Rainha dos Corações escrita por Angie


Capítulo 70
Confissões Furiosas | Juliane


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente, tudo bem? Hoje não é quinta, não é dia de RDC, mas aqui estou eu postando o capítulo prometido para dia 11.
Acontece que ele já estava pronto na data certa, só que acabei dormindo antes de pegar o computador hahahahaha E nos outros dois dias (ontem e hoje), fiquei na função de móveis, malas e caixas, já que vamos nos mudar semana que vem, então quando parei quieta em casa, estava exausta. Só agora, às 22:000, que resolvi tomar vergonha na cara e postar hehe
Mas, enfim. Esse capítulo ficou beeeem mais curto que os anteriores, mas como dizem por aí: tamanho não é documento. Apesar de ter pouquíssimas palavras, essas pouquíssimas palavras são MUITO importantes!!!! MUITO MESMO!
Espero que vocês gostem!
xoxo ♥ ACE



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A Rainha estava sozinha em seu escritório resolvendo os últimos papéis de Isabella. Ela nunca imaginara que a filha tinha tantas qualidades, principalmente acadêmicas. Suas redações eram perfeitas, com ótima argumentação e vocabulário rebuscado, porém não ao ponto de ser antiquado. Seus desenhos tinham traços suaves e utilizavam cores vivas e alegres, assim como a personalidade da menina. Em alguns anos, aquilo — apenas trabalhos escolares de uma adolescente — poderia se tornar algo grande, algo magnífico. E isso deixava a Soberana ainda mais irritada com o que ocorrera. Existia um futuro brilhante à frente da jovem Princesa, tudo, porém, explodiu com a bomba.

Em meio à tristeza — que insistia em voltar a todo momento, mesmo quando desaparecia por algumas horas, sendo dada como terminada —, uma música suave preencheu o cômodo. Para a surpresa de Juliane, era o telefone. A última vez que aquilo acontecera fora alguns anos antes, quando Sybil adoeceu, e os funcionários do casarão não encontraram outra forma de avisar a vasta família. Após isso, ela nunca mais tocou no aparelho. Era uma ocorrência tão inusitada e surpreendente que a Rainha não reconheceu o toque. Apenas após algumas repetições da melodia, ela se levantou, indo até a mesinha de canto para atender à chamada.

— Olá? Alguém me ouvindo? — uma voz feminina fraca disse em alemão, antes que a Soberana pudesse se pronunciar. — Tia Juliane, sou eu.

— Elisabeth? — A mulher reconheceu o timbre vocal suave, porém firme.

A menina não respondeu. Alguns ruídos tomaram conta da ligação, como se houvesse um evento relativamente grande no local onde ela estava. Ao fundo, a Rainha pôde ouvir uma conversa entre a sobrinha e um homem desconhecido, que parecia brigar com ela por algum motivo suspeito. E, o pior de tudo, não era a voz de Luther.

— Onde você está? — a mais velha questionou, preocupada, um pouco mais alto para que a jovem a ouvisse.

— Isso não importa agora — ela afirmou, fazendo uma curta interrupção para mandar o outro sujeito embora com um grito. — Mas o que eu vou lhe contar, sim.

Juliane ficou em silêncio.

— Eu nunca falei sobre esses fatos antes porque tinha medo. Não sabia o que poderia acontecer a mim e, principalmente, a Andreas se eu contasse — ela começou a explicar, claramente nervosa, como se era possível perceber pelos pequenos intervalos que fazia entre as palavras. — Agora, entretanto, não há mais problema.

— O que houve, querida? Algo que Luther fez? — perguntou a outra, apreensiva. Ela nunca confiara no Rei Germânico para cuidar da filha da falecida irmã mais velha, mas sua opinião, na época, fora ignorada, o que fez com que as desamparadas e indefesas crianças logo fossem levadas para Viena.

— De certa forma, sim. Porém é algo que eu fiz também escondi por tempo demais. Isso pode ter custado a vida de Bella… — ela fez uma pausa, suspirando. — Desculpe-me, tia. Eu amo todos vocês, mas não tive outra opção.

— Tudo bem, Lisa. Não estou aqui para julgar suas decisões, pois sei que vocês as tomou com muita responsabilidade, como sempre. Pode contar sem medo.

Ela, então, começou a relatar tudo desde o princípio: a maneira que o tio criara a filha, todos os disparates com concubinas que ocorriam todas as manhãs, a prisão na torre, os crimes e, o mais importante de todos, o plano. Juliane, em um primeiro, ficou sem reação. Não sabia o que dizer, apenas ouvia o discurso da sobrinha com olhos arregalados. E, por fim, quando a garota revelou a identidade falsa da Princesa Helga, ela só massageou as têmporas.

Aquele dia seria estressante.

***

O silêncio profundo dos claros corredores do Palácio ao sul da Dinamarca foi quebrado com o som dos passos de uma pequena comitiva, toda vestida de preto, formada pelos Soberanos e seis guardas da Coroa. A Rainha, que andava na frente dos outros — todos homens — tinha seus cabelos dourados presos em um rabo de cavalo e sua face trazia uma expressão séria. Seu andar era firme e rápido e o marido, logo atrás, não conseguia acompanhar. A raiva da revelação de sua sobrinha se espalhava lentamente por todas as extremidades de seu corpo. Aquela menina maldita, aquela princesa maligna, matara sua filha, e agora a vingança finalmente poderia ser feita.

Ao chegarem à maior sala de estar do local, se depararam com as sete Selecionadas reunidas e recebendo uma instrução qualquer da Senhora Gillies. Todas trajavam vestidos largos, provavelmente mais confortáveis, que não marcavam sua silhueta e nem iluminavam seus rostos joviais, por conta das cores opacas. Elas se assustaram com o barulho do ranger da porta, porém a Coordenadora fez um sinal para que todas permanecessem em suas posições perfeitas no sofá. Dessa forma, elas apenas esperaram até que os reis e seus guardas se aproximassem de forma intimidadora. Os olhares de Juliane, porém, não se dirigiam a todas e, sim a uma menina em particular.

— Bom dia, meninas — Christian disse com a mesma doçura de sempre, mas, mesmo assim, esposa sabia que ele também tinha, no fundo de sua alma, ideias maldosas de condenação para a culpada pela morte de sua menina.  — Desculpe-nos por interromper sua aula, Senhora Gillies, porém o assunto é urgente.

—Claro, Majestades. A instrução pode esperar — a mulher fez uma reverência e logo se afastou para se sentar na ponta do sofá.

Antes de começar, a Rainha respirou fundo e passou a caminhar de um lado para o outro, a fim de afastar sua fúria. Apesar de uma criminosa estar entre aquelas garotas, a maioria delas era inocente e não merecia uma explosão como aquela. Principalmente a futura esposa de Alexander, que poderia se assustar, fugir e nunca mais querer o amor do Príncipe — não que a mulher não desejasse isso, por conta da condição da jovem, mas esse era um assunto para outro momento.

— Hoje descobrimos uma intrusa dentro de nossa residência — ela disse, colocando as mãos em sua cintura enquanto andava.  — Ela esteve aqui durante toda a competição sob um nome falso, Wanessa Claire Schultz, como se fosse uma plebeia filha de um simples professor.  Mas, na verdade, sua verdadeira identidade e título são Sua Alteza Real a Princesa Herdeira Helga da Germânia.

As Selecionadas soltaram suspiros surpresos, que foram acompanhados por expressões de choque e olhares duvidosos à acusada. Wanessa —  ou melhor, Helga  —, então, se levantou. Diferentemente das outras garotas, ela não demonstrava nenhuma emoção. Seu semblante era sereno, como se não fosse culpada de nada.  Não existia medo, nem mesmo ao dar alguns passos à frente, ficando cara a cara com Juliane.

— Você achou que conseguiria esconder isso para sempre? Que nunca descobriríamos?  — A mais velha se controlou para não gritar.  — Nós somos mais espertos que você, mais experientes. Sabemos do que Luther é capaz de fazer. Temos conhecimento de seu poder de manipulação. E agora você não tem mais para onde fugir, nem seu papai poderá protegê-la.

A Princesa não falou nada, apenas encarou a mulher com firmeza. Sua expressão continuava a mesma: tranquila. Seus olhos azuis apresentavam a calma do mais profundo mar, e não havia nem uma sequer ruga de preocupação em sua testa.

— Sempre achei que a preciosa e única herdeira da Germânia poderia ser salva, que não herdaria a maldade do Rei, de alguma forma. Mas nem isso aquele imprestável conseguiu fazer.  — Ela se lembrou de todas as calúnias com as quais o tio estava envolvido quando mais jovem, na época em que a família ainda estava em contato com ele. Após a suposta morte de Werner e Freya, estando de cara com a mais cruel faceta daquele homem, ninguém mais quis ter alguma relação com ele, deixando-o totalmente sozinho para continuar assim, ou ainda pior.    — Tudo que eu tenho de vocês dois é nojo. Repulsa. Horror. Vocês são uma mancha na gloriosa família Manteuffel, que sempre viveu para proteger os territórios germânicos. Para conseguir o poder, vocês são capazes de ferir plebeias inocentes e matar minha filha. Minha doce e pura filha, que tinha uma vida inteira pela frente. ”

De súbito, a raiva subiu mais uma vez à sua cabeça, deixando-a descontrolada. Não conseguia aceitar todos aqueles fatos. Não sabia lidar com a perversidade de um familiar que deveria ser tão próximo e, muito menos, com a péssima herança de uma menina que poderia ser tão boa para a Germânia. Ela, então, levantou sua mão e bateu no rosto da menina.

O tapa fez com que a ruiva finalmente demonstrasse alguma emoção, que não era nada pacífica. Seu rosto ficou tão vermelho quanto seus cabelos. Os dedos finos, perturbados, tocaram sua bochecha no local onde a Rainha a tocara.

— Não adianta nada falar isso agora. Isabella está morta e enterrada. Nada reverterá minhas ações, e, também, nada que vocês fizerem a mim afetará os projetos de meu pai — ela fez uma pausa dramática, cruzando os braços em frente a seu corpo.  — A Europa ainda vai se ajoelhar a nossos pés, inclusive a Dinamarca.

— Prendam-na — Juliane, por fim, gritou, usando todo o ar de seus pulmões.

Os guardas se aproximaram, logo pegando os braços dela com força. Diferente do esperado, ela não protestou e nem proferiu mais palavras de ódio contra a Coroa Dinamarquesa. Ela deixou que eles a arrastassem pelo cômodo, fazendo com que seu vestido largo dançasse com a brisa do movimento. Mesmo com toda a força que ela demonstrava, porém, Juliane conseguiu ver uma lágrima escorrendo por seu rosto.


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Notas finais do capítulo

FINALMENTE DESCOBRIMOS QUEM É HELGA!!!!!! UHUUUUU! E QUE TIRO, NÃO? TEVE ATÉ TAPA NA CARA! UIUIUI
TRETAAA
E AGORA, O QUE VAI ACONTECER?
Não percam os próximos capítulos! O próximo (se tudo der certo) sai na próxima quinta (18/05) ou em dias próximos desse (porque nunca se sabe né haha)
xoxo ♥ ACE



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