Sverige escrita por Beilschmidt


Capítulo 4
Planejamentos


Notas iniciais do capítulo

Perdão pela demora. Passei cerca de sete meses sem wifi, e quando vinha não era suficiente para postar. Além disso eu tive problemas para escrever este capítulo. Só para ter uma ideias eu tive de reescrever ela dez vezes e ainda reorganizar os pedaços que eu fui fazendo separadamente.
Resolvi também incluir logo de uma vez todos os nórdicos na fanfic, não quis deixar nenhum de lado, e provavelmente irei botar outros personagens também.
Pretendo não me demorar muito para terminar esta história, acho que não chegará a dez capítulos, sinto muito mesmo, pois tenho uma um final pronto na cabeça e também porque tive algumas ideias para fazer uma longfic de Kuroshitsuji.
*Deusa Tsukihime: Obrigada pela mensagem, e desculpe se eu demorei muito para responder e mais ainda por ter atualizado tardiamente a fanfic. Mas espero que goste deste capítulo querida ;3
Era só.
Boa leitura!



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Sentada em uma poltrona de seu quarto, Yekaterina tomava um delicioso café; no colo, um prato de vidro transparente contendo alguns doces que tinha feito mais cedo, além de um pedaço de Kanelbulle[1] que a morena fazia de tarde. Todas as pesquisas que tinha para fazer já estavam prontas há duas semanas, mas ela ainda vivia grudada na tela daquele notebook, mesmo depois de algumas noites mal dormidas.

—Katia? – a morena apareceu pela fresta da porta, curiosa.

—Sim?

Entrou e a deixou aberta; sentou-se em um Puff vermelho e ficou de frente para a amiga, suas mãos pegaram os finos e gelados dedos da loira.

—Já terminastes suas pesquisas, não? – a outra acenou sorridente – Então por que não larga esse aparelho? Você anda meio cansada esses dias.

—É uma coisa que eu venho pesquisando desde que cheguei aqui.

—E o que é?

—Você sabe que tem um prédio ao lado do Saluhall que está vendendo apartamentos por um bom preço, não? Eu quero comprar um.

—Mas e o dinheiro?

—Ah, não se preocupe, eu tenho uma grande quantia de rublos[2] na minha conta que eu venho depositando desde que comecei a trabalhar com os experimentos, e se for para converter em coroas suecas[3] já seriam o suficiente para compra-lo. – apertou os dedos da moça – E também, o apartamento em que eu morava, lá na Ucrânia, fica no centro de Kiev, posso arranjar um bom dinheiro nele. No momento estou despreocupada com esse assunto.

—E já tens bons compradores para ele?

—Cinco; no mínimo. É bem espaçoso e como fica localizada na área de comércio intenso se torna mais caro.

—Que bom Katia. – abraçou a amiga – Fico tão feliz que resolveste em morar aqui. A Suécia não te larga mais.

—E nunca vai largar.

—Sei… falei de Suécia, não do sueco.

Meio sem graça, ela caiu na risada, contagiando assim, Liz. Gilbert passava ali com um pijama de pintinhos, o cabelo parecendo um ninho de ratos e uma tremenda cara de sono, rumou para o banheiro sem entender nada.

—Mulheres…

.x.

Tino e Lukas assistiam a um documentário sobre a Era Vitoriana em algum canal da Tv; o sueco tratava de cortar uma Spettekaka[4] que o dinamarquês havia comprado em Skåne[5] depois de ter ido ao enterro de um grande amigo seu. Sabia que o loirinho gostava daquele doce e resolveu levar uma.

Matthias entrou na cozinha, aproveitando o momento de distração de seu namorado para poder ter uma conversa séria com seu primo.

—Berwald, eu acho que você soube dos pais dele, não? – suspirou; era um assunto triste, mas necessário de se tratar.

—Sim.

—Bem, pode ser cedo a lhe dizer isso… até porque gostamos de morar aqui com você, assim Lukas não se sente tão sozinho quando fica em casa… então eu conversei com ele e pretendemos comprar um apartamento naquele prédio que foi inaugurado esses dias ao lado do Saluhall. – pegou um prato com o pedaço do bolo, servindo-se – Eu fiquei com a guarda dele e semana que vem irei busca-lo na casa dos vizinhos. Iremos morar juntos.

—Realmente é uma pena. – pegou uma garrafa de suco na geladeira e encheu um copo – Ajudarei na compra, se tiver de acordo.

—Acho que sim, mas pagarei de volta e…

—Não precisa se preocupar, somos primos, somos uma família. – tocou-lhe no ombro. Um sorriso apareceu nos lábios de Mathias, mas apenas por alguns segundos, ficou sério, o que era raríssimo.

—Emil ainda está muito abalado e só ouve a mim, já que eu era o mais próximo de seu pai. – fitou seu garfo – Espero que dê tudo certo.

O silêncio imperou por alguns minutos, até Tino aparecer faminto por seu bolo.

.x.

Emil Steilsson é um jovem garoto de dezessete anos, nasceu na Islândia onde passou toda a sua infância e depois de completar treze anos tinha ido com os pais para a Suécia; moraram em Ösmo por um curto período de tempo; quando sua mãe faleceu, o pai resolveu por se mudar para Skåne. Conheceram Matthias e logo ficaram amigos íntimos, assim como o Emil. Mas há alguns dias, seu pai acabara por morrer em um acidente de trânsito; nevava muito e perdera o controle do automóvel enquanto voltava para casa depois de um exaustivo dia de trabalho.

Era filho único, agora, órfão de ambos os pais, Emil fora deixado sob a tutela de Matthias, já que era o amigo mais próximo que seu pai possuía, até que complete a maioridade, o que acontecerá dentro de seis meses.

—Não me chame de irmão. – disse o islandês; o olhar fixo em um quadro logo a sua frente. Lukas tinha gostado da ideia de ter aquele garoto como parte da família, tanto que já até o considerava um irmão.

O único que tinha trocado mais que dez palavras com ele fora Tino, e isso para elogiar a sua comida; conversaram um pouco e sentaram no sofá para ver um filme juntos. Até que a amizade deles estava se desenrolando aos poucos, diferente de Mathias e o namorado. Berwald então, se já era um túmulo ambulante, quando longe de Yekaterina ficava bobamente divagando sobre a moça, esquecendo-se da vida.

—Ele anda com a cabeça nas nuvens nessas últimas semanas. – o dinamarquês resmungou baixinho para seu amado – O que será que está acontecendo?

—Mas como você é lento Mathias… claro que ele deve estar gostando daquela peituda.

—Ele tem sorte, os airbags dela são generosos e…

—Diga mais alguma coisa sobre ela ou os peitos e não terás mais pescoço. – seu olhar parecia querer lhe fuzilar – Mas se preferires, pode ser a coluna, que tal?

—Bem…

Sorriu medrosamente e apertou mais o abraço. Brincar com a pouca paciência, quase nula, de Lukas era extremamente perigoso. Lembrou-se da vez em que havia se declarado…

Voltava das compras com uma sacola de papel cheia de verduras e condimentos culinários; ao chegar a sua casa atrapalhou-se um pouco com o molho de chave e abriu a porta com muito esforço. Andou cambaleante depois de quase tropeçar no tapete.

—Cuidado aí. – fora agarrado por trás, sabia quem era; a raiva lhe subindo a cabeça – Sabia que não conseguias carregar tanto peso assim, por isso eu estou aqui para lhe ajudar.

—O que fazes aqui? Como entrou?

—O que? – a sua cara de interrogação ajudou ainda mais no belíssimo mau humor do norueguês.

—Você tem o cérebro lento de nascença ou porque ainda é movido a carvão?

—Ai, chega de patadas, eu só vim aqui porque queria te ajudar. – fez bico e recuou alguns passos em direção à porta – Sei que não sou bem-vindo aqui mesmo, então eu vou indo.

—Só depois de dizer o que veio fazer aqui.

—Quer mesmo saber?

—É óbvio, não achas? – cruzou os braços já impaciente.

Correu até o loirinho e agarrou-lhe com toda a força que tinha; sussurrou:

—Eu vim dizer que te amo.

Depois de absorver a frase, fechou o punho e o arremessou para o sofá em um único soco na cara. Matthias ficou desmaiado ali por cerca de uma hora e meia.

Ainda não conseguia entender como fora gostar daquele garoto rabugento e frio, mas não adiantaria nada agora, morreria por ele e disso não tinha dúvidas.

.x.

Deixou o banheiro ainda com o cabelo pingando água, a toalha estava ao redor do pescoço e ajeitava um calção de dormir; respirou profundamente, teria de passar parte da noite estudando para uma prova na faculdade que teria no dia seguinte. Nada de muito preocupante, só revisar e alguns pontos. Oh! Esqueci-me de mencionar que nosso querido Gilbert estava quase concluindo o curso de Arquitetura, não? Pois é, só porque deixou de ser médio não quer dizer que não possa fazer mais uma faculdade.

Já com os cadernos nos braços e uma caneta na boca, ele passou pelo quarto da húngara para lhe dar um beijo de boa noite; há alguns dias que tinha tido ajuda da ucraniana com algumas contas e problemas, ela era bem inteligente com cálculos.

—Um pouco mais embaixo, por favor. – gemeu a loira. A porta estava fechada, mas não trancada. Franziu o cenho. O que diabo estava acontecendo ali que não ele não fora notificado?

—Se doer me diga onde, faz tempo que não pratico.

O albino se sentiu ofendido. Como não tinha praticado? Ontem mesmo fez a moça gritar por seu nome entre quatro paredes. Murchou os ombros, mas continuou ouvindo.

—Mas mesmo assim tem prática, você tem mãos macias.

—Irei tirar esse sutiã, será mais fácil.

O queixo dele só não foi ao chão porque ainda mantinha controle de seus nervos. Como assim elas estavam fazendo e nem mesmo para lhe chamar e participar? Girou a maçaneta e entrou.

—Estou chateado, porque nem para me chamar e me juntar a vocês…

Ambas olharam para o alemão. Yekaterina estava deitada de bruços e sem o sutiã, os seios escondidos em uma toalha branca; Elizabeta massageava suas costas com um óleo de amêndoas. O olhar que lhe fora direcionado não foi nada bom.

—Entre Gil, Liz está me fazendo uma massagem relaxante. – sorriu e voltou a relaxar, nem percebeu o clima tenso que se formou entre a morena e o homem.

—É mesmo “amor”, entre e depois farei uma boa massagem em você também. – rapidamente estalou os dedos, o olhar mortífero quase fez com que as pernas dele perdessem a sensibilidade.

—Liz é boa nisso.

—Sim… aprendi tudo sobre massagens com Bella.

—Por falar no assunto… - ergueu o olhar para amiga – É sério que ela casou com o irmão?

—É sim, mas ambos não possuem relação sanguínea. Vicent é filho do padrasto dela.

—Entendo.

O alemão acabou por dormir no meio da conversa delas; a húngara até que iria lhe dar uma massagem bem dolorosa como castigo por ter espiado pela porta, mas deixou passar.

.x.

O traço de seu grafite riscou rapidamente o papel cor de creme formando finas linhas, aos poucos a forma de um rosto se destacava; tomou cuidado com as linhas do nariz e dos lábios, os fios de cabelo que caíam charmosamente em franja pela testa, o contorno de seus olhos, os dedos finos e delicados que seguravam um ramalhete de Lírios do vale[6]. Em questão de minutos o desenho estava pronto. No centro Yekaterina sentada na grama e encostada ao muro, nele havia várias flores de Edelvais[7] que enfeitavam o cenário ao seu redor; o olhar da moça era singelo e dedicava atenção somente às flores que segurava, uma fita amarela envolvia o pequeno ramalhete enquanto outra fita, esta azul, enfeitava seus cabelos.

E logo depois de trabalho pronto que ele ficou na dúvida: Pintar ou não pintar? Deu um pequeno sorriso e pegou o pincel do estojo.

Sem dúvidas aquele desenho seria a homenageada de sua próxima exposição.

.x.

Um mês depois e lá estava Yekaterina observando as fotos o celular dos cômodos do apartamento que comprara. Elizabeta estava ao seu lado deslumbrada.

—Que lindo, e me parece ser espaçoso, não? – olhava a foto da cozinha.

—Sim, uma suíte e dois quartos, além de uma varanda enorme.

—Que tal você ligar para a Lili depois? – sugeriu de repente – Ela está vindo para a Suécia nos visitar semana que vem.

—Lili? – sorriu – Nossa… mal posso esperar para rever ela, estou com tanta saudade.

—Digo o mesmo. E parece que Vash também para acompanha-la.

—Aqueles dois estão de caso, não? Diga-me tudo Liz.

—Pode se dizer que sim.

Acomodou-se melhor no sofá, ainda estava muito cedo e as duas nem tiraram seus pijamas. Gilbert tinha dormido fora, na casa de um amigo que mora perto da universidade em que estuda, teria prova no dia seguinte e aproveitou, pois teria de acordar muito cedo, a professora era uma carrasca e não ia muito com a cara do alemão.

—E quando você vai se mudar? – levantou e foi até a cozinha preparar algo para o desjejum – Tem que ter data, hein, amiga? Para a gente poder fazer uma festa de despedida.

—Ah, não precisa Liz, eu não vou estar tão longe assim de vocês.

—Vai sim, o suficiente para nos deixar com saudades.

—Mas eu sei que tanto você quanto o Gil precisam de sossego, eu estou meio que atrapalhando o convívio de vocês. – fitava o teto.

—Deixa de besteira Yekaterina. – apareceu novamente com uma pequena faca de cortar pão com alguns resquícios de geleia de mirtilos – Você é nossa amiga… e esse “vocês” não iria sequer existir entre eu e Gil sem seus conselhos, admita.

Sem como responder, levantou-se e sorriu para a morena.

—Deixa eu te ajudar a preparar isso, mais tarde o “Senhor Incrível” chega e vai querer comer a geladeira inteira.

.x.

No dia seguinte, com um forte baque na porta que foi anunciada a chegada de Gilbert, o Escandaloso.

—Cheguei!! – enormemente alegre por ter feito uma ótima prova e estava varado de fome – Cadê as mulheres dessa casa? E a comida? E o meu passarinho?

—Não sabe onde está seu pinto? – Liz lia uma revista sobre a idade média – Achei que estivesse empoleirado em seu ombro, como sempre.

—Pois não está. O deixei em casa hoje com a vasilha de alpiste no café da manhã.

De repente o passarinho amarelo irrompeu a sala em um voo desesperado e cheio de saudades. Deu de encontro com a bochecha do homem e piou de alegria. A húngara viu a cena e sorriu.

—Andas deixando essa pobre ave muito carente, não acha?

—Claro que não! Eu cuido muito bem de Gilbird. – a ave piou em resposta – E Katia?

—Saiu agora pouco com Berwald, foram dar uma volta.

—Acho que ele será um ótimo cunhado para você. – sorriu.

—Espero mesmo.

.x.

Na rua de pedestres, Drottninggatan [8], um casal passava em frente de uma lanchonete, esta pouco movimentada, já que acabara de abrir e agora recebia seus primeiros clientes. Alguns minutos depois já sentados a uma mesa, preferiram por tomar um café pela tarde. Uma garçonete veio trazer seus pedidos em uma bandeja; um pedaço de torta de maçã com mirtilos e chocolate quente para a loira e um café com biscoitos de canela para Berwald. Os detalhes do assunto já haviam sido discutidos e o sueco estava pensando em algo, assim que Yekaterina provou o bolo ele resolveu dizer.

—Que tal juntarmos os apartamentos?

Fora uma pergunta, que para ela, soou vaga, tinha esquecido por um momento do que ele estava falando, já que estava apreciando o sabor do doce. Após entender sorriu para o homem.

—Se não tiver qualquer problema para vocês… por mim está ótimo.

Deu um pequeno sorriso e tomou um pouco de seu café. Agora teria de enfrentar Mathias e explicar o assunto, desde já planejava o que diria e assim evitar um surto de Lukas. Mas sabia que ambos sempre queriam uma família e não deveria ser ruim ter todos juntos morando no mesmo apartamento… então teriam de juntar o deles e de Katia. Mathias ficaria feliz, pois adorava estar na companhia do sueco, sempre conversavam ou assistiam ao jornal juntos seja na hora do café da manhã ou no jantar.

—Terei uma conversa com eles, acho que teremos uma resposta positiva.

—Mas caso eles não aceitem… não precisa se preocupar porque estaremos morando no mesmo prédio, e seremos vizinhos, pelo que me contastes.

—No caso iria morar ao seu lado, então poderemos apenas derrubar a parede que os separa e organizar como um apartamento só.

Logo ficaram em silêncio; um grupo de estudantes apareceu e rapidamente ocuparam a única mesa que era próxima do casal, possuía oito lugares. Discutiam sobre suas matérias do dia e fizeram seus pedidos, o grupinho apenas aumentou os decibéis de barulho naquele local. Assim que terminaram pediram a conta e se levantaram para ir embora. Katia pretendia ir até uma livraria e comprar um livro de literatura para poder passar o tempo no fim de semana, era seu novo hábito, ler um livro em seu horário vago em vez de resolver fórmulas químicas; hábito esse que adquiriu com Elizabeta.

Andava ao lado do sueco desde que saíram, mas antes mesmo disso o celular dele havia tocado.

—Era Mathias, ele e Lukas saíram com Emil para fazer compras, perguntou se gostaríamos de ajuda-lo. – sorriu – Assim você pode conhecer o Steilsson.

—Tudo bem. – sorriu.

—Então vamos, eles não estão muito longe daqui.

A moça estava ansiosa e mal podia esperar para chegar logo ao local, nem havia percebido o olhar do outro sobre si.

.x.

Encostado a uma coluna da loja, Lukas observava de longe o dinamarquês que corria de um lado para outro carregando algumas peças de roupa da área masculina, as levava até a cabine em que Emil as provava. Sorriu, parece que aquele garoto descobriu uma maneira de manipular Mathias, assim como ele próprio faz. De certa forma ele tinha algo em comum com Steilsson, pensou assim que tivera sua primeira séria com o garoto no dia anterior, sobre o futuro e a família que agora fazia parte.

—Demoramos muito? – Berwald apareceu, logo atrás vinha Yekaterina.

—Não, quem está demorando é o idiota do Mathias. – trocou o peso da perna direita pela esquerda – Meus pés estão quase dormentes de tanto esperar… disseram que não demorariam nem quinze minutos e isso foi há quase uma hora. – continuou resmungando enquanto cruzava os braços e voltava a observar o namorado voltar com mais peças de roupas.

Assim que Mathias enxergou o primo e a ucraniana ali na loja parou de correr no mesmo instante e tentou levantar o braço para acenar, mas o peso em suas mãos o fez desistir temporariamente. Foi até a cabine e entregou a Emil.

—Acho que está bom. – o garoto saiu e entregou as peças para o maior – Podemos ir?

—Sim, irei levar ao caixa e pagar, então já pode ir até Lukas. Ah, tem uma pessoa com ele e Berwald que quer te conhecer. – andou rapidamente para o lado oposto, quase caiu ao tropeçar no tapete que nem viu.

Yekaterina tinha se afastado um pouco para olhar alguns casacos na ala feminina, mas o sueco a observava com atenção, mesmo estando em uma conversa com o primo. Emil se juntou aos dois logo em seguida.

—E Mathias? – perguntou o sueco.

—Foi ao caixa, mas não demora.

—Ok. – voltou o olhar para a loira que já voltava.

—Então esse é o pequeno Emil? – sorriu ao ver o garoto. Inclinou-se um pouco para avaliar sua face – Olá, eu me chamo Yekaterina Braginskaya e você?

—Emil Steilsson. – sua voz era quase inaudível. Era tímido demais e ela percebeu, sorriu.

—Que fofura de garoto, assim como Tino. – o abraçou fortemente – Espero que possamos ser bons amigos. – apertou-lhe a bochecha.

O islandês assentiu e correu para a loja em busca do dinamarquês, apenas para evitar ainda mais seu constrangimento diante da loira. Esta apenas sorriu com a timidez e inocência dele.

—Espero que Mathias crie responsabilidade de uma vez cuidando dele. – divagou Lukas, Berwald assentiu.

.x.

O sueco havia deixado Yekaterina em casa. Agora ele estava sentado à mesa junto dos primos, observavam a interação de Tino e Emil na sala enquanto viam um filme de ficção científica.

—Entendo. – virou-se para o outro – Que achas Lu?

—Bem, não terei de ficar sozinho com você, por mim tudo bem.

—Que cruel Lu! – deitou a cabeça na mesa e fez cara de cachorro abandonado – Achei que me amasse…

—Sim, mas esses tempos você tem grudado demais em mim, sabe que eu não gosto desse tipo de coisa.

—Então por que você aceitou que fizéssemos amo…

Pobre Mathias, e pobre braço do Mathias. Ele sabia que o namorado era ótimo em imobilização, agora lá estava ele, no chão e sem conseguir mover sequer o dedinho da mão esquerda.

—Piedade Lukas! – resmungava de dor.

—Isso é para você aprender a não dizer coisas desnecessárias na frente dos outros. – o largou bruscamente.

Berwald suspirou e levantou-se levando consigo sua xícara de café.

—Não precisa… eu estou indo para o quarto e terminar alguns detalhes dos desenhos. Fique a vontade. – e estava quase chegando ao corredor quando virou novamente – Tino, assim que seus primos forem deitar você e Emil também devem o fazer, está um pouco tarde.

—Tudo bem!

Rapidamente entrou em seu quarto, estava cansado, mas não podia dormir agora, ainda tinham os detalhes pendentes de sua exposição.

.x.

—Tino você conhece uma moça loira de olhos azuis que se chama Yekaterina?

Emil observava a paisagem da janela do quarto em que dividiam. O finlandês já saía do banheiro vestindo seu pijama.

—A Katia? Sim, ela é amiga do meu pai. – abaixou-se e puxou uma espécie de gaveta, o barulho de rodinhas chamou atenção do islandês. Ao fim Tino levantou-se e subiu para sua cama. Era na verdade um compartimento que guardava outro colchão.

—Entendo.

O garoto deitou e cobriu seus olhos com o fofo lençol, voltava à cena dela novamente em sua cabeça e sentia que gostaria de vê-la de novo.

“Yekaterina Braginskaya”…


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Notas finais do capítulo

[1] Kanelbulle – É um tipo de bolo de canela sueco e tem formato de caracol.
[2] rublos – Moeda oficial da Rússia e Bielorrússia.
[3] coroas suecas – Moeda oficial da Suécia.
[4] Spettekaka – É um bolo curioso e símbolo culinário de Scania, Skåne. Significa “Bolo de espeto” justamente pelo seu modo de preparo. Usando ovos, fécula de batata, farinha de trigo e açúcar que forma a massa do bolo, esta é enrolada em um grande espeto que vai sendo rodado em uma fogueira, ou em uma máquina. Seu aspecto é seco e deve ser conservado assim mesmo, usam-se sacos plásticos para cobrir, até ser consumido bem crocante. É uma sobremesa servida com café, chás etc.
[5] Skåne – A província de Scania é bastante conhecida pelo bolo Spettekaka.
[6] lirios do vale – Flor nacional da Finlândia.
[7] edelvais – Flor nacional da Suécia, Áustria e Suíça.
[8] Drottninggatan – Em português significa “Rua da Rainha” é famosa em Gotemburgo, Suécia, pelos seus cafés, lojas e restaurantes.


Até o próximo capítulo, e eu não prometo nada não demorar, porque eu sinto que ainda terei um bloqueio na mente. Eita! É greve na faculdade, greve de fome e agora greve de criatividade, era só que me faltava aehaehuaeuh.
Beijos.



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