Just Love escrita por Marshmallow


Capítulo 6
Dead Poets Society


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!! ^^



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ASSIM QUE O SINAL TOCOU, saí da sala rapidamente, queria saber o que tinha acontecido com Aria e Noel. Olhei para o meu armário e ainda achava estranho Andrew me chamar para sair do nada, eu não o conhecia muito bem e tinha acabado de voltar. Mas o bom foi que deixou Toby morto de ciúmes. Lembrei de quando eu ganhei para ser oradora da turma na formatura do 9º ano e Andrew bateu palmas, junto com o resto, e sorriu para mim, sendo que ele também estava concorrendo e perdeu. Nesse dia, Ali cismou que ele era apaixonado por mim. Será que ela estava certa? Tentei não pensar nisso, pois vi Aria conversando com Hanna e Ali na cantina e sentei.

– O que aconteceu, Aria? – perguntei, preocupada.

– Ele ficou um pouco bravo, mas entendeu que era um desafio... mas ele não falou nada sobre o ‘eu te amo’, deve ter ficado constrangido ou sei lá.... – ela disse, parecia chateada. – Então, Toby disse para Ali que disse para gente que Andrew te chamou para sair, isso é verdade?

– É, ele chamou. – elas me olharam maliciosamente. – Não façam grande coisa gente, é só um encontro.

– É que nunca vimos você namorando, Spencer, é seu primeiro encontro... aqui em Rosewood. – Ali disse, piscando. Tinha esquecido que inventei um namorado falso. Vi Emily conversando com uma garota de longos cabelos negros e pele morena, as duas estavam rindo. Devia ser a tal Maya que Alison não gostava. Elas se despediram e Emily sentou com a gente, e Ali a encarava irritada.

– O que foi? Não posso conversar com pessoas que você não gosta, agora? – Emily disse, também irritada. – Então, Aria, como foi com Noel?

Aria contou toda a conversa, mas não prestei atenção. Estava observando Toby na fila da cantina e Deus, como ele estava lindo hoje. Ele estava ouvindo música e batucava o pé distraidamente de um jeito fofo.

– Olhando para o Andrew, Spencer? – Hanna disse e saí do transe. Andrew estava há alguns passos atrás de Toby, e parecia que eu estava olhando ele.

– Opa, Andrew? – Emily disse. – Desde quando existe você e Andrew?

– Não existe. – falei, com a voz esganiçada. – Ele me chamou para sair hoje e eu disse sim, só isso.

– Eu disse que ele era apaixonado por você!! – Alison falou, relembrando-se do que eu estava pensando hoje mais cedo.

Elas começaram a falar sobre o que iam vestir na festa de Noel, mas de novo não prestei atenção pois comecei a lembrar de como a noite terminou. Alison tinha me perguntado alguma coisa que eu fiquei constrangida, mas não lembrava se tinha respondido ou se ignorei a pergunta e não joguei mais.

– Alison. – interrompi Hanna, que falava alguma coisa. – Você me perguntou alguma coisa no jogo ontem, certo?

– Ah, sim, mas acho que você não respondeu. – ela falou, normalmente. – Eu perguntei com quem foi seu primeiro beijo já que você é a única de nós que não tem uma vida amorosa. – ela brincou e revirei os olhos. – Bem, então responde agora. Foi com o cara de New York?

– O que? Não! – falei, rindo. – Na verdade, foi com Toby. Foi bem antes de vocês começarem a namorar, não se preocupe.

Geralmente, eu não falaria uma coisa assim mas eu e Toby tínhamos uns doze anos quando nos beijamos e ele e Ali só começaram a namorar no meio do 9º ano, e achei que não era nada demais, mas pelo jeito, era alguma coisa, porque o sorriso de Alison apagou na mesma hora.

– O que? Não está brava, está? – falei, em tom de brincadeira, mas no fundo fiquei preocupada.

– Ahn.... Não, só não consigo ver você e Toby juntos, só isso. – ela parecia estranha enquanto falava isso e franzi o cenho. Ela parecia com.... ciúmes.

O sinal tocou e nos despedimos, era aula de Inglês, ou seja, 50 minutos sentada com Toby discutindo sobre um livro. Lembrei que hoje ele lá em casa ver um filme, e não sei por que, mas fiquei feliz com isso. Fui andando com Aria, que também fazia essa aula, e ela deu uma ‘ombrada’ fraca em mim, propositalmente.

– Ei... – ela falou. – Você percebeu que Alison ficou morta de ciúmes, certo?

– Mas foi antes de eles namorarem... – respondi, na defensiva.

– Exatamente. Você beijou ele antes dela. E vocês sempre estava competindo, Spencer, não esqueceu disso, certo? – ela retrucou, com a sobrancelha erguida.

Entrei na sala e não falei mas nada. Assim que sentamos ela ia continuar a conversa, mas o sr. Fitz chegou, Toby atrás dele.

– Muito bem, classe! Continuem sua discussão sobre o livro ‘Jane Eyre’ com seus parceiros. – ele bateu palmas e o rangido das carteiras no chão começou. Juntei minha carteira com a de Toby. Ele tinha uma expressão que eu não consiga ler, não parecia estar com ciúmes nem bravo, ou chateado, assustado, qualquer coisa.

– Então... você vai mesmo sair com Andrew? – sorri.

– Por que você quer saber? – falei, mesmo sabendo a resposta.

– Curiosidade. – ele respondeu. Quer jogar? Tudo bem, eu também sei jogar.

– Vai ficar na curiosidade. – disse, friamente. – Agora, vamos escrever o que eu te disse semana passada e....

– Qual é Spencer, vocês vão sair ou não?

– Você não ouviu eu dizer ‘sim’ mas cedo? Por que está perguntando se você viu e ouviu eu dizendo ‘sim’? – soltei, irritada. – Está com ciúmes, por acaso?

– E se eu estiver? – ele disse, quase um sussurro, olhando nos meus olhos. Meu coração batia tão forte que não me surpreendia se todos da sala estivessem o escutando. Afastei o olhar do de Toby e recuei um pouco.

– Bem, se você estiver, eu vou te dar um choque de realidade: Você. Tem. Namorada. – disse, infelizmente muito próxima dele. Me voltei para o caderno aberto de Toby e escrevi o título ‘Jane Eyre - resumo’ e comecei a escrever, ignorando Toby.

. . .

ASSIM QUE ESTACIONEI E ENTREI EM CASA, me sentei para almoçar com minha família. Melissa sugeriu de fazermos nossa brincadeira, ‘Estrela do Dia’ e praticamente engoli minha comida para não ter que participar. Ainda não tinha me cadastrado em nenhum comitê, clube, atividade extracurricular de Rosewood, e meus pais não iam gostar disso. Subi para o meu quarto e enviei uma mensagem para Toby.

SpenceH: Oi, que horas vc vai passar aqui?

Esperei e esperei. Meu machucado começou a arder de repente, e lembrei que tinha que trocar o curativo. Fui até o banheiro e tirei as ataduras com o maior cuidado. O corte ainda estava feio, mas bem melhor. Coloquei uma nova faixa e voltei para a cama, meu celular apitava.

1 mensagem de: TOBY

TobyC: Mais ou menos daqui há uma hora, tudo bem por vc?

SpenceH: Sim. Nos vemos daqui a pouco então.

TobyC: Ok, vou alugar o filme.

Coloquei meu celular na cabeceira e enfiei minha cara no travesseiro. Eu não desejaria se apaixonar pelo namorado da sua melhor amiga nem para minha pior inimiga, por que era a pior dor possível. Você sabe que tem que ser honesta com sua amiga sobre seus sentimentos e se afastar, mas não consegue. Você tenta ficar feliz por eles, mas ao mesmo tempo torce para que eles terminem. Você faz coisas que nunca se imaginaria fazendo. Fechei os olhos lentamente, minha visão foi desfocando e tudo ficou escuro.

– Spencer? Spencer – ouvi a voz de Toby e levantei rápido demais para quem estava dormindo tão profundamente. Ele estava parado na porta do meu quarto, estranhamente longe demais e segurava uma sacola da locadora. – Desculpe, ahn, sua mãe deixou eu subir. Ela pediu para avisar que ela e seu pai saíram para fazer compras e que Melissa foi para faculdade terminar de arrumar suas coisas. Você está bem?

– Aham, aham... eu... devo ter pegado no sono. – disse, me espreguiçando. Me olhei rapidamente no espelho e arrumei meu cabelo disfarçadamente. Estava com muita cara de sono e tentei muda-la ao máximo. – Então, vamos ver o filme?

Descemos e estava muito frio lá fora. Ventava bastante e a lareira estava acesa. Tinha um cobertor sobre o sofá, e já fui o pegando e me joguei no sofá. Toby parecia desconfortável.

– O que foi? Você já é da casa, coloca o filme no DVD player e senta aí. – falei, batendo a mão levemente no sofá. Ele se aproximou e o puxei pela mão, o puxando para o sofá. – Qual é, Toby? Não foi você que disse que queria que agíssemos como amigos? É o que eu estou tentando fazer.

O filme começou e fiquei agarrada com uma almofada e enrolada na coberta, com os pés em cima da mesinha em que minha mãe vivia brigando para eu não colocar os pés. Toby me imitou e ficamos assistindo o filme. Parecia legal, e já fazia anotações para a resenha crítica mentalmente. De repente, Toby dá um puxão na coberta.

– Ei. – falei, puxando de volta. – Pega uma para você, Cavanaugh.

– Não seja egoísta, Hastings. – ele falou, puxando novamente. – Acho que esse cobertor é suficiente para nós dois. – Toby me olhou maliciosamente e ri.

– Cala a boca e presta atenção no filme. – disse depois de jogar a almofada na cara dele e nós rimos. Os garotos tinham acabado de achar o anuário do sr. Keating e descobrir a ‘Sociedade dos Poetas Mortos’.

. . .

O FILME ESTAVA QUASE NO FINAL, Neil tinha acabado de se matar, e encostei a cabeça no ombro de Toby. Ele recuou um pouco com o movimento.

– Oh, desculpe – falei, me afastando também. – Eu só... estava encostando minha cabeça no seu ombro.

– N-não tem que se desculpar. – ele disse, suspirando. – Eu levei um susto, só isso. Desculpe. – ele se aproximou para eu encostar de novo, e fiz isso. Ele esbarrou de leve no meu pé, nós dois estávamos com nossos pés na mesinha. Aquele toque fez meu corpo arrepiar até a cabeça.

Os garotos no filme começaram a subir nas cadeiras em homenagem ao seu professor demitido e falaram “Oh capitain, my capitain” e os créditos apareceram. Desliguei a TV e me virei para Toby. Já estava escuro lá fora, e mais frio.

– Então, o que você achou do filme? – perguntei. Olhei para atrás e vi que tinha uma janela aberta, por isso estava tão frio. Fui em direção a ela e fechei, e quando me voltei para Toby de novo, notei que ele olhava minha bunda e franzi a testa, mas ignorei.

– Bem... eu achei legal mas foi ridículo o garoto se matar no final. Qual é, ele ia ser maior de idade em menos de um ano, não ia precisar seguir ordens de ninguém. Saía de casa, arranjava um trabalho e fazia teatro comunitário. – revirei os olhos e ri.

– Você pensa muito pequeno. – disse. Liguei a luz e me sentei ao lado dele, pegando uma folha e fazendo o rascunho do trabalho. – “Lançado em 1989, vencedor do Oscar de Melhor Roteiro e tem Peter Weir como diretor, que nos últimos anos realizou pouquíssimas obras como "Caminho da Liberdade". Um belíssimo e inspirador filme que nos faz pensar sobre como aproveitamos nosso dia, nossa vida, nos faz refletir sobre pelo o que se vale a pena viver. Uma obra milagrosa, magnífica, enfim...um clássico!” – falei enquanto escrevia.

– Uau.... Como você sabe tudo isso? Pesquisou? – ele disse.

– Não, está tudo escrito na contra capa do DVD, presta atenção. – falei, jogando a almofada nele novamente. Mesmo com todas as janelas fechadas, as cortinas se movimentavam e estava muito, muito frio. De repente, ouço um barulho muito alto de alguma coisa caindo. A lareira apagou as luzes todas desligaram. – Mas que diabos...?

Me levantei e fui em direção as janelas. Tudo estava escuro lá fora. Ventava como nunca.

– Acho que a cidade está sem luz. – disse Toby.


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Notas finais do capítulo

hehuehu meio tenso né?



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