A Punição escrita por Bookworm


Capítulo 26
O Comunicado


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas! Tudo bem? Como prometi, aqui está o capítulo. Espero que gostem.
Enjoy!



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Zeus demorou alguns segundos para processar o que Poseidon havia dito, mas quando o fez, as nuvens começaram a ficar cinza e cobriram o sol enquanto sua raiva só crescia.

— Isso é verdade Atena? – perguntou com as mãos apoiadas na mesa, pronto para levantar a qualquer momento.

— Sim papai – respondeu em tom casual.

Como se estivesse cronometrado, o barulho de um trovão invadiu a sala no mesmo momento em que Zeus desferia uma tapa no rosto de Atena.

— Sua tola! Não vê que ele está te usando para tomar meu lugar? – perguntou apontando para Poseidon.

— E você não vê que eu não estou nem aí para essa sua porcaria de reino? – disse Poseidon enquanto dava um soco no olho de Zeus. — Se eu quiser, eu inundo isso aqui – conjurou o tridente ao mesmo tempo em que ele conjurava o raio-mestre. — Quero me casar com ela porque a amo – desviou de um ataque e inundou a sala, poupando somente Atena.

— Eu não vou perder minha melhor estrategista para um dos meus irmãos – devolveu o soco.

— Não vê o quão absurdo isso soa? – perguntou pegando sua garganta. — Ela não é sua propriedade Zeus. Não é um objeto que você usa quando precisa e descarta depois – jogou-o de volta na cadeira. — Agora crie vergonha nessa sua cara e vamos conversar igual pessoas civilizadas – perguntou se ela estava bem e a mesma assentiu.

— Me desculpe Atena eu... perdi o controle – disse Zeus meio sem jeito.

— Vou para o quarto de Afrodite, não falei com ela desde que cheguei – deu um beijo na bochecha de Poseidon e saiu.

***

— Dite? – bateu na porta e escutou um “já vou”.

Foi recebida com um abraço de urso e uma saraivada de perguntas, em sua maioria sobre o relacionamento dela com seu noivo.

— Eu achei tão bonitinho vocês dois no Holland Park – disse com um sorriso enquanto a guiava pelo quarto.

— Ah é, você disse em um bilhete que por conta dessa espionagem o seu relacionamento com o Hefesto melhorou. Como foi? – perguntou ao se sentar na cama junto com ela.

— Meu pingente me fez perceber que eu o amava. Eu disse isso a ele e nós tivemos um resto de madrugada maravilhoso – explicou mostrando-lhe o pingente. — Reza a lenda que enquanto essas engrenagens funcionarem ele ainda vai me amar – disse com um sorriso bobo.

— Nunca pensei que te veria suspirando pelo Hefesto – comentou sorrindo também.

— E eu nunca pensei que você e o peixinho ficariam juntos – disse em tom casual. — Mentira, esse era o meu sonho desde o primeiro jantar que você participou – bateu palmas de tanta excitação.

— Parece que a qualquer momento você vai explodir em purpurina de tanta empolgação – brincou e ela lhe mostrou a língua.

— O que você queria falar com papai? – perguntou ainda empolgada.

— Eu queria comunicar a Zeus que estou noiva, por isso o céu ficou cinza – apontou para a janela.

— Como ele reagiu?

— Com o dorso da mão no meu rosto – respondeu e Afrodite ficou boquiaberta. — Poseidon ficou furioso com o ato e os dois começaram a brigar, provavelmente estão lá discutindo ainda – deu de ombros.

— E a rosa que estava no seu trono? – mudou de assunto para aliviar o clima.

— Nós costumávamos pegá-las no lago antes do acidente com a Medusa, é como se fosse uma prova do amor dele por mim e vice-versa – respondeu e riu com a empolgação de Afrodite.

— Isso é tão romântico! Vocês já se beijaram? – perguntou, deixando-a sem graça.

— Já – respondeu sentindo o rosto corar.

— Quando e onde foi a primeira vez? Ele beija bem? Vocês transaram? – perguntou eufórica.

— Quarta-feira na Pont des Arts. Ele beija bem e não, nós não transamos – respondeu completamente corada.

— Seu primeiro beijo foi em Paris! Que romântico! – disse dando pulinhos na cama.

— Se acalme, parece que você vai ter uma síncope a qualquer momento – disse sorrindo.

— Já deram alguns amassos? – perguntou depois de uma pequena pausa.

— Nós mal chegamos à segunda base, estamos noivos há dois dias Afrodite – respondeu em tom de ultraje.

— Apolo e Ártemis também e os dois já transaram – retrucou. — Já viu ele sem camisa?

— Isso é um interrogatório?

— É. Agora responde minha pergunta – pediu, impaciente.

— Já – respondeu corando.

— E você que tinha tirado a camisa dele? – perguntou com um olhar malicioso.

— Não.

— Já se imaginou fazendo isso? – usou o tom malicioso mais uma vez.

— Acho que vou comer, a troca de fuso horário mexeu com meu apetite – disse e esbarrou com Poseidon no corredor.

— Vamos até o lago? – perguntou estendendo o braço. — Olá Afrodite – ela só acenou.

Andaram calmamente até o lago e lá sentaram na grama como de costume.

— Passei no meu quarto e peguei isso – mostrou-lhe o colar com a pérola. — Posso colocar em você de novo? – perguntou e ela assentiu.

— Achei que tinha perdido – disse enquanto segurava o cabelo para ele prender o colar.

— Tecnicamente você jogou em mim – deu-lhe um beijo no pescoço quando o colar estava preso. — Agora, para oficializar de vez o nosso noivado, aqui está seu anel – colocou em seu dedo e a beijou apaixonadamente.

O ar ficou rarefeito após algum tempo e os dois se separaram, ofegantes. Andaram de mãos dadas até a sala de jantar e sorriram ao ver a cara de espanto de todos. Sentaram-se no lugar de sempre e começaram a comer.

— Achei que viria almoçar mais cedo já que o fuso horário “mexeu com seu apetite” – disse Afrodite fazendo aspas no ar.

— Não era esse tipo de apetite que ela estava se referindo quando falou isso Dite – Apolo comentou com um sorriso malicioso e Ártemis lhe deu um soco no braço.

— Eu fui dar uma volta no lago antes de vir para cá – respondeu ignorando o comentário, apesar de ter corado um pouco. — Ares, tem algum relatório para me entregar da semana que fiquei fora?

— Nenhum – Ares respondeu.

— Obrigada.

— Sabe Atena, você saiu do meu quarto sem responder minha pergunta – disse Afrodite depois de um tempo.

— E você não vai parar de me atormentar até eu responder não é? – ela confirmou com a cabeça. — Então a resposta é sim – respondeu e ela começou a dar pulinhos na cadeira.

***

Poseidon e Apolo conversavam enquanto jogavam uma partida de sinuca. Ares tinha saído dali para ficar com Deméter e Hermes estava fazendo entregas.

— Como está sendo com a Atena? – Apolo perguntou ao mesmo tempo em que dava uma tacada.

— Maravilhoso. O que está acabando comigo é minha testosterona – respondeu enquanto esperava sua vez.

— Como assim? – passou a vez.

— Ela consegue me deixar louco e nem percebe o que está fazendo – respondeu depois de dar a tacada. — Ontem antes de dormir ela me deu um beijo tão quente que se eu não soubesse que ela é puritana acharia que foi de propósito – disse e passou a vez ao errar a caçapa.

— Com certeza daqui para frente só piora – comentou e passou a vez também.

— Eu sei, mas vou esperar até que ela esteja pronta – disse e se concentrou na jogada.

***

Ártemis foi para o quarto de Atena colocar a conversa em dia depois que Apolo foi jogar com Poseidon, Ares e Hermes. Depois de um bom tempo começaram a falar sobre seus noivos.

— Poseidon está se comportando? – perguntou quando o assunto Apolo já estava esgotado.

— Na medida do possível, mas ainda assim ele planta pensamentos na minha cabeça que me fazem corar só de lembra-los – respondeu um pouco sem jeito. — Sem contar com as vezes em que ele me provoca para ver minha reação.

— Ele pressiona você ou algo do tipo? – perguntou em tom casual.

— Pelo contrário, ele disse que quer que seja especial – respondeu com um mínimo sorriso. — Mas ontem mesmo ele ficou passeando pela casa sem camisa e me deu vários beijos no pescoço.

— Sinto muito em lhe informar, mas daqui para frente só piora – disse sorrindo.

— Eu sei, e isso me preocupa.

***

Poseidon havia deixado Atena na porta de seu quarto horas atrás depois que jantaram com um beijo e uma promessa de vê-la no café da manhã, mas ele não conseguira dormir nem cinco minutos por causa da falta que ela fazia na cama. Pensou em mandar uma mensagem de íris, mas visto que era madrugada isso não seria possível então pegou seu robe e aparatou para o quarto de sua noiva.

— Porque será que eu não estou surpresa? – perguntou ela quando o viu.

— Porque você estava pensando em fazer isso também – respondeu sorrindo.

— A cama estava muito fria – disse quando ele se deitou.

— A minha também – concordou e lhe deu um beijo. — Senti sua falta – disse depois do beijo.

— Eu também – respondeu.

— Boa noite corujinha – deu-lhe um beijo na testa.

— Boa noite pescador – aconchegou-se no peito dele e rapidamente dormiu.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Será que essa resistência vai durar até as núpcias?
PS: O anel que imaginei para Atena foi um estilo Princesa Diana, e a quem possa interessar o de Ártemis é encrustado com diamantes e uma pedra da lua no topo.
Até o próximo!