Invisible Play - Game Over escrita por Douglastks52


Capítulo 73
Tempo - Singularidade


Notas iniciais do capítulo

Ei, demorei um pouco mais dessa vez. Minhas aulas começaram e eu não tive tempo para escrever. E eu também queria fazer vocês sofrerem um pouquinho esperando...



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Ele lentamente abriu suas pálpebras e visualizou o teto de seu quarto. Sua mente calma foi violada por memórias deturbadas. Um grito de desespero foi expelido por sua boca e seu corpo moveu-se num reflexo de defesa. Ele levantou-se rapidamente de sua cama e despiu-se. Enquanto suava frio, ele observou cada mínimo detalhe de seu corpo:

—Não existem sinais de feridas... -Concluiu Kurokawa.

Mas no fundo de seu coração ele sabia que aquilo corrompendo sua sanidade não era falso:

—A dor...o ódio...todas essas memórias em minha cabeça não são falsas...aquilo realmente aconteceu.

Ele colocou novamente suas roupas e seguiu para o quarto de Lizzy para confirmar suas suspeitas. Ele abriu a porta bruscamente e foi confrontado por Lizzy ainda sonolenta:

—Kurokawa? -Perguntou ela confusa. -O que você está fazendo a essa hora da noite?

Ele não pode conter sua alegria e correu em sua direção para abraça-la mas o destino interferiu. A parede atrás de Lizzy explodiu e alguns homens entraram:

—Esta é o alvo? -Perguntou um deles.

—Sim, vamos leva-la logo. -Respondeu o outro.

Lizzy retomou a sua consciência e começou a debater-se:

—Ei, me soltem!!! -Gritou ela.

Eles rapidamente atordoaram-na:

—Cale a boca...

Kurokawa levantou-se e correu na direção deles ensandecido:

—Vocês não vão levá-la uma segunda vez!!! -Gritou ele.

Um dos homens pegou uma grande arma e disparou na direção de Kurokawa. A arma expeliu um rede feita de um material extremamente resistente. Mas Kurokawa já havia visto aquilo antes. Ele rapidamente arremessou a rede para fora de seu caminho, antes que ela pudesse se desenrolar e tornar-se praticamente indestrutível:

—Merda... -Reclamou o homem com a arma. -Vou ter que usar aquilo.

Kurokawa continuou correndo loucamente sem sequer se importar com os ferimentos em suas mãos. Outra projétil foi disparado, dessa vez, a explosão tornou tudo branco. Sua consciência se esvaiu muito rápido e sua visão escureceu enquanto suas pernas falhavam:

—Droga...aquele tiro de novo... -Murmurou Kurokawa.

Várias feridas se abriram em seu corpo e ele estava pronto para cair mas algo permaneceu claro em sua mente:

—Eu sei qual é o final disso... -Pensou ele antes de sua consciência se dissipar. -E mesmo assim eu vou desistir?

Seu corpo começou a se inclinar para trás e a resposta era clara...

Mas num súbito, sua mão se chocou contra o seu rosto e ele gritou:

—NEM FUDENDO!!!!

Sangue começou a escorrer de sua boca mas aquele soco foi o suficiente para a sua consciência não abandonar seu corpo. Os seus inimigos vendo que ele não desistira, rapidamente reagiram:

—Dispare mais outra... -Ordenou um deles. -Não se preocupe com a chance dele sobreviver ou não...

O outro fez como pedido. O projétil era rápido demais para Kurokawa desviar-se:

—Tem que ser isso!

Kurokawa utilizou seu punho esquerdo para interceptar a trajetória da bala, ele já sabia as consequências. A explosão incapacitou totalmente seu braço esquerdo reduzindo-o a um pedaço de carne mutilada. Ele aproveitou a pequena brecha criada pela

explosão e pulou naquele espécie de veiculo voador. Mas os seu inimigos eram ágeis.

O homem segurando aquela grande arma rapidamente recarregou e disparou outro poderosos disparo. Kurokawa usou seu braço esquerdo para se defender daquele tiro a curta distância. Esta explosão arremessou Kurokawa para longe:

—Vamos logo... antes que ele... -Disse o homem ao ser interrompido.

Ele olhou para o chão e viu uma figura se levantando, grande parte de seu braço direito havia sido desintegrado e o que sobrou de seu braço esquerdo era nojento de se ver:

—Criança...você tem sérios problemas... -Comentou um dos homens. -Mate-o, eu assumo a responsabilidade.

Kurokawa permanecia de pé pois isso era o que os seus instintos o diziam para fazer, sua consciência já havia indo embora há muito tempo...

O outro homem apontou a arma para a cabeça de Kurokawa enquanto recarregava:

—Não me culpe por isso...

Um disparo foi efetuado e o crânio dele se decompôs.

Ele gritou com todas as suas forças expelindo todo o ar de seus pulmões. A dor em seus braços era tão real

mesmo que não houvesse feridas. Suas pernas tremiam numa mistura de dor, medo e aflição. Ele já havia passado por muitas coisas mas morrer era sempre algo muito doloroso. Mas dessa vez, ele estava certo:

—Eu estou renascendo todas as vezes que morro...

Mas não era um simples renascimento, toda vez que Kurokawa morria, o dia recomeçava. Ele concentrou-se em entender o que estava acontecendo, mas uma explosão distraiu sua atenção:

—Droga...eles vieram pegar a Lizzy.

Ele correu para o quarto dela e viu aquela cena repetir-se novamente. Antes dos homens naquele veiculo voador entregarem sua mensagem, ele saltou para o veiculo:

—Preciso destruir aquela arma...

Ele concentrou energia em suas mãos e despedaçou aquela arma. Rapidamente, ele pegou em Lizzy e pulou de volta para a sua casa:

—Preciso fugir para algum lugar... -Pensou ele.

Sem tempo para reagir, ele apenas correu em frente mas uma outra explosão bloqueou seu caminho:

—Não tão rápido, criança. -Disse um dos homens apontando outra arma em sua direção. -Nós precisamos levar essa garota.

—Droga...eles tinham outra arma. -Resmungou Kurokawa.

Outro tiro foi disparado e Kurokawa quase não conseguiu desviar-se:

—Carregar a Lizzy e desviar dos tiros é muito difícil...preciso...

Antes mesmo que pudesse pensar, outro tiro foi disparo. Um buraco foi aberto em sua perna e os homens se aproximaram:

—Apenas desista...não me faça te matar. -Disse o outro homem.

Kurokawa levantou-se tremendo e expôs um olhar imaculável:

—Crianças de hoje em dia... -Reclamou o homem.

Ele jogou Lizzy em sua cama e avançou na direção daqueles dois. Ele esquivou do disparo por centímetros e antes que seu inimigo pudesse recarregar, ele derrubou-o com um forte soco. Sem hesitar, Kurokawa seguiu para o próximo adversário. Disparando socos e chutes poderosos, sua investida foi interrompida.

Aquele homem levantou-se enquanto cuspia-a sangue:

—Aquele foi um bom soco, pivete. -Sorriu ele. -Mas eu vou te mostrar como homens lutam!

Ele balançou o braço que segurava a arma e chocou-a contra a cabeça de Kurokawa. Logo em seguida, desferiu um soco devastador no rosto daquele

garoto atordoado. Kurokawa mal conseguiu manter-se em pé enquanto cuspia vários dentes:

—Não me interrompa mais, garoto. Este é o meu último aviso.

Ele virou suas costas para Kurokawa e seguiu na direção de Lizzy para pôr um fim em sua missão. Ele sentiu algo tocar seu ombro e virou-se. O impacto daquele soco quebrou seu nariz em várias partes:

—Aquilo foi o seu melhor, velho? -Disse Kurokawa limpando o sangue de sua mão. -Eu ainda posso socar com muito mais força que isso!

Aquele homem levantou-se e lentamente arrumou seu nariz. Ele mostrou um sorriso triste para Kurokawa:

—Eu adoraria ter conhecido você em outra situação, teria sido divertido. -Ele rapidamente mudou sua expressão para algo tenebroso. -Mas agora...eu vou apenas te matar...

Ele pegou sua arma e correu na direção de Kurokawa. Ele disparou uma vez, Kurokawa desviou-se e a distância entre eles diminuiu. Ele disparou uma segunda vez, Kurokawa novamente desviou-se e a distância entre eles diminuiu mais ainda. Ele disparou uma terceira vez, o projétil apenas arranhou o braço de Kurokawa e a distância entre eles se tornou inexistente...

O punho daquele encontrou brutalmente seu descanso no estomago de Kurokawa. Impiedosamente,

ele encostou sua arma no tórax de Kurokawa e disparou. Sangue borrou as paredes daquele quarto mas ele não desistiu. Vendo que Kurokawa ainda estava vivo, ele disparou incontáveis vezes...até o corpo daquele garoto se espalhar por todos os lugares daquela casa...

Seu corpo novamente estava deitado naquela cama, sua alma queimava de dor. Mas algo ardia mais forte, sua raiva. Aquilo inflamou sua consciência e o fez levantar-se como alguém novo:

—Eu vou te matar... -Murmurou ele sem piedade em seus olhos.

Ele correu o mais rápido que podia até a sua cozinha, abriu uma gaveta e pegou uma faca. Ele viu no brilho daquela faca o seu próprio reflexo. Alguém desequilibrado, mas ele não se surpreendeu. Ele pegou nesses sentimentos impuros e foi saciar a sede da besta que morava dentro de si. Afinal de contas, ele podia recomeçar no momento que quisesse...

Ele correu para o quarto de Lizzy e antes da explosão acontecer, ele mesmo atravessou a parede daquele quarto. Do outro lado, ele viu aqueles homens familiares se preparando para explodir a parede. Ele pegou impulso em um dos escombros da parede e saltou para aquela nave. Sua lâmina percorreu o pescoço daquele homem e uma felicidade doentia percorreu o seu corpo.

Mas ele não estava satisfeito, foi uma morte muita rápida, ele ainda queria mais:

—Você me matou antes e achou que podia escapar sem sofrer as consequências? -Sorriu aquilo. -Não...você não vai.

Ele cortou aquele cadáver bilhões de vezes, até suas roupas e pele estarem pintadas do mais carmesim vermelho. Ele voltou-se para o outro homem e entregou-se aos seus desejos. Mais um corpo para a pilha...

Kurokawa respirou fundo e recobrou sua sanidade:

—Preciso...fugir com Lizzy... -Pensou ele.

Ele rapidamente voltou para o quarto e segurou-a:

—Ei, Kurokawa, porque você destruiu a parede do meu quarto? -Perguntou ela confusa. -Para onde você está me levando?

Ele correu o mais rápido que pode sem direção:

—Não sei...mas precisamos sair daqui rápido.

Ele correu por muito tempo e mesmo quando seu corpo implorou para parar, ele recusou-se. Após muito tempo, eles estavam no meio do nada, apenas rodeados de árvores. Ele caiu no chão praticamente morto:

—Você está bem? -Perguntou Lizzy preocupada. -Você pode me contar o que está acontecendo agora?

Ele permaneceu quieto por alguns segundos até recuperar seu fôlego:

—Eu fiz algumas coisas no passado...e essas são as consequências. -Respondeu Kurokawa. -Aqueles caras vieram te sequestrar, para me atraírem para um lugar.

Lizzy encostou em Kurokawa e sorriu:

—E o que você planeja fazer? Fugir para sempre?

—Nós podemos ir para algum lugar bem longe daqui, nós podemos ser feliz em outro lugar! -Disse ele em um tom desesperado. -Nós podemos trazer o Sasu conosco! Nós vamos superar isso juntos!

Ela olhou em seus olhos com uma expressão de decepção:

—O que você viu nesses últimos momentos? O que fez você mudar assim? O Kurokawa que eu conheço iria lutar, iria encarar seus problemas e não fugir...

—Mas você vai morrer se eu lutar, eu não quero perder mais ninguém! -Ele tentou dizer essas palavras mas sua boca falhou.

Ele não conseguia responder e enquanto pensava, algo moveu-se atrás dele. Perdido em seus pensamentos e envolto em uma falsa segurança, ele não conseguiu ver a chegada de seus inimigos. Um projétil foi disparado mas ele não percebeu.

Uma explosão foi ouvida e sangue escorreu. Ele fitou seus olhos e perguntou enquanto lágrimas preenchiam seu rosto:

—Porque...porque você fez isso?

Ela sorriu:

—Você está bem, Kurokawa? Minha visão está meio...escura...

Mais lágrimas escorriam de seu rosto e a dor em seu peito começava a se tornar insuportável:

—Não se preocupe... -Disse ele limpando as lágrimas em seu rosto. -Tudo vai dar certo...eu vou te salvar...eu só tenho que parar o sangramento.

Ele inutilmente rasgou um pedaço de sua camisa para tentar estancar o sangramento. Mas mais da metade de seu estomago havia sido perdido:

—Não se preocupe...eu estou bem...você precisa fugir agora...eles vão te pegar...

Ele segurou-a em seu colo na tentativa de proteger. Ela estava mais frágil do que nunca e mesmo assim, ela era mais forte que ele:

—Ainda bem que eu consegui te proteger...eu fui útil...

—Do que você está falando, você sempre foi útil! Vamos, vamos escapar disso juntos Lizzy!

Ele olhou para o seu pequeno rosto e viu um sorriso:

—Lizzy? Lizzy? Ei, Lizzy? Acorde...por favor...aqui é muito solitário sem você...por favor...eu imploro para você...acorde...

Ele pousou seu corpo no chão juntamente de sua esperança. Os inimigos finalmente o alcançaram:

—Temos contato visual com o alvo...preparar para exterminar.

Kurokawa levantou-se e começou a falar:

—Eu só tenho uma pergunta. Quem disparou o primeiro tiro?

Mas ninguém se manifestou:

—Parece que terei que arrancar a resposta de cada um de vocês...eu não vou mata-los. -Sorriu ele. -Eu vou arrancar todos os seus dentes e unhas, eu vou cortar cada pedaço de seu corpo, eu vou quebrar cada osso, eu vou rasgar cada músculo, eu vou destruir cada célula...

Todos perceberam que uma batalha sangrenta estava prestes a começar:

—E quando vocês implorarem para serem mortos...eu vou escrever o nome dela nos vossos crânios.

No momento seguinte, ele estava deitado em sua cama. Sua memória dessa última vez esta borrada mas, no fundo, ele não queria se lembrar do que aconteceu. Sua sanidade não conseguiria aguentar...


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Notas finais do capítulo

Os últimos dois capítulos foram bem tensos mas esse foi tão divertido de escrever. Teve alguns momentos que foi possível transmitir exatamente o que um personagem pensava, até a Lizzy parecia um ser humano.



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