O Enigma do Semideus escrita por Lyli


Capítulo 15
Capítulo Catorze – A Profecia


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/538645/chapter/15

Sete bravos hão de lutar

A fim de dar ao homem das palavras liberdade

E com a presença do filho do mar

A luta dos sete acabará em desastre

Os rostos esperançosos dos semideuses presentes se desfizeram em tristeza. As palavras que Percy trouxe do sótão da casa grande ecoaram dentro de suas mentes que não podiam acreditar na crueldade de seu destino. Depois de tudo o que passaram e descobriram, sua luta valeria de nada. A luta dos sete acabará em desastre. Mesmo com a ajuda de Percy Jackson, o herói que mudara suas vidas, eles não tinham chance.

– Eu sabia que ouvir uma profecia era uma má ideia. – Declarou Percy.

– Pelo menos já sabemos que estamos destinados ao fracasso. – Disse Pam desgostosa.

– Não pode ser. Tem que estar errado! – Insistiu Henry. – Depois de toda essa aventura, depois de conhecermos os deuses e tudo sobre o mundo... Não pode ser!

– Mas é. – Falou Perri com o semblante sério de sempre. – Se a profecia disse, vai acontecer.

– A profecia fala de sete bravos. – Henry continuou. – Eu, Pam, Joe, Lillie, Julian, Andrew e Callie. Éramos sete, mas perdemos dois no caminho. Então as coisas mudaram. Callie e Andrew não estão mais aqui.

– Estamos com Percy e Perri, cara. – Joe se meteu. – Somos sete de novo.

– Então é isso. – Soltou Julian num tom baixo. – Desastre.

– NÃO! – Henry se levantou gritando. – Não chegamos até aqui pra morrer na praia! Tem que haver uma resposta diferente!

O olhar do garoto desesperado por uma saída caiu sobre todos, mas ninguém era capaz de lhe dar a resposta que ele queria. Ouviram a profecia. E sabiam que não havia como lutar contra ela.

– É engraçado... – Divagou Lillie. – No começo você era o que mais relutava em acreditar.

– Hoje ele é o único que acredita.

Depois da fala de Pam que olhava para o chão com medo de enfrentar os olhos de seus amigos e ver a decepção, silêncio os uniu. Henry se sentou novamente, abaixando os ombros em sinal de derrota.

– Tem que haver outra resposta, tem que haver algo que não estamos vendo... – Sussurrou pra si mesmo.

– Você é como sua irmã. – Soltou Percy. Henry levantou a cabeça novamente. – Sempre insistindo que há mais do que podemos ver. Filhos de Atena são todos teimosos assim.

Henry sorriu pra Percy.

– Eu gostaria de tê-la conhecido.

– Ela era uma pessoa incrível. Acho que se dariam bem. – As palavras de Percy saíam com certa dor escondida entre elas. O rapaz olhava para o nada enquanto as dizia.

Todos encararam o chão por um momento, lembrando-se mais uma vez de todas as almas que por ali já passaram. Como gostariam de ter conhecido seus irmãos. Adorariam ter alguém para dividir os chalés que agora ocupavam sozinhos. Aquele lugar que um dia já foi cheio de vida e felicidade agora era cinzento e vazio.

– Ei. – Perri interrompeu o momento. – Precisamos ir para a cama. As harpias devem aparecer logo para tentar nos devorar.

Assentiram com a cabeça e cada um foi na direção de seu chalé para uma noite mal dormida no vazio silencioso. Estavam todos mortos de cansaço, mas todas as informações não os permitiriam que fechassem os olhos por um longo tempo.

Um cheiro forte impregnou o local. Henry relutou a acreditar que estava acordando depois de todo o esforço que fez pra conseguir dormir. Abriu os olhos e notou que havia fumaça no ar. Levantou-se da cama e só então percebeu a gritaria que vinha do lado de fora. Foi até uma janela meio cambaleante e só aí viu o tamanho do perigo.

Henry retirou uma lança e um escudo de uma das paredes, no impulso. Saiu do chalé de Atena e observou o desespero de seus amigos.

As harpias tentavam ajudar, mas parecia inútil. As ninfas e outras criaturas mágicas que raramente davam as caras à toa corriam pra lá e pra cá indo na direção da floresta que pedia por proteção. Ao seu redor, seus amigos semideuses tentavam aplacar o fogo que crescia do nada e engolia o Acampamento Meio-Sangue.

– O que aconteceu? – Puxou Pam pelo braço e lhe perguntou quando a viu.

– Não sei! Acordamos com a fumaça e encontramos esse fogo mágico, mas não conseguimos apagar! – A menina correu com o balde d’água que levava.

Todos ao seu redor tentavam jogar água nas paredes dos chalés que estavam sendo engolidas pelas chamas, mas a água não adiantava. As labaredas diminuíam por um segundo, mas voltavam a crescer de repente. Nem mesmo a água que Percy invocava do lago era suficiente para conter o fogo do mal. Henry se lembrou do dia em que conheceu aquele grupo e receberam a ilustre visita do fogo do inferno.

– Você não tem vergonha? – Gritou para o nada expondo toda a sua raiva. – Já estamos no nosso limite, a profecia decretou nossa morte, nos deixe em paz, seu cão miserável! – Sua revolta explícita no tom de voz. – Vá embora daqui e leve seu fogo nojento com você!

– Ficou louco? – Pam voltou a ele gritando. – Está falando com o fogo?

– Não. Falo com quem está enviando esse fogo! – Julian veio correndo até eles segurando a mão de Lillie. Eram seguidos por Joe. – Só eu me lembro do primeiro dia? Vocês sabem quem está fazendo isso!

– Tá, mas o que vai adiantar confrontá-lo? Dessa vez ele vai nos jogar no Tártaro!

– Que seja! Vamos morrer de qualquer jeito! – Henry estava possesso. – Que seja enfrentado esse calhorda de peito aberto e não numa missão fracassada! – O rapaz olhou pra todos os lados procurando alguém com quem falar, mas só encontrou fogo, correria e a sombra de Blackjack sobre suas cabeças com Rick em suas costas. – Apareça, covarde!

O fogo aumentou ao redor deles e os envolveu numa roda mortífera e quente. O grupo se uniu dando ombro a ombro, costa a costa. De olhos arregalados eles aceitaram seu destino e perceberam que provavelmente aquilo fora causado por Henry. O deus do submundo não gostaria de ser chamado de covarde. Não importava mais, iam fracassar de qualquer jeito. Que fosse pelas mãos de um tirano maligno e não pelas próprias. O círculo de fogo foi se estreitando e se aproximando de seus pés. Ele não os pouparia de jeito nenhum. Cada um apertou as mãos daquele que estava ao seu lado e compartilharam as mesmas lágrimas, esperando o momento de sua dolorosa morte.

Mas o fogo não os atingiu. A labareda infernal se retraiu na verdade e o círculo de fogo se abriu até que não existisse mais. Sentiram um vento forte ao seu redor e na sua frente algo inacreditável aconteceu. Uma carruagem negra que parecia ser feita de fumaça se ergueu do chão sendo puxada por cavalos fantasma que eram imunes àquele fogo. Sobre a carruagem, um garoto de pele pálida, cabelos negros lisos e piercing. Andrew sorriu para os amigos os cumprimentando com um aceno.

– Sentiram minha falta? – O garoto soltou com um tom irônico.

– Você está vivo... – Pam deixou escapar em um sussurro. – Mas como é possível? Te enterramos no Alasca!

Andrew deu de ombros.

– Há certas regalias para o filho do senhor do Mundo Inferior. – Ele sentiu orgulho de estar ali na hora certa fazendo a coisa certa. – Agora subam! Não posso acabar com o fogo, mas me deixem salvá-los.

O grupo subiu na carruagem de Andrew um por um. Perri apareceu e subiu também. Os cavalos correram por alguns metros até que subiram no ar sem explicação alguma e logo estavam voando. Ouviram um som de bater de asas ao seu lado e notaram Percy e Rick voando em Blackjack.

– Precisamos dar um fim nisso! – Percy gritou. – Essa perseguição infundada precisa acabar!

– Eles estão no alto do Monte Olimpo. Meu pai foi até lá furioso para uma reunião divina.

– Então estaremos lá também. – Percy decretou. – Nos ouvirão por bem ou por mal.

Blackjack partiu na frente e Andrew os seguiu depressa levando o grupo de amigos na segurança de sua carruagem voadora até o local onde – eles sabiam – sua jornada terminaria e a luta dos sete acabaria. De um jeito ou de outro.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigada por ler e não esqueça de deixar seu comentário!
Nos encontramos aqui:

Twitter: https://twitter.com/raindancelyli
Ask: http://ask.fm/raindancelyli
Tumblr: http://whenastarisborn.tumblr.com
Grupo: https://www.facebook.com/groups/664248566950582
Mais fics: http://whenastarisborn.tumblr.com/fanfiction



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Enigma do Semideus" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.