Violetta Castillo-Point Of View

Não. Não era apenas vislumbre, ele realmente está na entrada da Starbucks e como já era de se esperar, está com cara de poucos amigos. Antecipo uma grande confusão em minha mente. Estou em um estado tétrico assim como um cadáver. Não trata-se apenas de um simples pormenor. León, me olha profundamente, como jamais havia feito antes, um sorriso perverso brinca em seus lábios, agora umedecido-os, mesmo a uma distância considerável, sinto o tamanho de sua ira para comigo.

"É... você deveria ter falado a verdade, Violetta!"

Ao notar minha inquietação, Alex volta o seu corpo para trás e só então percebe que, León também encontra-se no recinto. Nos entreolhamos por um momento. A situação não é nada cômoda para mim... na verdade, não é cômoda para nenhum dos três. Tento me antecipar e dar-lhe a devida explicação, mas não ha mais tempo, ele foi embora sem ao menos me dar. chance de uma explicação. Ainda não tendo a certeza do que fazer ou falar, saio à sua procura. Ele caminha mais rápido que eu, entretanto, não desisto de tentar alcança-lo e me apresso um pouco mais.

— León... — chamo por ele, que sequer olha para trás e caminha apressadamente para o outro lado da rua, mas eu insisto: — León por favor me deixa te explicar o que aconteceu ou pelo menos tentar — nada do que digo é capaz de pará-lo, ele deve está com muita raiva de mim... eu posso sentir isso de alguma forma. Com cautela atravesso a rua e antes que ele possa da a partida no carro e consequentemente ir embora, eu consigo alcança-lo e impesso-o do ato. Seguro seu braço esquerdo e só então, ele volta-se para trás. Não consigo decifrar o seu olhar de imediato, entretanto, logo percebo que ele está bastante desapontado comigo. Permaneço em silêncio e ele também. Em decorrência da adrenalina excessiva, o meu corpo encontra-se inteiramente trêmulo, mas o seu está firme. Sua imparcialidade delimita um espaço entre nós dois, contudo eu tento apaziguar a situação e volto a falar com ele. — Você precisa me ouvir antes de tomar qualquer decisão e...

— Ouvir o quê? Para quê? Eu vi você com ele... o homem que quase me matou por duas vezes! — ele afirma, com grande tristeza e desvia o seu olhar para a direção contrária a minha. Suas palavras são tão afiadas quanto espadas apontadas para minha cabeça e deixam-me completamente ruborizada . — Se fosse o contrário... se você me visse conversado descontraidamente com, Francesca, em uma Starbucks, como se sentiria? — Seu questionamente é tão sensato, que não encontro sem respostas para respondê-lo de uma forma plausível, sendo assim, mantenho-me em total silêncio. — A verdade é que você continua não confiando em mim, mesmo depois de tudo e eu estou cansado disso! — Seu tom é cheio de advertência e repreensão. Ele nunca esteve tão truculento quão neste momento. Estou totalmente dilacerada internamente. É como se estivesse sendo atraída para um buraco negro. A sensação é horrível e angustiante — Não sei mais o que pensar ou o que te dizer.

— Está desistindo de mim... por um único deslize de minha parte? — seguro a sua face entre as minhas mãos e estremeço completamente ao pensar que sua resposta possa ser "sim", isso acabaria definitivamente comigo. — Responda-me, León! — Insisto em obter uma resposta. Sua respiração paira sobre mim ligeiramente e ele se afasta, acendendo ainda mais meus anseios. É como se uma cratera estivesse se abrindo entre nós dois. — Está desistindo de nós dois?

— Talvez eu esteja... — existe bastante frieza e subjetividade em sua resposta. "Será que ele não percebe que está sendo cruel comigo?" — É nítido que você nunca vai confiar em mim totalmente e não foi um simples deslize... você omitiu algo imensamente importante... ainda tem medo de mim? É isso? — Sua indagação, soa como um insulto para mim, aos poucos começo a me magoar com o que ouço e já não tenho o domínio sobre o meu próprio corpo.

— Talvez eu ainda tenha... — devolvo sua truculência na mesma moeda e seu semblante torna-se mais escuro, quase que sombrio. — De certa forma você me obrigou a mentir, por ser tão extremista comigo. Sempre estamos bem ou sempre estamos mal. Nunca existe um meio termo no nosso relacionamento e isso nos destrói... sempre vai nos destruir, — meus olhos agora fitam o asfalto e lágrimas contínuas picam no chão escuro e pedregoso. — "Nunca vou te deixar... você é minha linda obsessão e assim será... sempre" — sussurro o pensamento, que me invade subitamente e elevo meu olhar ao seu. Ainda posso reconhecer o homem que amo, aqui em minha frente, entretanto, está cada vez mais distante de mim — Novamente vai quebrar sua promessa?

— Você sempre vira o jogo ao seu favor! — afirma com imensa segurança, eu tento e não consigo assimilar sua resposta. Seus olhos estão mais iluminados agora. — Eu estou triste, chateado... magoado e uma série de outras coisas, contudo, eu amo você tão intensamente que sou capaz de relevar e fazer coisas, que jamais pensei que faria por outra mulher. Eu amo você, Violetta Castillo... amo verdadeiramente. Você antende minhas necessidades e me faz querer evoluir, ser um homem melhor, talvez. Você existe e isso é motivo suficiente para que eu queira viver. Você me enlouquece! Acredite, nunca fui tão louco quão sou agora. — meu corpo vibra inteiramente com o que ouve e tomo a liberdade de me aproximar um pouco mais, até que finalmente confronto o meu corpo com o seu. Conduzo as minhas mãos até os sua face e percorro alguns dedos por seus cabelos e seu sorriso me revigora. — Você é tudo o que eu necessito para ser feliz. Desistir de você, não é uma opção, querida! — sua respiração pesada paira sobre mim e ele beija a minha têmpora delicadamente.

— Então não desista... — ele sorri de lado e suas mãos serpenteiam a minha silhueta com firmeza, porém de uma forma sutil e singular. Estamos presos em um olhar. Percebo que ele está mais calmo e aconchego minha cabeça em seus ombros.

— Sempre serei possessivo... sempre vou querer te manter longe de todos... dizem que o amor e a loucura andam lado á lado — céptica do que escuto, inclino a minha cabeça para um lado e zombo com uma carranca. — Porque sempre insiste em me desafiar?

— Talvez eu goste de provocá-lo, mas de forma alguma, quis afrontar você, por favor não fique com raiva de mim, meus sentimentos e pensamentos são unicamente seus. — sua face me transmite mil sensações simultâneas distintas e todas atrativas para mim. — Quero viver com você e com todos os outros... — León arregala os olhos em minha direção e franze o cenho juntamente com os seus belos lábios suntuosos. Ele realmente não entendeu o duplo sentindo da minha oração. — ...todos os outros 'León's'. Não consigo me distanciar ou te esquecer. — sussurro amplamente aos seus ouvidos e mordo audaciosamente sua orelha direita. León reprime um gemido e crava suas mãos em minha cintura.

— Você não deveria ter mentido em um assunto como este! — ele me repreende com seriedade e firma os lábios a mandíbula. — Ele não merece seu esforço, querida, não depois de tudo o que aconteceu. — León está segurando o meu queixo, ele olha intensamente para mim, irradiando exasperação.

— "Merda... eu não quero irrita-lo". — Só procurei o Alex, por que de alguma forma, eu me sentia em divida com ele — saio em minha defesa, sublinhando as palavras com cautela e mal posso esperar por sua reação, diante ao que ouve. Me surpreendendo, ele me envolve em seus braços e me abraça fortemente. Harry está quente e bastante receptivo, bem mais do que eu poderia prever. — Você não vai brigar comigo? — indago intrigada, sem compreensão total da sua atitude anormal e ele me surpreende novamente com um belo de um sorriso.

— Não e por favor, pare de tentar corrigir isto, — ele resmunga. — você consegiu que eu admitisse que a amava, me arrastou para sua sepultura. Isso é o bastante para mim — León murmura eventualmente e beijo a sua jugular com força, obrigando-o a reprimir um gemido. " Amo o León pevertido"

— Eu sinto muito. Realmente. Não fique zangado por favor. — Eu o beijo e em seguida, beijo o canto da sua boca. — Prefiro quando estamos bem ou razoavelmente bem — digo, olhando-o por cima e observo a movimentação lenta dos seus olhos, que perseguem o meu olhar. — León eu amo você e isso basta para mim.

— Te ver com o Alex, não foi a melhor visão do dia. Eu realmente deveria brigar com você, todavia, não irei fazê-lo. Não vou estragar o que eu planejei para este dia, por um mero contratempo — León retorce os lábios, sua voz é suave e rouca. "Ele parece outro... na verdade ele é outro". — Vamos... ele toma a minha mão e começamos a caminhar. — Sou civilizado o bastante para não matar alguém, que por duas vezes tentou me assassinar. — resmunga ironizando a situação e não detenho um breve sorriso. "Ah, León!"

Entramos na Starbucks, e é como se nada houvesse acontecido. Sua mão está entrelaçada a minha e eu gosto disso, significa que estamos bem ou pelo menos, que demonstramos isso. Com calma caminhamos a mesa onde já estão, Alex, Andy e Leena, agora acordada. Ela parece se divertir com os "novos amigos". Leena continua nos braços de Alex e isso me deixa alarmada. León está ao meu lado e com seu habitual semblante imparcial.

Sinto sua mão apertando meu ombro e involuntariamente suspiro e aperto os meus olhos. Seu toque é extremamente peculiar. Alex parece nervoso e se resguarda. Intencionada a dizer algo, abro minha boca, porém sou bruscamente interrompida.

— Não esperava te ver aqui, Alex... justamente aqui! — sua voz é quase inaudível, exercendo posse, León me beija nos lábios e segura o meu queixo com força. Olho para trás e Andy inala ab-ruptamente, como se tivesse prendido o ar dentro de si por bastante tempo. Ele corro meu olhar para o lado e quando percebe que a nossa filha está dormindo nos braços de, Alex, percebo que o seu sangue começa a ferver, a cena não é nada cômoda. — E... porque você está segurando a minha filha? — ele vai direto ao ponto que mais me incomoda, sem nenhum resquício de paciência e todos fixam seus olhares em mim, parecem tensos. Eu quase me divirto com a situação. — Fiz uma pergunta a você, Hernandez, esqueceu sua educação na prisão? — ele está visivelmente impaciente e em seu entorno, todos estão paralisados, verdadeiros robôs humanos.

— Le-León... eu... é... cara eu... eu não quero discutir com você, acabei de sair da prisão e voltar para lá, definitivamente, não está em meus planos. Eu...

— Porque está gaguejando tanto? — León ergue uma sobrancelha e puxa uma cadeira para sentar-me ao meu lado. — Eu fiz uma pergunta simples... exijo simplicidade em sua resposta! — murmura calmamente e sorri do que ouve. A petulância está firme em suas poucas palavras.

— Você não é ninguém para exigir alguma coisa de mim — afirma, Alex, elevando a sua voz a um nível superior. León movimenta-se um pouco na cadeira e enruga os lábios, com ligeira espontaneidade, colocando uma de suas mãos sobre a mesa. — Por sua culpa, eu passei quatro anos na prisão e...

— Você sabe perfeitamente que eu nunca quis o seu mal. Nunca quis a polícia envolvida em nossa guerrilha particular — murmura avidamente, com os seu olhar fixo ao, Tomlinson. Todos os olhares estão voltados para nossa mesa, discrição nunca foi o ponto forte de, León. — Mesmo após você quase me assassinar por um motivo torpe, eu tentei te proteger... tentei te proteger de você mesmo — incrédulo, Alex debocha do que ouve, com um enorme sorriso, porém, León não se detêm e continua a falar: — Se hoje, você está aqui, nessa mesa, tomando um cappuccino com a minha mulher...

— Ela não é sua mulher... — Alex resmunga e rapidamente o olhar de León volta-se para mim, seu olhar é triste e enervante. Por mais que eu sinta a necessidade de explicar-me, não consigo pronunciar uma única palavra. — Não pode controlar tudo a sua volta, Vargas! — dispara com certa satisfação e suas palavras, ficam entaladas em minha garganta. León aperta a minha perna direita com força e começo a encara-lo. Agora ele realmente está irritado.

— Por incrível que pareça, você tem razão,Alex... — diz com um sorriso raquítico e novamente conduz o seu olhar ao meu. — Não posso controlar todos a minha volta, mas a verdade é que eu não pretendo controlar ninguém, se é o que você pensa. Eu mudei minhas percepções e quebrei alguns paradigmas em função das pessoas que eu amo...

— Não seja hipócrita! Você não ama ninguém, além de si mesmo! — Alex dispara com uma convicção contundente e, de repente todos os olhares estão sobre mim. Não importa qual seja o teor da conversa, de alguma forma, sempre será redirecionada á mim. — Não quero e não vou mais ouvir nada vindo de você — diz com falsa perca de paciência, seu tom é cheio de sarcasmo. Alex levanta-se da cadeira e direciona-se a mim, conduzindo, Leena em seus braços. Ele entrega a minha filha e me da as costas para ir embora.

— Sente-se, Alex! — praticamente ordeno Alex estreita os olhos em minha direção, mas surpreendentemente me obdece sem retrucar. — Essa briga idiota já dura há mais de quatro anos e tudo por culpa de um mal-entendido. Vocês dois eram amigos, e agora vivem tentando se matar — cuspo certas verdades e tento ser o mais diplomata possível. — Os dois erraram... — enfatizo, com certo discernimento, Alex e León se entreolham por um breve momento e põem-se cabisbaixos, desde então. — Precisamos superar um passado que tanto nos fez mal. Por favor... parem de brigar... em nome das pessoas que mais amam — murmuro singelamente. Era como se as palavras tivessem vontade própria, tudo um pouco involuntário. Após discursar, levanto-me da cadeira, na qual estava sentada e me posiciono entre, León e Alex. — Admitir nossos erros, mostra o tamanho da nossa nobreza... — as minhas palavras, não surtiram efeito algum, os dois continuam com os mesmos semblantes enervantes. — Alguém precisa ceder... Alex?

— Eu? Mas... porque? — Alex questiona, como se a minha sugestão, fosse a coisa mais absurda do mundo, talvez para ele seja assim — Não vou me desculpar querida, Fanning, pois não acho que o deva, um pedido de desculpas e... — ele fica pensativo por um momento e, de repente levanta-se, ficando ao meu lado. Ele realmente parece confuso. — Foi você... não foi? — Questiona, direcionado o seu olhar à León, que instantaneamente franze o cenho e firma os lábios de forma rude. — Me falaram de um advogado particular... ele foi contratado por um anônimo e... na hora eu não dei importância, mas agora tudo faz sentido pra mim. Porque fez isso,Vargas?

"Por essa eu não esperava!"

— Sim... não me pergunte o porquê, pois não saberei responder. As vezes sou sentimentalista e ajo inteiramente por implulso. Meus ideais mudam constantemente — seu tom é extremamente divertido e descontraído. Acredito que os ânimos estejam se alcamando, finalmente. — Não sou um altruísta... também nunca quis te ver na prisão, se eu revidei foi para proteger a mulher que eu amo. Você não merecia perder sua liberdade por tanto tempo, — ele acrescenta, olhando-o com sua expressão de sinceridade absoluta, como um garotinho dizendo uma verdade muito simples.

— Então quer dizer que eu te devo a minha liberdade? — Alex averigua ironicamente e caminha em direção à León, que o observa sem pestanejar. — Eu não posso acreditar que isso seja verdade! — ele diz com cautela, mas em um tom de pura soberba. — Que hilário, justamente o homem que foi o causador da minha prisão... foi o mesmo que me proporcionou a liberdade!?

— Sem sarcasmos, Hernández! — meu tom é cheio de advertência, Andy e León ameaçam sorrir da minha petulância repentina, mas por alguma razão, isso não acontece e todos seguem com suas feições intermitentes. — Você só precisa pedir desculpas... não é tão difícil, quanto imagina — ainda emburrado, Alex revira os olhos e inala. — Por favor... eu sei que você também está cansado dessa rixa idiota que tanto nos fez mal. — De repente não me reconheço, a convivência com o León por tanto tempo, acabou influenciando na minha personalidade, deixou-me mais autoritária. Após assimilar minhas palavras, Alex da uma risadinha sarcástica e joga a sua cabeça para um lado.

— Tudo bem! — murmura com o olhar perdido, seu tom é quase inaudível. Finalmente ele ponderou. — Desculpa, León por... por...

— Por tentar me matar? Ou por me perseguir? Ou...

— Sim. Eu te peço desculpa por isso também, contudo, eu te devo um pedido de desculpa por ter te separado da, Violetta e consequentemente da sua filha. Aquele não era um segredo meu e por mais que também quisesse empatar sua vida, eu realmente pensei na, Violetta quando decidi falar a verdade... eu gosto da sua ex-mulher. — León praticamente rosna para, Alex, que não se detêm — Eu gosto da, Violetta de uma forma especial, ela é diferente e única... acredito que você a ame — diz com um tom duvidoso. León está tão sorridente, como nunca estivera antes e exibe um grande sorriso. Ele segura as minhas mãos e mantêm o seu olhar em mim. Seu humor parece ter mudado, bruscamente. — Eu quero uma vida nova e esquecer um passado sórdido, que tanto me atormenta. Perdi tempo demais, tentando te matar! — ele é extremamente irônico em sua afirmação e rir de si mesmo. — Desculpa, León, eu estava obcecado e deixei que o ódio me cegasse.

— Tudo bem... você agiu por impulso. Não quero passar o resto da vida te odiando, então... Só desejo o melhor para você — León murmura contidamente, selando definitivamente a paz no ambiente. Alex sorri entre dentes e levanta-se para um breve cumprimento.

Avistar, Alex e León cumprimentando-se civilizadamente, parecia o cenário mais improvável, todavia, o tempo mostrou que as vezes pode ser favorável e nos proporciona coisas boas. Não era o recomeço de uma amizade perdida, mas já era o começo de algo... algo bom. Andy e eu permanecemos sentados e apenas observamos a cena, boquiabertos e incrédulos. Não era algo de se esperar. Preciso admitir que estou orgulhosa pela atitude sábia dos dois. Leena mantêm-se concentrada no meu BlackBerry e mal percebe o que está acontecendo a sua volta.

Após um simplório aperto de mãos, abos afastam-se novamente, ficando a uma distância considerável. León vêm até mim e enlaça seus braços ao longo da minha cintura. Há um brilho novo nos seus olhos, existe paz em seu semblante. É uma tarde distinta para todos a nossa volta. Depois de anos,tudo está voltando ao seu devido lugar. Aos poucos, o tempo está se encarregando de organizar as nossas vidas. Agora gorjeio outras coisas. Tenho outras ambições e todas parecem alcançáveis.

***

Dois meses depois...

Dois meses passaram-se, desde aquela tarde em que tudo foi esclarecido. Foi uma tarde para ser relembrada pelo resto das nossas vidas. León ainda está amuado comigo e mesmo que ele afirme que estamos bem, eu sei que isso não é verdade. Ainda estou tentando me acostumar com a retomada do nosso relacionamento. Ele me convenceu a largar minha vida americana, a verdade é que ele sempre obtêm tudo o que quer de mim. Voltei a morar em minha antiga casa e preciso admitir que senti falta de está ali, com ele. Acho que aos poucos estamos construindo uma família de verdade. Leena é disputada constantemente pelos avôs paternos e pelo papai. Ela está apreendendo a conviver com suas duas famílias.

Hoje é o meu vigésimo aniversário. Ao longo do dia recebi felicitações vindas de todas as partes, menos do León. Ele está distante e isso me preocupa. Talvez esteja cansdo das ameaças constantes de, Francesca ou já esteja cansado de mim. Já é noite e estamos nos deslocando na região central da cidade. São 20:00h e estamos indo para um lugar, o qual desconheço totalmente. León está fazendo mistério. Após deixar-mos, Leena com os avôs, saímos para dar uma volta pela cidade em comemoração ao meu aniversário. Por alguma razão ele está extremamente frio comigo.

Buenos Aires está mais bela que nunca. Prédios iluminados, pessoas no ir e vir da noite... é tudo muito bonito... e novo. Ele mantêm-se concentrado no trânsito e não diz uma única palavra. Após enfrentar-mos um congestionamento fatídico, ele para o automóvel em frente a um arranha-céu de no mínimo 25 andares. Sempre cavalheiro, León desce do automóvel e abre a porta do passageiro, para que eu também saia e eu o faço. Uma vez fora do automóvel, ele toma a minha mão e nos direcionamos ao hall de entrada do prédio. León tem pressa e caminha a passos largos.

— Onde estamos indo, León? — indago, externando a minha desnecessária curiosidade anormal e ele para de caminhar bruscamente, conduzindo uma de suas mãos ao meu queixo. Ele possuí uma olhar misterioso... malicioso, para ser mais exata. — Algum lugar especial, Sr. Vargas? — Adciono rapidamente, corando. Eu sei que ele está se divertindo as minhas custas e isso me deixa levemente enfurecida.

— Tenha calma, querida... — ele sibila entre os lábios e estala-os brevemente sobre os meus, como provocação. — ...e prefiro que me chame de Sr. Arrogância, adorei o pseudônimo e não aceito reivindica-lo — seu tom é deliciosamente provocante e audacioso. — Vamos, ou chegaremos atrasados! — Ele diz baixinho e então voltamos a caminhar em direção ao hall de entrada do prédio.

Ao chegar-mos a recepção, somos gentilmente recebidos por uma jovem de nome, Charlie. Ela nos leva até o elevador, onde seguimos para o décimo quinto andar. Ela parece conhecer León. Os dois conversam descontraidamente. Não gosto da forma como ela olha para ele. Parece tentar um flerte ou algo do tipo. Talvez seja apenas insegurança excessiva da minha parte. Por mais que eu queira mudar, não consigo mudar minha forma possessiva de amar. "Aprendeu com o melhor", debocha o meu subconsciente com uma leve piscadela em minha direção.

Após alguns minutos nada cômodos, o elevador finalmente é aberto e quando as portas deslizam, não posso acreditar no que vejo a minha frente. Rapidamente direciono o meu olhar a León, ele sorri confiante e serpenteia uma de suas mãos em volta da minha cintura e puxa-me bruscamente para perto de si, logo os seus lábios estão sobre os meus. A sensação é maravilhosa e indescritível. Ainda incrédula, dou alguns passos adiante e sou acompanhada por, León e Charlie, que nos segue de perto.

— Feliz aniversário meu amor! — Ele diz em voz baixa e rouca. Eu me inclino para trás para trás para ver a grande e profunda ansiedade em seus olhos. Isso enaltece a minha alma. "Como eu o amo meu Deus". — Espero que goste do que preparei para está noite. A Srta. Breyner foi a responsável pela organização dessa festa — informa discretamente e a mulher sorri brevemente em minha direção.

— Obrigada... obrigada, Srta. Breyner — agradeço, a mulher sorri brevemente e logo se afasta de nós dois, deixando-nos a sós novamente. — Você preparou uma festa para mim?! — Pergunto como uma criança que acabou de ganhar uma viagem para a Disneylândia, ele sorri do que ouve e assenti com a cabeça. — Eu achei que estivesse cansado de mim ou...

— Não repita isso! — ele está sério agora. — Eu amo você e isso é o que importa. Vamos... — ele me estende a mão e eu a seguro fortemente. — Espero que goste da decoração. Admito que tive ajuda da minha irmã e da mamãe, mas o toque final foi meu — diz orgulhoso e me observa com um meio sorriso.

Não posso acreditar. Estão todos aqui. Ao longe avisto, Alex e Ludmila conversando descontraidamente. León os encara com seu semblante enervante. "Ele nunca vai esquecer o que aconteceu?". ignorando a indagação do meu subconsciente, aceno para os dois. O papai está em uma das mesas, ao lado de Priscilla e Pablo, assim que percebe a minha presença, ele caminha até mim rapidamente e em poucos instantes, ele está em minha frente.

— Parabéns querida! — o papai me abraça fortemente e em seguida cumprimenta, León com um aperto de mão. — Você organizou uma belíssima festa, León! — comenta, deixando o Sr. Arrogância ainda mais orgulhoso de si mesmo. — Vou deixá-los a sós. Tenho alguns assuntos a tratar com a Sra. Vargas! — rapidamente, León ergue uma sobrancelha e franze o cenho. — O próximo final de semana a, Leena vai para a minha fazenda... eu não abro mão disso — o papai resmunga com sobriedade, ele nunca esteve tão emburrado quão neste momento.

Transitamos pelo ambiente. A decoração não poderia estar mais requintada. Está tudo perfeito nos mínimos detalhes. É como se eu mesma estivesse organizado tudo. Todo o tempo, León está ao meu lado. Sua atenção para comigo me deixa ainda mais feliz. Olho em seus olhos banhados de ternura e lhe agradeço sem palavras. Conduzo as suas mãos a minha cintura e deixo seu corpo minimamente próximo ao seu. Seguro a sua face entre as minhas mãos e beijo-lhe brevemente, até que sinto uma mãozinha gélida segurando a minha perna. O breve susto e substituído rapidamente por uma sensação maravilhosa, pois trata-se de Leena.

— Parabéns mamãe! — ela diz euforica, e então ergo-a em meus braços. León apenas observa tudo em silêncio. — Ele não deixou eu contar sobre a festa mamãe — Leena sussurra em meu ouvido esquerdo e não consigo conter o riso, assim como, León que definitivamente abadonou seu semblante enervante e sério.

— Quer dizer que vocês dois armaram tudo pelas as minhas costas? — meu tom é de falsa indignação, Leena instantaneamente nega com a cabeça e aponta com o dedo indicador na direção de lieom. — Você tem certeza que não foi cúmplice do papai? — insisto, ela se mantêm firme em sua auto-defesa e nega.

— Venha cá mocinha — León toma, Leena dos meus braços e caminhamos em direção a uma das mesas. — Admita que você ajudou em tudo ou vou doar todas as suas barbies — ao ouvir as ameaças do pai, Leena parece que ira se defender, mas não o faz e ameaça chorar. Encaro, León, repreendendo-o e ele me faz uma carranca divertida. — É melhor esquecer-mos essa história e aproveitar a festa, que modestamente está maravilhosa — zombo da sua falsa modéstia com um sorriso e a discussão em questão, cessa definitivamente.

León têm, Leena em seus braços e a distrai de diversas formas. Apenas observo o desenvolvimento da relação entre pai e filha, os dois estão cada vez mais próximos e isso me deixa imensamente feliz. Ao fundo uma música animada ecoa no ambiente, não posso reconhecer a voz, mas se não estou enganada, a playlist deve ter sido escolhida por, Ludmila, seu gosto musical é bastante duvidoso... excêntrico. Após um tempo sozinhos em nossa mesa, ouço meu nome ser chamado por alguém que eu jamais pensei encontrar naquele dia. Essa realmente é uma noite de muitas surpresas.

— Diego! — exclamo ao vê-lo em minha frente e pulo da cadeira para abraça-lo. Após o incidente no Allure... não voltei a ter contato. Direciono o meu olhar a León, que demonstra-se tão surpreso, quanto eu.

— Vilu... é... parabéns! — Felicita-me, Diego com a voz rachada, ele coça a nuca discretamente e centraliza seus olhos em, León, que por sua vez não esconde seu desconforto com a aproximação do meu primo. — León! — saúda e ainda relutante, León lança um meio sorriso em direção ao meu primo. — Violetta, isso é para você — habilmente ele me entrega uma pequena caixa com um formato retangular e ao julgar pela aparência, trata-se de uma jóia ou algo relacionado. — O tio, Castillo comentou sobre o seu aniversário — ele parece tenso e fala desordenadamente. — Espero que tudo o que aconteceu no transatlântico tenha sido superado. Não quero que...

— Não preocupe-se, Thwaites, tudo o que aconteceu naquela viagem, já foi superado — diz, León, deixando-me brevemente boquiaberta e orgulhosa por sua atitude inesperada. — Aproveite a festa, esqueça o passado, e concentre-se no futuro, — murmura, erguendo uma taça de champanhe no ar e, Diego inala abruptamente, ele ainda está tenso, talvez incrédulo do que ouvira, assim como eu estou. — no seu futuro. — Ele completa com uma belo sorriso nos lábios. Meu subconsciente está desmaiado.

"Sequestraram o Sr. Arrogância?"

— Sábias palavras, Vargas. Bom... eu os deixarei a sós e peço permissão para apresentar a minha linda prima a minha noiva — León e eu nos entreolhamos rapidamente e em seguida direcionamos nossos olhares para, Leena — Posso? — Diego, insiste no pedido e mesmo contrariados, permitimos que ele leve, Leena para conhecer sua noiva.

Todos os amigos de León estão presentes e me cumprimentam brevemente, já que, ele faz questão de afastar todos de mim, no fundo eu até gosto da sua proteção ou já esteja acostumada. Tudo a seu lado parece mais fácil e aceitável. A melhor coisa que já me aconteceu na vida foi ter me casado com o Sr. Arrogância e se no começo era algo tortuoso, hoje é algo essencial. A comodidade já estava alcançado a nossa mesa, quando, León levanta-se da mesa e segura a minha mão, para que eu faça o mesmo, com a outra mão, ele segura uma taça de champanhe e ergue-a no ar.

— Um minuto por favor — murmura, chamando a atenção de todos para nós dois. — Quanto tempo dura o amor? Um dia? Uma semana? Um mês?... Para sempre? — Todos ao nosso redor permanecem em silêncio, parecem analisar o pensamento de León com cautela, assim como eu, realmente é algo a ser considerado. Após alguns minutos observando todos e suas feições a nossa volta, ele continua a falar. — Há quatro anos atrás eu fui deixado pela mulher que eu amo e eu sei que eu mereci — o momento nostálgico, me deixa totalmente emocionada e não consigo conter as lágrimas. — Muitas coisas aconteceram, mas o que nunca mudou foi o que eu realmente sentia. Para alguns; obsessão, futilidade, mas para mim é muito mais que isso... — "Onde ele quer chegar com isso meu Deus!" — Não vou me alongar mais ou falarei pelo resto da noite — todos soltamos risinhos contidos e então ele continua a falar, para o meu alívio. — Violetta meu amor... você significa muito para mim, eu te quero até mais do que eu poderia imaginar. Aprendi a amar com você e tantas outras coisas. Me imagino com cem anos ao seu lado e é por isso que aqui, diante as nossas famílias e a todos os nossos amigos, eu faço um pedido — com um pouco de dificuldade, León retira uma pequena caixa do bolso frontal da sua calca jeans skinny e então segura as minhas mãos. Meu coração palpita tão fortemente, que parece que sairá pela boca a qualquer momento — Vilu... é... meu amor... Aceita se casar comigo... novamente? — Pergunta com grandes expectativas e então abre a caixa, exibindo um lindo e caro anel de diamante. "Eu realmente estou ouvindo isso?"

Com os olhos cheios de lágrimas e a garganta queimando, não consigo pronunciar uma única palavra que seja. León está com os seus olhos cheios de expectativas e posso sentir o tamanho de sua tensão através das mãos trêmulas e a respiração pesada, quase falhando. Um pouco mais calma e crédula da situação, aproximo-me e seguro sua face entre as minhas mãos e envolvo-o em meus braços com força, existe urgência e certo desespero em mim. Durante meses convivendo com a sua indiferença aprendi a ama-lo e quando menos esperei tudo terminou. Durante quatro anos sofri em silêncio. Já não havia esperanças para um novo recomeço, porém a vida nos mostrou que não adianta fugir do que sentimos, pois no final sempre voltamos para o lugar o qual nos foi reservado. Acredito que, León tenha sido reservado para mim. Sempre iremos pertencer um ao outro de alguma maneira. Não importa qual seja a circunstância, o Sr. Arrogância semre será meu. Deixando meus devaneios conclusivos de lado, eu me aproximo ainda mais. Estou louca para dizer a única palavra cabível para o momento.

— León eu...

— Belíssima cena, continuem por favor — ao voltar o meu corpo para trás, deparo-me com a única pessoa indesejada neste momento: Francesca. Ela caminha vagarosamente até onde estamos. Ela está mal trajada, magra e bastante esbranquiçada. Ela é apenas uma sombra da mulher do que já foi um dia, apenas uma pobre coitada. — Realmente vai se casar com ela, León? — indaga em voz baixa e aproxima-se um pouco mais, ficando entre, León e eu. A forma como ela me olha, chega a causar-me medo. Assustada, recuo um pouco, até que tropeço em uma das mesas. — Está com medo de mim, Castillo? — seu tom é absurdamente sádico. Francesca realmente parece fora de si e pela primeira vez, assumo que estou com medo... medo do que ela venha a fazer.

— Fran... Francesca, por favor... não faça nada que venha a se arrepender mais tarde e...

— A única coisa que me arrependo foi ter me apaixonado por você — resmunga, Francesca bruscamente, interrompendo, León, que a encara assustado. Todos em volta, observam a cena atentamente. — Eu te avisei, León... Se não posso ter você, ninguém mais terá. — Ela diz e seu tom é extremamente obscuro.

— Por favor, Francesca, não...

— Não me interrompa, Violetta! — ela me corta abruptamente e me empurra para longe, com o impacto das suas mãos em mim, acabo caindo em cima de uma das mesas e machuco a minha cabeça. — Tudo poderia ter sido diferente, mas você não quis assim. Sou egoísta demais para deixar você livre e te entregar de mãos beijadas para outra. — retruca, com seu olhar fixo a León, que está imóvel. Por mais que eu tente, não consigo levantar-me sozinha. Sinto um líquido gelado descer por minha face e ruborizo ao perceber que trata-se de sangue.

Minha visão está cada vez mais turva e não consigo enxergar com nitidez. Escuto vozes ao meu redor. As frias palavras de, Francesca, me deixam anestesiada. Com calma, León se aproxima de, Francesca, mas logo recua, ao notar que ela segura uma arma, todos avançam em sua direção, porém, temo que não aja mais tempo. Ouço o barulho de um disparo, mas não consigo visualizar quem é atingido. Aos poucos, sinto a inconsciência me alcançar.

***

Ao abrir meus olhos, deparo-me com um quarto úmido e escuro, não sei como cheguei aqui, ou o porquê de estar onde estou. Com muita dificuldade, consigo colocar meus pés no chão e mesmo tonta, começo a me movimentar pelo cômodo. Posso notar alguns arranhões em meus braços e um corte pequeno em minha cabeça.

Ao chegar a porta do quarto, a encaro por um tempo, até que crio coragem para abri-la e ao concretizar a ação, concluo que estou em um hospital, rapidamente flashes da discussão com, Francesca, invadem a mente e ao recordar o barulho do disparo, sinto um aperto no meu coração. Me segurando nas paredes, consigo caminhar até um certo ponto e quando me vejo sem forças, paro um pouco e me encosto na parede, até que uma das enfermeiras do hospital se direciona á mim rapidamente.

— Srta. Castillo, deveria estar em seu quarto, ainda estar em recuperação! — ela me repreende e então me apoio em seu ombro.

— Meu... o León... Leonard Vargas, onde ele está? — questiono preocupada e não gosto nenhum pouco da expressão que forma-se em sua face. Ela desvia seu olhar para uma direção qualquer e evita reponder a minha pergunta. — Onde ele está? — Insito em total desespero e só então, obtenho uma resposta.

— León Vargas está...