The Psychopath escrita por Daughter of Zeus
POV Violet
Estava no intervalo, e Tate não havia aparecido até agora. Esperei escutando música e lendo sem muito interesse a matéria sobre a prova da semana que vem.
– Seu pai parece não gostar de mim. – Ouvi Tate dizer, sentado do meu lado.
Olhei para ele e tirei os fones de ouvido.
– O que ele disse ontem? – Perguntei.
– Ele disse para eu ficar longe de você. – Ele respondeu.
– Mas eu nunca fui muito obediente... – Ele falou, abrindo um sorriso no final.
Eu ri.
Vi que a mesma menina, ‘’a presidente do conselho estudantil’’ estava nos encarando.
– Você conhece aquela menina? – Perguntei, olhando em direção a ela.
Ele olhou para ela também e pareceu ficar nervoso. Ele levantou e disse:
– Vamos lá para dentro, vem.
Eu levantei e o segui, até o ginásio, que estava vazio.
– O que tem de errado com aquela menina? – Perguntei, intrigada.
– Ela é a namorada do cara em que eu bati. – Ele respondeu. - E ela me odeia por eu ter feito isso.
– E porque você bateu nele, afinal? – Eu perguntei.
– Porque ele me incomodava. E eu não gosto de falar nisso. – Ele respondeu, ficando inquieto.
O sinal para o fim do intervalo soou.
*---------------------------------------------------------------------------------*
As aulas tinham terminado, e eu estava esperando minha mãe vir me buscar. Vi que a mesma menina que estava me encarando no intervalo estava andando até a mim.
– Você precisa ficar longe do Tate. – Ela disse.
– Por que eu faria isso? – Perguntei.
– Você sabe quem eu sou? O que ele fez para mim? – Ela perguntou.
– Oh, você é a suprema presidente do conselho estudantil. Posso beijar seus pés? – Perguntei, com ironia.
– Não, não é isso. Tate matou o meu namorado. Você tem ideia do que ele pode fazer para você? – Ela perguntou.
– Ele bateu no meu namorado com taco de baseball até ele ficar inconsciente, ele ficou num estado crítico. Ele nem ao mesmo conseguia andar sozinho! – Ela falou, parecendo que ia chorar.
– Ele é um monstro! – Ela gritou.
– Eu sei o que ele fez. E eu sinto muito. – Eu disse.
Ela me olhou com uma cara de ódio e eu pensei que ela iria me bater.
– O meu namorado poderia ter tido uma vida, ele poderia ter se formado, nos poderíamos casar e ter filhos! E num instante tudo isso foi por água abaixo por culpa dele.
Minha mãe chegou.
– Olha, eu sinto muito. Tenho que ir. – Eu falei.
No caminho para casa, fiquei pensando no que ela disse. E o que o meu pai disse também. Parecia que ninguém gostava dele além de mim, todos o viam feito um monstro. Mas para mim, ele não era. Talvez ele tenha mudado com o tempo.
*---------------------------------------------------------------------------------*
Cheguei em casa, Moira estava preparando o jantar e meu pai tinha saído de novo. Eu estava no meu quarto, quando ouvi alguém bater na porta. Levantei e abri, era Tate.
– Olá. – Ele disse.
– Você não pode vir aqui. Se meu pai lhe vir de novo ele vai te matar. – Eu falei.
– Não se preocupe. – Ele disse.
Eu sentei na cama de novo e ele sentou também.
– Aquela menina veio falar comigo hoje. – Eu falei.
– Leah? – Ele perguntou.
– Não sei o nome dela. – Respondi.
– O que ela disse? – Ele perguntou.
– Ela disse que era namorada do garoto que você matou e que era para eu ficar longe de você. – Eu respondi.
– E você vai fazer o que ela disse? – Ele parecia preocupado.
– Nunca fui muito obediente. – Respondi.
Ele balançou a cabeça e riu.
– Mas, você não se importa mesmo? – Ele perguntou.
Neguei.
– Isso é bom. – Ele disse.
– E eu preciso ir. Seu pai logo vai chegar e ele não gosta de me ver contigo. – Ele falou.
– Sério? Mas não pode ficar mais? – Eu pedi.
Ele balançou a cabeça negativamente.
– E se ele chegar e eu ainda estiver aqui? Ele não vai te deixar mais eu te ver. – Ele explicou.
– Mas não fique assim. Já que eu não posso vir aqui, você pode ir à minha casa, sempre que quiser. – Ele disse, me abraçando.
Ele ficou mais um tempo abraçado em mim e se despediu.
*---------------------------------------------------------------------------------*
Durante o jantar, meu pai parecia inquieto, minha mãe percebeu e lhe perguntou o que havia de errado.
– É que investimos muito dinheiro nessa casa, e eu estou perdendo clientes... Muitos problemas. – Ele respondeu.
– E principalmente Tate. – Minha mãe comentou.
Ele pareceu ficar furioso e disse:
– Tate pagava bem. Mas o problema é que ele é uma má influencia para Violet, será que não percebe?! Não tenho certeza se posso trata-lo novamente.
– Ei eu ainda estou aqui. – Protestei.
– Mas é verdade, Violet. Você não entende, Tate é um psicopata. Eu mesmo nunca vi um caso como ele. Ele é manipulador, ele mente para agradar as pessoas e conseguir tudo o que quer. – Ele disse.
Já chega. Levantei-me e fui para o meu quarto, o deixando falar sozinho.
Fui para o banheiro, enchi a banheira e tomei um banho. Enquanto eu terminava de vestir meu pijama, ouvi alguma coisa lá fora. Olhei pela janela que dava vista para o jardim e Tate estava lá em baixo.
Ele fez um sinal, dizendo para eu descer. Desci e fui até lá.
– Você é louco? Se meu pai lhe vir aqui essas horas ele te mata. – Falei.
Ele riu.
– Eu precisava te ver. Posso ficar um pouco? – Ele pediu.
Maldito. Eu não conseguiria negar. Assenti com a cabeça e disse:
– Vamos lá para dentro, aqui está frio.
Ele me seguiu até o meu quarto. Ele sentou na cama e me puxou para um abraço. De repente ele começou a chorar.
– Tate? O que foi? – Perguntei.
– Eu devo ter te contado sobre minha mãe. Não foi? Hoje depois de eu vir aqui te ver, eu fui até o hospital. Minha mãe estava pior, me disseram que ela poderia morrer a qualquer momento. – Ele respondeu.
– Isso é horrível. – Eu falei.
– Eu não sei o que eu vou fazer se ela morrer. Eu vou ficar sozinho de novo. – Ele murmurou.
– Ei, não. Eu também estou aqui, não vai ficar sozinho. – Eu disse, tentando confortá-lo.
– Sério? – Ele perguntou.
– Eu preciso ir para casa, esta muito tarde. – Ele disse, enxugando as lágrimas do rosto.
Eu o acompanhei até a porta da frente e me despedi.
Eu fiquei pensando no que meu pai disse. Mas ele parecia mais deprimido do que psicopata, sua irmã morreu num acidente, ele nunca conheceu seu pai e sua mãe estava morrendo numa cama de hospital. Não deixaria qualquer um louco?
Fiquei ouvindo Birds no meu Ipod até o sono chegar.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Birds - Crystal Castles
Alguém de vocês gosta de Crystal Castles? Eu acho que seria uma banda que Violet provavelmente gostaria, e além disso eu quase sempre faço os capítulos ouvindo as músicas dessa banda.
E então, comentem sobre o que gostaram no capítulo, sobre o que vocês acham do Tate e sobre o que vocês não gostaram/ acharam que ficou ruim.