A Punição escrita por Bookworm


Capítulo 17
Brighton


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas! Tudo bem? Já estão nas provas finais? As minhas começam na segunda-feira.
Enjoy!



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Poseidon chamou o táxi e pediu que os levasse até a London Victoria Station. Atena não gostava muito da ideia de estar indo à praia, mas logo foi contagiada pela animação dele e o clima ficou bem mais leve.

Chegando à estação, Poseidon entrou numa discussão com ela para ver quem pagaria os bilhetes e acabou pagando por alegar estar sendo um cavalheiro e que homens como ele no mundo estão em falta.

— Pode admitir querida, eu sou maravilhoso – disse depois de pagar os bilhetes.

— Primeiro: já falei que não sou sua querida. Segundo: você não chega nem perto de ser maravilhoso e terceiro: não tem nada para admitir – retrucou cruzando os braços

— Eu passei a semana toda te chamando de querida e sou sim maravilhoso. Se você não é maravilhosa não tente ofuscar minha maravilhosidade – disse virando o rosto de um modo infantil.

— Eu sou maravilhosa, inteligente e linda – afirmou virando o rosto para o outro lado também.

— E sexy – murmurou esperando que ela não escutasse.

— Desculpe o que disse? – perguntou virando-se.

— Hm... nada – respondeu corando levemente. — Vamos, o trem está de saída.

— Certo – disse se segurando para não rir do embaraço de Poseidon.

Poseidon observava Atena na outra ponta da cabine ao mesmo tempo em que passava por um seríssimo conflito interno. Será que ela escutara seu comentário? Por que ele falara aquilo afinal? Suas faculdades mentais ainda funcionavam bem? Ainda a odiava? De todas as perguntas, ele só tinha resposta para a última. Ele não a odiava mais. Mas se não a odiava, o que sentia por ela agora?

Ficou cansado de tantas perguntas sem respostas e foi socializar-se com Atena para espairecer.

— O que vamos fazer primeiro quando estivermos lá? – perguntou mudando de lugar.

— É seu território. O que sugere? – respondeu desviando o olhar da janela para ele.

— Vamos até a Brighton Wheel – disse com tom de pergunta.

— Não. Aquela coisa não vai me fazer trair a London Eye – respondeu com convicção.

— Você já foi na Brighton Wheel? – perguntou com um sorriso torto.

— Não – ele abriu mais o sorriso. — Mas você já foi na London Eye? – perguntou abrindo um sorriso enquanto o dele diminuía.

— Não – respondeu.

— Então estamos quites. Eu não vou nessa cópia e ponto. Declaro esta sessão encerrada – disse novamente com convicção. — Sugere outro lugar?

— Ah sei lá. A gente dá uma volta pela praia e depois vai no píer, pode ser? – perguntou arqueando as sobrancelhas.

— Claro – respondeu e virou para olhar a vista.

— Eu prefiro a vista que temos no trem que vai até Paris – disse depois de apoiar o queixo no ombro dela.

Atena levou um pequeno susto quando ele falou, mas rapidamente se recompôs e respondeu.

— Ainda tem a coragem de dizer que apoiou a França porque Afrodite obrigou.

— Vai negar agora que a vista de Paris é maravilhosa? – retrucou um pouco incrédulo.

— Eu sei que a vista é maravilhosa Poseidon. Só estou zombando de você – respondeu sorrindo. — Eu deveria ter arrumado um jeito de gravar aquilo – abriu mais o sorriso ao lembrar do poema de Apolo.

— Tá, tenho que admitir que foi engraçado depois que ele voltou a ser ele – disse sorrindo também.

— Ele se vingou de Afrodite, ficou sabendo? – perguntou virando para poder olhá-lo nos olhos.

— Não. Eu tive que me afastar do Olimpo por um tempo depois disso – respondeu dando de ombros.

— Para de ser mentiroso! – ela deu um soco de leve no peito dele. — Nem quando você casou com Anfitrite deixou de ir ao Olimpo pelo menos uma vez na semana.

— Pior que é mesmo – disse totalmente sem graça e corado. — Mas mesmo assim eu não sei dessa vingança aí.

— Bem, Apolo fez uma mistura com plantas e ervas, colocou em um pote e disse a ela que era o primeiro creme hidratante do mundo – disse gesticulando com as mãos. — Ela ficou verde por algumas horas. Não sei como ela caiu nessa – completou fazendo que não com a cabeça.

— Deve ser por isso que ele estava reclamando que pombas brancas não paravam de aparecer na sala de música dele – comentou sorrindo.

— Que bom que não foi com Hera então. Annabeth ainda reclama daquele tempo – disse. — Majestade bovina...

— Eu também reclamaria se ela sequestrasse minha namorada e ainda por cima eu tivesse que desviar de bosta de vaca sempre que eu fosse na rua – disse dando de ombros. — Chegamos. Você quer pegar um táxi ou quer ir andando? – perguntou enquanto andavam para fora da estação.

— Vamos andando. Lá a gente almoça e depois vai para o píer. Ou vai para o píer e depois almoça, tanto faz – disse dando de ombros.

— Agora eu entendi porque você quase nunca sai com sapatos de salto – comentou com um sorriso brincalhão.

— Andar ajuda a espairecer – deu de ombros novamente.

— Sempre achei que você andava pela Sala dos Tronos para me irritar, mas agora que você disse, eu percebi que quando você está pensando em alguma estratégia ou alguma solução para algo na maioria das vezes você está andando ou batucando os dedos em algum lugar. Que mania estranha – disse, recebendo um olhar cortante logo em seguida.

— Não sou eu que fico passando a mão no cabelo ou mudando de posição em intervalos de 30 segundos.

— Deuses! Você contou os intervalos! – disse espantado.

— Prestar atenção em detalhes pequenos me distrai do falatório do meu pai – explicou com um sorriso sem graça.

— Zeus precisa saber que até a filha mimada e chata dele não aguenta aquela baboseira – afirmou.

— A maioria daqueles malditos conselhos é para falar das nossas brigas e das discussões de Apolo e Ártemis. E para sua informação, mimada e chata é a...

— Toma cuidado com o que vai falar porque ela continua sendo sua avó – disse levantando o dedo indicador.

— Sua ex-esposa – terminou de falar com as sobrancelhas franzidas.

— Pensei que você fosse falar um palavrão – explicou e Atena sorriu.

— Tanto faz. Vamos naquele museu ali? – perguntou apontando para o museu da pesca.

— Certo. Depois a gente procura um lugar para almoçar.

***

Eles andaram por todo o museu e depois foram procurar um lugar que não tivesse frutos do mar como prato principal para almoçar. Depois de mais ou menos 15 minutos de caminhada, eles encontraram um restaurante que ficava bem perto do píer e que tinha um cardápio bem variado.

Ambos pediram um kedgeree depois que Atena conseguiu ignorar por alguns momentos a garçonete oferecida, e esse mesmo comentário iniciou o drama de sempre, que só acabou porque entraram no drama de quem paga a conta. Resultado: a garçonete era sim oferecida e Poseidon pagou a conta.

— Você é tão feminista a ponto de ficar emburrada toda vez que eu pago as coisas? – perguntou parando na frente dela.

— Eu morei sozinha a minha vida toda, estou acostumada a pagar minhas despesas – respondeu cruzando os braços.

— Você sempre morou no Olimpo corujinha – disse colocando as mãos nos ombros dela. — Bem, exceto quando você namorava o Joseph – seu semblante endureceu.

— Eu tenho uma casa no Olimpo e não quero falar do Joseph – retrucou irritada.

— Certo – passou a mão nos cabelos. — Me desculpe corujinha – disse um pouco mais calmo.

— Tudo bem – colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha. — Só... vamos logo no píer.

— Você vai me acompanhar no Crazy Mouse – afirmou com um sorriso malicioso.

— Sei que vou me arrepender depois mas... tudo bem – suspirou.

— É divertido! Depois nós vamos na Turbo Coaster – disse puxando-a pela mão.

***

Atena não tinha achado tanta graça no Crazy Mouse quanto achou no Turbo Coaster. Ela e Poseidon riram até o abdômen doer por causa das garotinhas que não paravam de gritar.

Foram duas vezes no The Booster e nas duas saíram quase surdos por causa dos mortais histéricos. Duas horas depois ele já tinham ido em todos os brinquedos “radicais” e estavam saindo do píer para ver o pôr-do-sol na praia.

— É incrível o fato de você ter medo de assistir O Grito e ficar tão calma em todos aqueles brinquedos – disse sentando-se.

— É porque você não foi nos parques de Orlando. O Busch Gardens tem as melhores montanhas-russas! – respondeu animada.

— Você está meio elétrica – comentou sorrindo.

— É a adrenalina.

— Quando nosso castigo acabar, se a gente conseguir se entender, damos um jeito de fugir do Olimpo por uns dias pra ir nos parques de lá – sugeriu enquanto jogava pedrinhas no mar.

— Não é uma má ideia. A gente pode sequestrar a Afrodite com a ajuda do Hefesto e fazer ela ir em todas – disse com um sorriso diabólico.

— Você é má.

— Tenho meus momentos – respondeu sentando em seguida.

— Estou imaginando o estado do cabelo de Afrodite se ela fosse no The Booster – disse reprimindo uma gargalhada.

— Sem contar os gritinhos histéricos que ela iria soltar – comentou fazendo que não com a cabeça.

— A gente aprimora esse plano depois. Agora vem cá – disse puxando-a mais para perto.

Atena encostou a cabeça no ombro de Poseidon e assistiu o sol se esconder em silêncio. Quando o céu ficou escuro levantaram e foram andando calmamente na direção do cinema que tinha no final da rua, porém Atena esbarrou em um homem de cabelos loiros e quando ela abriu a boca para se desculpar, o reconheceu.

— Meus deuses! Frederick?


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Notas finais do capítulo

O que acharam da pequena ''visita'' do Sr Chase? Comentem *u*
Até o próximo!