Beauty and the beast escrita por SundaeCaramelo


Capítulo 29
Capítulo 29


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, mil perdões por não ter postado nos outros dias, eu passei mal, dps quando fui escrever apagou td pq deu um bug aqui, isso aconteceu três vezes e eu quase atirei o computador da janela, mas enfim, com vocês o penúltimo capítulo :´) Última narração dos personagens... Espero q gostem!



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POV fera

– Como assim " e agora" ?- perguntamos juntos Bela e eu. Sorrimos um para o outro.

– Bom, temos um homem amarrado lá em cima, centenas de aldeões provavelmente lutando até agora e várias jovens para resgatar. Então, e agora, o que devemos fazer? Nem tudo está terminado.

Nos entreolhamos. Ela tinha toda a razão. Algumas coisas não estavam terminadas. E cabia à nós termina-las.

– Onde ele está?- perguntei.

– Amarrado no terceiro andar, trancado no primeiro quarto que eu vi. Por que a pergunta? - respondeu Harry.

– Porque eu estou indo falar com ele. - anunciei, saindo do salão e deixando todos boquiabertos.

Atravessei o corredor e subi as escadas que levavam ao segundo andar, depois ao terceiro e comecei a procurar o quarto onde o " prisioneiro " estava. Quando passei por um espelho, levei um susto. Então esse era eu. Eu não era mais um monstro. Eu era... normal. Talvez eu demorasse um pouco para me acostumar ao fato de poder mostrar meu rosto sem fazer as pessoas gritarem. Mas isso não era muito ruim...

Ouvi alguém praguejando num quarto no fim do corredor. Com certeza era esse. Quando estava prestes a abrir a porta, Paul surgiu em minha frente, ofegante.

– O que faz aqui?

– Vim evitar que vocês tentassem se matar de novo. Ordens de Bela.

Dei de ombros e abrimos a porta.

– Quem é você?- ele perguntou do chão.

– Isso não importa. Eu vim pedir para que você liberte as jovens inocentes que você capturou. - pedi.

– Não! Eu só fiz isso pela Bela, mas ela não me quer. Além disso, não tenho nada a perder se não fizer o que você pede.

– Ah, tem sim. - respondi, pegando uma espada de uma armadura próxima e apontando para seu pescoço. Ele arregalou os olhos e se afastou um pouco. Paul ia repreender, mas eu não deixei. Ri um pouco do terror do rei, afinal, a lâmina estava completamente cega. Mas, ao menos ela serviu para alguma coisa, já que ele acabou cedendo.

Eu e Paul o levamos até o andar de baixo, onde Bela, Anna, Harry e os outros tentavam ajudar os aldeões que tinham lutado. Assim que Bela me viu descendo as escadas, correu até mim e me obrigou a dizer o que tinha acontecido lá em cima. Eu expliquei calmamente e depois ela e ajudou e me contou que, por sorte, não havia nenhum ferido mortal e nenhum morto, de nenhum dos dois lados.

Juntamos os soldados que restavam ao rei ( a maioria tinha fugido), os amarramos também e fizemos eles levarem cinco aldeões até seu reino, para libertar as jovens. E também arranjamos alguns cavalos para levar os outros aldeões de volta à suas casas. Eles não gostavam muito de Bela, pelo que ela havia me contado durante o tempo que passou no castelo, mas ela foi tão gentil que agora parecia que eles também a amavam.

Depois que limpamos e resolvemos tudo, Bela e eu fomos para a varanda de meu quarto, , ver o sol se pôr.

– Então... - começou ela, enquanto se sentava na borda e eu me sentava ao seu lado, como no dia em que dançamos. - Anna me disse que o caminho secreto que nos traz até o castelo só se abre quando "sente " a minha presença. Por que será?

– Não sei... - suspirei. - Talvez o próprio castelo que sempre soube que era você a escolhida. Aliás, acho que todos sempre souberam. Eu que fui burro demais para perceber antes de você partir. Mas agora está tudo bem. E eu não sou mais uma fera. - terminei, sorrindo para ela.

– Nicholas... Acho que prefiro você como fera.

– Isso é sério? - não pude deixar de rir.

– É sim. Acho que vou demorar um pouco a me acostumar com isso. Mas, tenho que admitir, que você é um humano bem bonito... - respondeu ela, segurando minha mão.

– Obrigado. Você também é uma linda humana... A mais bela de todas... - agradeci, beijando sua testa, e ela corou.

– Que dia é hoje? Quero me lembrar para sempre do dia mais feliz da minha vida.

– Bom, acho que hoje é... - ela não conseguiu terminar a frase, pois foi interrompida pelos sons dos sinos da igreja da aldeia. O sineiro devia estar animado naquele dia, porque os sinos pareciam ter sido tocados de um jeito mais especial. E por mais tempo. Quando finalmente acabou, Bela exclamou, encantada:

– Que lindo!

– É, sempre tocam. Dá para escutar daqui. Mas hoje estava diferente...

De repente ela se levantou bruscamente e arregalou os olhos.

– O que foi?

– Nicholas, é véspera de Natal.

– Ah, que bom.

– Como eu pude esquecer? É o meu dia favorito do ano, além de nosso aniversário. Nossa, como vamos arrumar tudo? Precisamos montar a árvore, comprar os presentes, preparar a ceia... Meu Deus, como faremos isso até meia noite? Nicholas, você se importaria se a família de Anna viesse passar o Natal aqui?- dizia ela, andando eufórica de um lado para o outro.

– Calma Bela. São seis horas ainda, vai dar tempo sim. E não, eu não me importo, pode chamar. - eu disse, me aproximando.

– Obrigada. Eu preciso ir até a aldeia. Agora. Até mais Nicholas. - despediu-se ela, antes de me dar um beijo rápido e sair.

Fiquei um tempo parado na porta, tentando processar as coisas. Era véspera de Natal. E iríamos comemorar. Meu primeiro Natal. Quer dizer, eu havia tido outros Natais, mas todos solitário e sem a companhia dos criados, que eu sempre liberava para visitarem suas famílias. Eles queriam ficar, mas eu nunca permitia. Alguém tinha que ficar feliz no Natal, pelo menos. Agora eu teria um Natal de verdade. Com trocas de presentes e votos de felicidade. E ao lado de quem eu amava. E eu estava determinado a fazer do Natal dela, o melhor de sua vida. E provavelmente da minha também.

Desci as escadas, fui atrás de Harry, Paul e Charlotte e lhes contei tudo o que tinha acontecido e o que eu estava planejando.

Arranjamos uma árvore na floresta e a decoramos com alguns enfeites que Charlotte tirou do quarto dos meus pais, que estavam lá desde que eles haviam morrido. Ou desde que eu havia nascido.

Charlotte foi até a aldeia para comprar algumas coisas para a ceia de Natal e decoramos o resto do castelo. Tudo estava lindo, Bela iria adorar. Mas eu sentia que faltava alguma coisa. Que Harry fez o favor de me lembrar p que era.

– E aí, tudo arrumado, só faltam os presentes. Já sabe o que vai dar à ela? - perguntou ele, segurando uma caixa de bolas de vidro para pendurar na árvore.

Gelei. Era isso que estava faltando. Eram os presentes. E o presente DELA!

– Meu Deus, o que faço, não tenho nada para dar! - exclamei, mais para mim mesmo que para Harry.

– Ainda dá tempo de ir comprar alguma coisa na aldeia. Mas acho que você não vai precisar... - ele respondeu, enigmático e me mostrando uma pequena caixinha que continha um belo anel dentro.

– É lindo! Onde conseguiu isto?

– Era da sua mãe. - minha mãe. Sabia que tinha a ver com ela. Ela sempre me apoiou, e acreditava em mim. Meu pai não. Ele não falava muito comigo. Na verdade, eu acho que ele não conseguia era olhar para mim. - Ela acreditava que um dia o feitiço se quebraria. E quando isso acontecesse, ela queria que vocÊ desse este anel para a menina, para pedi-la em casamento.

– Casamento? - perguntei, atordoado. Não que eu não quisesse casar com Bela, pelo contrário, mas assim, tão de repente? E se ela não aceitasse?

– Claro Nicholas. Uma mulher que te amou mesmo quando você era... - ergui uma sobrancelha. - Não exatamente bonito, tem que se casar com você não é? Seja sensato.

– Está bem. - disse, pegando o anel.

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POV bela

Eu e Anna fomos á aldeia para comprar os presentes, chamar seus oito irmãos e seu pai e comprar tudo para o Natal.

A aldeia parecia mais bonita naquele dia, talvez pelo fato de agora eu ter encontrado o amor. Mas mesmo assim, sempre gostei do Natal. O clima frio e caloroso ao mesmo tempo, com as pessoas sendo solidárias e tendo amor uns aos outros... era tão bonito.

A primeira coisa que fizemos foi chamar a família de Anna. Batemos na porta e a mãe dela atendeu, emocionada:

– Anna! Bela! Vocês estão bem! Que bom!

Ela correu para nos abraçar e nos empurrou para dentro.

– Então, o que foi? - perguntou ela, enquanto nos servia chá e dava mais um beijo na testa de Anna.

– Viemos convida-la para passar a ceia de Natal na casa do namorado de Bela mãe. - explicou Anna. Namorado... É, talvez Nicholas fosse mesmo meu namorado. Não era nada oficial, mas pelo menos estávamos juntos. Quem dera ficássemos assim para sempre...

– Namorado? Que bom Bela, vou adorar conhece-lo. - disse a mãe de Anna, arrancando-me de meus devaneios. - Mas tem certeza de que podemos ir todos? Nossa família é um pouco... grande.

– Tenho sim. -confirmei.

– Ótimo, mas então, eu vou comprar um presente para ele também. Vamos sair?

Concordamos e passamos pela porta. Encontramos Charlotte na aldeia e ela ficou amiga instantaneamente da mãe de Anna e elas se ajudaram na hora de fazer a ceia.

No fim do dia, voltamos para nossas casas e fomos nos arrumar. Anna iria linda. E eu, nem fazia ideia do que vestir. Até meu pai entrar em meu quarto carregando uma caixa e dizer:

– Era da sua mãe. Ela queria que você usasse um dia.

Agradeci e o abracei, com lágrimas nos olhos. O vestido era lindo. Vermelho, quase vinho, com detalhes dourados. Ficou perfeito em mim.

Quando já era a hora, nos encontramos todos e fomos para o castelo. O caminho pareceu bem mais rápido naquela hora.

Assim que chegamos, Harry, Paul e Charlotte ( que já tinha voltado) vieram nos receber. Quando apresentei Nicholas à família de Anna, que eu considerava a aminha segunda família, eles simpatizaram de cara e a noite foi maravilhosa. Durante um tempo, meu pai e Nicholas sumiram, mas não me importei.

Na hora da ceia, uma das irmãs de Anna me perguntou como eu e Nicholas tínhamos nos conhecido. Nos entreolhamos. Ah, acreditasse quem quisesse. Mas quando ia responder, ele tomou a palavra:

– Eu era uma fera. Um monstro. Fui enfeitiçado quando nasci e só poderia voltar ao normal quando uma certa jovem fosse capaz de me amar, caso contrário, eu morreria. Parece coisa de contos de fadas não é? Mas é verdade. E assim eu cresci, imaginando jamais encontrar o amor. E de repente, Bela apareceu. Ela foi como a luz na minha escuridão. E ela teve que ficar aqui. E quando descobriu como eu era, ela não teve medo de mim. Por isso aos poucos fui me apaixonando, o que era uma coisa um pouco trágica na minha situação, mas, ela correspondeu. E seu amor me salvou. O amor daquela menina teimosa, um pouco louca, mas ao mesmo tempo encantadora. E eu amo por isso. E por todo o resto.

Terminei de ouvir aquele discurso quase chorando. Ninguém nunca tinha dito algo tão lindo assim... para mim. Todos aplaudiram, emocionados. Assim que acabou de falar, ele se virou para mim e sussurrou:

– Eu te amo.

Antes que pudesse responder, o relógio anunciou que já era meia noite e escutamos novamente os sinos tocando. Brindamos, desejamos feliz Natal à todos e depois de um tempo, fomos entregar os presentes.

Dei um relógio para meu pai, uma rosa para cada uma das irmãs de Anna e para sua mãe, algumas coisas interessantes que encontrei na aldeia para Paul, Harry e Charlotte e cartões de Natal, já que eles eram muito importante para mim agora. Quando fui entregar a bolsa de Anna, ela murmurou:

– Queria tanto encontrar um amor como você encontrou o seu...

– Ah, Anna, você vai encontrar. Mas fique calma. Como dizem ( e eu já comprovei), o verdadeiro amor surge quando você menos espera.

Ela sorriu e me abraçou. Depois, fui procurar Nicholas para entregar seu presente. Ele estava na varanda, olhando as estrelas.

– Nicholas, eu encontrei isso e achei que... tinha um pouco a ver conosco. - disse, enquanto o entregava o pacote com um sorriso no rosto.

– Obrigado. Mesmo. Acho que foi meu primeiro presente. - respondeu ele, agradecido.

– Abre logo.

– Tudo bem.

Ele abriu. Era um livro que eu tinha encontrado na aldeia mais cedo. O título? A bela e a fera.

– Nosso conto de fadas. - ele disse sorrindo, depois de ler o título e se aproximando.

– É, nosso conto de fadas. - me aproximei também. Então ele pegou algo no bolso e disse:

– Também tenho algo para você.

E ele se ajoelhou, atraindo a atenção de todos no salão. E trocou um olhar com Harry e com meu pai.

– Bela, você sabe que eu te amo. E... eu quero poder te dizer isso todos os dias. Quero poder ver esse sorriso todos os dias. E quero poder fazer de tudo para ser o motivo dele. Enfim, quer casar comigo?

Olhei fundo em seus olhos azuis. Eles brilhavam como as estrelas daquela noite. Provavelmente os meus olhos também brilhavam. Porque eu sabia, com toda a certeza do mundo, qual seria a resposta para àquela pergunta. Sorri, e respondi prontamente que:

– Sim !

– Sim?

– Sim!

Ele sorriu também. Parecia tão feliz quanto eu.

– SIM! - ele repetiu, enquanto me rodopiava no ar. E quando desci, ele me beijou. E no momento em que seus lábios tocaram os meus, eu tive mais certeza ainda: ele era o amor da minha vida. O meu príncipe dos contos de fadas. O meu Nicholas. A minha fera.


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Notas finais do capítulo

Owwwwwnt ^-^ amei escrever esse capítulo. E feliz Natal gente. Amo vcs! Então, é isso, nos vemos no último capítulo / epílogo. :`)