A Punição escrita por Bookworm


Capítulo 27
Atrapalho algo?


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas! Tudo bem? Aproveitem o capítulo!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/538307/chapter/27

Atena acordou assustada com o gritinho histérico que Afrodite deu ao ver os dois dormindo abraçados. Ela ficava repetindo as palavras lindo e fofo muitas e muitas vezes enquanto se controlava para não dar pulinhos.

— Eu sabia que era muito mais fofo do que eu imaginei – disse com um enorme sorriso.

— Afrodite, o que está fazendo no meu quarto? – perguntou baixo para Poseidon não acordar.

— Eu estava preocupada, você não apareceu no café – respondeu sentando-se na beirada da cama.

— Que horas são? – perguntou coçando os olhos.

— Faltam poucos minutos para as onze – respondeu e sorriu ao ver a cara de espanto de Atena. — Nunca vi você acordar tão tarde, o que aconteceu? – perguntou com um olhar malicioso.

— Passei boa parte da noite acordada – respondeu e só depois percebeu o que tinha dito.

— É mesmo? – disse com um sorriso completamente malicioso.

— Eu não conseguia dormir – explicou-se rapidamente. — A cama estava muito fria sem ele – apontou para seu noivo.

— Continua sendo fofo – comentou um pouco menos empolgada por causa do balde de água fria. — Vou deixar os pombinhos a sós. Qualquer coisa tranque a porta – deu uma piscada e saiu.

Vendo que não conseguiria dormir novamente, ela tomou um banho rápido e deixou um bilhete em cima de seu travesseiro avisando que estava na biblioteca resolvendo assuntos pendentes.

***

Cerca de 40 minutos depois tudo já estava resolvido e ela lia um pouco para passar o tempo. Deu um sobressalto quando Poseidon lhe deu um beijo no topo da cabeça, mas rapidamente se recompôs.

— Bom dia querida – disse ele sentando-se na poltrona à frente dela.

— Continuo não sendo sua querida – respondeu com um mínimo sorriso.

— Ah, então quer dizer que você prefere que eu te chame de corujinha? – perguntou com uma sobrancelha levantada.

— É mais original – deu de ombros.

— Já tomou café?

— Não.

— Vamos tomar café no meu palácio então? – propôs com a mão estendida.

— O que o café de lá tem de tão especial que aqui não tem? – perguntou colocando o livro sobre a mesa.

— Biscoitos feitos pelas maravilhosas mãos da Mary, ambiente agradável e eu – respondeu bem perto do rosto dela.

— É uma oferta tentadora – disse sem se afastar um milímetro sequer. — Vou aceita-la.

— Pegue minha mão – disse e aparatou.

No mesmo instante em que apareceram no hall Atena se encantou com a arquitetura do lugar, apesar de a lógica não permitir, alguns raios de sol entravam pela janela à frente deles e iluminavam os olhos de Poseidon, deixando-os mais verdes do que nunca.

— É realmente muito lindo. Quem projetou? – perguntou olhando ao redor enquanto ele a observava com um sorriso.

— Eu mesmo – respondeu e ela boquiabriu-se. — Tenho bom gosto?

— Se você me escolheu para ser sua esposa é obvio que tem bom gosto – respondeu com um sorriso brincalhão.

— Venha, vou te apresentar Mary – puxou-a pela mão e foram andando até a cozinha.

Quando chegaram à cozinha ele deu um abraço de urso na mulher que possivelmente se chamava Mary e ela lhe bateu com o pano de prato.

— Já te falei para não me assustar enquanto eu estiver cozinhando – ralhou a senhora.

— Então quando você não estiver cozinhando eu posso? – perguntou com um sorriso.

— Se eu não fosse imortal você já teria me matado por causa desses sustos – bateu nele com o pano de prato de novo. — Onde passou a noite? – perguntou cruzando os braços.

— No quarto de Atena – respondeu apontando para a deusa. — Mary, esta é Atena. Atena, esta é Mary – apresentou as duas.

— Oh é um prazer finalmente conhece-la lady Atena – ela pegou sua mão.

— É um prazer finalmente conhece-la também Mary – disse com um sorriso. — Devo me preocupar com o que ele falou de mim? – perguntou apontando para Poseidon que roubava biscoitos da fôrma.

— Apesar das discussões e brigas ele era todo elogios com sua pessoa, não há nada para se preocupar – respondeu e Poseidon corou.

— Poseidon você está corado? – perguntou com um sorriso travesso.

— Impressão sua corujinha – deu-lhe um beijo na bochecha. — Vamos comer? – perguntou e ela assentiu.

Comeram em meio a brincadeiras e olhares apaixonados, e quando terminaram Poseidon propôs que andassem pelo palácio para que ela conhecesse tudo e a mesma aceitou. Antes que ele saísse Mary o chamou e disse:

— Finalmente esse reino terá uma rainha a altura. Cuide bem dela meu menino – passou a mão nos cabelos dele.

— Obrigado Mary. Eu cuidarei – beijou-lhe a mão e saiu.

***

Atena ficou maravilhada com todos os lugares do palácio que Poseidon a levara. Ele praticamente teve que arrastá-la para fora da biblioteca e da sala de música, e ainda assim ela só saiu porque ele disse que depois do almoço ele a levaria a um passeio pelos jardins.

Depois do almoço ele a levou para o jardim que ela vira da sacada de um dos quartos e lá ficaram o resto da tarde.

— O que achou daqui? – perguntou enquanto lhe acariciava os cabelos.

— É maravilhoso, mas como seus súditos vivem aqui se não tem água? – olhou para cima para encontrar seus olhos.

— Esse palácio é recente. Foi construído no mar como os outros, mas é protegido com um domo – fez um gesto abrangente. — A pressão da água não funciona aqui e poucos dos meus súditos conseguem ficar por mais de alguns minutos. Comparado com o outro palácio este é apenas uma casinha – respondeu com um sorriso.

— Qual o propósito de ter um palácio no mar que não tem criaturas marinhas? – perguntou com uma sobrancelha levantada.

— Não sei, mas gosto daqui – deu de ombros. — Venho ver Mary ao menos uma vez por semana, mas se quiser morar aqui quando nos casarmos aceitarei de bom grado – respondeu ainda lhe fazendo cafuné.

— E o palácio principal? – levantou do colo dele e sentou com as pernas cruzadas.

— Fica a menos de 200 km terrestres daqui – respondeu com um sorriso novamente.

— Você praticamente tem um palácio dentro de outro palácio – afirmou, incrédula.

— Mary morreria no outro por causa da pressão aquática – deu de ombros.

— Você consegue ser o homem mais fofo do mundo quando quer – disse e lhe deu um selinho.

— Eu te falei, ela é como se fosse minha mãe – sorriu. — Eu faria qualquer coisa por ela.

— Eu sei que sim. Já anoiteceu, tenho que voltar – disse com certo pesar.

— Janta comigo antes de ir – pediu antes de lhe dar um selinho. — Por favor – deu outro selinho.

— Já que insiste tanto – deu um suspiro teatral. — Eu aceito jantar com você – respondeu e ele deu um sorriso.

Quando Mary viu que Atena ficaria para jantar, deu uma desculpa esfarrapada de que precisava verificar os mantimentos e que depois iria dormir pois o dia havia sido cansativo. Os dois fingiram acreditar.

Desde que passaram a comer juntos, esta havia sido a única vez em que ambos não falaram nada, apenas se olhavam nos olhos.

Atena havia terminado e não percebera uma manchinha de molho no canto da boca, então Poseidon quebrou o contato visual e passou o polegar sobre a sujeira, devagar. A descarga elétrica estava lá novamente.

— Tinha molho no seu rosto – disse com a boca um pouco seca. Bebeu um gole de vinho para ver se resolvia.

— Obrigada – respondeu em voz baixa.

Em um momento estavam se olhando fixamente, e no outro estavam correndo pelo palácio igual duas crianças. Atena entrou em uma porta aleatória e praguejou em grego antigo ao perceber que era a suíte de Poseidon.

— Eu sempre acabo te alcançando – disse ele ao entrar no quarto.

— Porque eu sempre deixo – retrucou antes de sentir os lábios dele nos seus.

Talvez fosse efeito do vinho, ou da tensão que vinha se acumulando entre os dois, até mesmo as duas coisas, mas Atena percebeu que esse não era um beijo comum. Era quente. E por incrível que pareça quanto mais ele a beijava, mais ela queria ser beijada.

Para ela pouco importava o oxigênio naquele momento, sua prioridade era a mão dele na base de sua coluna, os lábios dele fazendo uma trilha de beijos do queixo até o pescoço, a respiração quente lhe causando arrepios, suas mãos na barra da camiseta dele.

Soltou um suspiro involuntário quando a peça foi enfim tirada, revelando seu torso. Não perdeu muito tempo olhando pois foi logo puxada para mais um beijo. Sua mão esquerda estava perdida entre os fios negros ao mesmo tempo em que sua mão direita passeava livremente pelas costas dele. Ele estava prestes a abaixar o zíper de seu vestido quando alguém os interrompeu.

— Atrapalho algo? – perguntou Hermes com um sorriso travesso.

— De jeito nenhum – Poseidon respondeu revirando os olhos. — Como conseguiu mandar uma mensagem de Íris essa hora? – perguntou Poseidon enquanto pegava a camiseta do chão.

— Apolo deu uma ajuda – respondeu dando de ombros. — Vai ter uma festa agora, quer vir?

Poseidon olhou para Atena e ela assentiu.

— Daqui a pouco eu chego aí – respondeu e cortou a mensagem. — Pronta para uma rodada de pôquer? – perguntou virando-se para ela.

— Que você vai perder? – respondeu, ciente de que ainda estava corada.

— É o que veremos – vestiu a camiseta e aparatou com ela.

***

Ao chegarem lá tiveram que suprimir uma risada por causa da cara de espanto que todos insistiam em ter quando chegavam em algum lugar de mãos dadas. Deram boa noite e foram até a mesa de jogo onde Apolo e Hermes colocavam as fichas e ajudaram a arrumar.

— Vou ficar até alguém ficar com todas as fichas ou sobrar só um na mesa, depois vou dormir ok? – Atena disse ignorando os olhares maliciosos em sua direção.

— Como se fosse você a ficar – desdenhou Poseidon e ela revirou os olhos.

— Vai querer ir uma rodada comigo Atena? – Apolo perguntou apontando para os copinhos arrumados em pirâmide.

— Não vou beber, só estou aqui para provar para o pescador que sou melhor que ele no pôquer – respondeu em tom de desculpas. — Não pretendo ficar de penetra na festa de vocês por muito tempo – apontou para os outros deuses.

— Fica para outro dia então – deu de ombros. — Vamos começar.

Por volta da quarta mão Atena começou a enjoar do jogo, então basicamente apostou todas as suas fichas para adiantar o processo de eliminação. Apolo e Hermes já estavam zerados de fichas e só observavam o jogo, Poseidon apostou todas as fichas também.

— Flush! – disse Poseidon, eufórico.

— Full House – Atena deitou as cartas e eles ficaram boquiabertos. — Lide com isso – deu uma piscada. — Boa noite, divirtam-se – levantou-se e Poseidon a acompanhou até seu quarto.

***

— Sobre o que aconteceu no meu quarto... – passou a mão nos cabelos em sinal de nervosismo.

— Não se preocupe com isso – passou uma mão em seus cabelos. — Boa noite pescador.

— Boa noite corujinha – respondeu e lhe deu um beijo na testa e um selinho antes de ir.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Levanta a mão quem quer bater no Hermes o/ O que acharam? Comentem *u*
Até o próximo!