O Pássaro do Gelo escrita por MaNa


Capítulo 19
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Então, esse capítulo está minúsculo... É que estou meio cansada e desanimada pela falta de comentários, apesar de saber que mereço toda essa revolta. Entendo.

Bem, espero que gostem.





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Capítulo 17

Camila parou de ler. Precisava parar. Estava sentindo-se sufocada. Do mesmo jeito que Elvira sofria pela mãe, a menina Camila queria seu pai de volta. Levantou-se devagar. Quando colocou os pés no chão e sentiu aquela pedra macia e fria do quarto foi como se a vida palpitasse em seu corpo novamente.

Respirou.

Aos poucos caminhou até a cozinha. Lá sua mãe estava sentada tomando um café e focando o olhar em um ponto qualquer na parede.

–Mãe?

Ela não respondeu.

–Mãe!- Camila chamou com mais ênfase.

–O que foi, querida?- A mulher piscou como se estivesse acordando de um longo sono.

– Acho que precisamos conversar.

–Sobre o quê?

–Papai e nossas vidas sem ele.

A mulher suspirou.

–Sim, suponho que devemos...

Camila sentou-se na cadeira do outro lado da mesa. As duas mulheres se encararam.

–E então?

–O que vamos fazer?- Perguntou a mais nova.

–Eu... Não sei. Acho que viver.- Sorriu.

–Sim, mãe, papai não iria gostar de nos ver assim, não acha?

A escritora fez uma careta.

–Realmente. Ele iria dizer “Vocês parecem duas mortas vivas! Pelo amor de Deus arrumem o que fazer”.

Riram.

–Quer saber de uma coisa? Vamos sair!

E as duas passearam. Lancharam, compraram roupas e foram ao cinema. Quando chegaram em casa, já de noite, abriram os álbuns de fotografias. Choraram ao ver o rosto do marido e pai lembrando histórias de momentos engraçados que passaram juntos. Terminaram o dia comendo brigadeiro em cima da cama da mais velha enquanto conversavam sobre a vida de cada uma. Antes que percebessem caíram em um sono profundo. Um sono reparador.

Quando Camila acordou, na segunda-feira, decidiu que era hora de voltar à vida. Arrumou-se e foi à escola. Assim também o fez sua mãe, indo trabalhar com "cara de gente" e não de um fantasma que não tinha percebido ter “passado dessa para melhor”.

A dor não havia sido esquecida, nem superada, mas continuar era necessário. Viver ainda era bom e as duas mulheres estavam determinadas a viver o máximo possível.

Camila namorou, conversou com as amigas que a abraçaram assim que entrou na sala de aula e se assustou com o tanto de matéria atrasada que teria de estudar.

Seria um longo fim de semestre em sua escola.

–Camila, estou tão feliz em ver você! – A amiga a abraçou pela quinquagésima vez só naquela manhã.

–Tá bom, Safira, chega... Você está...

–Sufocando ela!- Bruno chegou e afastou as duas antes que a namorada desmaiasse com tanto amor fraternal.

Camila tossiu.

–Por tudo que é mais sagrado, menina, você ainda vai me matar!

–Desculpa, desculpa, migs. Foi à empolgação!- Safira riu.

Os três caminharam juntos pelo pátio da escola. Logo Safira afastou-se, deixando os “dois pombinhos” a sós.

Sentaram-se, então, em dois balanços do parque da escola.

Se algum professor passasse provavelmente levariam uma boa bronca porquê ali não era lugar para adolescentes ficarem, apenas as crianças do infantil.

–Eu estava preocupado. - Bruno finalmente a olhou nos olhos.

–Eu sei. - Camila não conseguiu encara-lo de volta.

–Como você está?

–Melhor.

–Quer falar sobre o que aconteceu?

–Eu não sei... Eu só... - Suspirou- Sinto falta dele.

Camila sentiu suas mãos serem apertadas bem de leve e finalmente conseguiu enxergar os olhos do jovem namorado.

Palavras já não eram necessárias. Ele levantou-se do balanço e após dar um breve beijo em seus lábios a abraçou. Ela achou que ia chorar, mas por alguma razão sorriu. Sentia-se segura. Bem.

O sinal tocou e voltaram às aulas. Mais tarde, depois que largaram, um grupo se juntou e resolveu ir comemorar a volta de Camila em uma pizzaria.

A menina topou.

Assim que entrou em casa pensou em ler a história escrita por sua mãe, contudo estava tão cansada que só conseguiu jantar com a mais velha, contar as novidades e dormir no sofá assistindo TV.

Adormeceu com um pequeno sorriso no rosto. O primeiro sorriso de paz, após um longo período de luta interna. A escritora notou isso e cobriu a filha no sofá. Nada no mundo a faria acordar a pequena mulher que ali descansava. Nem a vontade de dizer que, enfim, tinha terminado o livro.


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Notas finais do capítulo

E então? Será que alguém ainda vai me perdoar e voltar a ler isso aqui?

Bjs



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