Sverige escrita por Beilschmidt


Capítulo 3
Descobrindo o que se passa


Notas iniciais do capítulo

Hallo, estou feliz que resolvi o problema das notas finais, deu-me um surto aqui quando eu não pude postar no sábado, já que tinha de trabalhar no 2° turno como fiscal. Mas resolvido. Gute lese



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/538097/chapter/3

Tino acabara de sair com Mathias e Lukas, foram fazer as compras do mês. Gilbert chegou logo depois; tinha sugerido irem a um Café ali por perto e conversarem calmamente, mas Berwald achou melhor ficar em casa mesmo, era mais confortável e não queria topar com Yekaterina enquanto não resolvesse aquele assunto consigo mesmo.

–Então… tu achas que pode ser o que? – com as mãos fechadas ele encarou o albino.

–Já pensaste em estar amando? – os dedos finos e brancos passaram por toda a lista do cardápio que lhe fora dado – Hm?

–Ainda não.

–Deve ser porque nunca sentiste isso por alguém.

–Sim, pelos meus primos e o Tino…

–Mas não esse tipo de amor. – largou o cardápio e fez um “arco-íris” imaginário, como se fosse todo colorido e cheio de “fru-frus” – eu estou falando do “amor”.

–Nunca, eu nunca tive isso.

Suspirou pesaroso, estava sendo difícil explicar para uma pessoa que sequer havia experimentado amar de verdade; desde que ambos se conhecem Gil nunca tinha visto o sueco sair com uma garota, ou mesmo se interessar por alguma. Apenas uma mulher o fazia feliz depois que ficara órfão. Sua irmã; a mesma tinha tido um trágico acidente que acabara ceifando a sua própria vida e a de seu marido, deixando o pequeno Tino em sua guarda. Desde então, viu em primeira mão o alegre Berwald se tornar um iceberg. Passeou os dedos pelos seus cabelos brancos; os olhos vermelhos fitavam um ponto qualquer na mesa, refletiu mais um pouco, mas acabou sem mais o que realmente dizer. Frustrado, fez uma careta feia e chamou a garçonete que passava ao seu lado.

–Então temos muito a conversar. – e fez seu pedido. Um café bem forte.

.x.

A casa permanecia silenciosa desde que o Beilschmidt saíra. A húngara preparava algo como Flodni[1], uma receita que tinha aprendido quando pequena com uma de suas vizinhas quando passou infância em sua terra natal, Hungria. Pelo cheiro parecia ser delicioso. Enquanto isso, no sofá, Yekaterina estava absorta em um enorme cálculo; ao seu redor vários papéis com fórmulas e alguns rabiscos, além de um pequeno caderno de anotações cheio de palavras em finlandês que tinha tirado de Kalevala e não conseguia traduzir, mais tarde perguntaria para Berwald se poderia levar a Tino para que traduzisse.

–Calculando tanto vais acabar com os miolos fritos, Katia. – a morena se aproximou, em suas mãos uma pequena tigela de plástico verde com vários pedaços de maçã – Sobraram muitas do Flodni, quer? – estendeu o objeto.

Спасибі[2] – sorriu e pegou duas fatias – Estou quase terminando aqui.

Elizabeta olhou a hora no seu celular e sentou-se ao lado da amiga, pegou o seu porta DVD’s e fuçou algo para assistir. Procurava “comédia”, mas ali só tinha DVD’s do Gilbert; 85% de tragédia, 5% humor negro, 10% policial e 10% DVD’s da morena. Resmungou um palavrão em húngaro e deixou o objeto de lado. Talvez tenha algum documentário legal sobre focas ou golfinhos na Tv.

A loira sorriu, aqueles viviam em pé de guerra, mas sempre faziam as pazes. Ainda mais agora que a relação deles tinha subido de nível.

Sim, Yekaterina percebeu.

.x.

Matthias estava deitado no carpete da sala com seus fones, a música alta o deixava calmo e irritantemente silencioso, tanto que Lukas o cutucou com o pé para ver se realmente o outro não tinha morrido.

–Diminui esse volume, eu estou ouvindo daqui; quer ficar surdo? – fitou o celular que estava na mão dele – E por que estás com o celular de Tino?

–Ciúmes? – foi atingido por uma almofada – Ok, sim. É do Tino sim, ele me emprestou para ouvir umas músicas, estou querendo ouvir músicas novas e já me sinto viciado por Korpiklaani[3].

–Já ouvi, gosto de Rauta[4], mas prefiro as músicas de Apocalyptica[5].

–Oh, claro, tinha que ser algo que combine com essa sua carinha de certinho. – desviou de outra almofada – Virei alvo agora?

–Sempre foi.

Resmungou e voltou a botar seus fones; realmente Lonkkaluut[6] era uma das melhores. Tino apareceu com uma prancheta e um lápis de desenho do seu “pai”; silenciosamente sentou-se ao lado de Lukas e começou a desenhar o dinamarquês. O loirinho tinha um talento e tanto e gostava de explorar sempre que tinha tempo livre. Seus desenhos eram mais detalhados e complicados que os de Berwald, mas não gostava de pinta-las. O preto e o branco eram o suficiente em sua arte, e isso bastava para inflar seu ego. Pensava em um dia desenhar em um enorme quadro para que seu “pai” o pintasse, tinha conversado com ele sobre isso, poderia até mesmo ser um dos temas para as exposições dele.

Tinha descoberto o quadro que o sueco pintara e logo descobriu que a moça que conhecera era a que estava pintada. Ficou com a face dela na cabeça e já tinha até feito um desenho ampliado do quadro; pensava em dar a ela.

.x.

Berwald e Gilbert passaram praticamente o dia conversando sobre outros assuntos banais. Assim que se despediram já estava tarde, Gil andava calmamente pensando em como ajudar seu amigo, este que tanto lhe ajudou quando mais precisava. Lembrava-se do dia em que chegou à Suécia com o irmão, triste, carente e confuso. Vinte e seis anos e já se afastará de seu segundo grande sonho. A medicina.

Era filho de pai alemão e mãe sueca, por isso sabia ambas as línguas fluentemente, mas se considerava mais alemão que sueco. Trabalhava em um hospital como um médico renomado na Alemanha, foi quando presenciou a morte de Anette, a primeira garota por qual se apaixonou. Ela era sua vizinha e ao conhecê-la tiveram um desentendimento, logo, todas as vezes que se falavam tratavam de soltar farpas. Ficaram nessa enrolação até o ano que ele começou a trabalhar no hospital, cuidava dos seus pacientes com delicadeza e paciência, e assim como todo médico tinha de ter sangue frio para lidar com a morte. Mas ao completar três anos trabalhando ele teve um dia de folga. Seu celular tocou e recebeu uma notícia nada agradável; seu superior o estava exigindo que comparecesse imediatamente na emergência; ele foi, resmungando, mas foi.

Ao chegar lá deu de cara com Anette em uma sala respirando com ajuda de aparelhos. Os cabelos loiros sedosos espalhados pelo travesseiro, sua face antes rosada estava pálida a fazendo parecer uma boneca de porcelana, os olhos azuis sempre tão alegres e fervorosos já estavam quase sem vida. Não podia ser ela quem estava ali. Não era a Anette que conhecia; a garota chata e irritante, sua vizinha que lhe tirava do sério, a garota por quem se apaixonou perdidamente mesmo sem se dar conta. Puxou uma cadeira para seu lado e pegou-lhe a mão, estava gelada; ajeitou-a melhor no lençol grosso. Uma enfermeira adentrou o quarto junto do superior do albino, fez um leve movimento indicando para que fosse lá para o corredor e poder conversar a respeito.

O que ela tinha? Maldição de Ondine[7]. O alemão ficou assustado, sabia pouco dessa doença; como costumava mais brigar que conversar com a moça, ele nem ao menos sabia que ela possuía esse mal. Parece que ela tinha adquirido geneticamente, sabia que a mãe dela tinha morrido, mas não sabia de que e logo lhe veio à mente. Anette era muito frágil para com doenças, desde sempre. Após uma breve conversa com a moça, ele descobrira que desde pequena a loira utilizava um suporte de ventilação mecânica para dormir; mas após a mãe morrer e o pai ser morto em um tiroteio, ela ficara traumatizada e sua doença evoluíra.

Gilbert tentou anima-la da melhor maneira possível, os outros médicos, enfermeiras e seu superior sabiam do vínculo que eles acabaram formando durante o curto período de tempo que a moça passou ali. Anette estava feliz, sentia-se viva com as brincadeiras dele, mesmo sabendo que seus dias de vida iam reduzindo aos poucos; tentava ao máximo se afastar do sentimento de tristeza. No dia em que ele apareceu no quarto avisando que ela poderia entrar em processo cirúrgico para a introdução de um marca passo no nervo frênico, ela ficou feliz, mas não estava muito otimista. Tinha perdido seus pais, sem eles ela se via sozinha, mesmo com Gilbert ao seu lado lhe apoiando, lhe fazendo sorrir.

Um mês antes da data marcada para a cirurgia, o albino adentrou o quarto e viu a moça sem o aparelho, desesperou-se. Ela se sentia sufocada, mas um sorriso brotara em seu rosto, feliz com seu destino. O oxigênio no limite, os sentidos se esvaindo, a voz de Gil que chamava pelos médicos, lágrimas que caíam em seu rosto e a tentativa de lhe colocar o aparelho no rosto; mas ela recusava.

Ich liebe dich! Lass mich nicht, bitte… Anette.[8] – apertou-a levemente, estava gelada e sentia o coração dela ir diminuindo o ritmo.

Danke… ich auch…[9]

Anette era seu primeiro grande sonho.

Os olhos fecharam-se para sempre. Triste, no dia seguinte, ele pediu demissão do hospital, aposentou-se como médico; levando o irmão menor para a Suécia e morar apenas os dois, na tentativa de esquecer tudo. Queria poder perder a memória, mas conheceu Berwald, que o ajudou a se distrair, além de acabar conhecendo Elizabeta; ela e Anette eram iguais na maneira como o tratava, a diferença era que a loira era mais frágil enquanto Liz era mais enérgica e forte.

.x.

A húngara comia o Flodni com a loira enquanto viam um filme, “Die Welle”[10], quando o Beilschmidt chegou. O rosto vermelho indicava que havia chorado, sentou-se ao lado da morena e a abraçou fortemente; ela, preocupada, pediu para que a amiga pegasse um copo de água para o homem. Assim que Yekaterina saiu ela afagou seus cabelos.

–Anette?

–Sim. – respondeu choroso.

–Tudo bem, você está comigo agora.

–Fique calmo Gil – a jovem retornara com o copo – Beba um pouco e relaxe.

–Às vezes me pergunto, quando é que vou realmente superar isso…

–Enquanto isso não acontecer você tem uma garota que gosta de você, e uma amiga. – a morena concorda – Então fique tranquilo, vai dar tudo certo.

Passaram quinze minutos deitado no colo de Liz, esta voltara a ver o filme enquanto fazia carinhos nos cabelos brancos dele. Não demorou mais que isso para logo sentir falta do seu hidromel; correu até a geladeira e voltou com três garrafas.

–Vamos beber. – sorriu. Gilbird apareceu voando e pousou no ombro da ucraniana. Elizabeta deu uma tapa no outro e riu.

–Eles não mudam; né? – perguntou ao à ave – É um casal interessante.

.x.

Berwald estava na cozinha preparando o jantar; por cima da roupa um avental azulado. A faca de lâmina afiadíssima deslizava calmamente pela grossa fatia de carne. Tino tinha comprado no Saluhall o lombo de rena[11], várias frutas e doces. Suspirou, em cima da mesa estava uma sacola com no mínimo oito Prinsesstårtas.

–Sve? – o sueco encarou Matthias, estava acostumado com o apelido – Aquela loira peituda ligou e… - desviou de um garfo – Lort![12] Quer me matar?

–Respeito para com ela.

–Enfim, ela ligou e pediu se você poderia “emprestar” Tino para ajuda-la com umas palavras em finlandês.

–Hm… acho que sim. – pensou em trazê-la novamente e sorriu.

Matthias saiu da cozinha, o sueco pegou o garfo e lavou. Ainda teria de preparar as almôndegas.

.x.

Dois dias depois, Yekaterina, Berwald e Tino já se encontravam novamente, dessa vez passeavam por vários pontos turísticos, provaram de diversas bebidas e pratos típicos. A moça estava amando tudo e sentia-se uma garotinha novamente. Tino sorriu e em certo momento chegou mais perto do sueco e perguntou:

–Ela será minha nova mãe? – dezoito anos, mas agia inocentemente quando queria.

Vad?[13] – olhou novamente para a moça que apreciava um pedaço de um tradicional Kanelbulle[14] – Talvez… - sussurrou.

–O que disse?

–Nada.

–Aonde vamos agora? – ela vinha com um enorme sorriso, a parte de cima de seu casaco estava aberta por causa do busto, senti-o apertado.

–Que tal Saluhall?

Ótima pedida! Tino agarrou a mão da moça e a levou para conhecer as especiarias suecas que mais gostava. O loiro olhava de perto os dois, talvez pudesse se aproximar mais de Yekaterina e quem sabe, daria uma boa mãe para o finlandês; Tino sempre sentira falta de uma que o cuidasse, que o ajudasse com as tarefas. Ele sempre teve o apoio dele e dos primos, mas uma companhia feminina/materna era o que faltava. Agora que tinham a loira ali ele poderia se soltar de uma forma meio que descontraída. Ficaria muito feliz por ter uma mãe como ela.

No final do dia, os três estavam exaustos; a loira conseguira traduzir as palavras com ajuda do garoto e acabara de chegar a casa. Tinha feito compras e as deixou em cima da mesa, foi ao seu quarto e tomou um banho quente; já enrolada na toalha ela vê pela janela a neve caindo, sorriu. Gostava de neve.

–Agarrando coração do Berwald né?

Ela assustou-se com a voz maliciosa da morena, tanto que acabou esquecendo-se da toalha e deixou cair. Gilbert passava por ali em direção à cozinha e viu a cena. Daí já viu…

На жаль[15] – seus olhos marejados encaravam um Gil branco, mais do que o normal, desmaiado no chão com um filete de sangue escorrendo do nariz; o sorriso bobo era mais que perceptível.

–Não tem porque se desculpar. – entregou a toalha e sorriu – É que ele tem essa tara por seios desde sempre, esse safado. – cutucou-o com a ponta do pé – Depois cuido desse peixe morto.

O celular que estava na cama vibrou; era o sueco quem ligava.

–Eu vou cuidar dele para lhe deixar a sós com seu “amigo”. – sorriu ao enfatizar a palavra, envergonhada e sem palavras ela atendeu o aparelho.

.x.

A noite chegou rápido e após um rápido jantar a loira se retirou para dormir, estava cansada demais e precisava dormir para, enfim, terminar de digitar suas conclusões sobre algumas reações químicas. O casal ainda ficou na cozinha conversando e beliscando em uma geleia de mirtilo que a química tinha preparado pela manhã.

–Poxa Liz, não foi à intenção, é só que… é grande demais, como é que pode uma coisa dessas. – apalpou os seios da morena – Você ficaria muito diferente se tivesse eles iguais aos da Katia. Mas ficaria gostosa. Kesese~

–Está parecendo um adolescente virgem que nunca viu seios na vida. - passou queijo de uma bisnaga em uma torrada e mordeu – Se tocar de novo vai apanhar.

–Verdade. – tirou as mãos dali – Até porque eu posso toca-los mais tarde.

Ela sorriu, ele não tinha medo de levar mais uma tapa. Olhou para o lado e viu na cesta de pães suecos.

–Estava pensando em uma coisa.

–O que? – ele a olhou nos olhos, gostava do verde de suas íris.

–Eu gostaria de uma menininha correndo por esta casa.

E lá se foi Gilbert com cadeira e tudo ao chão, engasgado com a geleia e tentando arranhar a lajota branca. Rindo, ela levantou e calmamente o ajudou; depois de passado o susto e com um copo de água na mão retomaram o assunto.

Was?[16]

–Eu gostaria de uma filha. Gil, eu tenho trinta anos e ainda não tenho meus moleques, está na hora não acha? – apontou uma colher para seu rosto.

–Sim, mas primeiro temos de casar e…

–Eu não quero casar, você sabe muito bem porque e estamos bem assim. – abraçou-o.

–Eu sei… você acha que o casamento acaba desgastando um relacionamento e “bla-bla-bla”. Mas enfim, não vou lhe forçar, se quer que tudo fique do jeito que está… que assim seja. – beijou-a – Mas ao menos um anel de compromisso você tem que ter.

–Faça o que quiser, eu só quero moleques correndo pela casa. – riu.

–Então porque não começamos agora?

Ele a puxou para o sofá e começaram com carícias, as mentes foram ficando cada vez mais nubladas e aos poucos perdendo a noção de sanidade.

–Espere! – empurrou-o, ele caiu ofegante no carpete – Não podemos fazer isso aqui, Katia está dormindo, seu besta.

–E daí? Ela dorme feito uma pedra, e tenho certeza que ela não se importaria. – tentou agarra-la novamente, mas foi ignorado.

–Não, vamos respeita-la. – levantou e o puxou para o quarto – Vamos dormir que amanhã te recompenso por isso.

Sem mais o que dizer, sorriu aceitando; pensava no castigo que daria nela. Mas por enquanto dormir agarradinho a ela era ainda melhor. Quem sabe ele não se esquecia do trauma de Anette? Elizabeta era a mulher capaz disso, estava feliz por tê-la ao lado. Já até se imaginava beijando a barriga de nove meses dela e até mesmo nos nomes que daria aos seus pirralhos.

.x.

Matthias acordara de madrugada e foi até a geladeira para beber água, e lá encontrou Lukas bebendo um copo de leite. Puxou uma cadeira para mais perto do rapaz e pousou sua mão na coxa direita dele, o outro olhou para o “primo”, sua mão acariciou a dele.

–Não consegues dormir? – Matthias deu uns beijinhos na bochecha de Lukas.

–Estou sem sono.

–E por quê?

–Será por que meus quadris ainda doem? – fuzilou-o com o olhar.

–Ah, eu sinto muito por isso, eu ainda lhe perguntei se gostaria de ser preparado antes. Isso que dá querer um sexo bruto. – abraçou-o delicadamente, riu – Da próxima vez serei mais gentil.

–Bom mesmo.

Matthias quase morreu de fofura com o bico do outro e o apertou mais ainda; encheu de beijos a face rosada e foi mordendo o pescoço. Lukas tomava calmamente o seu leite, gostaria muito de poder dormir depois de todo esse amasso, mas sabia que se dependesse do loiro a sua noite seria em claro, então melhor parar por ali, já que não queria ninguém presenciando ele dando a bunda para o dinamarquês.

–Vamos dormir. – levantou e o puxou pela mão, o copo fora deixado na mesa.

Pobre Matthias, achando que teria uma noite selvagem, acompanhou-o apenas para deitar e ficar na expectativa daquela bundinha branca. Passou a noite resmungando pragas, além de ouvir um “cala a boca” e levar um beliscão na coxa.

É, seria uma longa noite.

.x.

Sorriu assim que conseguiu a resposta correta para um dos cálculos, bebeu um pouco de água e levantou da cadeira, arrumou os papéis dentro da sua pasta. Com uma leve massagem nas mãos Yekaterina foi até a janela e abriu a cortina; ao fazer isso lembrou que no apartamento de Berwald não tinham cortinas em nenhuma janela. Daí recordou que Liz tinha dito algo sobre isso.

“A maioria dos suecos não usam cortinas em suas casas, mas eu uso porque gosto de privacidade.”

Lembrou-se também de mais algumas curiosidades sobre a Suécia que a morena lhe falou.

“Sabia que foi o primeiro país a imprimir dinheiro?”

“É permitido falar no celular enquanto dirige, apesar de eu preferir atender só depois de estacionar, acho perigoso, sabe?”

Entre outras. Resolveu dormir um pouco e descansar depois de um longo dia digitando. Talvez mais tarde pudesse ligar para Berwald e ver se podia sair para tomar um café.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

[1]Flodni: É um bolo típico da Hungria, conhecido como bolo húngaro-judaico. Tradicionalmente feito em forma retangular ele é formado por camadas, geralmente tem três apenas de recheio: semente de papoula, nozes e maçã.
[2] Спасибі: “Spacybi”, “Obrigada/o” em ucraniano.
[3]Korpiklaani: Uma banda finlandesa de folk metal que eu amo demais e estava com vontade de botar aqui porque SIM. O nome significa “Clã da Floresta”.
[4]Rauta: “Ferro” em finlandês, é uma música da banda já dita Korpiklaani :B amo
[5]Apocalyptica: Banda finlandesa de symphonic metal (heavy metal com aspectos de sinfonia), outra banda que amo, eles tocam com violoncelos e as vezes fazem parcerias com outros cantores e bandas famosas, como Rammstein na música “Ohne Dich”
[6]Lonkkaluut: “Carne do quadril” em finlandês, tradução por mim porque eu traduzi a música para o português, porque não tinha, e está disponível no site Spirit, só dar uma procurada ;B. Ah, e a letra foi baseada no livro Kalevala.
[7]Maldição de Ondine: Conhecida também por Síndrome Central Congênita ou Hipoventilação Alveolar Primária a Maldição de Ondina; o nome vem em função de Ondina, uma ninfa da água, da mitologia germânica. A ninfa tinha se apaixonado por um homem e ele “Sempre que estiver acordado e respirar, meu pensamento será apenas para lhe amar e ser fiel”. Mas ele a traiu. “Você jurou fidelidade a cada respiração. Assim seja, permaneça acordado para lembrar-se de respirar, pois se dormir sua respiração cessará e você irá morrer”. Achei a história interessante e queria botar na história. É uma rara doença genética causada por uma mutação no gene PHOX2B localizado no cromossomo 4, que gera uma desordem no sistema nervoso central, o que causa uma descontrole no sistema respiratório; assim que a pessoa dorme, ela para de respirar. Em casos leves a pessoa vive normalmente, mas ao dormir precisa respirar por suporte de ventilação mecânica, mas em casos graves., como o da Anette, seria por 24 horas ou a pessoa morre.
[8]Ich liebe dich! Lass mich nicht, bitte: “Eu te amo! Não me deixe, por favor” em alemão.
[9]Danke… ich auch: “Obrigada… eu também” em alemão.
[10]Die Welle: “A onda” em alemão, é um filme.
[11]Lombo de rena: Sim, se come rena na Suécia, assim como em toda Escandinávia, e talvez Rússia e-e
[12]Lort: “Merda” em dinamarquês.
[13]Vad: “Que” em sueco.
[14]Kanelbulle: Um tradicional bolo de canela sueco.
[15] На жаль: “Na zhal’ ”, “desculpe” em ucraniano.
[16]Was?: “Que?” em alemão.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Sverige" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.