A Punição escrita por Bookworm


Capítulo 11
Holland Park e... aposta?


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Olha só quem conseguiu finalmente postar na quarta-feira! *u*
Espero que gostem do capítulo, acho que esse foi o melhor que escrevi até agora...
Enjoy!



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Poseidon havia sentado bem perto de Atena para mostrar-lhe os lugares que ele achava interessante por lá, mas quando o taxista olhou para eles pelo retrovisor e deu um sorriso, ele ficou sem graça e Atena preencheu o silêncio com uma pergunta que não calava desde que haviam entrado no táxi.

— Certo. Como conhece a cidade tão bem se aparentemente abominava o país dela? – disse com uma sobrancelha levantada.

— O que te faz pensar isso corujinha? – respondeu franzindo o cenho.

— Guerra dos Cem Anos. – retrucou. — Você fez questão de anunciar pra quem quisesse ouvir que estava apoiando a França. – completou com um sorriso, aparentemente lembrando-se da cena.

— Sério que você ainda lembra daquilo?! – questionou espantado.

— Como eu poderia esquecer? – retrucou abrindo mais o sorriso. — Solzinho só parou de querer te beijar quando você disse aquilo. – completou usando codinome por causa do taxista mortal.

— A coisa rosa me obrigou àquilo! Só porque a maioria da nossa família estava indo pro lado inglês. E como eu era influente ela queria que eu apoiasse o país dela. – disse com um biquinho ‘fofo’.

— Own que lindinho! – debochou Atena apertando a bochecha dele. — Um dos três grandes sendo persuadido pela coisa rosa.

— Ah cala sua boca! – retrucou irritado. — A coisa rosa pode ser bem persuasiva quando quer e você sabe disso.

— Ok, ok eu paro. Mas não significa que vou esquecer. – disse reprimindo um sorriso. — A cara da Artie foi a melhor.

— Pior que foi mesmo. – respondeu balançando a cabeça e dando um sorriso torto. — Enfim, eu apoiei a França, mas não odeio a Inglaterra entende? Só não venho aqui com tanta frequência quanto você.

— Ah. – disse baixinho. — Chegamos. – chamou-o apontando para a entrada do parque.

Poseidon pagou a corrida mesmo com Atena o chamando de machista e alegando que já estavam no século 21.

— Você já veio aqui alguma vez? – ele perguntou ao mesmo tempo em que guardava a carteira.

— Já vim algumas vezes, mas não o conheço todo. Geralmente eu vinha ler em algum desses bancos escutando o canto dos pássaros. – respondeu dando de ombros.

— Eu não acredito que você fazia questão de sair de casa e vir aqui só pra ler! – olhou para ela com cara de descrença. — Vou ser seu guia e mostrarei o parque do meu jeito. Espero que dê tempo de mostrar tudo. – decidiu. Entrelaçou seus dedos nos dela antes que a mesma protestasse e começou o tour.

Ele sorria e apontava os lugares igual fez no táxi, a diferença era que agora ele tinha a mão dela na sua e não podia negar que era confortável ficar assim. Ela, pela primeira vez em milênios estava gostando da companhia dele.

Poseidon preferiu deixar o Kyoto Garden por último porque na opinião dele aquele lugar ofuscava todos os outros daquele parque. Então ele a guiou pelo parque inteiro evitando chegar muito perto de lá, quando passaram na frente do “Dog Toilet’’ ele fez uma piadinha com a deusa que lhe deu um soco no braço e o chamou de idiota sem-noção, porém ainda tinha um sorriso genuíno no rosto.

Por fim, quando faltava somente o jardim japonês, ele soltou a mão dela e tampou seus olhos dizendo que o último lugar que passariam era o mais bonito de lá e por isso ela teria que esperar um pouquinho para vê-lo. Os mortais que viam a cena de Poseidon guiando Atena sorriam e alguns até faziam sinal positivo com o polegar para o deus, que apenas dava uma piscadinha e continuava guiando-a. Ao chegarem, Poseidon tirou suas mãos da frente dos olhos dela bem devagar.

— É lindo não é mesmo? – perguntou sorrindo ao ver os olhos tempestuosos da deusa brilhar.

— Me arrependo de cada vez que visitei esse parque e não vim aqui. – respondeu saindo do transe inicial e focando nos olhos verde-mar.

— Precisei brigar com você pra conhecer esse lugar. – comentou dando de ombros. — Eu precisava esfriar a cabeça então vim até Londres e andei por toda a região até entrar nesse parque. – completou.

— Brigamos tantas vezes que nem faço ideia de qual foi essa vez. – murmurou esperando que Poseidon não a escutasse. — Vamos terminar de conhecer o lugar ou você já cansou de ser meu guia? – questionou enquanto olhava o céu que começara a ficar alaranjado.

— Vamos. O sol já está quase se pondo e daqui a pouco o parque fecha. – respondeu guiando-a pela cintura.

— Pode, por favor, tirar sua mão da minha cintura? – perguntou com os braços cruzados.

— Ah. Sim. Claro. Desculpe-me. – respondeu tirando sua mão de lá e bagunçando os cabelos em sinal de nervosismo.

— Sem problemas, vamos continuar. – disse esperando que ele continuasse a caminhada.

Alguns minutos depois um homem que tinha uma câmera pendurada no pescoço parou os dois e perguntou-lhes se ele podia tirar uma foto dos dois.

— Eu fotografo paisagens sabe. Vocês tem uma beleza que a deixa divina. – explicou o fotógrafo.

— Podemos sim. – responderam reprimindo um sorriso por causa do trocadilho.

— Muito obrigado. – disse o fotógrafo após tirar a foto. — A propósito, vocês formam um lindo casal. – comentou e saiu, deixando os deuses totalmente desconfortáveis.

— Hm... Acho que já vimos tudo por aqui. Gostou do tour? – perguntou a Atena que estava totalmente corada.

— Gostei sim. Obrigada Poseidon. – agradeceu dando um sorriso. — Vamos, o parque está quase fechando.

— Certo. Vamos andar por aí pelo menos até a hora do jantar ou você prefere ir para casa? – perguntou com uma sobrancelha levantada.

— Andamos por aí. Não estou com vontade de cozinhar hoje. – respondeu dando de ombros.

— Então vamos lá andarilha.

***

Foram andando até o shopping devagar, haviam deixado as sacolas em um guarda-volumes de lá e também decidiram jantar em um bistrô que haviam visto mais cedo. O constrangimento do episódio com o fotógrafo já havia passado e eles estavam em um silêncio confortável, porém Poseidon percebeu que alguns homens praticamente despiam Atena com os olhos e ela não percebia, então, para a decepção dos homens, ele pegou sua mão e entrelaçou os dedos como havia feito naquela tarde.

— Algum problema? – perguntou Atena olhando para a mão que ele havia acabado de pegar.

— Nenhum. Só uns mortais te despindo com o olhar. – respondeu dando de ombros.

— Meu herói. – retrucou Atena rindo da cara que ele fazia. — Chegamos. Você vai pedindo enquanto eu vou até o guarda-volumes pegar nossas coisas ok?

— Ok.

Ao entrar no bistrô, Poseidon logo foi atendido por uma garçonete que o olhava como todas as ninfas e mortais que ele ficava olhavam. Ele fingiu não ver, não pretendia desrespeitar (de novo) a corujinha.

— Vai pedir agora senhor? – perguntou a moça.

— Sim. Mas primeiro me leve a uma mesa, por favor. – respondeu seguindo a garçonete que rebolava demais ao andar.

— Já se decidiu? – perguntou após alguns minutos esperando que Poseidon olhasse o cardápio.

— Hm... Quero dois pratos de espaguete à carbonara e duas taças de vinho tinto. – respondeu fechando o cardápio.

— Seu pedido chega em alguns minutos senhor. Quer algo mais? – perguntou ainda o olhando de um jeito provocativo.

— Não. Agora irei esperar minha...

— Esposa. – completou Atena lançando um olhar desafiador para a garçonete. — Fez os pedidos querido? – dirigiu-se a Poseidon enquanto sentava-se à mesa.

— Fiz. Em alguns minutos deve estar pronto. – respondeu olhando para a deusa.

— Como eu disse, o pedido chega em alguns minutos. – disse a garçonete, se retirando logo em seguida.

— O que foi aquilo? – perguntou Poseidon olhando espantado para Atena.

— Nada demais. Só uma mortal te despindo com o olhar. – respondeu dando de ombros da mesma forma que ele havia feito momentos atrás.

— Bem... Então quer dizer que você é minha esposa? – perguntou com feições totalmente maliciosas.

— Não enche. Você agiu como se fosse meu marido o dia todo, o máximo que posso fazer é retribuir o favor. – retrucou com as bochechas levemente rosadas.

Touché. – disse em tom de desgosto. — Para comemorar nosso recente matrimônio, vamos a um karaokê? Vi um nessa rua. – questionou olhando para ela com semblante brincalhão.

— Certo.

— Então eu te proponho uma aposta. Só pra não perdemos o costume. – disse com uma voz sexy. — Se eu ganhar, você terá que me dar um beijo; e se você ganhar, eu gritarei que sou gay pra todo mundo daquele lugar ouvir. Fechado? – perguntou estendendo a mão.

— E porque minha punição é um beijo? – retrucou desconfiada.

— Pessoas casadas se beijam sabia? Fazem coisas pervertidas também. – respondeu sorrindo torto.

— Para de ser idiota. – disse ela revirando os olhos. — Eu aceito. – completou apertando a mão dele. — Quero ver a reação das mulheres daquele lugar quando você gritar que é gay.

— Quero ver a reação dos homens daquele lugar quando você me beijar. – retrucou sorrindo torto.

— Veremos. – desafiou ao mesmo tempo em que ajeitava a postura.

— Aqui está seu jantar. – disse a garçonete colocando os pratos na mesa. — Bom apetite.

— Obrigada. – Atena respondeu olhando para ela.

Comeram em silêncio, porém ainda se olhavam furtivamente entre uma garfada e outra. Atena não chamou Poseidon de machista quando ele pagou a conta dessa vez, mas ainda assim murmurou alguma coisa inteligível.

Ao chegarem no lugar da aposta, Atena logo o classificou como confortável. Ela foi se sentar e ele foi falar com o DJ que música ele cantaria.

— Boa noite pessoal. – falou pelo microfone e foi respondido em coro. — Bem... A música que irei cantar é Love Me Again, do John Newman. Pode dar play. – dirigiu-se ao DJ.

A música iniciou e Poseidon começou a ‘sensualizar’ no ritmo, levando as mulheres do pub à loucura. Mesmo já tendo o ouvido cantar, Atena ainda se surpreendeu com sua voz quando ele começou a cantar, não é necessário dizer que as mulheres deram gritinhos histéricos quando isso aconteceu. Ao final da música ele já estava recebendo pedidos de casamentos e convites para coitos aos montes das mortais, porém ele só finalizou a letra e foi se sentar ao lado de Atena.

— O que achou? – perguntou ao chegar à mesa.

— Totalmente apelativo. – respondeu com desdém. — Minha vez. – disse e se levantou.

Enquanto Atena falava para o DJ que música iria cantar, a pontuação de Poseidon aparecia na tela, 19820 pontos de 20000 não é pra qualquer um. Poseidon viu o DJ assentir e Atena foi para o palco.

— Boa noite. – disse e também foi respondida em coro. — A música que irei cantar é I Knew You Were Trouble, da Taylor Swift. – ela assentiu para o DJ e a música começou a rolar.

No começo ela não sabia muito bem o que fazer, mas mesmo assim os homens que estavam no pub olhavam para ela embasbacados. Quando ela começou a cantar, eles bateram palmas e assobiaram fazendo com que sua confiança aumentasse. E ao terminar a letra ela agradeceu e ficou em pé para conseguir ver o resultado.

Ela fizera 19810 pontos. Havia perdido por míseros dez pontos. A vida é muito injusta, foi seu pensamento quando Poseidon levantou.

— Parece que você me deve um beijo agora. – disse ele em tom sexy enquanto se aproximava e colocava as mãos em sua cintura.


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Notas finais do capítulo

Eae, o que acharam? Será que ela irá beijá-lo?
Comentem *u*
Até o próximo!