prateada e encontrei uma pequena variedade de itens, meus olhos pararam sobre o bacon, eles ficariam ótimos com os ovos que estavam na porta. Peguei os ingredientes da geladeira e fui em busca de uma frigideira, mas ao fitar a quantia de armários que ela tinha, senti que falharia miseravelmente.

— Ino, pega uma frigideira para mim... — Pedi para a loira enquanto fingir procurar algo mais na geladeira. — O sal também.

— Não abusa, Sakura! O sal está no armário ao seu lado. — Sorri, ela tinha caído na minha armadilha como patinha.

Coloquei a frigideira no fogo e joguei alguns pedaços de bacon para que fritassem. Senti que o par de olhos azuis estavam sobre mim receosos.

— O que foi? — Virei-me para ela desejando que não pedisse conselhos amorosos.

— O que quis dizer quando você disse que eu não tinha superado o Uchiha?

Arregalei os olhos. Droga Sasuke! Droga!

Eu havia dando uma tremenda bola fora.

Tive um caso com Ino há um pouco mais de um ano, porém nenhum de nossos amigos sabiam, sequer podiam imaginar, principalmente a Sakura, pois mataria nós dois e se livraria dos corpos sem deixar rastros.

Não durou muito, é claro. A Yamanaka estava desiludida com o término do seu relacionamento com um garoto do curso de odontologia, enquanto ele queria apenas fugir dos problemas familiares. Apesar de todo, o lance que tiveram foi apenas carnal, nenhum deles chegara a desenvolver qualquer tipo de afeto e sentimentalismo pelo outro.

Suspirei.

— Naruto comentara algo do tipo uma vez... — dei de ombros. — Ele tinha razão? — Indaguei fazendo-a corar.

— Não, não mesmo. Imagina, eu e o Uchiha juntos, só podia ser coisa da cabeça daquele loiro idiota mesmo. — Ela sorriu sem graça deixando o assunto morrer.

Voltei a minha atenção para o que eu preparava para comermos, não era muita coisa, mas era o que minhas habilidades permitiam.

 Ao terminar de fazê-la servi a refeição em dois pratos, que haviam sido pegos pela moça, e depositei-os sobre as duas peças de jogo que estavam sobre a mesa, e em cima delas haviam talheres.

— Prefere abacaxi ou morango? — Ino se oferecera para fazer o suco, eu não recusei a sua ajuda.

— Tanto faz.

Ela pegou uma jarra de vidro e foi até a pia para lavá-la, porém assim que abriu a torneira uma enorme quantia de agua espirrou contra ela, deixando transparente a sua blusinha branca.

— Sakura, você precisa mandar arrumar esse negócio. — Ela estava irritada.

Levantei-me para acudi-la. Sem esforço algum fechei a torneira e fitei a loira ao meu lado que estava com o cenho franzido. Desci meu olhar e encontrei seus seios em evidencia sob a blusa branca molhada e para a minha sorte o sutiã também era branco.

Mantive meu olhar fixo neles por alguns segundos, aquela visão estava me deixando excitado, porém em vez de me sentir duro, como sempre acontecia, senti minhas partes intimas umedecerem.

— Sakura está tudo bem? Você está olhando para os meus peitos como se fosse atacá-los a qualquer momento.

A voz da Yamanaka me tirou do transe fazendo-me lembrar que eu era um Sasuke preso no corpo da Sakura, que era melhor amiga da Ino, e que não poderia ataca-la vorazmente para um breve sexo selvagem. Suspirei decepcionado.

— Eu só estava que os meus seios poderiam ser tão bonitos quanto os seus. — Menti, de novo, mas dessa vez a loira acreditou e me lançou um sorriso doce.

— Os seus são bonitos também...

— Ino, eu acho melhor você trocar de blusa para não pegar um resfriado. Pode pegar uma minha. E antes que você proteste: só comeremos depois que você se trocar.

Ela revirou os olhos e eu sorri vitorioso.

Assim que a loira saiu do local eu me encostei na pia e bufei frustrado, seria um longo e tenebroso inverno dentro daquele corpo que ao se excitar ficava molhado em vez de duro. Eu teria que rezar muito para não enlouquecer.

 

(...)

 

Acordei com algumas batidas violentas na porta. Levantei-me apressadamente pronto para xingar o maluco que me despertara.

Abri a porta irado e me deparei comigo mesmo, que na verdade era Sakura, aquilo era muito confuso.

— Espero que seja algo muito importante para você ter me acordado... — falei de mau humor, ela revirou os olhos ao invadir o apartamento e se jogar no sofá.

— Fui até o apartamento 71...

— Tá, e eu com isso? — Me sentei no outro sofá e fiquei a encarando seriamente, eu realmente não queria saber das visitas que ela fazia para os vizinhos.

— É o apartamento da senhora Chiyo.... — Um arrepio percorreu toda a minha espinha ao ouvir aquele nome.

— Você foi visitar aquela velha? Você pirou de vez? — Eu surtei. — E pior, você foi até lá como eu, vai que ela enfeitiçou o meu corpo ou coisa do tipo.

— Não teria porque ela fazer de novo....

— O que você quer dizer com “de novo”? — Eu já estava entrando em pânico. — Espera aí, você e aquela velha se juntaram para acabar comigo?

— Não é nada disso, seu idiota! — Sakura levantou-se ficando maior que eu, notei a irritação transbordando em sua face. — Eu achei que você fosse mais inteligente Sasuke! — Ela bufava irada. — Aquele dia no elevador, os biscoitos, eles foram os culpados.

Pasmei. Aquela velhota era um tanto audaciosa, além de me deixar com medo ainda me dava biscoitos enfeitiçados para que eu ficasse preso no minúsculo corpo da Haruno.

— Então, o que a gente faz? Mata a velha ou o que? Eu já estou preparado para esconder o corpo.

— Você está doido? A gente não vai matar ninguém! — Ela andava de um lado para o outro esbravejando em fúria.

 Seria engraçado se ela estivesse em seu corpo, com o seu adorável cabelo de boneca, mas como ela estava no meu, aquela cena era completamente ridícula.

— Se não vamos matar, o que faremos com ela? — Indaguei e ela voltou a me fitar.

— O problema não é ela Sasuke, somos nós. — Disse ao depositar suas mãos pesadas sobre meus ombros e me olhar nos olhos.

Continuamos a nos fitar de forma intensa, olho no olho, então eu pude vê-la no fundo daquela íris negra. Toda pequena e frágil, perdida na minha imensidão obscura, suplicando por ajuda. Eu nunca tinha a visto daquela forma, para mim Sakura sempre foi uma garota forte e independente que não precisava dos outros para nada.

Senti meu corpo pesar, uma luz resplandecera fazendo-me piscar inúmeras vezes. Quando consegui olhá-la novamente percebi que eu era eu e ela era ela.

Vimos cores ao nosso redor, milhões de cores explodindo em estrelas cadentes. Logo tudo explodiu, a dor veio, e eu apaguei.

 

(...)

 

— Sasuke... — Abri os olhos lentamente, a luz do ambiente era forte e cegava-me. — Sasuke, acorda! — Eu ouvia a minha voz me chamando, como era possível.

— Moleque molenga. — Alguém esbravejou.

Pisquei algumas vezes até me acostumar com a claridade, logo avistei a mim mesmo e a velha Chiyo. Suspirei frustrado, ainda não tínhamos voltado.

— O que aconteceu? — Perguntei ao sentir minha cabeça latejar.

— Vocês tiveram uma conexão. — A velha respondeu. — E devo dar-lhes os parabéns, pois é difícil de fazer algo assim.

— O que é uma conexão? — Sakura indagou confusa.

— Vocês conectaram as suas almas crianças. — Ela respondeu como se aquilo fosse a coisa mais óbvia do mundo. — Eu achei que demoraria muito mais para fazerem isso.

— E por que essa conexão é tão importante? — Perguntei, eu não estava entendendo nada.

— Você não explicou para ele Sakura? — Ela negou.

— Explicou o que? — Perguntei confuso.

— Você e Sakura são almas gêmeas, portanto são predestinados. Todavia, esse comportamento de cão e gato de vocês enfraqueceu a conexão de suas almas, e elas estavam se perdendo.

— Mas agora que elas se conectaram de novo, não seria certo que nós voltássemos para os nossos corpos? — Aquela mulher era maluca, e estava me deixando maluco também.

— Na verdade não. Existem níveis de conexões, e vocês malmente atingiram o primeiro. Quando suas almas estiverem interligadas por meio de uma conexão sólida o feitiço será desfeito. Enquanto isso, vocês devem se dar bem e cultivar bons sentimentos um para com o outro, só assim conseguem elevar o nível da conexão.

“Lembrando que cada vez que vocês forem maus, ou nutrirem sentimentos ruins pelo outro, vocês regridem. É como se vocês estivessem em um jogo de tabuleiro, logo avançar ou voltar casas, só depende de vocês. ”

Nós a olhávamos com os olhos arregalados, e ela sorria docemente para nós como se tudo aquilo fosse a coisa mais normal do mundo.

— Ah, e não se esqueçam, como todo jogo, este também tem um tempo limite.... Vocês têm trinta dias, agora vinte e nove, para acertarem as coisas, ou ficarão presos um no corpo do outro.  Se cuidem crianças. — Ela acenou para nós e saiu do apartamento sorrindo.

Joguei-me no sofá ainda absorvendo todas as informações. Aquilo tudo parecia um pesadelo sem fim.

 

(...)

 

Dois dias haviam se passado desde a nossa primeira conexão, e nada de diferente voltara a acontecer. Eu e Sakura estabelecemos uma trégua que assustaria qualquer um, e a medida do possível tentávamos ser legais e gentis um com o outro, mas era evidentemente forçado.

Neste momento eu estava jogado sobre a cama da rosada e pensava em alguma maneira para fazer com que o ódio que ela nutria por mim se dissipasse, mas ela parecia irredutível e inalcançável. Suspirei. Precisávamos facilitar as coisas, o estaríamos fadados aquela situação terrível para sempre.

As batidas na porta dispersaram-me, fazendo com que eu saísse de meus pensamentos e voltasse a realidade. Caminhei até a entrada e avistei meu corpo trajando roupas encharcadas e com os fios negros ensopados. Os olhos negros traçavam uma linha tênue entre a raiva e a vontade de chorar, tanto que já marejavam.

— O cano de água da pia da cozinha estourou. Está jorrando água para tudo quanto é lado e eu não sei mais o que fazer. Para ajudar consegui estourar o cano que liga a pia ao sistema de esgoto. Por favor, me ajuda.

Olhei-a espantado. Eu nunca tinha visto ela engolir o seu orgulho desta forma. Um sorriso torto surgiu em meus lábios. Talvez ela não fosse tão irredutível assim.

Encaminhei-me para o meu apartamento e me surpreendi ao notar que as coisas estavam surpreendentemente limpas. Passei pela sala, pelo corredor que dava para os dois quartos e o banheiro, e por fim cheguei a cozinha que estava alagada.

— Está pior do que eu pensava... — Puxei os fios róseos que tampavam minha visão. — Tem uma pequena caixa de ferramentas na lavanderia, pegue-a, enquanto isso vou fechar o registro para que pare de jorrar água.

Então começamos o nosso incrível trabalho em dupla. Ela me trouxe as ferramentas e eu comecei a lidar com os canos estourados. O problema não era tão grande a ponto de termos que chamar um encanador, uma cola apropriada para o material resolveria tudo.

Em menos de vinte minutos eu já tinha concertado da parte de cima, agora cuidava da parte inferior, que era menos complicada.

— Meu Deus Teme, você tentou fazer de sua cozinha uma piscina? — Ouvi a voz estrondosa do Naruto atravessar toda a cozinha.

Virei-me para fitá-lo e percebi que ele olhava de Sakura para mim perplexo. Logo, ele explodiu e foi para cima da Haruno:

— Teme, o que você tem na cabeça? Como ousa deixar a pobre Sakura-chan lidar com o encanamento podre do seu apartamento? Você surtou de vez?

Naruto a encarava irado, e percebi que a mesma se segurava para não rir.

Revirei os olhos. Seria cômico se não fosse por toda aquela situação, a qual estávamos envolvidos, e se eu não tivesse que encontrar uma desculpa para enrolar o loiro para que ele não desconfiasse de nada.

Suspirei pesarosamente, estava cada vez mais difícil esconder aquele segredo dos nossos amigos, mas seria uma tragédia se eles descobrissem.

 

 

“Mesmo que as estrelas caíssem dos céus, elas não atenderiam aos nossos pedidos. Afinal o amor não é algo que se pede, e sim, que se recebe. ”


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Notas finais do capítulo

Qual será a mentira contada para o Narutinho?
O que será que eles vão fazer para estabelecer uma conexão plena?
Muita coisa ainda vai rolar ^^
Vou ver se consigo atualizar ainda essa semana, mas não prometo nada!
Kissus da Xoco :*



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