Rainha dos Corações escrita por Angie


Capítulo 10
Convidadas da Princesa | Layla e Ulrika


Notas iniciais do capítulo

Oi!! Depois de duas semanas eu voltei!!!!! Foram duas semanas bem complicadas, já que eu tinha muitas tarefas, provas e apresentações... Mas, enfim, sobrevivi e estou aqui com o restinho da cerimônia de boas-vindas.
Espero que gostem.


[CAPÍTLO ATUALIZADO 19/09/2020 - LEIAM AS NOTAS FINAIS]



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Apesar de sentir  o olhar crítico de uma das Princesas gêmeas sobre ela, Layla tentava ao máximo manter-se firme, sem perder a confiança em nenhum momento.  Durante toda a cerimônia de boas-vindas na Academia Real Militar, permaneceu com uma expressão serena, observando atentamente os movimentos das autoridades ali presentes assim como todas as outras Selecionadas faziam. Como candidata à Princesa, não poderia poderia, em nenhuma circunstância, perder a compostura e a tranquilidade. 

Nas próximas semanas, estar no foco das atenções — para o bem ou para o mal — faria parte de sua vida. Afinal, ela fazia parte de uma das competições mais concorridas da Dinamarca, da qual milhares de outras moças em todos os cantos do país gostariam de participar. Em alguns momentos, seria elogiada por sua conduta e ganharia torcedores dentro do Palácio. Na maioria dos outros, as outras Selecionadas e até a Família Real desejariam ter algum motivo para eliminá-la, qualquer que fosse. Naquela cerimônia, porém, a Princesa que a observava tão atentamente não encontraria nenhum desculpa para querer Layla fora da competição. Ela estaria perfeita.

Layla, entretanto, não era a única sem defeitos visíveis no local. Todas estavam parecendo verdadeiras damas dignas de se tornarem a futura Rainha da Dinamarca. As roupas de todas as moças hóspedes da Família Real haviam sido feitas sob medida e ajustavam-se perfeitamente a seus corpos. A garota  — cujo nome não lembrava — à sua esquerda  parecia muito delicada à primeira vista, mas se assemelhava a uma líder militar respeitável com aqueles trajes. À sua direita, uma loira, apesar de não aparentar estar tão à vontade e confiante no uniforme, estava elegante. Todas pareciam se adequar muito facilmente à vida na realeza.

— Muito obrigado, Sua Alteza Real — disse o chefe da Academia, voltando a atenção de Layla para frente. — Convido agora a Major Solkan para fazer uso da palavra.

Uma mulher de aparência jovem e alegre tomou o lugar do homem em frente ao microfone, sorrindo para as Selecionadas. Ela trajava um uniforme militar semelhante ao de todos os alunos da Academia, porém em uma versão mais requintada, fazendo jus ao seu cargo de chefia. Layla nunca tivera um contato muito próximo com as Forças Armadas dinamarquesas em sua cidade natal, por conta dos medo que sua mãe, por algum motivo desconhecido, tinha dos soldados que viviam em Haslev. Dessa maneira, a jovem sempre tivera uma imagem muito negativa da instituição: um grupo de homens corpulentos e carrancudos que existiam apenas para punir o povo. Aquela, major, entretanto, desafiava todos os estereótipos. Sua expressão estava era de calma e o olhar que direcionava proferia às Selecionadas era reconfortante, lembrando uma mãe quando olhava para seus filhos. Mesmo ainda sem conhecê-la propriamente, Layla sentia que iria gostar dela.

— Sejam bem-vindas, estimadas Selecionadas. Em nome de toda a equipe aqui da Academia Militar de Copenhague, as saúdo com muita alegria — falou a oficial militar ainda sem afrouxar o sorriso radiante. — Serei a coordenadora das senhoritas aqui na Academia e trabalharei em conjunto com uma equipe de professores especializados  e com a Senhora Gillies, coordenadora da Seleção no Palácio de Amalienborg, para proporcionar-lhes uma ótima experiência em nossa instituição. Durante essa semana de adaptação, vocês terão aulas distintas e também passarão por várias provas que testarão seus conhecimentos em assuntos diversos.. Sabemos que, às vezes, aprender pode parecer entediante e trabalhoso, mas lembrem-se das palavras de Aristóteles: A educação tem raízes amargas, mas os seus frutos são doces. Obrigada.

A pequena multidão bateu palmas, e Layla os acompanhou.

— Muito obrigado, Major — agradeceu o comandante, posicionando-se novamente à frente do microfone. — É solicitado agora que os alunos retornem a suas atividades habituais. Com exceção daqueles previamente avisados, estão todos dispensados. 

Layla olhou em volta e pôde observar a coordenada e silenciosa saída dos alunos. Era até estranho ver tantos jovens vestidos de azul descendo e subindo escadas em filas tão alinhadas, como se fossem um grupo de robôs, não pessoas. Nem tudo, porém, era tão perfeito quanto parecia. De onde ela estava, foi possível enxergar uma menina — que não deveria ter mais de sete anos — caindo em meio da marcha. Percebendo que uma das alunas ficara para trás, o professor que supervisionava a turma pegou a criança pelos braços, colocando-a de pé novamente. Layla teve de conter um grito quando viu a expressão de desespero quando viu a expressão de tristeza da menininha enquanto o homem  praticamente berrava palavras de repreensão. A Selecionada, de coração partido pela situação, queria  a todo custo correr até lá e proteger a mais nova. Mas infelizmente não podia.

— Não se preocupe com ela. Isso sempre acontece nos primeiros anos. — Uma voz feminina surgiu ao lado de Layla, assustando-a. — Ela provavelmente será repreendidas e depois fará de tudo para nunca mais tropeçar. Apenas isso, nada ruim acontecerá a ela.

Ao olhar para o lado, a Selecionada se deparou com a Princesa Isabella, que também encarava a cena. Seus olhos azuis tinham um brilho diferente, uma mistura de seriedade com alegria, como se estivesse, ao mesmo tempo, julgando tudo e todos e se divertindo com a situação. Layla sabia que ter uma boa relação com a irmã mais nova do Príncipe era muito importante para permanecer na competição, então tentou manter a pose elegante.

— Acredite, eu já passei por isso.

Assim que a Princesa terminou de falar, num impulso, Layla se curvou em uma reverência graciosa — tentando seguir rigidamente os ensinamentos da mãe, que a treinara com dedicação para a Seleção. A princesa sorriu. As duas se olharam em silêncio por alguns instantes enquanto os alunos ainda transitavam pelos corredores.

— Senhorita... — disse a Princesa por fim, dirigindo-se a uma Selecionada loira, que se assustou ao ser chamada. — Você mesmo! Aproxime-se, por favor.

♕♕♕

Desde que chegara ao Palácio naquela manhã, Ulrika Amelie tentara ser o mais discreta possível, principalmente quando se tratava da Família Real. Pelo que entendera das regras solenemente anunciadas pela coordenadora da Seleção,  era aconselhável que as meninas não mantivessem contato direto com os Reis e os Príncipes antes do jantar de recepção, que aconteceria naquela mesma noite.  Assim, ficou surpresa e assustada quando a Princesa Isabella a chamou.  A irmã mais nova de Alexander, que pareceu tão arrogante e íntegra na cerimônia de boas-vindas, pediu para que Ulrika se aproximasse — nada discretamente quebrando regras que, na cabeça da Selecionada, eram inquebráveis. Não poderia ser um mau sinal, poderia?

A Princesa a encarou por longos segundos, até que Ulrika finalmente se aproximou, cautelosa. Ela tentou seguir as regras, mas era difícil recusar um pedido vindo de uma face tão doce. Pelo sorriso da nobre, Ulrika percebeu, era visível que  ela não fosse prepotente quanto aparentara naquela manhã. Talvez apenas tivesse se sentido  intimidada com as 35 meninas que invadiram sua casa de uma vez só. Depois de algumas horas se acostumando com a ideia, provavelmente, tomara coragem de conversar com as candidatas à cunhada.

Ulrika andou, em passos lentos, até a Princesa, que já conversava com uma outra Selecionada — uma morena cujo nome Ulrie não lembrava. A cada passo que dava, ajeitava a saia do uniforme, que parecia nunca se firmar corretamente ao corpo, a fim de causar uma boa impressão. Ao chegar, curvou-se na sua melhor reverência, uma cópia mal feita da que todas as outras meninas faziam. Mesmo assim, para a sua sorte, a Princesa pareceu satisfeita.

— Muito bem, ahm... –— falou a Princesa Isabella muito devagar, inclinando-se para ler os nomes das meninas nos pequenos crachás. — Layla e Ulrika Amelie. Vou ser breve. Gostaria de convidar vocês para um chá comigo e com minha irmã amanhã às quatro horas da tarde. Encontrem-nos no Salão Social que nós as levaremos  ao nosso jardim, que fica a alguns minutos de caminhada do Palácio. Não se preocupem, nós já verificamos os horários de vocês, e não há nenhuma atividade programada à tarde.

— Seria uma honra, Alteza — admitiu a morena com um sorriso encantador no rosto.

Como ela consegue ser educada e bonita ao mesmo tempo? pensou Ulrika sem qualquer rancor. Com seus lindos cabelos escuros e ondulados percorrendo toda sua costa até chegar à cintura acompanhados de seus belíssimos olhos azuis como o mar, Layla era uma das garotas mais belas da Seleção. E, além da aparência impecável, seus modos eram invejáveis. Desde que elas chegaram em Amalienborg, ela se comportara como uma verdadeira dama — era impossível não notar. Ela sorrira cordialmente ao se apresentar às outras meninas, fizera reverências perfeitas e usara palavras elegantes toda vez que a palavra lhe era dada. Era como se estivesse destinada ao mundo da realeza. . Será que Ulrie poderia competir contra uma Princesa nata?

— Muito obrigada pelo convite, Princesa — Ulrika respondeu logo depois da concorrente, fazendo mais uma longa e desajeitada reverência.

— Ótimo, agora vocês podem voltar a seus lugares, pois serão conduzidas ao auditório para a apresentação do coral da Academia — ordenou Isabella sem sorrir, subitamente séria.

Ao voltar para o seu lugar na fila de Selecionadas, Ulrika percebeu duas competidoras que a olhavam com raiva. Uma loira e uma morena — Urika não sabia seus nomes e nem se esforçou para tentar lembrar — paradas uma ao lado da outra claramente ficaram com inveja de Ulrie e Laya. Afinal, todas queriam obter algum tipo de vantagem no primeiro dia de competição, e conversar com Isabella, com certeza, as colocaria muito à frente das outras meninas. Feliz por finalmente ser afortunada em sua vida, a convidada da princesa apenas estufou o peito, querendo provocar as adversárias que não tiveram a mesma sorte que ela.

E assim seguiu seu dia: triunfante.


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Notas finais do capítulo

Gostaram?
Vou tentar responder aos comentários de vocês, mas tempo que é bom eu não tenho.
Prometo não demorar tanto, só uma semana.
É isso!
Até o próximo!!
xoxo

[ATUALIZAÇÃO 19/09/2020]

Sigo com meu projeto de atualização/revisão dos capítulos mais antigos de RDC. Dessa vez, me dediquei a esse e ao capítulo 14 (uma sequência dos acontecimentos desse aqui, já que trata do chá da tarde que Isabella e Ingrid tomam com as selecionadas). Apesar de não ter sofrido nenhuma mudança drástica em relação aos acontecimentos gerais, esse capítulo ganhou uma nova narradora: Ulrika. O motivo dessa mudança foi o simples fato de eu acreditar que Annabelly, narradora original do capítulo, não ter tido muita relevância no decorrer da fanfic (mais uma vez, como já citei, eu tentava ao máximo incluir os personagens que minhas leitoras mandaram, mas, com o passar do tempo, a fanfic meio que deixou de ser interativa hahaha apesar de eu ainda ter muito o que agradecer às pessoas MARAVILHOSAS que me mandaram esses personagens INCRÍVEIS). Além disso, adicionei um detalhe: Ingrid também vai ao chá com a irmã. Originalmente, era só Isabella, mas hoje não entendo o porquê. Para mim, não faria sentido a Bella simplesmente fazer um evento com as pretendentes do irmão sem convidar sua parceira hahaha

Qualquer erro, por favor, me avisem. Minha caixa de MP está sempre aberta para sugestões!

xoxo ♥ ACE