Rainha dos Corações escrita por Angie


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Ol! Leiam as notas finais!Espero que gostem!

[CAPÍTULO ATUALIZADO 05/01/2021 - LEIAM AS NOTAS FINAIS]



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A Seleção era algo novo para a Dinamarca. Tradicionalmente, os herdeiros casavam-se com princesas de reinos distantes, criando, assim, fortes laços diplomáticos. Assim que nasceu, Sua Alteza Real, o Príncipe Herdeiro Alexander Christian Albert Louis fora prometido a uma rica dama soviética, o que melhoraria em muito as relações entre os dois países, as quais foram profundamente abaladas quando a Dinamarca apoiou as forças separacionistas na Guerra da Sibéria. Por mais que não gostasse muito da ideia, Alexei, como era chamado pela família, sempre aceitara seu destino. Era o melhor a se fazer.

Até que, meses antes do herdeiro ao trono completar 19 anos, a popularidade da Família Real diminuíra drasticamente, fazendo com que o Rei e a Rainha abandonassem todos os seus planos para dar a mão de seu filho primogênito a uma simples dinamarquesa desprovida de títulos.

A ideia foi inicialmente de sua bisavó, Sybil — avó da Rainha da Dinamarca — que nascera como uma humilde plebéia no sul da Grécia. Após ser encontrada misteriosamente pelo então Rei, ela se tornou uma das mais amadas Princesas Herdeiras e, posteriormente, Rainhas, do país, fato que atribuía às suas origens humildes. Em seus anos como consorte e como Regente de seu filho mais velho e neto, o povo da Grécia fora mais feliz do que nunca. Assim, em sua opinião, casar o Príncipe Alexander da Dinamarca, o filho primogênito de sua neta, seria crucial para que a imagem da Família Real frente ao povo melhorasse. E, apesar de ter enfrentado a resistência dos pais do garoto à princípio, com o tempo, todos chegaram a um acordo: a Seleção ocorreria. 

Assim, depois de meses de preparação e um anúncio em seu aniversário, Alexander estava ali, no dia do sorteio em uma sala de espera de um hospital.

Naquela manhã, fora acordado às pressas, tendo que sair o mais rápido possível de sua cama confortável cheia de travesseiros e esquecer-se de seus sonhos tranquilos para enfrentar ainda nas primeiras horas do dia a realidade caótica. Ainda com os olhos pesados de sono, ele foi arrastado, juntamente com seus três irmãos mais novos, até um dos carros da família. Nem mesmo parando para uma explicação rápida do que estava acontecendo, o motorista pessoal da família dirigiu apressadamente pelas ruas de Copenhague até chegar a um local que os irmãos reais conheciam muito bem.  A ala infantil do Rigshospitalet — ou Hospital do Reino — era destino comum da Família Real. Por isso, quando avistou o grande e moderno prédio, Alexander não precisou mais perguntar o que estava acontecendo. Saphira estava internada mais uma vez. No dia do Sorteio.

Ao que tudo indicava Alexei não estava tendo um dia de sorte.

Como já era de costume, toda a família se mobilizou para acompanhar seu mais jovem membro em mais uma de suas crises.  Segundo relatado pela babá da criança, a menininha acordara com muita falta de ar e chegara até a convulsionar nas primeiras horas da manhã  Com medo que o pior acontecesse com a jovem Princesa, a criada chamara uma ambulância antes mesmo de avisar suas majestades. Apenas depois que a garotinha foi estabilizada, então, a família foi chamada, chegando prontamente ao hospital e se amontoando no quarto para apoiar seu membro mais novo. 

As Princesas Ingrid e Isabella, sentadas ao lado da irmã mais nova, tentando fazê-la sorrir e ignorar todas as máquinas barulhentas que a rodeavam.  O Príncipe Henrik segurava a mão da pequena com carinho, dando toda sua atenção a ela apesar do desconforto causado por sua posição nada favorável na poltrona que dividia com as gêmeas. Alexander, por outro lado, parado em frente à porta do cômodo, apenas observava a cena com preocupação. Era a segunda vez só naquele mês que eles estavam naquela situação. Na primeira vez, pouco mais de uma semana antes, Alexei pudera se dedicar completamente a Phinny. Mas agora, temia que a menina de oito anos fosse completamente abandonada, e seu sofrimento, encoberto pela alegria de 35 garotas em toda a Dinamarca.

Afinal, aquele era o dia do sorteio. E, depois de tanto tempo de preparação, ninguém poderia sequer cogitar cancelá-lo.

Os medos do filho primogênito da família se concretizaram quando os pais tiveram que deixar os filhos para participarem de uma reunião urgente para discutir os últimos detalhes da Seleção. Algumas horas depois, gêmeas tiveram que comparecer a suas aulas de etiqueta, se despedindo da caçula com beijos na testa. Por fim, o Príncipe mais novo, Henrik, fora obrigado a ir à escola. No fim, só sobrara Alexander, que se sentava em uma das poltronas ao lado da princesa, lamentando-se por toda aquela situação.

Sua Alteza Real, a Princesa Saphira Louise Nyla Marie, que era muito doente desde bebê, era o membro mais animado da família em relação à Seleção. E ter o evento que marcava o início da competição em algum dia em que estivesse em uma recaída de sua grave condição iria partir o coração dela e, é claro, o de Alexei também. Os dois eram muito próximos e ver sua irmã mais triste do que já era com sua doença era difícil. Muito difícil…

O hospital cheirava a soro. O cheiro era tão forte que fazia o Príncipe Herdeiro espirrar. O banco do local o amedrontava e, sendo o único da família ali, depois que todos foram fazer suas atividades, deixava o menino um tanto solitário, já que Saphira ainda estava sedada. Além do mais, os funcionários haviam sido instruídos a não conversar com ele, apenas para atualizar o estado da irmã. Isso tornava a permanência naquele lugar malcheiroso, branco e frio terrível.

— Princesa internada mais uma vez  — disse a voz irritante da repórter, que estava, Alexei reconheceu, em frente ao hospital. —Vossa Alteza Real a Princesa Saphira foi internada mais uma vez, vítima de uma grave doença que a ataca desde o nascimento. Há notícias que o Príncipe Herdeiro Alexander esteja aqui, no Hospital Real para Crianças, mesmo com a proximidade do sorteio de suas Selecionadas.

Alexei bufou. Ele podia estar em qualquer lugar. Poderia estar morrendo. Saphira poderia ter morrido. Mas a TV só se preocupava com a Seleção, e isso deixava o menino furioso. Todo o país parecia ter ouvidos apenas para aquilo. O Príncipe queria ir para casa e fingir que toda essa pressão era apenas um pesadelo.

A volta para casa, porém, demorou muito tempo. O relógio marcava 18:15 quando uma equipe de homens veio buscar Alexei, deixando Saphira para trás, sozinha no horrível hospital. Antes de sair, o menino foi até a irmã, que ainda dormia pacificamente,  e passou a mão pelos seus cabelos. Ophelia, que voltara a se sentar na outra poltrona, sorriu para o Príncipe.

— Ela vai ficar bem — ela afirmou. — Vou acordá-la assim que o sorteio começar.

— Cuide bem dela — ele pediu, recebendo apenas um balançar de cabeça como resposta.

Assim que se despediu da irmã e de sua babá, Alexander encarou a triste realidade que lhe esperava do lado de fora do hospital. Como era comum para o Herdeiro ao Trono Dinamarquês — mas que, daquela vez, considerando as circunstâncias, o irritava ainda mais —  dezenas de jornalistas o cercaram assim que ele apareceu. Todos perguntando sobre a Seleção, sobre seus sentimentos acerca de suas pretendentes, mas nunca sobre a irmã, a qual verdadeiramente ocupava os pensamentos do Príncipe naquele momento.

Quando chegou ao Palácio, o menino foi praticamente empurrado pelas criadas até seu quarto, alegando que ele precisava de um banho e roupas limpas para o importante acontecimento daquela noite. Apesar de um pouco relutante, ele fez o que elas mandaram.

As roupas que a família usava para o anúncio daquela noite eram bonitas, mas não muito extravagantes. A Rainha — que sempre se vestia com pompa — estava apenas com vestido azul sem brilho ou rendas. As duas Princesas gêmeas trajavam roupas que já haviam utilizado para as comemorações do aniversário do irmão mais velho, duas semanas antes, o que era incomum para a Família Real, visto que todos geralmente faziam questão de escolher roupas novas para os eventos.

— Estamos aqui com a Família Real para anunciar as jovens e belas Selecionadas — disse o repórter, como se narrasse um jogo de futebol. — Uma delas será a campeã e se tornará, futuramente, a Rainha da Dinamarca.

— É isso mesmo, Jaakko, uma dinamarquesa comum tornar-se-á a prestigiada esposa do Príncipe Herdeiro Alexander — a outra repórter, sentada ao lado de seu colega no balcão, disse com um sorriso — Imagino que estejam todos ansiosos, então vamos logo sortear. É com você, Margarethe!

Perto da grande urna, a mulher chamada sorriu. E, assim, o sorteio começou.


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Notas finais do capítulo

Se inscrevam por aqui!https://docs.google.com/forms/d/1V2AdoKYw66QCMO2EEJygNi8vEYeWeiUHm-7V_V6ZFQU/viewform

Eu sei que os aconteciementos nesse prólogo podem ter passado muito rápido, mas era só para dar uma visão geral. E, para quem não entendeu, o nome completo do Príncipe é Alexander, mas o seu apelido é Alexei.

Gostaram? Mereço reviews? Obrigada por lerem

[ATUALIZAÇÃO 05/01/2021]

Primeiramente: FELIZ 2021!!

Não faz nem uma semana que finalizei RDC e já estou aqui com mais uma atualização de capítulo antigo! Dessa vez, resolvi dar uma repaginada no prólogo, o primeiríssimo capítulo dessa bela fanfic. Para quem já tinha lido antes, os acontecimentos não mudaram, apenas adicionei alguns detalhes extras sobre a Seleção na Dinamarca. Como esse capítulo precisava de muito amor, ainda pretendo voltar aqui para fazer mais algumas revisões. Mas, por enquanto, estou bastante satisfeita com as mudanças!

Espero que gostem!
xoxo ♥ ACE