Elos escrita por Layla Glêz


Capítulo 15
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Olha quem voltou! Juro que tentei postar semana passada, mas foi tanta coisa que até me perdi. Mas o que importa é que estou de volta. E eu não poderia deixar de agradecer a Jées Mellody pela recomendação lindíssima que ela fez a história *-*
Aliás, não posso deixar de agradecer a todos que acompanham!
Então, muito obrigada, de verdade. Boa leitura!!!



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Magnólia. X799

Ele observava as estrelas, pela primeira vez em anos. O céu pintava parte do sentimento que sentia por dentro, lembrava dela. Cada estrela, cada constelação. Os gêmeos estavam dentro de sua casa, dormindo provavelmente. E dentro de si tudo o que ele queria era aquela família completa como devia ser... E para isso só faltava ela.

Os últimos dias tinham sido quase uma rotina. Após seu pesadelo, esperou amanhecer até perguntar aos seus filhos de onde eles tinham vindo. Igneel não sabia dizer, afinal, passou a maior parte da viagem enjoado, mas Layla soube indicar as direções que tinham tomado, com base sempre no céu. Era uma garota tão ou mais inteligente que a mãe e ele sentia-se orgulhoso por isso. Foi com as informações dela - algumas imprecisas e escassas - e muita ajuda da Levy que terminaram traçando uma rota dos locais onde a Lucy poderia estar. Era uma zona extensa ao Noroeste, mas já começava a ser um ponto de partida.

Ele então ouviu passos se aproximando e não tirou os olhos das estrelas, não importava quem estava do seu lado, só importava o modo como encontraria a sua maga celestial novamente.

— Natsu-san — foi a garotinha que quebrou o silêncio, sentando-se ao lado do mago. Nos poucos dias de convivência tinha notado como ela era sagaz, inteligente e tão absurdamente parecida com a mãe — Posso perguntar uma coisa?

— Já não tá perguntando? — replicou sorrindo e voltando o seu olhar para Layla, chocando-se com os olhos pelos quais tinha se apaixonado. Desviou o olhar para as estrelas, no momento em que a menina disse:

— Er... Sim. Outra coisa, digo — falou insegura e ele apenas acenou afirmativamente com a cabeça. Alguns segundos se passaram, enquanto a menina parecia buscar as palavras — Você é meu pai, né? Meu e do Ig-kun.

Ele a fitou, curioso. Estava tentando conseguir coragem para contar aquilo aos filhos, mas sempre que estava prestes a dizer algo, era interrompido ou as palavras morriam na garganta. E voltava tudo de novo, a ansiedade, as perguntas. Seus amigos encorajavam-no, porém Natsu tinha medo - ou melhor, receio - de como ambas as crianças iriam reagir.

Naquela pergunta, ele não viu nada além da oportunidade de saber isso.

— Etto... — começou, sem graça — Sim.

Os olhos da menina brilhavam, com um sorriso que se abria cada vez mais. Ela se lançou nos braços dele, abraçando-o com tamanha força que não o deixava retribuir.

— O Ig-kun vai amar saber disso! — exclamou, então olhou para ele com uma sobrancelha arqueada — Nat... pai, por que você só pintou o cabelo dele de rosa?

— Oe... não pintei o cabelo de ninguém! De onde você tirou essa pergunta?

— A mama disse que o cabelo do Ig-kun só era rosa por conta do papai. Eu queria ter o cabelo rosa!

— Mas eu gosto de você assim — rebateu ele — Linda feito a Luce.

E ao ouvir a própria frase corou, junto a garotinha. Os dois então se olharam e riram, sem motivo nenhum. Até se olharem e ela se calar, bocejando:

— Boa noite... pai! — falou, sorrindo, dando-lhe um beijo no rosto e o deixando perplexo e sozinho a fitar as estrelas.

Após minutos, ou horas, Natsu se levantou. Pensar cansava e ficar tentando arrumar solução para os problemas que ele não conseguia sequer listar, tirava suas forças. Ainda assim, tinha algum bom humor, Layla reagira muito bem a notícia de ser sua filha e ele gostou de ouvi-la chamando-o de pai. Ao lembrar, sorriu com aquilo, entrando em casa.

Desde que tinham chegado, tinha pedido ajuda a Mira e a Lisanna com a casa e, após muitas reclamações, as duas aceitaram. Não sem reclamar mais ainda sobre o estado que estava as coisas. Então as coisas estavam mais apresentáveis, com uma sala limpa, pelo menos, e menos comida espalhada.

Ele foi para o quarto, determinado a dormir um pouco, e o teria feito, não fosse ver a garotinha abraçada ao estojo de chaves. E o brilho dourado que emitiam. Curioso, aproximou-se dela e pegou o estojo. O brilho cessou por um segundo, para então a luz aumentar cada vez mais ao ele abrir o estojo. Foi um flash, para então Loki aparecer, com um bilhete em mãos.

— Quanto tempo, Natsu! — exclamou o espírito.

O Dragon Slayer ficou aturdido por um momento, piscando com o incômodo da luz.

— Como...?

— Que eu atravessei o portal? Esse elo que você tem com a Lucy é para os dois, você também recebe da magia dela, então com um pouco da minha magia eu pude atravessar.

Igneel resmungou nessa hora, fazendo com que eles diminuíssem o tom. O Salamander sequer falou nada, apenas sentou-se na cama ao ouvir o leonino falar:

— Ela está em perigo. Sacrificou-se para não deixar que pegassem suas chaves e seus filhos, mas nós sabemos o que ela sente. Você deve encontrá-la logo.

— Acha que não estou tentando?! Eu nem sei onde ela está!

Loki deu um meio sorriso amargurado.

— Procure pelo reino de Spinos. Já pensou em rastreá-la usando a marca?

Natsu arqueou uma sobrancelha, como o espírito parecia saber tanto sobre aquilo? Ele já tinha tentado, mais de uma vez, descobrir onde a maga celestial estava, mas todas elas era como se deparar com um muro impenetrável.

— Não consigo — admitiu, exasperado, passando as mãos pela cabeça — Já tentei, Loki. Não consigo.

— Tente de novo, quando tiver algum sonho com ela.

Loki deu uma piscadela com um sorriso que o Dragneel teve vontade de arrancar aos murros. Antes que o fizesse, entretanto, o espírito retirou um pequeno envelope e o depositou nas mãos do Salamander.

— Não tenho muito mais tempo, consome muita magia aparecer longe da Lucy. Ela pediu para lhe entregar isto.

Assim que as mãos do mago do fogo pegaram o papel, o espírito sumiu. Deixando-o na presença apenas das duas crianças a dormir. Curioso, o Dragneel não demorou a abrir a carta e leu tão rápido quanto pode:

"Natsu,

Se está lendo essa carta agora então posso me gabar de conhecê-lo realmente bem. Imaginei que não deixaria as chaves com a Layla todo o tempo, que em algum momento você as pegaria. Porém peço que as devolva a minha filha, ou melhor, nossa filha. É, eu sei que é um péssimo meio de dar essa notícia, sei também que você pode ficar com raiva por eu não ter voltado enquanto estava grávida. Mas entenda, não é que eu não queira, simplesmente não posso. Não consigo sair daqui. Essa cidade escrava tem uma espécie de barreira mágica, já custou muito tempo descobrir um meio para nossos filhos escaparem, não conseguiria ir junto. Parece que ela sente o poder mágico e, por menor que seja o seu, impede quem é um mago (ou tem potencial para ser um) de sair. Nossos filhos ainda não despertaram para a magia, então quando eles diminuem esse escudo, eu pude dar a eles liberdade.

Quando fui à cidade de Synia, me capturaram. E demorou muito tempo para que eu escapasse das garras deles, agora sei que serei capturada de novo, mas é por eles que faço isso, por Layla e Igneel...

Me perdoe por ter partido sozinha, agora que penso nisso vejo como fui boba, poderia ter ficado ai, poderia ter convivido com você, poderia ter visto nossos filhos crescerem ao lado do pai que tanto merecem; mas não posso mudar o passado. Tudo o que posso fazer, é tentar melhorar o futuro. Desculpe por não estar com você e desculpe pela falta de informações. Um dia nos veremos de novo, até lá, cuide deles. Cuide de Layla e Igneel melhor do que eu. E, por favor, fique bem.

Espero vê-lo novamente. Eu te amo.

Carinhosamente, L.H."

A mão livre ardeu, enquanto ele virava e revirava o papel, queria uma dica sólida, algo que o fizesse resgatar a Heartfilia o mais rápido possível. Então olhou para o estojo em sua mão e para a garotinha que se remexia inquieta em sua cama. Tão delicadamente quanto pode, devolveu-o a ela, vendo o brilho das chaves diminuir, como se agradecesse por estar em mãos adequadas. Respirou fundo, olhando para os filhos dela, seus filhos, com tantas perguntas que não era capaz de organizá-las.

Natsu sentou-se na ponta da cama, incapaz de dormir, desejando insanamente que o sono viesse logo e que trouxesse um sonho. Um mísero sonho. A sua chance de fazer tudo dar certo.


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Notas finais do capítulo

Então... o que acharam? Confesso que estou insegura, não revisei esse capítulo! kkkk Espero que gostem.
Beijos! Estou com muitas histórias em uma lista para ler, então hoje não vou recomendar outras. Mas vou deixar uma pergunta: aceitam recomendações de outras categorias além de FT? (A exemplo: Originais)
Até o/