O Pássaro do Gelo escrita por MaNa


Capítulo 17
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Bom, devo milhares de desculpas. Fui horrível com vocês. Sei que estou em debito, mas desde que voltei a faculdade a vida está corrida e meia! Projeto de extenção ( quem quiser conferir é um projeto que ajuda escritores: www.gavetadeletras.com) pibic e estágio! Não escrevo a séculos. Mas voltei hoje. Vou prometer públicar uma vez por mês aqui. Sei que não é muito, porém é o que consigo, pois estou finalizando um outro projeto. Porém prometo tentar postar mais vezes. Desculpem mesmo. De verdade. Não me abandonem!!!!
Capítulo fresquinho para vocês.
Bjs



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Capítulo 15

Camila parou de ler completamente atordoada. Saiu do quarto em busca da mãe. A história não poderia parar ali.

–Mãe?

–Oi, Camila.- A mulher se encontrava sentada em frente ao computador. Uma tela em branco no word parecia o objetivo vicioso dos olhos da mais velha.

–Você fez?

–O quê?

–Os outros capítulos?

Por um instante os olhos da mulher faiscaram, como se tivesse recebido uma injeção de vida novamente.

–Não apenas fiz: eu quase acabei! Só falta um capítulo.- Ela sorriu.

– Quase acabou? Como assim? Quando? - A menina estava eufórica.

–Antes de seu pai falecer eu já tinha escrito quase todos os capítulos. Depois que ele morreu, enquanto você estava trancada no quarto, eu fiz a outra parte. Agora só falta o final.

Camila fitou a tela em branco do computador.

–É ele?

–Não.

– Então...?

–Não consigo escrever. Estou cansada. – A mulher desligou o computador.- Os outros capítulos estão no armário de seu pai. Pode pegar se quiser.

Camila olhou sua mãe com carinho e saiu correndo em direção ao quarto dos dois. Não demorou a achar o livro quase terminado. Estava logo na primeira gaveta.

Sentou na cama da mãe e iniciou a leitura.

Mayta estava presa e Vougan furioso.

–Elvira eu exijo que liberte Mayta agora mesmo!

Os dois estavam no meio da floresta, o dia estava estranhamente nublado agora, como se o sol tivesse vergonha de aparecer em uma data tão dolorosa.

–Ou o quê? - Ela o fitou com raiva. Vougan se calou. “Ou o que? ” O que raios ele poderia fazer para ajudar, Mayta?

–Ela não é a culpada, Elvira. Você é inteligente, não se faça de idiota. Sabe muito bem que o pássaro do gelo jamais mataria nossa mãe.

–Pare de chama-la assim. – Sibilou- É uma assassina, Vougan. Não vê? – Ele riu sarcástico deixando a noiva furiosa. Elvira avançou e deu-lhe um tapa forte no rosto. Os olhos cheios de lágrimas refletiam o desespero que sentia.- Ela matou nossa mãe, seu imbecil. Pare de dizer que não!

Vougan a fitou surpreso. Não prevera a agressão. Após entender o que tinha ocorrido, cruzou os braços e esperou.

–Você... Você só pensa em si mesmo!!- Desabafou- Minha mãe morreu. Meu povo morreu e você só sabe defender uma pragazinha! Por quê? Me diga, Vougan, por quê?- Gritou.

Nesse momento os dois se entenderam de formas diferentes. Vougan enxergou a mulher prometida a ele como um ser amargurado, repleto de tristeza, perdida.

Elvira o viu como um homem cujo coração jamais seria dela. Fitava-o nos olhos, mas não encontrava refúgio ou amparo. Ela estava sozinha. O pai sumira, seus tios não a amariam depois daquilo, a mãe se fora, a prima era uma assassina e o homem que amava... Não a amava. Apenas a enxergava como um monstro. Aquela que mataria a verdadeira dona de seu afeto.

Piscou os olhos e decidiu. Antes estivera até balançada, em dúvida, mas naquele momento decidiu o que faria.

–Você a ama, não é? - O chão era o objeto de sua atenção enquanto aguardava a resposta.

Vougan nada disse. Antes que Elvira pudesse reagir sentiu os abraços quentes e acolhedores a envolverem.

–Pare de levar tudo para esse lado. – Sussurrou cansado. “Uma facada doeria menos?” Se perguntou a Rainha. Como podia estar se sentindo tão maravilhosa nos braços daquele homem, enquanto o idiota se esquivava da pergunta (para não magoa-la mais do que já estava, óbvio) cuja resposta ela já obteve em seu silêncio. Ele amava Mayta. E só por isso ela disse o que disse em seguida.

–Tire-a daqui.

–O quê?

–As Damas e as Vilas virão logo, para o julgamento... Tenho certeza que todos os que conseguem voar estarão presente para os ritos de morte de nossa mãe. –Ela enterrou o rosto no pescoço do noivo permitindo-se mostrar fraqueza, um pouco da dor que sentia refletida nas lágrimas que rolavam de suas bochechas para o peito do jovem- Vou providenciar para que Mayta tenha um tempo sozinha antes de ir para a forca ou durante a reunião coma as Damas. Nesse momento, tire-a da prisão.

O rapaz estava surpreso com a mulher frágil em seus braços.

–Por que acha que ela será condenada?

–Ela matou nossa Vila. Mesmo que indiretamente- Ele ia protestar, porém Elvira foi mais rápida em sua resposta- E nem venha me dizer que foi tudo armação. Não acredito nela. Para mim essa mulher ingrata matou o povo e minha mãe. Vingança por não ser aceita por ninguém. Matou minha mãe! As Damas acharão a mesma coisa, provavelmente, quase certo...

–Se acredita nisso, por que vai ajudá-la?

A moça tirou a cabeça que antes repousava no ombro de Vougan. Os dois ficaram assim, meio abraçados e perdidos nos olhares tristes e sinceros um do outro.

–Você acredita nela. Ela é filha de tia Alana. Estou dando-a o benefício da dúvida.- Mentiu.- Vá preparar tudo. Você só tem dois dias. Leve-a para o mundo dos humanos. É melhor do que a morte.

– Obrigada, Elvira.- Ele beijou-lhe a testa. Um silêncio tenso se instaurou. Delicadamente os lábios do rapaz desceram até o nariz da Rainha e ele beijou-a ali também. Depois beijou seus olhos encharcados de lágrimas. Porém, quando estava prestes a repetir o ato, dessa vez na boca, sentiu as mãos da moça pressionadas em seu peito o impedindo.

–O que foi?- Susurrou perto de seu rosto. Elvira estava desesperada. Se ele a beijasse mais uma vez como forma de agradecimento, jamais conseguiria deixa-lo ir. Ela o amava tanto... Tanto que libertaria a assassina de sua mãe. Um lado seu estava revoltado com essa decisão, gritava que a nova Rainha era uma fraca, covarde e imbecil. Mas o outro lado, o lado que morria de pavor só de pensar em ver o homem que amava chorando pela mulher que estaria na forca, decidiu que aquela era a decisão correta.

–Vá, você tem muita coisa para preparar...- Disse se desvencilhando dos braços do príncipe.

Confuso e se sentindo incomodado pela recusa ao beijo, ele assentiu e saiu andando em direção as árvores, avançando alguns metros. Já estava prestes a se transformar quando a ouviu dizer: E vá com ela.

–O quê?

–Vá embora com Mayta.

–Elvira...

–Você quer ir com ela. Sabe disso.

–Basta!- Ele gritou tão furioso que até a nova Rainha estremeceu. Rapidamente, o rapaz encurtou o espaço adquirido entre os dois. Seus olhos queimavam e fitaram os de Elvira intensamente. Uma raiva... Ou seria dor? Estava estampada ali.

–Você quer se livra de mim, Senhora,– falou sarcástico- mas sabe que não pode. Sabe muito bem disso. Fomos prometidos um ao outro. Somos noivos! Pare de achar que eu tenho qualquer opção de deixa-la. Mamãe nos criou para ficarmos juntos. Não vou quebrar esse compromisso e muito menos abandonar o povo agora que ela morreu, só porque você decidiu o que eu quero fazer.

Os dois permaneceram parados. Quietos. A raiva deu lugar a adrenalina. Os lábios, tão próximos, subitamente pareciam convidativos para ambos. Mais uma vez ele chegou perto, muito perto, perigosamente perto.

–Vá.- Ela sussurrou antes que o contato ocorresse.

A tensão confusa espalhou-se entre os dois.

–Sim eu vou! - Ele pareceu lembrar que estava irritado e saiu de junto dela furioso. –Mas não vou sair da floresta! – Dito isso, transformou-se em pássaro e voou para longe.

Elvira o observou.

Seus punhos se fecharam expressando a raiva que sentia. Olhou ao redor lentamente. Estava sozinha. Sem mãe, sem pai, tios, prima ou noivo. Agora todos não a queriam. E estava sozinha.

“Que belo modo de começar um reinado”. Pensou, sentindo-se perdida. As palavras duras de Vougan voltaram a sua mente.

–E mesmo assim você a ama, Vougan.- Declarou para ninguém com a voz embargada. Mas não chorou. Já tinha derramado todas as lágrimas que podia oferecer em um dia.


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Notas finais do capítulo

E ai? Enferrujei? Melhorei? Estou revisando os capítulos, sei que há erro de português e outras coisitas que preciso ajustar. Me perdoem por isso, mas antes da história terminar terei a corrigido inteira. Vai parecer um livro!
Bjs e, por favor, me perdoem.



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