Just Love escrita por Marshmallow


Capítulo 14
Pretty Lies




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EU NÃO FALAVA COM TOBY há mais ou menos dois, quase três, meses e eu sentia muito a sua falta. Mas eu queria reconquistar a confiança de Ali, e nossa amizade ainda estava abalada. Ela foi bem legal comigo depois do que aconteceu na sala do segundo andar, quando ela brigou com Aria, mas depois disso ficou meio fria comigo, com todas nós. Ela e Aria resolveram suas diferenças e nós cinco voltamos a andar juntas, mas Alison não estava na maioria das vezes. As garotas diziam que ela devia com algum problema e não queria falar com a gente, mas para mim era mais.

Quase todas as noites ela saía escondido e entrava em um carro preto, eu ficava espiando pela janela. Será que ela estava se envolvendo em alguma coisa errada ou era um namorado secreto? Já a peguei mexendo no celular com uma cara assustada, pode ser muita coisa. Eu precisava tirar aquilo a limpo.

Coloquei minha blusa e corri para o carro, querendo chegar cedo na escola, antes de Ali. Indo entrar no carro vi Toby saindo de sua, usando um jeans surrado, uma blusa branca com uma jaqueta preta que o deixava com um ar de badboy. Assim que ele olhou em minha direção, olhei para o outro lado, e entrei no carro, fingindo que não tinha visto ele. Liguei o carro e passei por sua casa, virando na esquina e indo para a escola.

Alguns minutos depois e já estava lá, nada da Alison. Entrei e virei alguns corredores, procurando seu armário e ela estava lá, mas não me viu. Me escondi no outro corredor e a observei pegar o celular, que tocava.

– Quem é você? – ela disse, irritada. – Pare de mandar mensagens, eu faço o que você quiser. Um encontro? Quando? – ela pegou um caderno no armário e uma caneta apressadamente, anotando em um pequeno pedaço e arrancando. – Te vejo lá.

Assim que Alison desligou, surgi no corredor e ela imediatamente guardou o papelzinho em sua bolsa.

– Oi! – disse, a abraçando e enfiando a mão em sua bolsa. Senti o pequeno papelzinho e o peguei.

– Fumou?

– Que? Não, só estou feliz – expliquei, forçando um sorriso. – Então, meus pais vão sair com Melissa esse fim de semana, podíamos fazer uma festa. Não só a gente, tipo, a escola inteira. – sugeri. Olhei, sem ela perceber, para o papelzinho e vi que estava escrito “Sábado, 22:00. Atrás do celeiro da Spencer”. – Que tal no sábado?

– Ahn... claro. É só falar com Mona Vanderwaal que no intervalo a escola inteira está sabendo. – Aria e Emily surgiram, vindo do outro corredor e nos cumprimentaram. – Garotas, festão na casa da Spencer no sábado, quem anima?

– Na verdade, meu pai volta do Afeganistão essa sexta, queria passar um tempo com a minha família. – Emily disse, sorridente.

– Sério? Isso é ótimo Em! – falei, animada, e a abracei.

– Ela fumou hoje. – Alison cochichou para Aria e revirei os olhos, fazendo ela rir. – Mas isso é muito bom mesmo, Emmy.

– Eu sei, eu não o vejo há quase um ano. Oi Han. – ela disse quando Hanna se aproximou com Caleb. Contei para eles da festa e todas confirmaram presença, Emily disse que ia dar uma passada. O sinal tocou e eu ainda não tinha pego meu material, então me despedi das meninas e corri para meu armário. A maioria dos corredores já estava vazio e o sinal tocou pela segunda vez.

Cheguei no armário, peguei o material para a aula de Química e ia virar o corredor para o laboratório, mas senti uma mão forte em meu pulso me puxando e gritei, mas quem quer que seja colocou a outra mão em minha boca. Ele me puxou para dentro do armário do zelador e o cheiro de produto de limpeza estava fortíssimo. Mordi sua mão e dei uma joelhada naquele lugar e reconheci o grito de dor. Procurei o interruptor e o pequeno quartinho se iluminou. Toby estava com a mão nas suas bolas, gemendo.

– Sabe, eu esperava ter filhos um dia. – ele gemeu e revirei os olhos.

– Deixa de ser frouxo, não foi tão forte. Não aprendeu a ter uma conversa civilizada, Cavanaugh? Não é tão difícil.

– Você não me deu opção, está me evitando há um mês, Spencer. Se afastar não vai diminuir isso. – ele disse, se aproximando, e andei para atrás até encostar na parede.

– Isso o que? – falei, esperando que ele não tenha percebido a fraqueza em minha voz. Minhas pernas bambearam quando ele se aproximou ainda mais e me beijou, Deus, como eu senti falta de seus beijos. Ele segurava meus pulsos contra a parede e assim que soltou passou suas mãos em minha cintura, a puxando para mais perto até ficar colada na sua. Minhas mãos bagunçavam seu cabelo e me separei dele, buscando fôlego.

– Toby. Não. Alison... – foram as únicas coisas que eu consegui dizer. Abri a porta, saindo com dificuldade e peguei a minha mochila caída no chão do lado de fora. Olhei para o relógio, já estava atrasada uns dez minutos, e saí, sem olhar para atrás.

. . .

A SEMANA PASSOU E SÁBADO CHEGOU, ou seja, a tal festa que eu inventei seria hoje. Assim que meus pais saíram, Aria e Ali foram lá para a casa e começamos a arrumar tudo. Alison parecia tensa, e tentava não demonstrar, mas eu conhecia ela a mais tempo que todos, menos que Toby. Lembro do primeiro dia de aula até hoje, foi onde nos tornamos melhores amigos.

Meus pais tinham acabado de me ‘despejar’ dentro da sala no primeiro dia de aula, já que tinha uma reunião importantíssima. Não conhecia ninguém e sentei na frente, sozinha. Uma garotinha loira dividiu a mesa comigo. Tínhamos o que, sete anos? Ignorei a presença da loirinha e comecei a desenhar em um papel largado.

As aulas se passaram e íamos ter um tempo livre, já que era o primeiro dia, e fomos todos para a quadra jogar queimada. Eu não lembro exatamente o que tinha acontecido, só sei que Toby fez uma grande injustiça comigo no jogo e começamos a brigar, do tipo jogar o outro no chão, puxão no cabelo, briga de criancinha. Só que eu caí em uma poça d’água e comecei a chorar, e Ali chamou a professora. Resumindo, levamos uma bronca e quando Marion chegou para buscar Toby, para compensar, ela nos levou para tomar sorvete. Sorri ao lembrar disso, e Aria estalou os dedos na minha cara.

– Está bem? Se desligou por uns dois minutos. Acho que ela fumou mesmo, Ali. – as duas riram e revirei os olhos.

– Estou bem, só lembrando do dia que conheci Alison e Toby. – disse e Ali franziu a testa, mas um sorrisinho brotou em seus lábios.

– Por que está pensando nisso agora?

– Ah, não sei. – disse, dando de ombros. Continuamos arrumando tudo, conversando e rindo bastante. Mais ou menos umas 21:00, a casa já estava cheia. Incluindo Noel. Só de ver ele, já fiquei com nojo. Estava na cozinha com Aria, e ao ver ele se engraçando com duas loiras, ela bebeu um copo meio vazio em cima da pia. – Calma, Ar. Você merece alguém bem melhor que esse bundão. Não vale a pena.

– Tem razão. Mas mesmo assim, magoa. Ele nunca mais falou comigo, pensei que ele tivesse o mínimo de consideração depois de tudo que aconteceu. Bundão. – ri da maneira que ela falou dizendo isso e a puxei para dançar. Eu não era do tipo de fazer festas com a escola inteira, na verdade, nem gostava de toda aquela gente que me achava uma vadia por causa de Ali e Toby, bebendo na minha casa. Mas foi o que eu consegui inventar de última hora para pegar Alison.

Alguns casais se pegavam no sofá, na escada, na mesa (cof Caleb e Hanna) e suspirei. Ia ter que dedetizar tudo antes dos meus pais chegarem. Depois de dançar bastante com Aria, sentei para pegar uma cervejinha e Toby entrou. Nossos olhares se encontraram e me virei para outro lado, bebendo o resto da garrafa inteira.

– Posso? – ele falou, meio desconfortável, e balancei a cabeça. Ele puxou a cadeira e sentou ao meu lado. – Sobre hoje, Spence...

– Não. Nada de sobre hoje, Toby. Eu... – ia continuar, mas vi Alison olhando em volta e depois para o celular e correr discretamente para fora. – Tenho uma coisa para fazer. – me levantei e corri.

Tinha algumas pessoas no quintal, e passei esbarrando em todo mundo sem nem me importar. Cheguei em uma parte mais silenciosa e parei de correr, pisando cuidadamente no quintal, em silêncio. Vi uma sombra e andei, escondida. Ali ainda estava sozinha e, por impulso, apareci ao seu lado, a assustando.

– Qual é o seu problema, Spencer? Que susto! – ela falou, arfando, com a mão sobre o peito. Apenas levantei o bilhetinho e seus olhos se arregalaram.

– Você mexeu na minha....?! – ela nem conseguiu completar.

– O que você está escondendo, Ali? Você se envolveu em algum problema? Você sabe que eu e as meninas podemos te ajudar.

– NÃO, vocês não podem. POR FAVOR, SPENCER, NÃO SE METE NISSO! Vai embora! Só vai embora! Você NÃO vai entender.

– Então me explique. – disse, me aproximando, e ela recuou como se eu fosse uma leprosa. Nunca tinha visto ela com tanto medo, e Ali era uma garota forte.

– Só vá embora agora!

– Não. – ela olhou para uma pá que estava encostada no celeiro e para mim várias vezes seguidas.

– Você não me dá outra opção.

Foi tudo muito rápido. Só vi a Ali pegando a pá e senti uma coisa forte na minha cabeça. Senti braços me levantando e minha visão estava turva, reconheci o sofá do celeiro e depois tudo ficou escuro.

. . .

ACORDEI, ME LEVANTANDO BRUSCAMENTE, o que me fez cair do sofá. Minha cabeça estava dolorida, mas não tinha sangue, e sim, um galo enorme. Parecia que tinha um ovo na minha cabeça. O celeiro estava totalmente vazio. Corri desajeitadamente, quase caindo umas três vezes até minha casa. Vários copos e sujeira espalhados, mas ia ficar depois. Não parecia ter ninguém na casa, e subi até me quarto e gritei.

– Ahn? Quem eu sou? – Toby murmurou e joguei uma almofada nele. – Ai.

– O que você está fazendo aqui? – falei, o coração batendo muito forte, e não do jeito como Toby normalmente me fazia sentir.

– Já que você sumiu, decidi te esperar aqui em cima. Mas você nunca veio e acabei pegando no sono. Desculpe. Aconteceu alguma coisa? – ele disse, bocejando.

– Eu preciso falar com a Alison.

– É tudo Alison agora? Meu Deus. – ele bufou. – O que, está apaixonada por ela?

– Isso é sério, Toby. Me empresta seu celular. – ele tirou do bolso da jaqueta e jogou para mim. Disquei o número de Ali e caiu direto na caixa postal nas primeiras cinco vezes, então liguei para sua casa.

“Alô?” ouvi Jessica dizer.

“Olá sra. DiLaurentis, aqui é a Spencer. Posso falar com a Alison, por favor? É importantíssimo” disse, soando um pouco desesperada. Toby me encarava, sem entender.

“Ah, eu pensei que ela tinha dormido aí, ela não veio para a casa não” todo o ar do meu peito se esvaziou e tive que sentar para não ter um treco.

“Acabei de me lembrar, Ali foi para a casa e Aria. Desculpe incomodar, bom-dia” menti e desliguei o telefone.

– Meu Deus! No que ela se meteu? – falei, passando as mãos pelo meu cabelo embaraçado. Toby se levantou. – Onde vai?

– Embora. Eu cansei, Spencer. Eu sou um boneco para você? Usa e larga quando quiser? Cansei de segredos e você me evitando. Adeus. – ele se direcionou para a porta.

– Não, Toby. Não vá. Eu... eu te amo. – falei pausadamente. Na primeira e última vez que tinha dito isso para ele, acabei quebrando a cara. Lágrimas quentes surgiram e começaram a escorrer. – Aconteceu alguma coisa muito errada com ela. – ele continuou de costas.

– Sério? Você me ama tanto que me ignorou por uns três meses. – ele resmungou.

– Ah, e você me ama tanto que me ignorou por dois anos! – gritei. – Toby, não estou com cabeça pra DR agora! A Ali pode não estar a salvo! Você não viu o medo nos olhos dela. Se você se preocupa um pouquinho com ela, por favor me ajuda. – ele se virou para mim.

– Tudo bem.


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