Gajeel POV’s

Passou muito rápido desde terça-feira. Já é sábado e eu estou prestes a embarcar no avião para Londres. Despedi-me da baixinha há pouco (dez minutos, quem sabe) e cá estou.

A pequena parecia um pouco triste, irritada e intrigada tudo ao mesmo tempo (mulheres são mesmo bipolares assim?). Acho que deve ser porque eu não vou levá-la junto na viagem. Não poderia também. Ela não pode saber o que eu estou fazendo. Se ela viesse comigo, ia dar tudo errado. Nem sei se ela ficaria brava ou não. Já não sei mais o que consigo esperar dela.

Enquanto estava perdido em meus devaneios, embarquei no avião e o piloto nos deu as instruções para o voo, mandando-nos colocarmos o cinto de segurança e ler o pequeno manual localizado na parte detrás do assento da frente.

Quando eu digo pequeno, é pequeno mesmo. Chega a ser menor que a baixinha. Gehe.

Peguei-o na mão e fiz o que o cara mandou, mesmo com um super desanimo.

Dessa forma, decolamos.

(...)

Levy POV’s on

Suspirei ao entrar em casa. Ótimo. O final de semana que posso ficar em casa e descansar com meu namorado, eu fico sem meu namorado. Irônico, não? Tudo o que eu queria. Talvez alguma força, seja lá qual ela for, esteja tentando brincar comigo (e está conseguindo), pois é a única explicação viável para a minha situação atual.

– Vamos, Lily – falei, pegando o neko preto em minhas mãos. – Gajeel não quer ficar comigo? Não tem importância. Eu e você vamos fazer alguma coisa juntos então. – Fui para a cozinha, fiz uma pipoca de microondas e voltei para sala para ver uma série na televisão.

Quando tinha acabado de me ajeitar no sofá, o interfone toca.

– Quem é, Yuri? – pergunto para o meu mais antigo e gentil porteiro.

– Dois homens chamados Jet e Droy. Você os conhece Levy-san? – Uau! Quem diria que receberia uma visita dessas? A quanto tempo não os vejo?

– Conheço sim Yuri! – respondi um pouco mais animada. Jet e Droy são meus amigos de infância do Japão. Antes de me mudar brincava muito com eles nos momentos em que eu estava na escola. Fazia alguns anos já que eu não os via nem ouvia falar deles.

Dessa vez foi a campainha que tocou. Peguei a chave da porta e abri-a sem pensar duas vezes.

– Jet! Droy! – disse abraçando-os. – Que saudades!

– Levy-chan! – começou Jet – Você continua igualzinha!

– E vocês então?! Está bem alto Jet – comentei – E Droy, não me leve a mal, mas você engordou – rimos. Realmente. Ele sempre fora magro e alto, mas agora estava um pouco baixo (não mais do que eu, obviamente) e rechonchudo. – Vamos, entrem! Acabei de fazer pipoca!

Eles entraram e começamos a conversar e contar sobre nossas vidas: como estávamos, o que estávamos estudando, com o que estávamos trabalhando, namorando ou não, e coisas do tipo. Fazíamos isso enquanto não começava a série, que, por uma coincidência, eles acompanhavam também.

Foi desta forma que passei minha tarde.

(...)

Gajeel POV’s on

Enfim cheguei. Nem sei por onde começar. Tenho um dia para fazer o que eu preciso fazer, e isso irá decidir meu futuro. Se estou nervoso? Magina’, só muito. Se estou apreensivo? Nem consigo mais pensar caso der errado. Mas se estou aqui, é por um objetivo e eu devo cumpri-lo, dando certo ou não.

Já estou com as informações que a Lucy me passou (que, graças a Kami, ela resolveu me ajudar). Se não fosse ela, estaria meio ferrado...

Enfim, o primeiro passo é chamar um táxi. O segundo é ligar para a nanica. O terceiro ir para meu hotel. O quarto ligar para as pessoas que vão decidir meu futuro, perguntando se eu posso ir visitá-las. E, por fim, o quinto é concluir meu objetivo.

Meu Kami, desde quando eu sou tão organizado?

Levy POV’s on

– Ja ne! – despedi-me de meus queridos amigos. – Foi muito bom revê-los!

– Dizemos o mesmo! – Jet terminou a conversa.

Adentrei o prédio novamente e fui para meu apartamento. Ao entrar, escuto o telefone tocar.

– Alô? – atendi de modo casual.

– Baixinha? – Gajeel parece ter chegado. Já são 19h25, ou seja, ele passou o dia no avião.

– Quem bom que chegou – falei, sentando-me no sofá – Como foi a viagem?

– Ah, não sei.

– Como assim não sabe? – Ele viajou a tarde inteira e não sabe me dizer se a viagem foi boa ou não?

– Ah, sei lá. Eu dormi. – Agora está explicado.

– Ah. – pronunciei.

– Estou indo pro hotel agora. Resolvi te ligar antes de chegar porque não sabia se você ia dormir cedo ou não.

– Hum – disse.

– O que foi, pequena?

– Posso te fazer uma pergunta? – foi uma reação repentina de minha parte. A pergunta surgiu na minha cabeça e sem pensar acabei por falar isso. Eu estava meio insegura ao falar isso, mas minha “curiosidade” é maior do que meu “medo”.

– Já fez. – Como eu odeio quando ele faz isso! – Mas pode fazer outra.

– Você desistira de mim? – fui bem direta. Qual o problema? Ele está me escondendo algo, eu estou enlouquecendo.

Houve um momento de pausa.

– Você desistiria da sua vida? – Respondendo com uma pergunta. Típico dele.

– Não. – respondi quase que instantaneamente.

– Eu também não – fiquei quieta, porém sorrindo como uma boba.

– Como você consegue me irritar tanto e depois concertar o que fez em nem um minuto? – questionei.

– Responda-me você. Eu não posso te responder no seu lugar – Respostas que não são respostas... como eu amo isso. - Baixinha, eu to’ quase chegando. Vou desligar. Tenha uma boa noite e sonhe comigo. Gehe.

– Baka. – reclamei brincalhona – Suminasai*, aishiteru*.

– Aishiteru*. – A ligação teve fim.

Ainda sorrindo como uma idiota, segui para o banheiro, tomei banho e fiz minha higiene. Voltei para sala e comecei a ver um filme.

“Gajeel é realmente muito kawaii quando quer” pensei comigo mesma. “E intrigante ao mesmo tempo. É engraçado... Ele está me escondendo algum segredo inidentificável ao meu ver, por falta de informação de minha parte, está agindo estranho para escondê-lo de mim, porém, ainda assim, mostra-se kawaii em certos momentos... Gajeel é uma pessoa imprevisível.”, ri sozinha ao lembrar de acontecimentos no passado que provavam a mesma coisa. “Boa noite, Gajeel” essa foi a última coisa que eu pensei antes de adormecer no sofá com Lily em cima da minha barriga e a TV ligada.