Just Love escrita por Marshmallow


Capítulo 7
Blackout


Notas iniciais do capítulo

Dois capítulos no mesmo dia, pois é haha estou inspirada hj e também vai demorar um pouquinho para eu postar de novo pq estou na semana de provas!!



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VERIFICAMOS NOSSOS CELULARES PARA SABER O QUE tinha sido aquele barulho enorme e o jornal de Rosewood já tinha notificado que uma árvore caiu em cima da central de luz e fez um dano feio e que poderia demorar horas para o conserto. E tinha caído bem na frente da casa de Toby (ironia do destino, na minha opinião).

– Ok, acho que você vai ter que ficar aqui. – disse, dando de ombros. – Eu acho que temos velas e lanternas.

Peguei a lanterna do celular, que não era muito boa, e fui andando em direção as gavetas e armários da cozinha, e tinha um pacote com velas no armário mais alto, e Toby teve que pegar. Os fósforos estavam em uma gaveta longe das velas, o que não fazia sentido. Acendemos as velas e espalhamos pela sala, colocando duas em cima da mesa.

– Quer continuar a fazer o trabalho...? – perguntei, sem assunto. Estava tão frio que parecia que estava nevando e dava para ‘ver’ minha respiração. – Ok, eu vou congelar. Quer algum casaco?

– Não precisa. – ele disse, tremendo, e levantei uma sobrancelha. – Acho que vou aceitar.

Peguei uma das velas em cima da mesa e subi as escadas, pensativa. Apenas eu e Toby na luz das velas.... Eu tinha que deixar da maneira menos romântica possível. Fui até meu quarto e peguei um suéter bem grosso e troquei o vestido por uma calça de moletom. Estava bem folgada e parecia uma mendiga, mas não me importei, estava frio. E tudo que eu não queria era ficar bem arrumada na frente de Toby. Peguei mais uns três cobertores, e olhei pela janela. Não dava para ver quase nada, mas parecia que ia nevar.

Fui descendo as escadas com cobertores e uma vela na mão, o que não foi uma boa ideia ainda mais por que estava distraída e esqueci completamente do degrau quebrado. Tropecei e rolei um pouco a escada, e bati o joelho machucado no chão frio com toda a força. A vela e os cobertores voaram longe na queda.

– Spencer, Deus, você está bem? – ele correu até minha direção. Meu joelho doía muito, e senti o sangue saindo. “A ferida abriu, ótimo” pensei, mordendo o lábio para não gritar. – Você está sangrando, vem cá.

Ele me levantou, me segurando firmemente na cintura e me sentou no sofá, colocando a perna machucada levantada, em cima da mesa, jogando o caderno, o DVD, tudo que estava em cima da mesa no chão.

– Onde vocês guardam esses curativos? – ele perguntou, apontando para meu joelho.

– Lá em cima, no banheiro. – disse, tentando ficar calma. – Mas acho que tem aqui tem gaze, em algum lugar.

Ele começou a procurar feito louco, segurando o celular com a lanterna ligada e procurando. Fechava e abria as gavetas tão rápido que nem parecia que procurava algo.

– Aqui! – ele disse, de repente, mostrando o pacote com gaze e fita e jogando em minha direção. Agarrei a embalagem e comecei a abrir e ele se ajoelhou no chão, ao lado da minha perna estendida. Joguei uma gaze para ele. – Posso...? – ele disse, se referindo a tirar o curativo ensanguentado e fiz que sim com a cabeça.

Ele começou a tirar com todo o cuidado, e assim que ele tirou tudo, gemi baixinho. O corte não estava aberto totalmente, mas o suficiente para sangrar bastante. Ele limpou o sangue e murmurei ‘Ai’.

– Estou te machucando? – ele perguntou, preocupado.

– Não. – disse, quase sussurrando. Ardia muito.

Assim que ele terminou de limpar o corte, pegou a gaze e enrolou no machucado e depois prendeu com as fitas. Ele se levantou e pegou a vela apagada e os cobertores que estavam no chão e me cobriu com um deles, o que foi muito fofo.

– Obrigada. – agradeci, ainda um pouco assustada. Ele acendeu a vela que eu tinha derrubado no chão e colocou ela em cima da mesa novamente. – Bem, não sei você, mas eu não estou nem um pouco afim de fazer o trabalho agora, e não tem como a gente sair por que não tem luz. O que sugere?

– Podemos... conversar. Você não me falou nada de New York ainda. – ele falou, se enrolando em uma das cobertas que eu trouxe e sorri.

– Bem, nada demais. Focada nos estudos, sem amigos, namorados... nada interessante. E aqui em Rosewood? – perguntei, fiz a mesma pergunta a Hanna, e ela começou a chorar então...

– Minha mãe morreu... e meu pai casou com a mãe da inimiga de Ali... eu e Ali brigando o tempo todo... acho que só. – ele disse como se estivesse contando uma coisa simples.

– Eu sinto muito pela morte da Marion. – disse, passando a mão em seu ombro. – Eu adorava ela. Como... como ela morreu?

– Como você sabe, ela estava internada no Radley. – ele começou, e concordei com a cabeça. Ela foi internada no final do 9º ano e fui com Toby algumas vezes visitá-la. – Ela... ela se matou. Pulou da janela e se matou.

– O.... o que? – disse, chocada. – Meus pêsames. – eu queria abraçar ele agora, mas não dava por causa do joelho.

– Depois do velório, eu nunca voltei ao cemitério. – ele continuou, parecia que falava consigo mesmo. – Nunca tive coragem.

– Do que você tem medo? – perguntei, tentando mudar de posição.

– Não sei... de começar a chorar e não conseguir parar. – ele falou para o nada e agarrei a mão dele.

– Eu vou com você. – disse, olhando nos olhos dele. Seu olhar foi em direção a minha mão, que segurava a dele. – Apenas se você quiser, é claro.

Ele levantou a cabeça e se inclinou, seus lábios roçaram nos meus. Senti borboletas no estômago e recuei.

– Toby... não... podemos fazer isso de novo. – abri os olhos, e ele ainda estava muito perto e nossos narizes quase se encostavam. Eu não fiz mas nenhum movimento e ele se aproximou de novo e deixei ele me beijar. De repente, o celular dele começa a tocar. Me afastei para valer dessa vez. A foto dele e de Alison sorrindo, abraçados, apareceu no telefone. – Atende sua namorada, ela deve estar preocupada uma árvore caiu do lado da sua casa, lembra?

Peguei o celular e coloquei na mão dele e tentei me levantar, mas manquei e tive que apoiar meu braço na mesa da cozinha para não cair.

“Oi amor, eu queria saber se você está bem, soube que a árvore caiu bem ao lado da sua casa, fiquei preocupada” ouvi ela dizer no telefone e olhei vitoriosa para Toby.

“Sim, eu estou bem. Estou na casa da Spencer, vim fazer um trabalho quando aconteceu.” Ele falou, e fiz que não com a cabeça.

“Oh... na casa da Spencer? Hum. Bom saber que você está bem. Nos vemos amanhã então?” sua voz tinha muito ciúme e Toby pareceu não entender.

“Claro. Tchau...” ela desligou o telefone antes que ele terminasse de falar.

– Ok, por que ela ficou com tanto ciúme? – ele disse, assustado e irritado ao mesmo tempo.

– Bem, fizemos uma festa do pijama ontem no celeiro e jogamos verdade ou desafio e ela perguntou com quem foi meu primeiro beijo. Eu disse que foi você, no sétimo ano. Ela ficou brava porque sempre estávamos competindo e saber que eu beijei você primeiro que ela deixou ela com ciúmes. – soltei, e ele suspirou. – Eu não pensei que ela fosse ficar com ciúme, foi antes de vocês namorarem.

– Ótimo Spencer, agora ela vai pensar que estamos fazendo alguma coisa! – ele falou, irritado. – Ela pode pensar que eu já traí ela ou que estou traindo.

– E pensou certo! – falei, brava. Nunca falávamos diretamente sobre o que fizemos, chamávamos de ‘nosso segredo’ como se falar o que realmente aconteceu surgisse o mesmo efeito em que falar ‘Voldemort’ em Harry Potter. – Pare de temer a verdade, pare de ser tão covarde, Toby! Você traiu a Alison comigo por um ano, e ainda fomos culpados pelo incêndio que deixou Jason no hospital por meses. E ela precisa saber disso.

Ficamos quietos. A única coisa que se ouvia era nossas respirações e o barulho do vento lá fora, que zunia. Meu celular tocou, era minha mãe.

“Oi mãe, eu estou bem, Toby está aqui e vai embora assim que melhorar lá fora, beijo” eu disse e desliguei na cara dela, me jogando no sofá. Toby ainda estava ali em pé, parado.

– Acho melhor eu ir embora. – ele disse, pegando o DVD e indo em direção a porta.

– Toby, você não pode ir enquanto o tempo estiver assim. – falei. – Eu sei que você mora aí na esquina, mas está tudo escuro e está ventando muito e frio. Não me deixe sozinha, por favor.

Ele se virou para mim e colocou o DVD na mesa novamente e se sentou ao meu lado.

– Eu sei que você não quer perder a amizade de Alison, eu também não quero. E sobre o incêndio, foi um acidente. Não vimos que começou a pegar fogo, estávamos... ocupados. – falei maliciosamente e ele riu fracamente. – Você acha que eu também não estou assustada e com medo? Sim. Mas é melhor ela descobrir por nós do que por outra pessoa ou de outra maneira.

– Você acha que esse é meu único segredo? – ele disse. – Ali sabe uma coisa sobre mim que se qualquer pessoa souber, eu estou morto.

– O que você fez agora? – disse, fingindo estar brava de brincadeira e ele sorriu levemente antes de voltar para sua expressão de puro medo. – Sério. Você pode conversar comigo.

– Você tinha ido embora há.... Dez meses, eu acho. Alison estava insuportável. Brigávamos o tempo todo. Noel fez uma festa e convidou a escola inteira. Eu e Ali brigamos na festa e eu sentia sua falta. Bebi muito, muito mesmo. Voltei para casa andando, cansado e muito, muito bêbado. Jenna estava em casa, minha mãe tinha morrido há cinco meses e meu pai já estava noivo de outra. Aquilo me deixava bravo. Jenna se jogou em mim, me cantou. E.... – ele não terminou a frase, esperou eu entender.

– Você transou com sua meia-irmã? – falei, tentando não julgá-lo. – Como Alison sabe disso?

– Ela passou lá em casa para se desculpar e viu. Ela ficou alguns dias sem falar comigo mas me perdoou por que eu estava bêbado, confuso, bravo e triste. E na verdade, não transamos. Ali nos pegou antes de isso acontecer. E se eu contar pra ela, nós vamos terminar, ela vai ficar com raiva e você sabe que ela não tem pena. Ela vai contar uma versão em que eu transo com Jenna e meu pai vai me odiar. Ele mal fala comigo desde que minha mãe morreu. Por que você acha que eu não quero que Alison descubra? Jenna também é maligna, ela pode dizer que eu cantei ou ela, ou pior, que a obriguei. – ele parecia muito assustado, e eu queria consolá-lo e dizer que tudo ia ficar bem, mas tínhamos que ser realistas, Ali não ia ser boazinha. Então, simplesmente o abracei.

De repente, o meu celular toca novamente. Era um número que eu não conhecia, e atendi.

“Alô?” falei, curiosa. “Quem fala?”

“Oi Spencer, é o Andrew. Soube que caiu uma árvore perto da sua casa. Você está bem?”

“Estou sim, obrigada” olhei de esguelha para Toby, que parecia estar com ciúmes.

“Então, sobre aquele encontro...?” ele falou na expectativa.

“Sim, podemos conversar depois? Estou meio enrolada aqui” disse, querendo desligar o mais rápido possível.

“Ah, claro, tudo bem. Até amanhã, tchau.” Ele desligou e me virei para Toby, que nem disfarçava a cara de ciúmes.

– Então, vocês vão mesmo sair? – ele disse, tentando soar despreocupado.

– Não sei. Ele parece ser legal e tudo mais. – falei, dando de ombros e sorri fracamente. – Para de ficar com ciúmes, não vale.

– Não vale? – Toby perguntou.

– Você namora Alison há quatros anos, você não tem direito de ficar com ciúmes de um cara que me chamou para sair.

– Oh, quer dizer que você fica com ciúmes de mim e da Ali? – ele disse, com um sorriso travesso e mordi o lábio inferior. Ele estava lindo há luz de velas e ele me encarava como se fosse me beijar de novo, e foi o que ele fez.

– Você tem que parar com isso. – disse, me afastando novamente. De repente, a fogueira elétrica acendeu e as luzes também. Olhei para atrás, e as ruas de Rosewood se iluminaram de novo. Várias pessoas berraram, comemorando, e revirei os olhos. Peguei o controle que estava na mesa e liguei a TV. No jornal dizia que eles conseguiram ajeitar a central e que foi mais rápido do que eles imaginavam e a casa de Toby estava no fundo.

– É melhor eu ir indo. – ele disse, se levantando do sofá. – Seus pais devem estar a caminho e está bem tarde.

– É.... então, até amanhã. – disse, e ele me abraçou rapidamente antes de ir pela porta dos fundos e observei ele andar pelo meu jardim. Meu coração ainda batia forte por ele tentar me beijar duas vezes, e me agarrei nas cobertas e sorri, o que foi errado mas eu não me importava. Não hoje.


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Notas finais do capítulo

SPOBY + SEGREDO REVELADO PRA VCS, BITCHES!!! Haha meu presente agr q vou demorar um pouco pra postar de novo! Kisses, -A