Invisible Play - Game Over escrita por Douglastks52


Capítulo 72
Tempo - Meu Paradoxo


Notas iniciais do capítulo

E como eu havia dito no capítulo anterior, este é um capítulo no ponto de vista do Kurokawa. Sem mais delongas. Boa leitura



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/538926/chapter/72

—Vá na frente, eu vou segurar esses caras aqui! -Gritou Sasu. 

—Por favor...não morra Sasu! -Respondi eu. 

Ele olhou para mim com um sorriso doloroso e manteve-se em silêncio. Meus olhos encheram-se de lágrimas: 

—Aquele maldito... 

Mas eu não tinha o privilégio de me distrair do campo de batalha. Outro guarda saltou na minha frente e tentou impedir-me. Eu suprimi meus sentimentos, foquei em meus objetivos, concentrei energia em minhas mãos e arremessei-o para fora de meu caminho: 

—Não tenho tempo para perder com você! -Gritei eu vendo-o cair inconsciente no chão. 

Eu subi as escadas com os meus últimos esforços, meu corpo implorava por descanso mas eu não podia faze-lo. O Ceifador deixou suas marcas em meu corpo, a luta contra os caras que sequestraram a Lizzy e maratona de lutas e ferimentos contra os guardas do castelo, tudo contribuiu para a destruição do meu corpo. 

Mas tudo aquilo dissipou-se quando eu vi o seu rosto: 

—Lizzy. -Sorri eu. 

Ela estava ao lado de um cara alto de cabelos brancos e longos. Ele não me parecia nenhum pouco forte, pelo contrário, ele me parecia uma criança rica e mimada que nunca havia tocado suas mãos em sujeira até hoje: 

—Parece que você chegou! -Sorriu Claustro. -Me entretenha! 

Eu resolvi não gastar meus esforços com insultos: 

—Eu vou rasgar esse seu sorriso arrogante... -Pensei eu. 

Ele avançou e meus reflexos me traíram, aquilo era algo que eu evitaria facilmente mas no meu atual estado, eu apenas pôde vê-lo perfurar minha perna.  

—Rápido demais? -Perguntou ele. 

Eu me afastei dele e tentei forçar a minha cicatrização o mais rápido possível: 

—Ele está brincando comigo...ele preferiu perfurar minha perna ao fazer um golpe letal. -Pensei eu. 

—Não fique parado! -Sorriu Claustro novamente investindo na minha direção. 

De novo, eu apenas pude suportar seus ataques: 

—Eu vou morrer se a situação continuar assim... 

Eu desferi um soco na esperança de debilita-lo um pouco mas ele agilmente esquivou-se: 

—Que forma tão bárbara de lutar... -Reclamou ele esnobemente. -Você não tem uma técnica precisa como a minha... 

—Ele me irrita tanto... -Pensei eu. -Eu queria tanto poder esmagar seu sorriso... 

Eu iniciei outra troca de golpes, mas não atingi sequer um. Ele desviava-se de meus ataques enquanto fazia pequenos porém dolorosos cortes em meu corpo. Aquelas feridas não passavam de provocações: 

—Esse bastardo...eu vou morrer por hemorragia... 

Ele deslizou sua espada por meu rosto e arrancou mais sangue: 

—Que feio... 

Meu corpo encheu-se de fúria: 

—Eu vou dilacera-lo! 

Mas meu corpo já não tinha forças para fazê-lo, mas subitamente algo fluiu por meu corpo. Uma sensação de poder que aumentava conforme o meu ódio. Na situação desesperadora em que eu estava, eu aceitaria qualquer coisa, mesmo isso: 

—Com isso eu devo ser capaz de derrotar ele... -Pensei eu concentrando energia em minhas mãos. 

Eu libertei toda aquela energia concentrada como um dos meus ataques mais poderosos: 

—Aurora!!! 

Ele sorriu novamente: 

—Tolo... 

Eu vi sua espada reluzindo com sua energia e comecei a me arrepender. A trajetória da minha aurora foi desviada e ela simplesmente explodiu na parede. Ele avançou rapidamente na minha direção e cravou seu sabre em meu peito. Eu expeli mais sangue pela a minha boca e minhas pernas começaram a fraquejar: 

—Você é cheio de aberturas. -Disse ele empurrando o meu corpo até ele chocar-se com a parede. -Eu gostaria de saber o que é mais rápido...minha espada ou a sua regeneração... 

Ele começou a cortar-me impiedosamente, centenas de ferimentos abriram-se pelo meu corpo e eu apenas pude observar quietamente enquanto meu corpo esvaia-se de sangue. Fervorosamente tentando sobreviver, eu apenas cai no chão: 

—Isso não é divertido...acho que vou matar a garota... -Disse ele se afastando de mim. 

Meu sangue ferveu. Minha regeneração quadriplicou. Minha sede de sangue intensificou. Palavras como dor e cansaço perderam seus significados. Minha mente começou a se despedaçar. Meu corpo levantou-se intuitivamente: 

—Não...ouse tocar um dedo nela! -Gritei eu. 

Meu corpo correu numa velocidade assustadora e pulou nele como uma besta ensandecida. Ele defendeu-se com seus ótimos reflexos e perfurou o meu braço. Eu sequer senti algo e continuei fazendo força até minha mão alcançar seu pescoço. Seu sabre penetrou minha carne cada vez mais fundo e ele não intimidou-se comigo: 

—Isso é o que eu quero ver... -Sorriu Claustro. 

Ele cortou meu braço fora e mais sangue foi derramado. Eu não iria conseguir lutar daquela forma, precisava de uma arma: 

—Arma...arma... -Pensei eu analisando os meus arredores. 

Eu não pude achar nada satisfatório e por isso apenas arranquei um pedaço de concreto da parede. Eu cravei meus dedos naquele bloco de concreto e fiz o meu ataque. Sua espada era tão frágil mas mesmo assim era capaz de desviar os meus ataques com um bloco de concreto. Eu tinha que admitir, sua habilidade com uma espada era admirável. 

Já cansado de falhar, eu simplesmente arremessei o bloco de concreto na maior velocidade que pude mas ele simplesmente cortou-o. Eu já não conseguia pensar em mais nada e fui estúpido. Deixei meu ódio falar mais alto e simplesmente ataquei sem nenhum plano. Meu braço finalmente havia regenerado. 

Eu tentei fazer um ataque mas ele novamente foi bloqueado: 

—Se eu apenas pudesse tirar esse sabre dele... -Pensei eu. 

Impulsivamente, eu segurei seu sabre e pensei ter feito algo bom: 

—Essa não foi uma boa ideia... -Disse Claustro com um olhar decepcionado. 

Ele cortou meu braço ao meio de meus dedos até meu ombro. Sangue esguichou em todas as direções e meu corpo ficou pesado, eu já não era mais capaz de me regenerar: 

—Parece que chegamos ao fim disso... 

Ele desferiu incontáveis golpes no meu corpo apenas para ter certeza de que eu iria morrer. A maioria dos meus órgãos haviam sido destruídos. Eu caí no chão colocando todas as minhas forças em respirar. Ele levantou-se sua espada e preparou seu golpes final. Ela moveu seu pequeno corpo e protegeu-me.  

Eu deveria ser seu salvador mas aqui estava eu, sendo salvo por ela. Enquanto tremia e claramente assustada, ela ainda foi capaz de achar determinação em seu corpo: 

—Eu não vou deixar você matar ele! -Gritou ela. 

Eu desisti de tentar sobreviver, contanto que ela pudesse sair viva disso, eu estaria feliz. Se ela sobrevivesse, eu poderia encarar o Sasesu depois disso. Eu abandonei meus processo vitais e retirei forças do nada para dizer aquilo: 

—Lizzy...fuja... 

Mas ela me contrariou, ela manteve-se forte mesmo perante a morte: 

—Não! Eu não vou fugir mais! -Disse ela derramando lágrimas. -Eu cansei de ser inútil! Eu...eu vou te salvar hoje, Kurokawa! 

Eu apenas pude pensar nos sentimentos que ela escondia, em tudo aquilo que ela sofreu calada. Mas Claustro não demonstrou misericórdia: 

—Pessoas ingênuas... 

Eu vi. Vi seu corpo sendo perfurado sem misericórdia em frente aos meus olhos. Eu não pude aceitar aquilo. Eu perdi o controle de tudo. Mas era tarde demais para eu sentir algo. Mesmo a quantidade gigantesca de ódio que eu sentia não foi capaz de aquecer o meu sangue. 

Meus olhos escureceram, meu coração parou mas minha consciência recusou-se a dispersar: 

—Ei, você, eu sei que você está. Meu último pedido é simples, dê a esse cara a morte mais dolorosa que você puder. Quando ele implorar por morte...faço-o sofrer mais... 

E finalmente, aquela pessoa conhecida como Kurokawa morreu. Mas seu corpo foi tomado por outra coisa. Os olhos daquele corpo abriram-se e um sorriso macabro foi exposto. O seu corpo regenerou-se a partir do quase nada. Aquela figura medonha levantou-se e encarou Claustro com seus olhos vermelhos carmesim: 

—Sim...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

...



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Invisible Play - Game Over" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.